Whole Lotta Love 2 escrita por mlleariane


Capítulo 15
Coração apertado


Notas iniciais do capítulo

Em primeiro lugar, obrigada a Sofia e Rosianne por favoritarem :))

Pensei em mil nomes para esse capítulo, mas o que mais me pareceu apropriado foi esse. Calma, não se assustem. Pra quem já está no desespero, nosso casal está prestes a se acertar (e a aliança a aparecer). Possivelmente no próximo capítulo ;)
Os conflitos desse capítulo terão resolução mais para frente (por envolverem outras pessoas). Primeiro vamos resolver nosso casal rs.

Falando neles, muitas me pediram um encontro entre Kate e Melanie, ou entre os três, com Kate mostrando quem é que manda no seu homem haha. Então o Centro de Pesquisas Ari quer saber: o que vocês preferem: um encontro só entre as duas, ou entre os três? Deixem a opinião nos comentários!

Enquanto isso... ta todo mundo agasalhado? Porque esse capítulo vai esfriar!

Beijo, Ari ;)



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Kate acordou com o telefone tocando às 5h da manhã. Era sua noite de plantão, e um homicídio acabara de acontecer. Se trocou e ia saindo silenciosa pela sala, mas não passou despercebida por Castle.

Castle: Você vai sair?

Kate: Castle! – ela deu um passo para trás – Não vi que estava acordado.

Castle: Não tenho dormido bem. Precisamos trocar esse sofá.

Kate: Me ligaram da delegacia.

Castle se levantou e se aproximou dela.

Castle: Você não faz plantões à noite há tempos...

Kate: Sim, mas eu troquei meu horário durante o dia ontem, lembra?

Castle: Para o SPA...

Kate: É. – ela encaixou a arma na cintura – Você terá que levar as crianças...

Castle: Claro. – ele deu um passo até ela – Kate... tenha cuidado.

Kate: Eu terei.

O olhar dos dois se cruzou por um momento. Kate tentou ser rápida, mas Castle foi mais, e alcançou os lábios dela com um beijo. Foi ela quem se soltou.

Castle: Você vai fugir de mim até quando?

Kate: Nós conversamos depois, Castle. Eu tenho que ir.

Kate saiu e fechou a porta. No corredor, ela andava magoada com Castle, mas também desejando que aquele beijo tivesse durado ao menos um longo minuto. Lembrou-se de Lanie dizendo que talvez ele não encontrasse a aliança, e essa ideia a fez estremecer. Não queria voltar atrás com sua palavra, mas também não queria que seu casamento começasse a desmoronar, como muitos. Foi com esses pensamentos que se encaminhou para o trabalho.

Enquanto isso, Castle foi direto para a cozinha. Em pouco tempo teria que acordar as crianças, então preferiu não voltar a dormir. Fez um café forte e sentou-se no balcão, pensando no que fazer para ter a confiança de Kate de volta.

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Castle levou as crianças até a escola, e quando retornou, encontrou Susie esperando-o na porta de casa.

Susie: Ah, aí está o senhor!

Castle: Sim, Susie, aqui estou eu!

Susie: Levou as crianças hoje?

Castle: Aham.

Susie notou a falta de palavras do patrão, o que era totalmente incomum. Castle abriu a porta e os dois entraram.

Susie: Ela ainda está brava, não é?

Castle: Muito.

Susie: Mas o senhor não encontrou mesmo a aliança?

Castle: Não Susie, e você é minha última esperança.

Susie: Eu vou ajudá-lo, senhor Castle. Por onde começamos?

Castle: Você pode começar por qualquer lugar que não seja o meu quarto.

Susie: Por que?

Castle: Porque eu vou dormir um pouco. E não me acorda antes das dez heim!

Castle fechou-se no quarto, abraçou o travesseiro de Kate e adormeceu.

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No meio da tarde...

Castle: Aqui, Susie, você sobe e olha lá em cima – Castle colocou uma cadeira em frente à estante da sala.

Susie: Mas senhor Castle, como é que a aliança teria ido parar lá em cima?

Castle: Vai que um pássaro entrou e a levou até lá?

Susie: Nunca entrou um pássaro aqui!

Castle: Susie, nós trabalhamos com possibilidades. Vamos, você sobe e eu procuro aqui embaixo.

Susie: O senhor está enlouquecendo...

