Fuckin' Perfect escrita por LelahBallu


Capítulo 14
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

Então pessoas, como comentei em "Redenção" esse capítulo estava marcado apenas para o dia 29.07 mas consegui adianta-lo, espero que vocês goste, tive que corta-lo, por que senão ele ficaria muito grande, mas espero que esteja ao gosto de vocês.



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Não se pode brincar com o destino. Essas palavras vinham em minha mente enquanto eu olhava aturdida de Mel para Oliver, minha cabeça estava girando e eu escutava o martelar do meu coração nos meus ouvidos, sai da minha inercia quando Oliver moveu-se para descer Mel de seus ombros, sem nunca tirar seus olhos de mim, meus abraços se abriram automaticamente para recebê-la dos seus e envolve-la em um abraço protetor.

– O que aconteceu? – Perguntei olhando a pequena mancha em seu braço.

– Eu a encontrei em um armário. – Oliver falou. Respirei fundo absorvendo o que dizia. – Acho que machucou o braço lá.

–Mamãe este é Ollie. – Mel falou com um sorriso, tentei me concentrar em seu rosto em vez do olhar perplexo e talvez acusatório de Oliver. – Ele é meu novo amigo.

– Mel? – Escutei a voz de Roy vindo do corredor, ele havia saído para procura-la, sentia-se culpado pelo seu desaparecimento. – Oh graças a Deus. – Murmurou envolvendo seu rosto com uma mão, ela piscou confusa, ela não entendia que o que havia feito tinha nos deixado desesperados, eu era vagamente ciente de que Sara observa tudo do canto da sala e que Oliver permanecia nos encarando fixamente, finalmente ergui meu olhar do rosto de Mel encarei o de Oliver, oh Deus ele estava furioso.

– Roy. – Escutei Sara o chamar. – Que tal se nós dois levarmos Mel para tomar um sorvete?

– Mas ela vai almoçar. – Ele protestou, era fofa a forma como Roy havia assumido os cuidados de Mel.

–Eu quero sorvete. – Mel sorriu empolgada com a ideia, se mexeu para sair dos meus braços, a desci para que ela saísse correndo até Sara que a abraçou com um sorriso.

– Só hoje. – Sara falou se ajoelhando em sua frente. – Por que a tia Sara acabou de chegar e estava morrendo de saudades desse anjinho. - A observei encarar Roy que se aproximou, em todo o momento eu sentia o peso do olhar de Oliver sobre mim, mas dei atenção a breve conversa entre os dois, fugindo por alguns instantes do que estava prestes a enfrentar.

– Você vem mamãe? – Mel perguntou com expectativa.

– Vão na frente. – Sorri. – Eu preciso conversar com seu amigo.

– Ollie. – Corrigiu-me.

– Sim. – Concordei. – Depois eu alcanço vocês.

– Ollie vai também? – Ela perguntou o encarando, eu mesma desviei meu olhar para ele. Ele piscou brevemente como se saindo de algum pensamento interno e depois de respirar fundo se concentrou em Mel, se aproximou dela e abriu um sorriso, Mel possuía esse sorriso, era tão dele, que muitas vezes eu apenas ficava maravilhada a observando e lembrando-me dele.

– Não hoje coração. – Falou se abaixando e beijando ternamente sua testa, senti meu coração se encolher com o gesto. – Em um outro dia. Eu prometo.

– Vamos Mel. – Sara a chamou da porta, logo seu olhar foi até Oliver. – É bom te ver Ollie, eu espero que logo possamos voltar a ser o que éramos antes. Você fica bem de terno a propósito. – Falou antes de fechar a porta atrás de si acompanhada de Roy que havia colocado Mel em seus ombros, tal como Oliver havia feito antes. Quando por fim parei de encarar a porta que já havia sido fechada há alguns segundos engoli em seco e enfrentei o olhar de Oliver. Ele me encarava confuso, talvez pelo o que Sara havia dito, demorei um pouco a compreender que Sara também havia sido uma desconhecida para ele.

– Ela é Sara. – Falei. – Você a conhece quase tanto tempo quanto...

– Tommy. – Falou. – Thea me contou, assim como Laurel...

– Laurel. – Assenti com desgosto. – É claro que de Laurel você lembraria.

– Eu não disse isso. – Protestou.

– Então você não se lembra de Laurel? – Perguntei.

– Não. – Confirmou.

– Então por que você saiu em cada jornal e revista com ela agarrada em seu braço. – Perguntei com o os braços cruzados deixando aquele meu lado ciumento surgir, era de Laurel que estávamos falando, eu gostava dela agora, tanto quanto gostava dela há cinco anos.

