O melhor verão da minha vida escrita por Roberta Valentina


Capítulo 11
E a mentira vai crescendo...


Notas iniciais do capítulo

Hello, meu amores! Obrigada por lerem minha fic e a quem me deixou review no último cap. ameeei!
Bom, estava inspirada e fiz mais um rapidinho... Bjs



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PDV de Bella

Depois de tanto chorar por ter me metido em tanta maluquice, acabei adormecendo e acordei assustada quando meu celular começou a tocar feito louco. Cambaleante e meio grogue, peguei o iphone que finalmente tinha parado de tocar na bolsa e vi que tinha mais de quinze chamadas perdidas. Umas cinco das minhas amigas e umas dez da casa dos meus pais.

Fodeu! Pensei comigo mesma, perdendo qualquer vestígio de sono. Aconteceu alguma catástrofe! Pensei logo no pior.

Hesitante, olhei para a janela e já tinha escurecido. Depois, respirando fundo, liguei primeiro pra minha mãe que, pelo número de chamadas, deveria estar completamente histérica e super nervosa, já que ela só me liga assim quando uma coisa muito grave acontece. Chamou apenas algumas vezes e, como eu já esperava, ela atendeu já com a voz extremamente alterada e fazendo o maior drama:

–Você quer me matar do coração, filha desnaturada?!

Suspirei, já sabendo que não tinha acontecido nada demais.

–O que foi, mãe? –Perguntei aliviada.

–Quer dizer que você vai se casar com um Conde sei lá das quantas e sequer me conta nada?! – Perguntou-me incrédula. – Eu tive que ficar sabendo por um site de fofocas! Você acha certo, Isabella?! Uma mãe ficar sabendo que sua única filha está de casamento marcado por uma manchete online?! Sabia que isso é pecado, hein? – Seu tom era ressentindo e eu nem sabia como começar a me explicar, pois até eu já estava perdida nessa confusão toda.

–Mãe... – Comecei, mas fui interrompida pela voz grossa do meu pai, dizendo do jeito rústico dele:

–É melhor esse filho de uma égua mal parida vir me pedir sua mão primeiro! Se não, não vai ter casamento certo, tá me ouvindo?!

–Pai! – Disse chocada pelo seu linguajar, mas eu sabia que não tinha jeito. Eu até tive sorte de ele não ter xingado até a oitava geração do coitado do Edward. –Tudo bem... Vou falar com ele. – Cedi, não querendo procurar briga com minha família.

–E vocês estão pensando em juntar as escovas de dentes quando? –Ele me perguntou e eu até fiquei com medo de dizer que, tecnicamente, nós já estávamos morando juntos.

Pois, para minha extremamente católica família, uma relação entre um homem e uma mulher era coisa muito séria e sagrada. Meu pai nem deixava eu namorar quando eu era adolescente exatamente para não correr o risco de “cair na tentação da carne” ... Porque, na cabeça dele, eu tinha que casar pura e casta. Acho que isso ficou tão enraizado na minha cabeça que deve ser por isso que eu ainda não fiz, não porque eu queria me casar virgem, mas porque eu só queria fazer com o cara certo, com quem eu amasse de verdade e não com qualquer um.

–Hum... O mais rápido possível, pai. – Respondi incerta e senti que ele engasgou.

–Não vai me dizer que você está prenha? – Charlie, que foi criado em uma fazenda, nunca mudou seu jeito de falar caipira e as vezes falava como se eu fosse algum animal, sei lá! –Eu vou matar esse maldito, desgraçado! Melhor, vou capá-lo antes, por tirado a honra da minha filhinha!

–Não, não! Calma, pai. – Pedi de imediato. – Eu não estou pre.. grávida, nem nada. É por que eu estou louca!... por ele . – Completei. – E aceitei casar com ele tão rápido, só isso. Minha honra ainda está intacta. –Garanti.

–Hum... Se for só porque você está maluca, tudo bem. – Disse aliviado. – Mas eu quero o conhecer o quanto antes! –Exclamou e eu sabia que ali tinha uma ameaça implícita.

–Tudo bem, pai. Vou conversar com ele. – Eu disse na mesma hora que batiam na porta. –Pai, tenho que ir. Depois converso com vocês. Beijo na mãe. – Desliguei o telefone sem nem esperar resposta, papai nunca se despedia de qualquer forma.

Olhei no espelho, ajeitando a roupa amassada e passei os dedos nos cabelos, pois estavam um caos. Inspirei bem fundo, esperando dar de cara com Edward. Eu ainda não tinha processado direito a informação que ele estava apaixonado por mim e, sinceramente, não estava afim de olhar na cara dele agora, porém eu não podia me esconder pra sempre.