Castle: Você também estaria se estivesse no meu lugar.

Enquanto Castle estava deitado no chão da sala olhando para baixo da estante, e Susie em cima da cadeira, a porta da sala se abriu, e Alexis já foi logo falando.

Alexis: O que está acontecendo aqui?

Castle: Alexis?

Castle se levantou e garota se aproximou dele.

Susie: Estamos na operação resgate, como seu pai gosta de chamar.

Alexis: Resgate do que? – ela beijou o pai.

Castle respondeu apenas levantando a mão esquerda para a filha.

Alexis: Você perdeu sua aliança?

Castle: E estou perdendo a minha coluna também. Esse sofá é horrível! – ele olhou desolado para a filha – Kate está uma fera.

Alexis: Eu também estaria!

Castle: Vocês mulheres...

Alexis: Vocês homens!

Castle: Mas então, o que fez minha filha linda lembrar que ainda tem um pai?

Alexis: Você podia deixar de ser exagerado...

Castle: Alexis, eu não te vejo há uma semana!

Alexis: 5 dias, pai.

Castle: Quase uma semana!

Alexis: Eu queria conversar com você... e... a sós.

Os dois foram até o escritório de Castle.

Castle: Você parece séria... é algo ruim?

Alexis: Não, pai, é muito bom – ela abriu um sorriso – eu só queria falar com você sem ninguém por perto primeiro.

Castle: Ok, vamos lá então. Qual é a boa notícia?

Alexis abriu o maior sorriso que pôde.

Alexis: Eu vou morar com Luke.

Castle: O que??

Castle levantou-se da cadeira, e encarou a filha.

Alexis: Eu esperava uma reação de surpresa, mas não tanto assim.

Castle: Você não pode estar falando sério – ele andava de um lado para o outro.

Alexis: Eu gosto dele, pai!

Castle: Alexis, você conhece esse cara há 4 meses!

Alexis: Eu sei, mas...

Castle: Mas você está apaixonada, eu sei. Só que as coisas não funcionam assim.

Alexis: E funcionam como? Posso saber?

Castle: Você já tentou isso uma vez e nós dois sabemos no que deu.

Alexis: É completamente diferente.

Castle: Diferente como?

Alexis: Eu tinha 18 anos e estava na faculdade. Agora eu tenho 27, trabalho, moro sozinha e sou independente.

Castle: Quatro meses é muito pouco tempo para se conhecer alguém...

Alexis: Você engravidou minha mãe com esse tempo.

Castle: Sim, e fui um pai muito novo, e sua mãe, bem, não precisa nem falar, não é?

Alexis: Pai, eu não vim te pedir permissão, eu vim te comunicar. Mas você não sabe aceitar minhas decisões, não é? Não sei porque pensei que seria diferente...

Alexis deu as costas e saiu andando rapidamente.

Castle: Alexis, volta aqui, nós ainda não terminamos. Pare de agir como uma criança mimada!

Alexis: Terminamos sim. Enquanto você ainda me tratar como criança, é assim que eu serei com você. Tchau.

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Enquanto isso...

O caso havia sido solucionado, e Kate já ia saindo quando recebeu uma ligação de seu pai, pedindo para encontrá-la. Eles marcaram em um café, e em meia hora ela chegou.

Kate: Demorei? – ela deu um beijo no pai e se sentou.

Jim: Não, claro que não. E mesmo se demorasse eu esperaria – ele sorriu, mas percebeu que a filha estava séria – Algum problema?

Kate: Não...

Jim: Katie?

Kate: Castle fez uma coisa que eu não gostei.

Jim: Foi sério?

Kate: Foi algo do tipo “Eu quis muito matá-lo na hora mas não quero deixar as crianças órfãs” – Kate bufou involuntariamente ao lembrar-se da cena na sala de sua casa.

Jim: Uau. Bem, nós podemos deixar nossa conversa para depois.

Kate: Não, me desculpe, o senhor ligou, parecia importante, e eu aqui despejando meus problemas.

Jim: Não é algo que não possa esperar...

Kate: Não pai, por favor.

A garçonete passou e Kate pediu apenas um café, que veio rapidamente. Jim pareceu pensar um pouco se devia falar ou não, mas Kate estava mesmo disposta a ouvi-lo.

Kate: E então?

Jim: Eu procurei muitas formas de te dizer isso, mas a única que encontrei foi ser direto.

