S.C.M escrita por lagrimas estelares


Capítulo 9
Perdição, medicamentos e crise.


Notas iniciais do capítulo

SURPRISE, MÓTAFOCA!

Hello girls, boys, any way.

VENHO CO UM CAPÍTULO MAIOR E NÃO ME MATEM QUANDO TERMINAREM, OKAY? OKAY. TAMBÉM AMO VOCÊS. OBRIGADA PELO APOIO E PELOS REVIEWS *-* AMO MUITO TODOS VOCÊS.



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❝I had to stay, now I'm reaching for you.

Dean não conseguia pegar no sono.

O dormitório que ele dividia com Sam estava vazio. Provavelmente ele estaria com Gabriel, tentando fazê-lo dormir, mas Dean queria que ele estivesse ali só por um momento. Ele precisava de um abraço, uma piada, alguma coisa.

Dean tinha medo de que quando fechasse os olhos, negligenciasse-se dos cuidados de Castiel e que se ele chamasse por si ele não ouviria.

– Ahá, eu sabia! – a voz de Sam preencheu o quarto. O irmão mais novo dos Winchesters segurava a mão de Gabriel, que entrou logo atrás dele – Você está preocupado com Cass, não é?

– Cale a boca, Alce – mas o seu rosto lhe entregou. Os lábios partiram-se no meio e formaram um meio sorriso cansado – Sim, eu estou.

– Quero só ver o que o Cass vai pensar quando você disser que quer chupar o pirulito dele.

– GABRIEL! – os irmãos bradaram com suas vozes tipicamente roucas.

– Não falem nesse tom de voz comigo – Gabriel se jogou na cama de Sam e afundou o rosto em seu travesseiro, tirando-o dali apenas para terminar sua frase –, a não ser que queiram me excitar. Aí eu aceito isso é muuuito mais vindo da boca de vocês.

Ambos os irmãos se entreolharam e reviraram os olhos, Sam indo na direção da própria cama e puxando o corpo de um Gabriel semi adormecido em cima do seu peito.

Para Dean, aquela cena era extremamente estranha. Ver o irmão abraçado com outro homem que não fosse ele era diferente. Não deixava de ser um tanto adorável, já que – inconscientemente – Gabriel buscava alguém em quem se espelhar. Então o mais novo tinha deixado os cabelos crescerem um pouco, assim como os de Sam.

Quando Dean lhe perguntou uma vez o motivo de tê-los deixado daquele tamanho, Gabriel respondeu:

– Sam tinha a mesma síndrome que eu. Acho que esse tufo de cabelos na cabeça dele transformou-se em uma proteção contra os pesadelos.

Dean lembrou-se de que tinha rido alto, apenas para irritar Gabriel e trazer para fora algo que ele nunca gostava de mostrar; a vergonha.

– Do que você está rindo? – Gabriel indagou, tirando o seu pirulito contrabandeado pelo próprio Sam dos lábios – Eu falo sério – as bochechas coraram – Além disso, ele tem os cabelos mais bonitos do mundo...

Dean estava medicando Charlie através de uma seringa e Gabriel estava no quarto da mesma, ambos agarrados aos travesseiros e conversando como duas garotinhas sobre os homens e mulheres mais bonitos do hospital, e naquele momento Dean quase furou Charlie no lugar errado.

Gabriel tinha conseguido ser adorável.

Inacreditável.

– Por que vocês estão aqui? – Dean saiu de suas memórias, vendo Gabriel ressonar baixinho sobre o peito do enfermeiro.

Sam acariciava as costas de Gabriel em círculos tão sem formato aparente que parecia estar fazendo aquilo apenas para se acalmar.

– Eu o contrabandeei – o mais alto bocejou, aparentemente cansado. Dean se sentiu culpado por querê-lo sempre que quisesse. Ele devia saber que Sam estava trabalhando duro com o caso de Gabriel – Ele disse que tinha uma sombra dentro do quarto dele e eu fiquei até há pouco tentando convencê-lo de entrar no quarto e de que ele estava alucinando por causa do sono. Mas então eu desisti.

