Fuckin' Perfect escrita por LelahBallu


Capítulo 13
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amores, quero agradecer a todos os comentários e especialmente a "blompop", "Fehcastro", "Olavih" e a "May Braga" pela adoráveis recomendações, eu as amei, muito obrigada mesmo, só espero que eu continue agradando a vocês. Espero que gostem desse capítulo.
Ps: Leiam as notas finais.



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Forcei minhas pernas a andar com rapidez, eu precisava encontrar um lugar para me esconder, um lugar em que eu pudesse apenas me encostar contra a parede e respirar, meus pensamentos iam e vinham mesclando entre passado e presente, eu tentava conciliar o Oliver que sorria quando me via ao que me encarou há minutos atrás como um estranho que havia retornado e sido covarde ao ponto de deixar a mensagem de que não queria me ver para sua mãe, o que eu tinha esbofeteado. Desci as escadas as pressas por que não queria ter um público para o momento em que cedi deixando minhas lágrimas caírem pelo meu rosto, após descer mais alguns lances me sentei nos degraus, encostando minha cabeça contra a parede, os soluços tomando conta do meu corpo.

Vê-lo doía. Levava-me a cada momento que havíamos passado juntos e principalmente aos que tive que passar sem ele, quando qualquer coisa me levava a pensar nele, de como eu jamais esqueceria o que tivemos juntos e no que isso me levou. Eu não podia evitar encara-lo e pensar em Mel em como ela havia crescido sem um pai, sem o pai, de que esse pai havia retornado, mas não para ela, não para nós duas. Isso machucava. Fechei meus olhos e a imagem de um dos dias mais aterrorizante e feliz da minha vida chegou a minha mente.

– Felicity? – A voz de Caitlin soou ansiosa do outro lado da porta. Encarei o espelho analisando a palidez do meu rosto. Vinha sendo assim desde que Oliver havia... Desaparecido, eu me negava a dá-lo por morto. – Você vomitou novamente?

– Não. – Menti enquanto pegava a escova de dente e colocava o creme dental. Dizer o contrário só a deixaria mais preocupada.

– Você sabe que eu percebo quando você mente não sabe? – Escutei-a retrucar. – Eu não estou te dando opções Felicity, hoje vamos ao médico, esta não é a primeira vez, você vem tendo esses enjoos e não está comendo direito. – Continuei a ignorando até que a escutei seu suspiro seguido da frase impactante. – Eu acho que você está grávida. – Cuspi o restante da pasta e lavei minha boa ligeiramente, voltei a encarar meu reflexo, ela estaria certa? Talvez... Talvez eu estivesse esperando um filho de Oliver. Novas lágrimas chegaram aos meus olhos eu não poderia dizer ao certo de que elas seriam, quando abri à porta e encarei Caitlin ela me devolveu o olhar cheio de preocupação. – Você pode estar grávida? – Perguntou segundos antes que eu a abraçasse e desse liberdade ao choro, ela me apertou contra si murmurando palavras doces, mas tudo o que conseguia pensar era na possibilidade de ter uma criança dentro de mim, um filho meu e de Oliver, um pedaço dele. E quando fiz o exame e recebi o resultado... Novas lágrimas chegaram e dessa vez eu pude atribuir uma emoção a elas, eu estava feliz.

Abri os olhos voltando para o presente e deparando-me com os olhos de quem no momento eu queria evitar. Ergui-me lentamente, por um momento apenas nos encaramos, ele estava tão diferente, seu rosto estava mais largo, mais duro, seus ombros mais largos, o terno se aderia perfeitamente neles.

– Você está bem? – Perguntou parecendo preocupado, não pude evitar soltar uma risada irônica quando escutei.

– Se eu estou bem? – Meneei a cabeça. – Você está perguntando se eu estou bem? - Minha voz se elevou o surpreendido. Movi-me com o intuito de ir embora, ele se pôs completamente na minha frente me impedindo. – Saia da minha frente Queen. – Seus olhos me encararam confusos quando escutou. – Saia da minha frente Oliver. – Repeti. – Você não tem ideia de como minha mão está coçando para esbofeteá-lo novamente. – Na menção do tapa ele levou uma mão ao rosto, uma leve marca vermelha estava ali.