–Ela deve estar dormindo, deixe-a em paz! – Ouvi a voz do Conde, antes mesmo que eu abrisse a porta, e esperei um pouco para abrir, pois queria saber com quem ele estava conversando.

–Ah, e isso lá é hora de estar dormindo?! – Emmett perguntou, claramente, em descaso. – Eu quero dar um abraço apertado nela!

–Eu ainda não entendo essa intimidade toda que você acha que tem com a minha noiva. – Edward observou, parecendo irritado com a ideia. –Deixe-a descansar, Emmett. Cadê sua esposa, por falar nisso?

–A Rose está em Mônaco, disse que é arriscado viajar no estado que ela está. Só virá pro seu casamento e olhe lá! – Explicou e eu Edward pareceu aproveitar a deixa e disse.

–Entenda, Bella está do mesmo estado que sua esposa. Dei-xe ela em paz! –Disse separando as sílabas, acho que para parecer mais ameaçante.

–Que estado? –Perguntei abrindo a porta e os dois me encararam, como se estivessem sido pegos no flagra. – Desculpa me intrometer. – Murmurei quando vi que os dois estavam com cara de sem graça.

–Ê, cunhadinha! Tô tão feliz por vocês dois! – Emmett me abraçou num rompante e me levantou no ar. –Desculpa, não queria te machucar. –Disse preocupado, pondo-me no chão.

–Ah, não. Tudo bem, Emmett. Que bom que esteja contente! – Falei um pouco confusa por tamanha alegria. Olhei para Edward e ele simplesmente deu de ombros.

Que cunhado mais doido você foi arranjar, hein? A voz do meu subconsciente logo se pronunciou.

–A família crescendo cada dia mais! –Exclamou e Edward logo se intrometeu no diálogo, cortando a onda de alegria do grandalhão:

–Está com fome, Bells? – Eu neguei com a cabeça.

–Na verdade... Preciso conversar com você. – Anunciei e ele me olhou apreensivo.

–Agora? Todos estão nos esperando pro jantar! – Meu futuro cunhado comentou e outro disse, em tom de ordem:

–Pode ir, Emmett. Daqui a pouco iremos. – Garantiu e eu concordei, Emmett não pareceu convencido.

–Será apenas um minutinho. – Avisei e ele nos olhou, desconfiado.

–Se começarem a se amassar de novo, eu volto e empato a foda de vocês novamente, entendido? – Advertiu-nos, dando as costas. – Se eu não pude, eles também não podem! – Ouvimos seu murmúrio irritadiço.

–Vamos pro meu quarto? –Edward sugeriu e só de lembrar o que rolou mais cedo lá dentro, minhas bochechas queimaram. Notando minha hesitação, ele explicou: - Lá teremos mais privacidade. – Eu revirei os olhos voltando a me lembrar de mais cedo, ele também, pois complementou: – Eu vou trancar a porta. – Afirmou e isso só fez com que não quisesse mesmo entrar. Ele percebeu isso também, pois prometeu: - Juro que me comporto.

–Jura pela sua mãe mortinha?

–Minha mãe já está morta, Bella. – Sentenciou e eu sorri amarelo.

–Ah, é! Foi mal... – Eu disse toda sem graça e ele suspirou.

–Eu juro por tudo que é mais sagrado que eu não vou tocar num fio de cabelo seu. – Prometeu e, sentindo mais descansada, aceitei, entrando no quarto. Porém, antes de cruzar a porta, ele sussurra no meu ouvido: - Só se você pedir.

Preferi ignorar suas palavras e sentei na sua cama, onde fiquei encarando-o, séria, e de braços cruzados. Ele ficou em pé, também me olhando. Passamos alguns segundos assim, até que ele resolveu quebrar o silêncio e desviar o olhar.

–Hum.. Se é sobre mais cedo, eu queria te... – Tentou começar a se explicar, mas eu o cortei levantando o dedo indicador.

–Bom, não é sobre isso que eu te chamei aqui. – Ele soltou ar, exageradamente alto. - Porém, já que tocou no assunto... – Senti que ele ficou rígido com as minhas palavras. Eu tentei escolher bem o que eu ia falar, para que ele não entendesse errado. – Eu acho que não estou pronta para dizer que te amo... ainda. – Senti que um brilho de esperança inundou seus olhos e ele sorriu. – Não tenho certeza se você é um homem certo para que eu entregue meu coração assim, completamente. Até ontem, você me tratava como se eu fosse um ser considerável abaixo dos vermes. Aliás não só a mim, mas todos a sua volta. – Acusou-me.

PDV de Edward.

–Bella... Eu estou tentando mudar. – Observei me aproximando dela.

Eu queria tanto que ela acreditasse em mim...

