Alma Gêmea escrita por Yumenaya


Capítulo 22
Um novo amigo




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   O novo aluno (e vampiro) Bruno Watermaler estava com o olhar fixo em mim durante toda a aula, o que me deixou um tanto quanto perturbada. Seu olhar capturava cada parte de mim. Cada sentímetro meu parecia estar sendo dominado por ele.
   No caminho para a próxima aula Edward murmurou:
   - Não gostei dele... - sussurrou, chegando mais perto de mim.
   Eu tremi de susto.
   - Qual é o problema? - minha pergunta, tornou-se sarcástica.
   - É que sabe esse garoto? O Watermaler? - eu assenti e ele continuou - Acho que ele está interessado em você.
   - E desde quando você acha alguma coisa, Edward? - Perguntei imaginando que ele havia entrado na mente do novo garoto, então ele não achava nada. Mas falar nesse assunto não ajudaria em nada - Mas isso não deve ser possível. Ele só deve estar impressionado com o fato de eu estar com outros vampiros. Acho que isso não deve ser normal de se ver. A maioria dos humanos sentem "medo" de vocês - dei de ombros - Nos vemos na próxima aula?
   Para a minha infelicidade a segunda aula não seria junto com Edward, nem com Alice. Nem cogitei a possibilidade de discutir sobre isso com o diretor, depois daquela cara feia que ele direcionou à mim. Vivi minha vida inteira sem Edward, porque não conseguiria nem imaginar ficar cinquenta minutos longe dele?
   - Sentirei a sua falta - disse, e me deu um selinho - nos vemos daqui à longos cinquenta minutos.
   Assenti, e continuei caminhando no sentido contrário ao dele. Peguei a minha apostila e abri ela, para que pudesse verificar qual seria a minha próxima aula. Geografia. Com a 'Dona' Isa. Cara, eu odiava aquela velha. Ela deu aula para a minha mãe, meu pai, minha avó, minha bisavó, minha família inteira! Não sei porque continuava dando aulas, ela deveria aposentar e ficar em casa crochetando. Nada contra as idosas, mas é que ela é insuportável. E ah, ela tinha uma mania terrível de ficar mexendo o maxilar. Abria e fechava inúmeras vezes, e quando estava entediada mechia os braços feito uma galinha chocando. É terrível de se ver.
   - Sou Bruno. E você deve ser Aya Colucci. Fico feliz em te conhecer - O vampiro me cumprimentou formalmente ao chegar na sala, que estava totalmente vazia. Ele pegou minha mão e a beijou igual antigamente. Talvez fosse assim na época dele. Isso me deixou confusa. Ele sabia meu nome, mas como? Ninguém havia nos apresentado.
   - Sim, sou eu - eu falei, e acrescentei debilmente - Mas como sabe meu nome?
   - Bom, como você deve saber sou vampiro. Tenho super audição, e escutei o Edward te chamando. E além do mais, eu vi o seu nome na lista de alunos... Me fala uma coisa, o Edward falou para você que ele era vampiro? Sabia que isso é proibido, não é? Humanos não podem saber da existência de vampiros...
   Ele estava ameaçando? Quem ele achava que era para nos ameaçar? Interrompi ele no mesmo instante.
   - Isso não é da sua conta - Me virei para sair da sala de aula, e aguardar até que alguém chegasse. Não queria ficar sozinha com ele.
   - Espere - ele me agarrou pelo pulso - Não queria ser intrometido, sinto muito.
   - Me solte - agitei meus braços, como uma forma tola de me soltar. Ele me soltou, e acrescentei ríspida - O que você quer?
   - Como soube que eu sou um vampiro?
   - Pela cor da sua pele... - para quê ele queria saber daquilo? - E também pela cor dos seus olhos.
   - Meus olhos - Ele repetiu.
   Por algum motivo inexplicável, não conseguia me movimentar. Era como se eu estivesse sendo atraída para perto dele, algo que me mantesse próxima à ele.
   - Há quanto tempo está assim, sem beber sangue humano? - a pergunta saiu da minha boca.
   - Deve fazer uns quarenta anos. É claro que de vez em quando eu trapaceio, mas o máximo que chego é uma vítima por semestre.