– Precisamos conversar. – Falou por fim. – Eu...

– Você o quê? – Perguntei com raiva. – Estava ocupado demais com sua família nos últimos quatros meses? Com Laurel? – Perguntei lembrando-me de tê-lo visto com ela em uma das fotos.

– Felicity... – Começou parecendo incerto sobre como me chamar. – Você não entende...

– Sim eu não entendo. – Falei o encarando. – Tommy, Sara, Caitlin, eu... – Minha voz tremeu. – Cada um de nós chorou sua morte, quando você morreu... Por que você esteve morto por quase cinco anos para gente... Nós perdemos nosso amigo, uma pessoa que se importava conosco, então você volta... E simplesmente nos dá as costas? O que há de errado com você? – Perguntei limpando meu rosto.

– Não é minha culpa! – Gritou. Estremeci com a fúria com que falou. Teria dado um passo para trás e tropeçado se ele não tivesse segurado meu braço com força, seus olhos analisaram meu rosto com atenção. – Eu não me lembro. – Abri minha boca para retrucar, mas ele meneou a cabeça a voz saindo mais suave. – Eu não consigo me lembrar, eu não me lembro de você, de qualquer um de vocês, eu não me lembrava da minha própria família Felicity, ou de mim. Quem eu era. – Minha cabeça começou a rodar absorvendo o que ele dizia, ele não se lembrava? Ele havia... – Deus eu queria tanto me lembrar, eu sonho com você todos os dias. – Confessou. Respirei fundo absorvendo as palavras ditas com emoção.

– Você não se lembra? – Perguntei em um fio de voz. – O que aconteceu com você?

– Eu queria poder responder. – Respondeu. – Mas eu não sei. Tudo o que eu sei foi me dito por outra pessoa. – Suspirou. – Tudo em minha vida é contado por outra pessoa, eu não sei quem é você Felicity, eu sinto muito, mas tudo o que eu sei sobre nós dois foi contado por minha irmã mais nova e minha mãe.

– Com certeza sua mãe deve ter contado coisas maravilhosas sobre mim. – Murmurei, ele franziu o cenho estranhando.

– Ela me falou que tínhamos terminado antes mesmo que eu partisse com meu pai. – Falou. – Mas Thea diz que não, que a amava e que você também me amava. – Não pude evitar encara-lo quando o disse. – Mas se você me amava, por que você não entrou em contato comigo? – Pisquei surpresa com sua pergunta.

– Eu fui ao seu encontro no momento em que soube que estava na cidade. – O informei. Nesse momento eu já sabia o que havia acontecido. – Sua mãe me disse que você não me queria por perto, ela me contou que eu não fazia mais parte da sua vida. – Sua expressão ficou séria, Oliver não havia me dispensado, ele não sabia quem eu era, isso machuca quase igualmente, eu sabia agora que não culpa dele, que ele estava desorientado, confuso e não sabia ao certo em quem confiar, mas ainda assim parte de mim estava magoada, por que sua irmã a quem eu não conhecia foi capaz de me defender e ainda assim ele não tinha ido ao meu encontro. No momento em que ele ia dizer algo mais a voz de Ray ecoou pelas escadas chamando meu nome.

– Quem é ele? – Perguntou franzindo o cenho.

– Meu chefe. – Respondi. – Eu preciso ir.

– Nossa conversa ainda não acabou. – Declarou.

– Sim. – Concordei. – Ainda há algumas pontas soltas, mas temos uma reunião.

– Venha comigo. – Poderia ter sido um pedido, mas o tom imperioso mais fez soar com uma ordem. – Ignore-o.

– Vejo que algumas coisas não mudaram. – Retruquei.

– Eu preciso de algumas respostas. – Falou sério. – Respostas que apenas você pode me dar, eu preciso de você. – Engoli em seco ao escutar a última sentença, ele tinha ideia de como isso soava? Para mim?

