The New Life escrita por Nephilim Imortal


Capítulo 2
Take out my Grief


Notas iniciais do capítulo

Esta história se passa depois do terceiro livro, mas é como se a Kelsey não tivesse sido sequestrada no quarto ok. Bom digamos que ela voltou para a Índia e ai Ren foi morto, vou explicar mais sobre isso ao longo da fanfic



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Vesti meu casaco de couro e levantei-me para mais um sábado. Tudo que eu queria era ficar em casa, trancada ali no meu ninho com meus pensamentos terríveis, mas já tinha passado tempo demais me punindo e de luto por tudo que eu tinha passado. Eu sabia que tudo ia dar errado no final das contas, bem, o que poderia dar certo quando você aceita um trabalho num circo, fica amiga do tigre, vai para a Índia com um estranho e ah, surpresa, seu tigre é um príncipe indiano gostoso de uns 300 anos amaldiçoado por quem você fica completamente apaixonada, afinal você é confusa o bastante para entender o sofrimento dele. Essa sou eu, ou pelo menos essa era eu.

Tanta coisa mudou em tão pouco tempo, há dois anos atrás eu era a garota que tinha perdido os pais em um acidente, inocente e sozinha para ser adotada. Agora eu sou a garota que perdeu o namorado num "acidente", inocente e sozinha. Eu devia admitir que Ren era mais do que um namorado, ele era parte de mim e não aquela coisa que toda garotinha fala quando está apaixonada, nós tínhamos uma corrente, por isso doia tanto.

Vestia leggings e um cachecol contra o vento, Oregon era frio em qualquer estação do ano. Coloquei os fones de ouvido no máximo em uma música do Linkin Park chamada "In the End", não era muito meu estilo, mas era uma boa música. Caminhei até o parque e me sentei num banco qualquer. Não me sentia bem, mas me obriguei a respirar um pouco de ar fresco, ver os passarinhos, as crianças com os pais. Falando em pais hoje era o dia em que eu jantaria com minha família, aquelas gororobas, tudo bem eu os amava, deveria aguentar.

Não suportei ficar lá. Minha playlist tinha acabado e eu estava bem cansada e com fome, não tinha tomado café. Caminhando na rua, senti uma tontura forte e tive que me apoiar num poste ali perto. Pensei que fosse desmaiar estava tudo girando, meu estômago embrulhado e minhas pernas fracas, praticamente não sentia o chão. Engoli em seco, respirei fundo, me endireitei e segui meu caminho.

Ao chegar em casa, sentei no sofá preocupada comigo. Nossa eu estava bem mal! Comi um pedaço de bolo, lavei o rosto e fui para a casa dos meus pais adotivos.

–Kelsey, querida! Que saudade.

Disse Sarah animada me abraçando forte, assim como os meninos.

–Trouxe presentes, Kelsey?

–Não meninos, eu não fui viajar só estou morando sozinha agora.

–Ah... Gostava quando vc vinha aqui com seu namorado, ele trazia muitoos presentes.

–É! Por que ele não vem mais aqui?

Sarah deu uma dura nos meninos, mas mesmo assim não voltei ao normal. O almoço todo foi um borrão, não era culpa dos meninos, mas eu ficava mal sempre que alguém tocava no assunto.

–Como está a faculdade? - perguntou Mike para quebrar o gelo.

–Bem

"Bem" é uma ótima resposta para tudo, pois evita futuras perguntas ou indagações relacionadas ao mesmo tema.

Depois de comer aquela comida estranha e sem sabor, nós sentamos em frente a nova TV, tela plana gigante. Mike trocava de canal a cada segundo e quando percebi já estava fechando os olhos.

>>>

Acordei assustada com meu celular tocando. Era Li, atendi rápido para não acordar ninguém. Todos haviam adormecido, Mike com o controle, não pude evitar e sorri.

–Alô?

–Kelsey, você não vem?

–O que?

–Você não lembra, né?

–hm...

–Hoje é o dia do jogo, com os meus primos, aquele que você gosta. Eu te avisei semana passada.

–Ah, isso claro! - tentei parecer animada – Li, estou na casa dos meus pais, vou até ai chego em duas horas tudo bem?

–Ok, nos te esperamos.

Eu sabia que ele estava sorrindo do outro lado da linha.

Deixei um bilhete escrito avisando que tive que ir embora e não quis acordá-los. Sarah ligaria mais tarde dizendo que ela precisava sim ser acordada para se despedir, não era como os meninos e muito mais coisa a repreendendo como se eu fizesse tudo errado. Desconfio que eu faça mesmo. Tomei um chuveiro rápido e me troquei, uma bata verde presa na cintura e jeans com rasteirinhas. Me olhei no espelho. Eu estava péssima. Decidi passar um pouco de maquiagem para esconder aquilo, mas logo que peguei a caixa me arrependi, pois toda a maquiagem guardada era presente de Ren. Era até difícil pronunciar seu nome agora.

–Ah, Ren!

Quase comecei a chorar, mas precisa sair de lá passei um mousse e um lápis de olho rapidamente e fui para o carro. Pela primeira vez em dois meses, eu não estava pensando em Ren no caminho. Pensava em Li e em meu relacionamento com ele. Será que eu estava usando ele? Será que estava machucando ele? Eu gostava muito dele, era um homem bonito e de caráter, mas nossas almas não tinham encaixado direito, não sabia explicar não queria magoá-lo, mas estava me apoiando demais nele.

Ao chegar a casa de sua avó começamos a jogar e eu perdi a primeira rodada, Foi divertido, mas eu não estava muito no clima, então disse que iria na cozinha ver se precisavam de ajuda.

–Mas Kelsey!

–Eu volto na próxima, joguem uma sem mim.

Todos os mais velhos estavam na sala assistindo ao jornal. Não era algo muito comum na casa de Li. As noticias, como sempre, pareciam ter sido escolhidas da pior maneira. Será que nada de bom acontecia no mundo, só tragédias?, Pensei, mas logo depois me arrependi. Minha própria vida não era uma prova de que mesmo chegando perto da felicidade, nunca a alçamos?

Enquanto e repórter falava, apareceu uma imagem de m ferimento de um paciente no hospital, a imagem era horrível.

–Acredita-se que o hospital seja responsável pela contaminação das feridas agora infeccionadas. Uma investigação mais apurada será concluída até o final desta semana e o hospital será indiciado em caso de resultado positivo. – A repórter dizia

Observei novamente a imagem antes de a notícia mudar. Fiquei enjoada repentinamente. Disse a todos que precisava ir ao banheiro e tranquei a porta. Lá vomitei toda a comida, estava com muito enjôo. Estava suando frio quando alguém bateu na porta.

–Quem é? – Perguntei quase sem forças.

–É a vó Zhi. Está bem menina?

Eu destranquei a porta deixando-a entrar. Ela perguntou o que eu tinha e eu fui respondendo à uma série de perguntas que ela me fez. Depois de um tempo me olhou franzindo o cenho, muito pensativa, o que deixava seus olhos ainda menores e disse:

–Menina Kelsey... Só há uma resposta para isso.

–A senhora sabe o que eu tenho? – perguntei animada.

–Você deve estar grávida.

O QUE???


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