“Tarde demais o conheci, por fim; cedo demais, sem conhecê-lo, amei-o.”

– Willliam Shakespeare

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Então Sophia, Antonela e Gabriela as tinham abandonado para cumprimentar os parentes, e daí? Elas acharam uma distração bem melhor. Depois de Sophia ter dito para as esperarem ali ou dentro de um casarão que tinha ali perto, Anne, Izzy e Jane decidiram que estava muito calor para ficar torrando no Sol, então entraram na casa. Direto na sala de estar encontraram um garoto moreno de olhos verdes, aparentemente mais velho, jogando videogame. Anne foi a primeira a se pronunciar.

– E ai? – ela chamou a atenção do garoto, que desviou os olhos da TV de plasma, para olhar para a garota. – Meu nome é Anne, mas pode me chamar de...

– Vaca, bitch, vagabunda, biscate, otária, e qualquer outro adjetivo pejorativo no feminino que você souber usar. – Jane se intrometeu sorrindo e assustando o garoto. Anne revirou os olhos e bufou.

– E essa é a Jane. – o garoto parecia extremamente confuso, afinal ele não conhecia nenhuma das garotas à sua frente. Anne apontou para Izzy em um canto. – Aquela ali, tímida é a...

– SIMON, QUANTO TEMPO SEU INFELIZ! – Sophia entrou gritando e se jogando no garoto, fazendo ambos caírem no chão. – E aí o que anda fazendo? Conseguiu passar daquele nível de Assassin’s Creed? Quem é a cocota da vez? E...

– Uou, vai com calma prima. – replicou o garoto levantando do chão e ajudando Sophia a fazer o mesmo. – Suponho que pelo tamanho da loucura, essas sejam as amigas que você tanto fala. – ele falou/afirmou apontando para as outras três e Sophia assentiu. – Anne já ia me apresentar para a loirinha ali e...

– Na verdade,... – Izzy interrompeu. – Eu preciso retocar a maquiagem.(N/Mil. Malfoy: Cagar) Vaca onde fica o banheiro? – ela perguntou se dirigindo à Sophia.

– Segunda porta à esquerda. – ela respondeu sem hesitar. Quando viu a amiga sumir de vista, virou de novo para o primo. – Aquela é a Isabelle, ela é meio tímida. – tentou explicar, mas não conseguiu desviar a atenção de Simon do lugar por onde Isabelle desapareceu.

– Hm. – ele murmurou e então voltou para a realidade. – Eu vou pegar uma cerveja na cozinha e já volto. – quando este também desapareceu, as amigas olharam para Sophia.

– Ele é maior de idade. – ela explicou e então elas começaram a conversar sobre outros assuntos. Alguns momentos depois Isabelle estava saindo do banheiro e se deparou com o suposto primo de Sophia no corredor.

– Isabelle, não é? – ele perguntou hesitante e Izzy enrolou uma mecha de cabelo no dedo nervosa. O garoto à sua frente era extremamente bonito, ela não podia negar.

– É esse é o meu nome, e você, obviamente, é um dos milhares primos da Sophia. – Simon riu e assentiu com a cabeça. – Então, você quer falar alguma coisa para mim já que veio me esperar na porta do banheiro? – Simon apenas ficou a observando por um segundo e então começou a falar.

– Eu queria te contar que você é muito gata e eu queria saber se você quer ficar comigo no matinho ali atrás. – ele falou sério e Izzy olhou para ele com uma cara do tipo: “Chegue perto de mim e eu arranco tuas bolas” e então Simon percebeu seu erro. – Relaxa, é brincadeira, relaxa, não me olha com essa cara. – ele fala acusatório depois de tranquilizar a garota. Isabelle começa a se sentir desconfortável e decide voltar para a sala.