– Amanhã. – Falei. – Amanhã conversaremos. – Prometi. Ele me encarou contrariado. Eu precisava respirar, eu precisava pensar em como abordaria o tema de Mel, por que com toda certeza que sua mãe não havia falado sobre isso com ele. – Dê-me seu celular. – Pedi erguendo minha mão livre e só então percebi que ele ainda segurava meu braço só que seu toque era leve agora, quase carinhoso. Ele me soltou e estendeu seu celular ainda que exibisse o cenho confuso, eu digitei meu número e o salvei, quando ergui meu rosto percebi que o seu estava próximo, pois havia abaixado para olhar o que estava fazendo. Tentei me concentrar no que ia dizer. – Escolha um lugar e mande o endereço por mensagem eu o encontrarei as 13:30 no local que você escolher, exceto a mansão Queen, eu não voltarei lá de novo.

– Por que não hoje? – Por que eu precisava encontrar nossa filha, mas esse não um bom modo de abordar o tópico.

– Eu preciso encontrar alguém importante. – Respondi por fim. – Oliver...

– Felicity! – Ray desceu a escada com seu habitual sorriso empolgado. – Você está aqui... – Encarou Oliver. – Ray Palmer. – Estendeu a mão, Oliver a encarou com desconfiança e finalmente a apertou. – Eu estou certo em presumir que você dois já se conhecem? – Encaramos Ray sem entender onde ele queria chegar. – Vocês sabem, pelo tapa.

– Oh. – Murmurei sentindo-me envergonhada. – Sim, nós nos conhecemos na faculdade, mas eu já pedi desculpas por isso.

– Já? – Oliver perguntou ao meu lado. Nesse momento ele optava por ser o antigo Oliver? O encarei sem humor. – Já. – Ele assentiu. – Olhe Sr. Palmer...

– Você pode me chamar de Ray.

– Certo. – Assentiu. – Você está na reunião não é mesmo?

– Sim, planejo uma sociedade com QC. – Confirmou.

– Ok. – Então sorriu, eu conhecia aquele sorriso, os anos e uma perda de memória não mudaria isso. – Não vai mais ter a reunião.

– Não? – Ray franziu o cenho.

– Ela foi adiada. – Confirmou. – Passar bem Sr. Palmer. – Encarou-me com atenção. – Felicity. – Se virou e desceu as escadas com os ombros tensos.

– Ex-namorado? – Ray perguntou observando Oliver se afastar.

– Agora que não vai ter reunião eu posso ir? – Perguntei ignorando sua pergunta, eu não poderia voltar à sala de reuniões nem para informar que não teria mais, não depois de ter dado um tapa em Oliver na frente de todos. Ray suspirou e assentiu.

– Você pode ir. – Concedeu. – Mande um beijo para Melaine por mim.

– Eu vou. - Prometi. Mesmo sabendo em que não veria Mel agora, só no horário do almoço, usaria esse tempo para conversar com outra pessoa.

POV TOMMY

Encarei a papelada em cima da mesa e resisti o impulso de literalmente joga-la para o ar. Esse pensamento vinha para minha cabeça uma ou duas vezes por dia.

– Não importe o que esses papéis fizeram para você... – Observei Sara entrar no escritório com um sorriso. -... Eles não merecem o destino que você quer dá.

– Ah eles merecem sim. – Respondi também com um sorriso, me ergui e sai de trás da mesa para abraça-la. – Não acreditei quando vi seu nome agendado. – Murmurei. – E por que você agendou? Você sabe que é livre para entrar aqui e me tirar do tédio.

– Eu queria fazê-lo se sentir importante. – Brincou antes de me soltar. – Eu estava com saudades de você Tommy.

– Eu estava morrendo de saudades da minha loira preferida. – Pisquei. – Não deixe Felicity saber disso.

– Meus lábios estarão fechados quanto a isso. – Prometeu.