– Não é isso que está sendo discutido. – Sua voz se alterou. – Eu quero falar sobre Mel. – Soltei meus braços ao longo do corpo em derrota, eu não poderia adiar essa conversa, não importa se tudo o que eu queria fazer era me esconder. – Ela é minha não é?

– Eu vou levar em conta o fato de que você não se lembra de nada do que passamos. – Falei em um só fôlego. A pergunta machucava, mesmo sendo natural em seu atual estado. – Sim, Oliver. Melaine é sua filha, ela é nossa filha.

E ao escutar a frase ele deu alguns passos para trás como se tivesse sofrido um soco, e talvez tenha sido essa a sensação, suas mãos foram para a cabeça. Seu semblante mostrava toda a confusão que sentia. Eu fiquei comovida, em pensar de ver um homem tão grande, tão forte, em um estado tão confuso.

– Oliver... – O chamei preocupada, ele meneou a cabeça e se afastou. – Oliver, por favor, mantenha a calma. – Pedi ao perceber que ele se movia inquieto. Sua mão se fechou em um punho e se ergueu em um rompante de raiva indo de encontro a um vaso o jogando longe, estremeci ao ouvir o barulho dele se chocando a parede. – Oliver pare!

– Droga Felicity! Você não pode me manter a calma, eu tenho direito a está com raiva, eu estou furioso! – Gritou. Voltei a estremecer de forma involuntária, Oliver nunca havia ficado com raiva de mim. Não desse jeito, isso me deixava triste, era algo bom que Sara e Roy houvessem levado Mel para um passeio e nos deixado a sós, ela não entenderia por que seu mais novo “amigo” estaria gritando com sua mãe, ela não conseguiria entender que de certa forma ele estava certo. – Até alguns meses eu era um cara simples, que havia criado uma nova vida para si, que não tinha família, amigos... Nenhuma ex-namorada que eu havia deixado para trás, eu não tinha uma filha! – Encarou-me. Seus olhos com o brilho de lágrimas que não se permitia derramar, ele estava no limite, eu podia ver isso. – Uma filha. – Sua voz se fez mais suave, seu tom saía inclusive um pouco... Admirado. – Eu tenho uma filha. – Voltou a levar às mãos a cabeça. – Deus! – Sentou pesadamente no sofá mantendo a cabeça baixa. Aproximei-me hesitante quanto ao seu humor. Ele estava indo de um extremo ao outro muito rápido. Eu podia entender era muita coisa sendo jogada em sua cabeça em apenas um dia.

Toquei seu ombro ainda com hesitação, e sentei-me lentamente ao seu lado, era estanho, tudo que eu queria era abraça-lo, mas eu temia assusta-lo, eu não podia mais fazer isso, Oliver não era meu para abraçar. Quando ergueu sua cabeça e seu olhar encontrou o meu, não pode resistir de acariciar seu rosto, sentindo os pelos curtos de sua barba, era novo para mim, deixava-o com o rosto mais forte e másculo, o fato dele não ter se afastado havia feito com que meu coração se enchesse de alívio. – O que ela sabe de mim? – Perguntou por fim. – Suspirei com sua pergunta.

– Ela é muito pequena Oliver, ela pergunta pelo pai mais logo esquece. – Dei de ombros. – E só o faz quando vê outras crianças com um.

– Você nunca falou de mim?

– Uma vez. – Confessei. – Eu disse a verdade, que você estava morto. – Minha voz tremeu ao dizê-lo, eu havia explicado, ou ao menos tentando, pois era difícil abordar esse assunto com uma criança, ainda mais do tamanho de Mel, não havia sido há muito tempo, pois suas perguntas haviam sido recentes, e poucos dias depois ela voltou a perguntar.

– Quando você ia me contar? – Afastei meus dedos de seu rosto e suspirei.

– Amanhã. – Dei de ombros. – Pensava em falar com você com mais calma, esclarecer algumas coisas. – O encarei pensando se devia ou não abordar no momento sobre sua mãe. – Oliver... O que sua mãe falou sobre mim? – Ele franziu o cenho ao escutar a pergunta.

– Eu te falei, ela me disse que havíamos terminado. – Deu de ombros. – Talvez tenha entendido algo que eu disse de forma errada ou...