– Ok, então. Foi bom te conhecer e por favor, na próxima vez que conhecer uma garota bonita, não diga para ela que quer ficar com ela no matinho. – ela fez uma careta e começou a andar. – Tenha um pouco de bom senso e fale sofá. – Simon sorriu com a piada da garota, antes de assumir uma face desesperada. Ele se virou e deu uma corridinha para alcançar a loira. Izzy apenas sentiu uma mão agarrando o seu braço e então foi bruscamente virada para trás. Ela encarou o moreno azeda. – O que foi agora?

– Eu te amo Rose, mesmo que o Titanic afunde. – ele falou rápido e Isabelle olhou para ele indignada. Ele a soltou e coçou a nuca e colocou a outra mão no bolso da calça. Ele estava claramente constrangido. – Desculpa, ok? Eu faço piadas ridículas quando eu estou nervoso, e pensando bem a culpa é sua. Eu nunca tinha ficado desse jeito com outra garota que eu tenha acabado de conhecer, você que me deixou assim. – ele admitiu e Izzy corou, mas abriu um sorriso mínimo.

– Tudo bem, você se safou dessa com destreza, mas não pense que será assim da próxima vez. – ela falou brincalhona e ele sorriu aliviado. Ele estendeu a mão que antes estava na nuca para ela. Izzy ergueu uma sobrancelha, duvidosa.

– Vamos começar direito. – ele explicou. – Prazer, Simon. Primo da louca lá na sala, 18 anos, faço faculdade de biologia marinha e tenho um emprego de meio-período no aquário da cidade. – Izzy sorriu debochada, mas apertou a mão do outro.

– Ok, se vamos contar a vida um do outro, me deixa pensar. – ela colocou o dedo no queixo fazendo cara de pensativa e depois riu. – Prazer, Isabelle. Tenho 16 anos, sou uma das melhores amigas da “louca” e vou fazer faculdade de só Jeová sabe o que ano que vem. – eles sorriram juntos e o aperto de mão demorou apenas um segundo a mais que o normal, mas demorou o suficiente para que Anne entrasse no corredor e visse a cena. Um sorriso malicioso estampou sua face e ela correu de volta á sala.

– SOPHIA! – ela gritou e Sophia e Jane olharam para ela. – Eu estava bem de boa, dando uma olhada na decoração para ver se eu achava uma coisa cara para roubar e pagar os meus McDonald’s quando eu vi. – ela falou dramática.

– Viu o que idiota? – Jane reclamou mexendo no celular.

– A IZZY E O PRIMO TOTOSO DA SOPHIA NO MAIOR CLIMA! – o queixo de Sophia foi ao chão assim como o celular de Jane.

– AHHHH! – Sophia fez um mini-escândalozinho.

– Ah Meu Deus a gente TEM que zoar ela! – Jane exclamou animada. – Sophia tem alguma coisa escandalosa aí? – Sophia sorriu travessa.

– Eu sou o escândalo em pessoa. – deu de ombros. – Mas minha família sendo quem são sempre tem alguma coisa nos buracos do sofá. – Sophia enfiou a mão em um dos dito cujos, e tirou de lá dois lança confetes... em forma de coração. Irônico.

– Mas que m... – Anne começou a falar, mas foi interrompida por Jane.

– Não há tempo para as esquisitices da família de Sophia. – ela interrompeu, jogando um dos lança confetes para Anne. – Eu filmo, vamos nessa cambada. – elas se dirigiram até o corredor onde o “casal” estava. – Um... – ela sussurrou. – Dois... Três! – ela gritou gravando tudo, enquanto Anne e Sophia jogavam confetes para todo lado. No calor do momento Isabelle se assustou e abraçou Simon, escondendo seu rosto na curva de seu pescoço. Não podemos dizer que Simon não gostou do gesto, tanto que sorriu na direção da garota, mesmo sem ela ter visto.

– AHHHH! EU VOU SER A MADRINHA! – Sophia gritou.