– Como foi à aventura? – Perguntei me sentando. – Viajar o país de moto é tão radical quanto parece? E quando você voltou? Encontrou algum namorado que a aguentasse?

– Muitas perguntas. – Sorriu e com um impulso sentou em cima da minha mesa. – Mas, sim é radical, às vezes nada tão legal como os filmes fazem parecer, eu voltei ontem pela manhã, mas sabia que domingo não é um dia acessível para você e... Não, nada de namorado. Você sabe por que estou aqui?

– Felicity me ligou. – Assenti. – Ela avisou que queria conversar conosco.

– Aconteceu algo com a Mel? – Perguntou apreensiva.

– Com o pai da Mel. – Felicity respondeu. Sara a encarou confusa, mas esperou que Felicity caminhasse até ela e desse seu abraço antes de importuna-la com perguntas. – Eu me encontrei com Oliver hoje. – Confessou. – Não por querer. – Acrescentou, Sara não tinha tido a oportunidade ainda de encontrar Oliver ou de receber uma negação dele no caso.

– O que aquele idiota falou para você? – Perguntei aborrecido, ainda estava chateado com Ollie, ele era meu melhor amigo, ou ao menos costumava ser, eu estava viajando a negócios quando saiu a noticia de sua volta e não pode retornar a cidade até dois meses depois graças a meu pai que estava me enlouquecendo sempre me desafiando, questionando-me, perguntando se eu realmente havia amadurecido e se eu queria assumir a empresa e suas filiais, ele havia cortado todo o tipo de ajuda financeira que vinha dele, e eu tive que provar o quanto me importava com o sobrenome Merlyn, mesmo não podendo vir antes eu liguei dezenas de vezes para a mansão, mas nunca conseguia entrar em contato com ele, quando finalmente pude visita-lo ele não me recebeu, tentei mais algumas vezes até que percebi que Ollie não era o mesmo.

– Aquele idiota está em sérios problemas. – Felicity falou, seu semblante ficou entristecido. – Ele perdeu a memória Tommy. Ele não se lembra de nenhum de nós. Ele não se lembra de mim.

– Nenhum de nós? – Sara repetiu recebendo um balançar de cabeça por Felicity confirmando. – O que isso significa? Como aconteceu?

– Eu não sei. – Deu de ombros. – Eu não conseguia ficar mais no mesmo o ambiente com ele, ele está tão confuso.

– Ele não se lembra de num de nós... – Falei absorvendo o que ela dizia. – Não aceita receber nenhum de nós e é visto com Laurel?

– Acredite em mim, estou bastante chateada com isso também. – Cruzou os braços.

– Ollie foi visto com Laurel? – Sara perguntou incrédula. – Ela só está esperando o momento certo para dá o bote então.

– Você percebe que ela é sua irmã? – Perguntei divertido a final ela devia está defendendo a irmã. Sara percebeu meu ponto por que deu de ombros e sorriu para Felicity.

– Eu adotei Lis como irmã. – Desceu da mesa.

– Estou preocupada. – Felicity falou.

– Por Melaine. – Deduzi. Ela assentiu.

– E se chega aos ouvidos dele? – Perguntou apreensiva. – Eu nunca tive a intenção de esconder Mel do pai, mas e se ele pensa o contrário? Eu não sei como chegar até ele e contar que temos uma filha, vocês precisam vê-lo, ele está uma bagunça.

– Há quanto tempo ele está com essa amnésia? – Perguntei.

– Ele não me falou. – Negou. – Dei meu número a ele para conversarmos, ao que parece sua mãe anda interceptando suas visitas, suspeito que foi assim que Laurel conseguiu seu passe VIP na mansão. Vou me encontrar com ele amanhã.

– Eu sempre achei pensei que ele devia saber sobre Mel, mesmo quando Tommy me contou que Ollie estava agindo como um babaca, que não havia te procurado. – Sara suspirou.

– Moira deixou tudo mais difícil. - Comentei. – Felicity me encarou mordendo o lábio, um pedido vinha dai, tenho certeza.

– Procure-o. – Pediu. – Ele precisa do seu melhor amigo.