– Ela mentiu. – Afirmei deixando um pouco de minha raiva sair junto às palavras. – Nós não terminamos, não brigamos, nem você pode ter deixando-a entender errado. – Falei com convicção. - Ela pode ser sua mãe Oliver, e sinto muito ter que falar isso, mas ela o está manipulando. – Ele moveu-se inquieto com o que disse. – Ela sabia sobre Mel. – Confessei. – Ele me olhou incrédulo e ergueu-se se afastando. – Oliver...

– Ela teria me contado. – Protestou.

– Eu fui até ela. – Ergui-me também o seguindo. – Eu fui até sua casa, no momento em que descobri estar grávida, eu não queria, eu sabia... Sentia que isso não poderia dar certo, mas Sara insistiu, disse que era melhor eu contar a ela, ao menos para minha consciência. – Tentei controlar meu fôlego. – Então eu contei.

– O que ela te disse? – Perguntou em tom brusco.

– Oliver. – Meneei a cabeça não querendo repetir as palavras vazias de Moira. – É melhor você falar com ela.

– Para ela mentir? De novo? – Perguntou ríspido. – O que ela disse?

– Oliv..

– O que ela disse Felicity? – Gritou se aproximando em rápidos passos.

– Eu não penso que você está e condições de escutar qualquer outra coisa hoje. – Cruzei os braços me negando a ser o motivo de uma briga entre eles dois. Eu falei sobre Mel e sobre o fato que Moira sabia sobre Mel por ele, e pela proteção da minha própria filha, mas eu não seria aquela que levaria fofoca.

– FE-LI-CI-TY. - Murmurou sem paciência. Só então percebi o quanto ele havia se aproximado, e o quanto eu mesma havia me atraído, seu rosto estava muito próximo, e como se ele mesmo houvesse percebido isso seus olhos desceram até meus lábios, voltando a fixar em meus olhos logo em seguida.

– Boa sorte com isso. – Falei. – O lance de intimidar nunca funcionou comigo antes, não vai ser agora que vai funcionar.

– Eu preciso saber. – Murmurou com a voz rouca. – Eu preciso saber em quem confiar.

– E você aceitaria o que eu dissesse? – Perguntei em tom baixo. – Você faria isso?

– Sim. – Disse em um som fôlego.

– Então confie em mim. – Pedi em um fio de voz.

– Eu já o faço. – Respondeu sem hesitar. Sua mão envolveu meu rosto, o polegar acariciando minha bochecha. – Você não entende? Eu já confio em você.

– Oliver você precisa ir para casa. – Falei tentando ignorar o quanto aquela caricia mexia comigo. – Você precisa conversar com sua mãe, perceber por si só o rumo que tem que tomar, talvez você deva inclusive sair daquela casa, você tem a sua irmã, eu nunca a conheci, mas o pouco que você me falou sobre ela me faz pensar que ela é uma boa pessoa, escute ela. – Inclinei minha cabeça o encarando. – Converse com Tommy e Sara, antes de qualquer um, eles o conhecem melhor do que eu.

– O que faremos quanto a Mel? – Tão logo sua pergunta foi feita eu escutei o barulho de trinco soar atrás de mim. Afastei-me dele constrangida e encarei Roy que nos olhava confuso.

– Não tinha sorvete. – Ele falou simplesmente.

– Onde está Mel? – A pergunta deveria ter soado da minha boca, mas foi Oliver que havia soltado.

– Você é o irmão de Thea não é mesmo? – Roy perguntou a ele ignorando sua pergunta. Franzi o cenho, eu não sabia que Roy conhecia a irmã de Oliver. – Ela é a nova garota de quem Mel falou ontem. – Ele explicou notando minha confusão.

– Sua irmã mora nesse prédio?- Perguntei incrédula. Ao mesmo tempo em que Roy voltou seu olhar para Oliver.

– Obrigado, por ter encontrado Melaine, estávamos muito preocupados.

– Ela não deveria está só. – A recriminação foi à resposta dura de Oliver o fuzilei com o olhar ao observar Roy assentir culpado.

– Ele não tem culpa. – Falei para Oliver que apenas assentiu com mandíbula cerrada. – Onde está Mel? – Perguntei encarando Roy agora.

– Sara pediu para eu subir primeiro, ela já deve estar subindo. – Deu de ombros. – Eu não tinha certeza do por que disso, até perceber o clima tenso... O que está acontecendo aqui? Ele está te incomodando?

– Oliver já está indo. – Falei para Roy. – E ele não está me incomodando.

– Eu queria conversar com Mel. – Confessou em tom baixo dando as costas a Roy. – Não conversar sobre o que falamos aqui, eu só queria... – Deu de ombros.