Kate: Ser direto é sempre a melhor forma. Se Castle aprendesse a ser direto com as pessoas, nossos problemas diminuiriam em 50 %.

Jim: Kate, você não quer mesmo deixar essa nossa conversa para depois?

Kate: Não pai, pode falar. Prometo não interromper mais – ela sorriu.

Jim: Bem, como eu ia dizendo, serei direto.

Kate: Sim.

Jim: Eu... eu estou namorando.

Kate: Você o que?? – Kate encarou o pai.

Jim: Ela é juíza, nos conhecemos no fórum e...

Kate: Não pai, espera, eu acho que não ouvi direito. Você disse que... – Kate não conseguiu terminar a frase.

Jim: Que eu estou namorando.

Kate ficou um minuto boquiaberta, séria e pensativa.

Jim: Eu sei que não é algo fácil de se ouvir. – ele esperou uma resposta da filha, que não veio – Também não é fácil para mim sentar aqui e dizer isso a você.

Kate: É só que... durante todos esses anos o senhor esteve sozinho... Eu pensei que ainda amasse minha mãe...

Jim: Katie...

Jim esperou mais uma vez. Kate então levantou os olhos para o pai.

Jim: Katie, sua mãe é e sempre será o amor da minha vida. Sempre. Ela me fez o homem mais feliz do mundo enquanto viveu comigo, e me deixou uma parte dela quando me deu você de presente. O amor que eu tenho por ela, e o amor que ela sempre me deu, ainda vivem em meu coração.

Kate: Então por que isso agora?

Jim: Porque eu tenho passado anos sozinho. Eu daria tudo, Katie, tudo para ter sua mãe aqui comigo. Mas ela me deixou, a vida quis assim. Eu não me importei durante muito tempo em viver em minha solidão. Só que de repente me vi sozinho no cinema, e no teatro, e em todos os finais de semana.

Kate pensou um pouco. Ela sabia que devia ser racional, ser adulta e aceitar a opção do pai, mas algo a impedia.

Kate: É só que...

Jim: Eu sei, é difícil. Eu entendo que levará um tempo, e eu vou esperar seu tempo.

Kate: Obrigada.

Jim: Quando você quiser conhecê-la...

Kate: Eu não sei se quero conhecê-la – Kate o interrompeu.

Jim: É uma opção que você tem. Eu não vou te impor nada, Katie. Como eu nunca impus.

Kate: Melhor assim.

Kate bebeu o café rapidamente e pediu outro. Jim a observava.

Jim: Então a questão com Castle foi séria mesmo?

Kate sabia que seu pai estava tentando quebrar o clima que ela mesma havia deixado, mas não conseguia engatar qualquer conversa que fosse naquele momento. Em sua mente, só se passavam imagens de seus pais felizes, como sempre foram.

Kate: Foi.

Jim: As crianças estão bem?

Kate: Sim, eles estão fora disso. Vou buscá-las daqui a pouco.

Jim: Estava pensando em levá-las ao Central Park nesse sábado.

Kate não respondeu, bebeu o final do café.

Jim: Se elas ainda forem minhas esse sábado...

Kate: Sim, claro. É o seu sábado – Kate tentou sorrir.

Jim: Katie, eu não queria te decepcionar...

Kate: Pai, o senhor não me deve explicações. É adulto e sabe o que é melhor para si. Minha opinião não importa.

Jim: Para mim importa, e muito.

Kate: Pai, eu respeito a sua decisão – ela o olhou nos olhos e segurou a sua mão – É só isso.

Jim sabia que não era só isso. Ele sabia que no fundo a filha não havia aceitado. Mas acima de tudo, conhecia sua filha e sabia o quanto era difícil para Kate lidar com qualquer assunto relacionado à mãe. Então resolveu dar a ela o tempo que ela precisava.

Jim: Acho que devemos ir. O frio está aumentando.

Kate: Sim, e está quase no horário da saída das crianças.

Os dois se levantaram, pagaram a conta e se despediram. Mas Kate foi embora com o coração partido.

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A temperatura havia caído bruscamente, e estava abaixo de zero. As crianças entraram correndo em casa, abraçando o pai. Castle sorriu para os filhos, mas Kate notou que havia algo diferente.

Jo: Papai, está nevando!

Castle: É mesmo? – ele tentou parecer animado.