– Ollie não é uma criança. – Meneei a cabeça. – Por mais que Moira tenha interferido... Thea deve ter comentado sobre mim, ela me conhece, ele pode está desorientado, mas não explica quatro meses de silêncio.

– Tommy. – Sara ficou em minha frente e se agachou encarando-me diretamente. – Pense em um Oliver que não reconhece ninguém, portanto não confia em ninguém, imagine que sua única fonte de confiança se resume a Moira, sua mãe. Quem pensaria que não é possível confiar na própria mãe? Marque um encontro com ele. – Pediu. – Depois de ter visto Felicity deve estar mais acessível.

– Ele não se lembra de nada? – Perguntei voltando a encarar Felicity.

– Ele disse que sonhava comigo. – Confessou depois de ser mãe Felicity ainda conseguia corar como uma colegial. – Mas parecia confuso sobre isso. Parece que Thea fala com ele sobre nós. – Acrescentou. – Ligue para Thea, marque um encontro.

– Ok. – Concordei recebendo um abraço de Sara. – Alguém precisa colocar juízo naquela cabeça.

– Ótimo. – Sara sorriu se levantando. – Agora preciso ver minha sobrinha favorita.

– Você só tem uma. – Felicity brincou. – Ela está me esperando para o almoço, que vir comigo? – Sara assentiu empolgada.

– Eu não recebo um convite? – Perguntei indignado.

– Pela quantidade de papéis na mesa eu diria que sua resposta seria “não”. – Felicity observou.

– Você está certa. – Concordei. – Mas a visitarei nesse fim de semana. – Prometi.

– Isso é bom. – Felicity abriu um sorriso enorme.

– Por quê? – Perguntei temendo ser usado para um chá com bonecas novamente.

– Por que Caitlin estará vindo para SC esse fim de semana. – Piscou. Como sempre apenas a menção de seu nome fez com que eu me mexesse inquieto, anos se passaram e eu permanecia totalmente ligado a ela. Eu me perguntava quando isso mudaria. – Mais uma chance surgindo Tommy, quantas você precisará até tomar alguma atitude? – Felicity me perguntou antes de se despedir e ir embora acompanhada de Sara que havia me dado um último abraço, mesmo quando voltei a encarar os papéis e juntado alguns que haviam caído no chão graças a Sara sua pergunta retumbava em minha mente, não estaria na hora de mudar isso?

POV OLIVER

Após a conversa com Felicity eu havia decidido tomar uma atitude, eu não podia mais confira em minha mãe, e pelo tom que Felicity havia usado ao que parece Laurel também não era uma boa referência, restava tão somente uma pessoa a quem recorrer, a que eu deveria ter recorrido antes, era por isso que eu estava agora no elevador do novo prédio de Thea, esperava encontra-la e poder conversamos pedir a ela que intervisse em um contato com Tommy, eu precisava de respostas, eu as queria antes de encontrar Felicity novamente.

Encontrar Felicity havia sido esclarecedor e confuso ao mesmo tempo, eu não a reconhecia, não com uma pessoa normal faria ao encontrar uma ex-namorada ou amor, ou até mesmo amiga, mas ainda assim eu sentia como se nunca houvesse nos afastados, o ciúmes de vê-la ao lado de Palmer veio naturalmente e ainda assim em uma onda de surpresa. Eu não tenho certeza de como estava nosso relacionamento quando parti, mas tinha certeza que ainda sentia algo por ela, eu não poderia nomeá-lo ainda, mas poderia afirmar que era o suficiente para não deixa-la ir com facilidade e isso me deixava mais confuso ainda, eu não me lembrava, mas cada parte do meu corpo grita que ela me pertence.

Parei em frente à porta do apartamento de Thea e toquei sua campainha um par de vezes, ela não respondeu, eu deveria ter ligado antes, mas quando sai da QC parei apenas para ir ao cais refletir por um tempo, em seguida resolvi vir aqui, estava me virando para ir embora quando escutei o som de objetos caindo do armário no fim do corredor, um pequeno gemido de dor me fez ir até lá.