– Eu entendo, mas é melhor você resolver algumas coisas antes. – Segurei seu antebraço. – Eu juro que você sempre será bem vindo a ter contato com Mel, mas eu preciso que você esteja mais calmo, e um pouco mais ciente do que aconteceu conosco, de como era com seus amigos.

– Está bem. – Assentiu antes de se virar e se despedir com um aceno de Roy. – Eu vou ligar. – Falou para mim, e então saiu deixando apenas eu e Roy.

– Você vai me explicar o que está acontecendo? – Roy perguntou. – Por que eu confesso que estou bem confuso. Quem é ele?

– Apenas o pai de Mel.

POV OLIVER

– Onde está minha mãe? – Perguntei a Raisa assim que cheguei em casa, ela me encarou assustada com meu tom, dizer que eu não estava de bom humor era pouco. Descobrir que minha mãe escondia que Felicity havia me procurado não havia me abalado tanto quanto descobrir que ela sabia sobre Mel, que ela havia escondido isso de mim, que havia escondido minha filha.

– Ela saiu. – Raisa me informou. – Já faz algum tempo. Posso ajudar em algo? – Perguntou com seu semblante simpático. Meneei a cabeça em negativa, eu ainda estava tenso da “visita” ao apartamento de Felicity e a pequena descoberta que tinha feito. – Bem, sendo assim a senhorita Lance o aguarda na sala ao lado. – Voltei a encarar Raisa que havia dito isso em um tom menos acolhedor, esse era um outro problema com o que lidar, Laurel. Ela havia se aproximado desde o momento em que eu havia retornado a Starling City, sempre prestativa, me dando informações sobre como era às coisas antes, nestes resumos notava-se que ela sempre foi o grande foco, sempre falava que éramos muito amigos, e que mais tarde chegamos a namorar, chegando a nos separar somente no final do primeiro semestre que estive na Universidade de Central City, que havia sido uma decisão de ambas as partes e que desde então seguíamos sendo amigos, quando perguntei sobre Felicity, uma vez que Thea já havia falado sobre ela, Laurel franziu os lábios e disse que havíamos sido amigos e que havia rumores de que namorávamos, mas ela não deu muita importância, comentou que eu havia namorado muitas garotas lá e que provavelmente Felicity não havia sido nada de especial.

Mantive meus sonhos para mim, eram particulares, não acreditei quando ela disse que Felicity havia sido uma outra relação qualquer, mas não pude mantê-la afastada, por que minha mãe havia aconselhado a manter esse gancho com o passado, ela disse que Laurel era alguém confiável, eu havia sido tolo. Se minha própria mãe não era o que fazia Laurel ser?

– Ollie. – Laurel sorriu a me ver entrar na salda de visitas, ela caminhou serenamente até a mim e plantou um beijo em minha bochecha. Inclinei-me afastando-me do contato, ela franziu o cenho estranhando minha reação. – O que está errado? Eu soube que você teria uma reunião hoje, espero que não tenha sido muito confuso para você.

– Não houve reunião. – Falei me sentando no sofá.

– Não? – Repetiu. – Por que não? - Sentou em meu lado se aproximando, quando Felicity havia feito isso não havia parecido invasivo, mas quando Laurel o fez... Soou errado. – Eu sei que você estava incerto sobre isso, mas assumir a QC é o que você precisa fazer agora Ollie, você precisa de um foco, se concentrar no que você tem. Esqueça o que você perdeu. – Escutar isso trouxe à tona a raiva que estava fermentando dentro de mim, que era para minha mãe, mas se estendeu para Laurel em um piscar de olhos. Ergui-me e me afastei a surpreendendo.

– Como minha filha? – Perguntei ríspido. Ela sequer piscou, ela engoliu em seco e meneou a cabeça.

– Filha? – Perguntou soando confusa, por um momento muito breve acreditei em sua confusão. – Você não tem uma filha.

– Você sabia não é mesmo? – Perguntei tendo certeza. – Você sabia sobre Mel.

– Você não tem direito de estar zangada comigo Ollie, se você precisa estar com raiva de alguém é de Felicity. – Seu tom era azedo ao falar nela. – Ela escondeu sua filha.

– Então agora eu tenho uma filha e Felicity a escondeu? No que devo acreditar Laurel? – Gritei.

– Não nela. – Seu rosto havia se tornado uma máscara. –Não é apenas por que uma mulher diz que você tem uma filha que você deve acreditar, ainda mais nesse estado, ela está o usando Oliver, provavelmente ela está te empurrando uma bastarda. – Respirei fundo tentando controlar a raiva que nublou minha mente ao escutar a insinuação. – Você precisa confiar em mim.

