Quando eu estava dando meia volta, apareceu um cara com uma camiseta de futebol e com o cabelo preto desarrumado, e me olhou com um sorrisinho de "você é minha". Para minha surpresa nunca tinha reparado na presença dele. Aquele seu sorriso me deu vontade de vomitar, sério. Ele estava encostado na parede.
   - Oi gatinha - Sim. Essa foi a primeira coisa que ele me disse. Que tipo de pessoa em sã consciência começa uma conversa com alguém que você nunca viu na vida desse modo?
   - Não enche - Falei me esgueirando dele. Se ele me perturbasse eu gritaria com ele.
   Tentei seguir em frente, mas ele "não deixou". Eu o empurrei com toda a força que eu tinha.
   - Saí da minha frente, agora! - Gritei e lhe lancei um olhar maligno.

EDWARD'S POV
   Quando eu vi aquele ser desprezível perto de Aya, a primeira coisa que fiz foi sair da cadeira e seguir até lá. Mas aquele dia não estava bom, e eu vi na mente de Alice que Aya não seria a única assediata.
   Duas mesas à frente, uma garota com um decote quase até o umbigo, e o cabelo loiro encaracolado aproximou e disse:
   - Sou Sol. E ai? Sabia que você é muito gato? Como se chama? - Ela me interrogou. "Como ele é gato! Esse seu corpo escultural... esses cabelos, ele com certeza é o charme em pessoa. Ele será meu." Nem me dei o trabalho de lhe responder porque o meu objetivo era um só, e eu teria que impedir aquele garoto se aproximar ainda mais da minha Aya.
    Notei que o Bruno Watermaler, o vampiro também vegetariano se aproximou de Aya, para ajudá-la. Mas ver aquilo não me agradou nenhum pouco. O que ele queria com ela?

   - Algum problema? - ele disse dirigindo à Aya.

   - Ei, eu tô conversando com ela, cara! - exasperou o garoto, Michel. Que estava pensando em várias maneiras de agredir o vampiro, coitado...
   Pasei pela menina, que ficou com cara de tacho, e cheguei onde se encontravam Aya, Bruno, e Michel.
   - Eu sou o namorado dela - Disse, com a maior aspereza.
   - Te encontro na saída, gata - Michel murmurou ainda cheio de si, e também de esperanças.

   "Você ainda vai ser minha" Michel completou mentalmente. Como ele não havia percebido que Aya não tinha nenhum interesse por ele? Era cego? Absolutamente não. Ele nesse aspecto era parecido com Diego Bustamante. Achava que todas as garotas cairiam aos seus pés, mas isso não se aplicava a Aya, que - para minha completa sorte - detestava eles.
   - Vai sonhando... - Aya disse e em seguida fez um ruído de nojo - Eu mereço!

AYA'S POV.

    O que eu havia feito para merecer um ser daqueles? Que saco, o garoto achava que eu ia dar bola para ele, e ainda por cima o abusado me chamou de gata! Ah, se eu encontrasse com ele de novo, ele ia ver. Eu ia rodar a baiana. Se ele achava que ia me tratar como trata as vagabas da escola ele estava muito enganado. Comigo ia ser diferente, e como!
   Mas preciso comentar que fiquei surpresa com a ajuda que Bruno me deu. Nunca achei que ele ia se manifestar, na verdade pensava que ele não ia nem perceber o que estava ocorrendo. Mas para minha sorte ele era um vampiro. Cheio de super poderes.
   - Ãh, obrigada Bruno - falei sem jeito. Mal conhecia ele, mas eu sentia algo por ele. Não era amor, era mais como se ele fosse um... melhor amigo? Talvez. Nunca fui de me envolver em amizades, o único que eu tive maior envolvimento foi com Jake.
   - Se precisar de ajuda é só me chamar - ele disse gentil, na verdade gentil demais.
   Me virei e vi Edward me encarava encostado na parede, que a poucos segundos atrás fora ocupado pelo jogador de futubol. Seus músculos do peito estavam contraídos pro ele estar de braços cruzados. Seu rosto estava sério e seus olhos negros revelavam alguma emoção que eu não entendia. Até que percebi que podia ser ciúmes. Não pude impedir que um pequeno sorrisinho saísse dos meus lábios.
   - Edward, este é Bruno Watermaler. Bruno, Edward Cullen.
   Nenhum dos dois se moveu, ficaram apenas se encarando.
   Olhei bem para cada um. O rosto fino e branco como gesso de Bruno estava empinado como num tom de deboche e superioridade. Seus cabelos negros caídos em uma franja partida ao meu por dois redomoinhos que caiam sobre seus olhos.
   O rosto perfeito pálido de Edward também estava rígido e rude. Seus cabelos estavam bagunçados.    Percebi que não iriam falar nada então resolvi me intrometer. 
   - Edward, podemos conversar? – Sugeri, o ar ali estava tão pesado que era quase sólido. 

   - Claro. - respondeu naturalmente.
   - Bruno, nos vemos depois - abri um sorriso para ele, e o mesmo correspondeu com um sorriso estonteante.
   Eu fui lentamente caminhando até Edward, mas os dois não pararam de se encarar. Quando passei perto de Edward ele veio logo atrás de mim me segurando pela cintura, como se fosse para me segurar, evitar que eu fizesse alguma bobagem. Eu não acredito que aquilo tinha sido tão ruim. Achei que o Edward iria se divertir com aquilo também e não esperasse que eu largasse dele e fugisse com o cara para Las Vegas e me casar em um drive-tru. 
   Assim nos afastamos do refeitório Edward encostou-se a uma das pilastras e ficou encarando a mata à nossa frente. 
   - Aquilo foi definitivamente péssimo - disse iniciando uma conversa, porque pelo jeito ele não diria nada.
   Ele olhou para mim confuso. 
   Eu ainda podia ver o ciúmes em seus olhos. 
   - Não gostei dele. – Ele falou e depois voltou a olhar para a mata. 
   - Sério? Nem deu pra perceber. Você foi tão receptivo. – falei ironicamente. 
   - Sabe o quanto eu odeio quando fica irônica? – ele desencostou-se da pilastra e ficou de frente para mim. 
   - Não há motivos para ter ciúmes, Edward. 
   - Eu não... – antes que terminasse a frase eu apontei para o seu rosto e minha cabeça. Ele entendeu - Eu sei que não há motivos. Eu apenas não fui com a cara dele, certo? - ele cruzou os braços novamente - E aliás, quando falou com ele?
   - Na aula – respondi o óbvio. 
   - Disso eu sei. Quero saber o que e por que ele falou com você. 
   - Ele queria saber como sabia que ele era um vampiro. Só isso. 
   - Hm, ele escutou. Mas o que mais? – ele perguntou. 
   Apenas assenti. 
   - Ele só tentou ser simpático Edward. 
   - Você não imagina o que se passa pela mente dele, Aya.
   - Edward vivi toda minha vida sem você, não vai ser agora que irei virar uma boneca de porcelana! - rebati - Sei que pode ficar decepcionado, mas não sou igual a Bella anterior.
   Ele descruzou os braços e me olhou nos olhos. A culpa estava estampado em seu rosto.