–Eu sei... mas eu ainda não tenho certeza do que eu sinto. Apesar de te achar muito atraente... – Admitiu, olhando para o chão, envergonhada. – Tenho medo de me machucar com sua personalidade hostil. – Explicou, olhando para mim de uma maneira tão doce, mas ao mesmo tempo tão temerosa, que me deu vontade de abraça-la e retirar todos os medos do seu coração. –Você terá que mostrar que realmente mudou antes que eu possa me entregar para você, entende?

Eu assenti, sem jeito.

–Eu terei paciência. – Ela levantou uma sobrancelha ao ouvir minha afirmação. – Vou tentar ter paciência. –Corrigi e ela concordou, sabendo que não seria fácil pra mim.

–Mas, como disse antes, não era sobre isso que eu queria falar contigo. – Seu tom de voz era de quem não gostava muito do assunto, mas mesmo irritante, tinha que falar.

–Sobre o que era, então? – Ela mordeu o lábio inferior e não me respondeu. - Pode me falar qualquer coisa, se estiver meu alcance, tentarei resolver. – Incentivei-a e ela pareceu criar coragem para falar o que tanto lhe afligia.

–Hum... Meus pais descobriram do casamento por um site de fofocas. – Contou-me e eu não vi nenhum problema nisso. – E eles estão muito bravos. – Completou dando bastante ênfase no muito e eu engoli a seco. – Especialmente meu pai, que é policial.

–Ele disse o quê?! –Perguntei já com medo de ele querer me enterrar antes do tempo.

–Nada demais... Porém, ele é muito católico, sabe? – Eu assenti e ela prosseguiu: – Pra ele, mulher direita tem que casar nos conformes, com pedido de permissão e tudo... Aí ele disse que ou você pede minha mão do jeito que deve ser, ou não haverá casamento.

–Ah, mas até a Rainha abençoou nosso casamento. Seu pai vai ser moleza! – Sorri despreocupado.

–Não conte muito com isso. Ele é uma versão piorada de você... – Explicou-me e eu arregalei os olhos. –... Quando você acorda de mau humor.

Não é à toa que ela é a única que não tem medo de você. Meu subconsciente subentendeu. E tem essa coragem toda para te enfrentar.

–E ele tá muito desconfiado do motivo da gente casar tão rápido. – Continuou e eu já estava ficando desesperado. – Até me perguntou se eu estava grávida! Vê se pode... – Bufou em incredibilidade e eu perdi todo o oxigênio do meu corpo.

–E você respondeu o quê? – Perguntei já com medo da resposta.

–Que era óbvio que não, né? – Gargalhou e foi me dizendo: – Ele tem uma mente muito antiquada.... Quando eu era criança, por exemplo, ele praticamente me proibia de conviver com garotos, pois temia que eu me desvirtuasse.

–Sério?! – Estava abismado por ainda existir gente que pensa assim. –É por isso que você ainda é virgem?

–Mais ou menos... – Murmurou e eu senti que esse assunto a deixava extremamente embaraçada. – Eu nunca pensei muito em namoro... até conhecer você. – Explicou e eu entrei em estado de choque.

–Ãh?! Você nunca teve um namorado antes?! – Ela apenas fez sinal que não.

Essa garota era alguma alienígena por algum acaso ou o pai a amarrava no pé da mesa? Fiz milhões de conjecturas.

–Posso ser honesta com você? – Ela me perguntou um pouco sem graça e eu assenti hesitante, com medo do que viria a seguir. Ela fechou os olhos e soltou de uma vez: -O meu primeiro beijo foi com você.

Merda, o que eu tô fazendo com essa garota?! Gritei mentalmente, sentindo-me culpado por tê-la praticamente forçado a se envolver comigo, porém eu sabia que eu era egoísta o bastante para não voltar atrás. Aliás, eu não conseguiria voltar atrás. Eu estava tão apaixonado... e, para ser honesto, ainda mais em saber que eu era e seria seu primeiro homem.

–Então... – Sua voz fez com que eu saísse dos meus devaneios. – Você entende agora que ele não pode sequer saber que a gente mora na mesma casa antes do casamento, né? Ele diria que é coisa de puta e que você estaria usando esse privilégio para me foder! Literalmente. – Afirmou categórica.

–Imagina se você estivesse grávida mesmo? –Perguntei já com medo de contar que foi essa desculpa que eu usei para que minha família aceitasse o casamento.

–Ah, seria um auê! – Exclamou em exagero. – Era bem capaz de você virar um queijo suíço de tanta bala que meu pai ia atirar em você. – Disse em tom divertido, mas quando percebeu minha expressão nada boa, perguntou-me: - Você está se sentindo bem?

–Nenhum pouco. – Eu admiti, sem conseguir imaginar um jeito de sair dessa confusão que meto nós dois. – Acho que acebei de antecipar minha morte. – Sentenciei e ela me encarou, sem entender nada.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam?



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