– Eu posso não está no meu melhor julgamento de pessoas nesses últimos meses, mas não vou cometer o erro de confiar em você novamente, em nenhuma de vocês duas, nem você, nem minha mãe! – Falei antes de me virar para sair do lugar, mas parei em brusco ao me deparar com o olhar atônito de minha mãe.

– O que está acontecendo aqui Oliver? – Perguntou sem perder sua elegância que eu havia notado fazer parte de si no momento em que eu a vi.

– Felicity colocou coisas em sua cabeça. – Laurel falou em tom ácido.

– Eu vou pedir apenas uma vez para que você não toque no nome dela. – A encarei erguendo minha mão em alerta. Voltei meu olhar para minha mãe que havia perdido a compostura por uns míseros segundos.

– Presumo que você encontrou essa garota... Felicity, hoje. – Ela falou se aproximando.

– Sim. Por que se fosse por seu desejo eu não a teria encontrado nunca. – A acusei.

– O que você esperava meu querido? Você a encontra apenas uma vez e já retorna transtornado para casa, essa garota não faz bem para você.

– Eu não sou um adolescente, você não pode manipular minha vida dessa forma, e muito menos esconder de mim uma filha! – Gritei. Ela recuou apenas um passo antes de erguer a cabeça em desafio.

– Tolices. Você não pode afirmar de fato que essa menina é sua. – Voltou a se aproximar ignorando o fato que meu desejo era o oposto. – Oliver meu querido, ela está apenas querendo encobrir algum erro do passado, provavelmente ela sequer sabe quem é o pai dessa criança, você pode ter deitado com ela, mas duvido muito que tenha sido o único.

– Em respeito ao fato de que você é minha mãe eu vou ignorar o que acaba de dizer. – Falei em tom baixo e frio. – Mas em nenhum momento ouse insinuar novamente o que disse, não fale assim novamente de Felicity, eu confio nela, muito mais do que qualquer uma de vocês duas.

– Isso é ridículo! – Laurel falou saindo de seu estado de observadora. – Você vê essa garota apenas uma vez e ela vira santa?

– Cala a boca! – Gritei fazendo com que ela se encolhesse.

– Oliver! – Escutei o protesto de minha mãe.

– Eu vou embora. – Laurel falou recolhendo sua bolsa. – Você está muito alterado e provavelmente irá se arrepender mais tarde. Conversamos em outro momento.

– Eu duvido muito disso. – Falei em tom baixo, ela franziu os lábios em irritação e se despediu da minha mãe com um beijo rápido em seu rosto.

– Eu não acredito que você falou assim com Laurel. – Recriminou-me quando Laurel já havia saído.

– Eu não acredito que você escondeu Melaine de mim. – Retruquei.

– Por Melaine você quer dizer sua suposta filha?

– Ela é minha filha. – Ressaltei com convicção.

– Você não pode estar tão certo disso. – Protestou. – Você sequer lembrava-se de seu sobrenome há poucos meses.

– Você sequer quis vê-la? – Perguntei decepcionado. – Todo esse tempo... Nunca sentiu curiosidade? Nunca quis conhece-la?

– Por que eu iria querer conhecer a filha de uma desconhecida?

– Por que ela é sua neta!

– Eu me nego a acreditar em tal mentira.

– Se fosse Laurel... Você teria ficado feliz não é mesmo? Se essa filha fosse de Laurel? – Perguntei já sabendo da resposta.

– Laurel é do nosso meio, eu a conheço desde pequena, ela era para ser a futura Senhora Queen. – Falou sem alterar sua fisionomia.

– Thea estava certa... – Meneei a cabeça não acreditando no que eu estava escutando. – Eu não deveria continuar aqui.

– Oh, por favor, Oliver. Não vai demorar muito para Thea retornar para essa casa. – Falou com deboche. – Sua irmã é tão independente quando um filhote que ainda está sendo amamentado.

– Você pode se surpreender. – Falei me afastando já com o intuito de ir para o meu quarto e fazer minhas malas.

– Para onde você vai?

– Embora. – Falei sem me virar. – Não vou ficar mais aqui.

– Você está indo embora por ela? – Perguntou incrédula. Virei-me para encara-la.

– Eu estou indo embora por mim.


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Notas finais do capítulo

Bem, aguardo o feedback de vocês... Xoxo LelahBallu