– COMO ASSIM?! SE VOCÊ PENSA QUE VAI SER A MADRINHA VAI TIRANDO O CAVALINHO DA CHUVA MEU AMOR! – Anne brigou com a outra. Segundos depois Jane já tinha entrado na briga e as três estavam distraídas demais com a mesma que acabaram não notando quando Simon puxou Izzy para fora da casa sorrateiramente. Isabelle estava completamente envergonhada e não parava de se desculpar.

– Ah, que merda. Me desculpa mesmo Simon, ah que vergonha, me desculpa mesmo por elas e... – Izzy gesticulava as mãos enlouquecidamente e Simon já estava ficando tonto quando a interrompeu pegando suas mãos no ar e a fazendo calar a boca imediatamente. No momento, nenhum deles ligou muito para a proximidade evidente entre eles.

– Está tudo bem. – a tranquilizou. – Não é como se eu não estivesse acostumado com as loucuras da Sophia, somos quase irmãos. – a loira mais calma, fechou os olhos, apreciando a companhia de Simon. O moreno hesitando no início colocou a mão suavemente na bochecha da menina e esta suspirou com o toque. Se nem que eles ao menos percebessem, seus rostos estavam tão próximos que um conseguia sentir a respiração do outro.

– Posso te beijar? – Simon sussurrou e Izzy abriu os olhos espantada. Ao olhar para os olhos verde- mar do moreno, se sentiu mais calma.

– Beija logo otário. – ela resmungou e Simon sorriu maroto antes de finalmente colar os lábios um do outro. O que começou com um simples selinho terminou sendo muito mais quando Simon aprofundou o beijo. Em algum momento as mãos de Izzy foram parar na nuca do moreno e a mão do mesmo que não estava na bochecha da loira, foi parar na cintura da mesma. Talvez o que tenha surpreendido os dois na hora foi a guerra de sabores. Menta e chocolate. Chocolate e menta. Todos teriam que concordar que essa era uma ótima combinação. Quando o beijo foi quebrado, um silêncio confortável e acolhedor foi instalado no local. É claro que o silêncio tinha que ser quebrado por um celular. Simon xingou baixinho e se afastou um pouco para atender ao celular.

– O que? – ele reclamou rabugento. – Porque eu iria? Tem certeza? Precisa mesmo de mim? – ele suspirou. – Chego aí em 20 minutos dependendo do trânsito. – ele desligou o aparelho e olhou para Izzy. – Era meu chefe, aparentemente um dos cavalos marinhos que estavam prenhas vai dar a luz agora e ele precisa de mim.

– Está tudo bem. – Izzy deu um sorriso amarelo. O beijo tinha abalado suas estruturas. – Pode ir. – Simon suspirou e roubou um selinho da loira. Aproximou os dois puxando Izzy pela cintura.

– Amanhã, eu vou ligar para a minha prima, perguntando onde vocês vão ficar. – Isabelle franziu as sobrancelhas.

– Para que? Não vai virar um stalker idiota que nem o Adam Levine em Animals né? – ela perguntou debochada e o moreno riu e negou com a cabeça.

– Não, não vou. Eu só quero saber aonde eu vou te pegar para o nosso encontro. – a loira sorriu travessa.

– Encontro é? Não me lembro de você ter me perguntado se eu queria ir a um. – ele sorriu convencido.

– Eu tenho minhas garantias querida. – ele deu um selinho na garota. – Te vejo mais tarde. – ele falou caminhando para pegar sua moto, mas antes de entrar lembrou de gritar para a outra. – DÁ PRÓXIMA VEZ NO SOFÁ, OK? – Izzy riu e entrou na casa, onde suas amigas estavam esperando por ela.

– Conte tudo sobre Sizzy. – Anne pediu e Isabelle franziu o cenho.

– Sizzy?

– Simon mais Izzy. – explicou Sophia sorridente. – Agora... – naquele momento as amigas a encheram de perguntas, mas Isabelle só conseguia pensar em certo moreno de olhos verdes.