The New Life escrita por Nephilim Imortal


Capítulo 1
Without You




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Dirigia pela estrada em meu carro simples e barato em direção à faculdade comunitária. Tinha mudado minha vida completamente. Eliminara tudo que me lembrava dele, eu tentava viver como quando eu voltara para o Oregon. Tentava ignorar os sentimentos pela manhã e não parecer congelada e amarga. Mesmo que eu tivesse trocado meu carro e minha casa para não pensar nele, as lembranças me encontravam a cada esquina, a cada passo. Parei o carro no estacionamento lotado da faculdade, quando escutei meu celular tocar na bolsa. Vasculhei rapidamente entre as milhões de coisas espalhadas e finalmente encontrei. Era Li.

-Alo?

-Oi, Kelsey, tudo bem?

-Estou bem e você?

-Também... Eu queria saber se você pode vir em casa hoje a noite...

-Hoje? Que horas?

-Umas sete...

-Ta ok... Eu posso sim.

-Se você quiser eu passo na sua casa pra te pegar

-Ok... Li, eu tenho aula agora, tenho que ir.

-Tudo bem, Kelsey, eu te amo.

Sorri.

-Bem, até a noite, Li.

No telefone disse que estava bem, mas na verdade não estava. Quase dois meses se passaram desde a morte de Ren, um morte repentina e parecia que doía mais pelo fato de que a noite que precedeu sua partida foi a melhor da minha vida. Sabia que não poderia viver mais na Índia e pensou em deixar o Oregon também, ambos lugares traziam à minha mente muitas lembranças dele. Não me sentia nada bem, a cada dia piorava a sensação de tontura e ânsia, talvez estivesse doente, pois era de uma hora para outra que a sensação aparecia.

Na minha mente não conseguia evitar pensar que estava traindo Ren ao namorar Li e ao mesmo tempo sabia que era injusto com Li voltar para sua vida após a morte de Ren, mais machucada e marcada do que da primeira vez, como um zumbi que não podia ser revivido. Sabia que era injusto que ele não pudesse ter uma mulher completa. Ele merecia tudo, ele merecia mais que eu.

Mas quando nos encontramos, uma semana depois da minha chegada no Oregon, ele afirmou que eu era a única pessoa que desejava ter ao seu lado. Eu estava tentando aprender a amar Li. Gostava de estar na casa de sua avó, gostava de conversar com seus primos, gostava de ver filmes ao lado dele. Até seu beijo me deixava feliz. Li me lembrava vagamente de Ren, mas não o suficiente para me impedir de rir ao seu lado. O problema era que eu não o amava como deveria, não era aquele sentimento de paixão, ou necessidade de tê-lo, mas, talvez acontecesse como nos casamentos arranjados: o amor se constrói.

Sai do carro tentando afastar os pensamentos que importunavam e segui para o prédio principal. As aulas passaram voando e os professores não passaram trabalho algum, era muito diferente da Western Oregon University. Após as aulas, liguei para meus pais adotivos para perguntar como estavam e passei algumas horas conversando com Jeniffer. Depois deitei na minha cama e chorei, pensando em Ren até a hora de tomar banho. Antes pensava que as noites eram piores, mas parece que todos os momentos que eu passava sozinha minha mente vagava novamente até ele e transformava tudo em lembranças e dor. Por que a memória existia para os que ficavam?

...

Às 7 horas eu já estava de banho tomado e vestida. Uma calça jeans e sapatilhas com pedras de plástico (eu preferia não ter nada da minha vida na Índia) e uma blusa de lã clara os cachos pesados caindo sobre as costas e um brilho labial cereja. Li chegou 5 minutos depois e bateu. Ele seguiu do rosto até os pés e depois retornou seu olhar para o meu rosto maravilhado.

-Nossa, Kells, você está linda, como sempre – acrescentou.

Sorri para ele e me inclinei para dar-lhe um selinho. Li corou com o gesto, eu não costumava ser muito carinhosa. Entramos em seu carro e conversamos durante todo o trajeto sobre a faculdade de medicina de Li e sobre o casamento de seu outro primo. Ele pareceu mais animado que o normal com esse evento, como se considerasse a possibilidade de que fosse o próximo. Sacudi a cabeça com essa possibilidade.

Chegamos à casa da avó de Li. Não era noite de jogos e eu sabia disso, essa noite jantamos com a família inteira de Li, pais, primos, tios e avós, todos juntos, comendo, se divertindo e conversando. A casa era sempre alegre, eu amava observar as fotos nas paredes e os troféus de wushu de Li. Ao longo do jantar várias vezes os pais e avós de Li mencionaram casamento, soltando algo sobre o assunto, vendo como eu reagiria. A mãe de Li disse:

-Nós nos casamos muito jovens, antes mesmo dele se formar na faculdade, não é mesmo amor?

O marido assentiu com a cabeça.

-E você, Kelsey, quando pretende se casar?

-Só depois de acabar a faculdade, acredito.

Tinha mais três anos de faculdade, tinha um certo tempo livre.

...

Após me despedir de todos Li me levou para casa e se despediu de mim com um beijo leve. Lembrou-me que na semana seguinte seus primos se encontrariam para jogar e, claro eu estava convidada. Li me chamou para jantar dali dois dias para comemorar que estávamos dois meses juntos. Despedi-me e entrei na casa. Depois da morte de Ren tinha vendido aquela outra por muitos motivos: Era grande demais, era muito distante de tudo e, o principal motivo, me lembrava muito dele. Não conservei nada quando voltei da Índia.

Disse ao Sr. Kadam e Kishan para seguirmos para a última busca do objeto mágico para quebrar a maldição, mas nenhum deles conseguia continuar sem Ren, era uma perda dolorosa para todos nós, a casa parecia sem vida e menos de uma semana depois eu decidi que precisava recomeçar, como Ren pedira no sonho, precisava ao menos tentar... Kishan já não era mais o mesmo e eu o deixei mesmo temendo que voltasse a se isolar como era seu costume, que tipo de amiga e namorada eu fui para ele? Virei as costas para sua dor quando mais precisava de mim, mas eu não podia ficar lá. Seria sufocante demais.

Deitei-me na cama, com todos aqueles pensamentos na cabeça e como em todas as outras noites desde a morte de Ren, eu sonhei com o tigre branco e com o homem pelo qual eu havia me apaixonado, acordando com lágrimas ardentes nos olhos.


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Notas finais do capítulo

Gente espero que gostem e acompanhem! bjus ;)



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