Alex: Nós podíamos brincar na neve, não é?

Kate: Hoje não meus amores, logo vai anoitecer.

Castle lançou um olhar para Kate. Desde que ela havia passado pela porta, percebera que carregava um ar diferente. Num primeiro momento, pensou que poderia ser pela situação em que estavam, mas logo mudou sua ideia. Kate estava preocupada com algo mais.

Jo: Mas ainda não anoiteceu!

Castle: A mamãe tem razão. Quem sabe amanhã cedinho, ham? É sábado, não tem aula...

Alex: Isso! Nós podemos levar o Tiger!

Castle: Só se quisermos que ele vire picolé, não é?

Jo: Não! Meu gatinho não!

Johanna abraçou o gatinho, que já tinha vindo em sua direção. Alexander foi até eles, e os três ficaram brincando no tapete da sala. Kate então se aproximou de Castle.

Kate: Você... pode preparar algo para eles comerem?

Castle: Claro. Kate, está tudo bem?

Kate: Aham.

Castle: Tem certeza?

Kate: É só uma dor de cabeça... Talvez seja o frio. Eu vou tomar um banho quente.

Castle fez que sim, e Kate saiu. Mas ele conhecia muito bem sua mulher.

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Depois do banho e do remédio, Kate deitou-se na cama e adormeceu. Acordou uma hora depois, e sentiu um cheiro delicioso que vinha da cozinha. Encontrou Castle terminando de preparar uma sopa, e os filhos já tomados banho e agasalhados esperando na sala.

Kate: Excelente escolha.

Castle: Combina com a temperatura.

Ele abriu o armário de pratos, mas ela se adiantou.

Kate: Pode deixar que eu arrumo a mesa.

Os dois pararam frente a frente, e ficaram se olhando por um minuto, ambos com uma vontade enorme de dizer algo, mas sem falarem de fato. Foi Castle quem quebrou o silêncio.

Castle: Você quer me dizer algo, Kate?

Kate: Não...

Castle: Parecia.

Kate: Foi impressão.

Castle voltou para o fogão, e desligou a panela. Sua vontade era desabafar, quebrar qualquer barreira que ainda existia entre os dois e contá-la sobre Alexis, pedir ajuda, conselho, ou qualquer coisa que fosse.

Castle: Kate... – ele se virou.

Kate: Oi?

Castle: É... você melhorou?

Kate: Não. Minha cabeça parece que vai explodir.

Castle: Sinto muito.

Kate: Posso chamá-los?

Castle: Sim, está pronto.

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Após o jantar, os quatro ficaram um tempo defronte à lareira, leram um livro e brincaram com um jogo. Kate e Castle esqueceram por um momento dos problemas, pois não havia complicação que não se desfizesse com o sorriso de suas crianças.

As horas passaram e as crianças ficaram sonolentas. Kate e Castle pegaram os filhos e colocaram em suas camas, enchendo-os de cobertas e carinhos. Quando os pequenos adormeceram e os dois voltaram para o corredor, tanto Kate quanto Castle voltaram a pensar no dia que tiveram, nas conversas e situações que viveram. Castle se culpava pela briga com a filha, e Kate não conseguia aceitar a nova fase do pai. E assim, ambos sofriam em silêncio.

Quando chegaram na porta do quarto, Kate deu um “boa noite” séria e entrou, sem nem ao menos fechar a porta. Sua cabeça estava longe, assim também com a de Castle, que caminhou para a sala.

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Um tempo depois...

Kate caminhou a passos leves até chegar a Castle, que dormia perto da lareira. Ela então depositou o cobertor sobre ele devagar, mas ele abriu os olhos tão logo o rosto dos dois se aproximaram.

Kate: Eu não queria te acordar...

Castle: Eu não estava dormindo. Estou sem sono...

Kate: É, eu também.

Castle: Você veio me cobrir...

Kate: Sim, eu me lembrei de que você só tinha uma coberta aqui, e está muito frio hoje.

Castle: É, está. – ele se sentou e os dois continuaram se olhando.

Kate: Então você está sem sono...

Castle: Você também...

“Eu preciso conversar” – os dois falaram ao mesmo tempo, e se olharam surpresos com o sincronismo. Castle se moveu para o lado, e Kate se sentou, puxando um pouco de coberta para si. Era difícil dizer qual dos dois tinha o coração mais apertado.


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