   Apenas assenti e tentei evitar pensasr nos humanos que ele havia matado nesses quarenta anos. Olhei para os olhos de Bruno e eles estavam no ocre mais claro que eu já vira, mais claro até que o dos Cullens quando eles voltam da caçada.
   - Você tem um cheiro muito bom, sabia?
   - Hmm, obrigada, eu acho - murmurei confusa. Não sabia se vindo dele aquilo seria um elogio, ou outra coisa. No caso do Edward queria dizer sem sombras de dúvidas sobre um elogio.
   Dei um passo para trás.
   - E você? Qual a sua incrível história? - Ele perguntou interessado.
   - Com certeza não é nem de perto tão emocionante quanto a sua - falei dando de ombros. Ele sorriu para me encorajar a continuar. - Certo. Eu sou uma adolescente normal, só um pouco revoltada. Minha mãe é uma cantora famosa, e meu "pai" sendo um importante empresário da moda internacional me obrigou a estudar nesse convento para melhorar a minha educação. Pronto.
   Na minha história não tinha nada de especial, afinal, quem iria querer saber da vida de uma garota normal que se apaixona por um vampiro? Sem falar na parte que descubri que sou a reencarnação da Bella Swan. Tinha certeza que nada disso interessaria há um vampiro.
   - Até que... - ele tentou me encorajar novamente.
   Suspirei fundo entendendo que ele não desistiria e lhe passei alguns detalhes.
   - Até que os Cullens apareceram na minha vida, e eu me apaixonei por Edward - nesse momento percebi que ele não gostou do que havia escutado, pois uma expressão de... Dor? Passou por seu rosto rapidamente - E então eu descubri que eu era a reencarnação de uma garota que morreu há cem anos atrás. 
   - Deve ter sido difícil saber da existência de nós - Não soube o por quê dele falar nós e não vampiros. Foi então que reparei que a sala estava cheia. 
   Arregalei meus olhos, como não tinha percebido a presença deles? Me sentia tão envolvida naquela conversa com Bruno. 
   - Por favor meus queridos, sentem-se - Ela colocou o seu material na mesa, então se virou para nós - Me chamem de Dona Isa. Sou a professora de Geografia, e na minha aula não quero conversa. Assim que a aula for terminada, façam as tarefas. O meu lema é o seguinte: "Aula feita, tarefa feita". E ah, não estarei avisando quando irei dar os vistos, por isso é melhor deixá-los sempre em dia. Bem, é só isso.
   Passei o resto da aula conversando com Bruno discretamente, ele sentou-se ao meu lado. E como sempre acontecia a Dona Isa nem havia percebido. Depois da sua explicação ela começou a fazer ginástica com seus lábios. Escutei risadas abafadas atrás de mim. Então, depois agitou os braços.
   - Ela está parecendo uma galinha chocando, não? - sussurrei para Bruno.
   Ele sorriu.
   - Você não gosta dela - ele afirmou.
   - Pelo que sei, ninguém suporta ela - abri um sorriso.
   Tentei ser educada e convidei o Bruno para se sentar comigo e com os Cullens na hora do almoço - embora, soubesse que Edward não gostaria nenhum pouco -, mas ele achou melhor não. 

   Na hora do almoço, enchi a bandeja de comida, e segui para a mesa. Os Cullens já estavam lá, com suas bandejas cheias de comidas.
   Em um momento, Edward rosnou baixinho, interrompendo a minha conversa com Alice e Rose. Alice olhou feio para ele, e eu perguntei:
   - O que foi?
   - Nada - disse Edward.
   - Nada não é.
   - Aya, não me pergunte, ok? Fique perto de mim.
   Ok, ele estava muito estranho. 
   Mas o que ele pediu não se procedeu. Num momento, quando fui jogar o resto do conteúdo da bandeja, fiquei sozinha. E desejei nunca ter feito aquilo. Para que eu fizera aquilo?


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Notas finais do capítulo

Me desculpem pela demora... Mas é que estou muito atarefada, tarefas, provas, trabalhos, ajudar em casa, ou seja, minha vida está muito corrida. Tentarei organizar as coisas e escrever um dia sim, um dia não. 
Mas, e então estão gostando? Comentem!
 
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