Caminhei sem presa e abri a porta devagar, meu olhar desceu lentamente até encontrar lindos olhos azuis, não pude evitar sorrir ao reconhecer a pequena garotinha do outro dia, que estava nos braços do tio.

– Hey. – A cumprimentei percebendo que estava assustada. Ela se encolheu entrando ainda mais no pequeno armário observei os cabos de vassouras caídos no chão e percebi que ela havia os derrubado. – Você está bem? – Perguntei notando que segurava o braço, o brilho de lágrimas no olhar. Ela assentiu apesar de tudo, suspirei e entrei no armário pequeno, encolhendo minhas pernas. – Deixe-me ver. – Pedi. A contra gosto ela veio para o meu lado e me mostrou, uma pequena mancha se formava ali devido a pancada. – Está doendo? – Ela assentiu novamente.

– Você mora aqui? – Perguntou me observando atentamente.

– Não. – Neguei, ainda olhando o local. – Minha irmã Thea, ela mora. – Expliquei. – Onde está seu tio? – Perguntei preocupado, chegava a ser uma irresponsabilidade. – Ele sabe que está aqui?

– Tio Roy estava dormindo. – Respondeu.

– Como você saiu de casa? – Perguntei alisando seus cabelos loiros.

– Sin deixou a porta aberta quando saiu. – Respondeu. – Eu queria brincar no elevador. – Sorriu. – É divertido.

– Mas você não sabe em que andar está não é mesmo? – Deduzi.

– Sim.

– Qual o seu nome? – Perguntei a observando com interesse, ela era linda, seus olhos me fazia pensar nos olhos de Felicity, talvez por que os visse tanto em meus sonhos, ela tinha aquele ar de criança travessa e ainda assim adorável.

– Mel. – Respondeu antes de tocar minha barba, me surpreendi com seu toque e envolvi sua mão com a minha, ela apenas sorriu. – Qual o seu?

– Ollie. – Respondi. Toquei levemente seu nariz a fazendo rir. – Vou te leva-la para casa Mel. – Eu me lembrava de seu tio informando a Thea que estava no 17A, havia guardado o número na cabeça, pois queria ter alguém para contatar caso ela precisasse de ajuda. – O que você acha? - Duas covinhas apareceram junto com seu sorriso, ela era adorável. – Você gostaria?

– Sim. – Concordou assentindo com força, quando me ergui abri a porta e sai estendo minha mão para ela. Ela me observou atentamente. – Você é grande. – Observou, sorri com eu comentário e a ergui colocando em cima dos meus ombros, ela a riu deliciada com a brincadeira, isso poderia ser um problema, ela não deveria ser tão acessível a estanhos assim, ela segurava em minha cabeça com delicadeza.

– Prefere as escadas ou o elevador Mel? – Perguntei.

– Pelas escadas. – Pediu.

– Quer me fazer sofrer em coração? – Perguntei brincando, mas segui seu pedido, uma ponta de preocupação atingia minha cabeça, sua família devia estar preocupada, tenho certeza que a essa altura seu tio já havia acordado e estivesse a procurando, talvez seus pais estejam por ai sofrendo com sua ausência, desci os dois andares entre os apartamentos com pressa e ainda conversando com ela, quando parei de frente à porta toquei a campainha apenas uma vez antes que a porta se abrisse com rapidez e para minha surpresa encontrasse o olhar cheio de preocupação de Felicity, ela me encarou incrédula e encarou Mel em meus ombros, apenas no momento em que Mel emitiu um grito de alegria e a chamou de mamãe me dei conta do que significava.


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Notas finais do capítulo

Bem galerinha, espero que tenham gostado, com relações aos outros personagens espero que estejam notando que estou esclarecendo o que aconteceu com cada um a medida que os introduzo nos capítulos, ainda haverá "SnowMerlyn" (Como alguns chamam) de cinco atrás contado através de flashbacks e entre outras informações, espero o feedback de vocês nos comentários... Xoxo LelahBallu.