Dean sentiu pena do irmão, e levantou-se prontamente para apagar as luzes, retirando do corpo a própria camisa: - Então durma Sammy, você deve estar cansado.

– E você também, Dean – o mais velho estacou na cama – Posso ser o seu “Sammy” pra sempre, apesar de eu sempre dizer que Sammy é um garoto gordinho de 12 anos e que eu quero que você me chame de Sam, mas você também é o meu irmãozão, cara de Esquilo e variados. Trate de tentar se manter bem para Charlie, Ryan e Cass. Para mim. Tenta fazer alguma coisa direito.

Não. Sam não queria ter dito aquilo. Tente fazer alguma coisa direito. Certo? Ele sempre dava o seu máximo, tentando sempre fazer o certo mesmo quando lhe parecia extremamente errado, como começar um laço mais forte com Castiel.

Dean engoliu aquele comentário e adormeceu.

***

– Bom dia garotão! – Dean anunciou sua chegada no quarto de Ryan. Desde a morte de seu pai, Ryan havia se tornado um menino raivoso e incontrolável, mas que nunca falava – Eu vim trazer o seu remédio e...

O garoto começou a reproduzir um som estranho para si, como um rosnado. Só então Dean se lembrou que o garoto não suportava suas coroas de flores.

– Oh, foi mal aí – Dean colocou a coroa de flores que tinha guardada do lado de fora do quarto, voltando-se com a bandeja de remédios e suco de morango que o garoto gostava – O que acha de passearmos hoje pelo jardim?

Ryan não parecia estar muito afim de conversar, uma vez que saltou da cama diretamente para cima do Winchester. Por sorte o contador de histórias conseguiu tirar a bandeja do caminho e jogá-la em cima da mesinha de canto. Infelizmente, os remédios estavam perdidos.

O enfermeiro demorou o mesmo tempo necessário para se imobilizar um adulto ao imobilizar o pequeno Ryan, conseguindo apertar na parede o botão que todos os pacientes temiam: o botão vermelho.

Três enfermeiras, duas negras e uma loira entraram no quarto. Seus rostos estavam contorcidos em desgosto, talvez por terem sido tiradas dos seus afazeres matinais, como separação de remédios.

– Você estava usando essa coroa de flores? – uma das negras, Cassie, indagou. Dean percebeu que estava encrencado, já que ela era do maior escalão de enfermeiros do hospital.

– Sim, mas eu sempre retiro quando vou trabalhar com o caso dele e...

A enfermeira loira o empurrou, aplicando sem cuidado nenhum a injeção no pescoço de Ryan. O coração do Winchester se apertou, percebendo que algumas pessoas não se importavam tanto assim com as outras.

– Se eu ver você andando com essa coroa de flores por mais algum lugar, prepare-se para receber menos.

– Eu não ligo pro quanto de dinheiro estou recebendo, vadia.

Cassie o olhou de cima a baixo, colocando uma mão na cintura. Droga, descontrolado de novo.

– Saia desse quarto e vá tratar de Charlie. Espero que você não faça mais nenhuma merda – ela se agachou na direção do menino, pegando-o nos braços e levando-o para sua cama.

Dean saiu do quarto e chutou sua coroa de flores, esperando não errar mais uma vez. Ele queria fazer o certo.

***

Quando Dean chegou ao quarto de Charlie, a ruiva estava encolhida e chorando lágrimas e mais lágrimas que não conseguia controlar. O Winchester se aproximou e sentou-se ao lado de sua paciente, colocando a bandeja sobre as coxas.

– Hey, Charlie. Vamos tomar os remédios e falar sobre isso? – ele sussurrou, esperando uma resposta.

A ruiva levantou a cabeça e pegou os remédios que estavam na bandeja. Ela suspirou pesadamente antes de colocar os dois comprimidos grandes dentro da boca para bebê-los com o suco de laranja que estava nas mãos do enfermeiro.

– Não. Eu quero você fora daqui.

Ótimo. Era disso que precisava.

Dean franziu o cenho, desconhecendo o motivo para Charlie estar brava consigo.

– O que houve? Eu não entendo, v-

– Cale a boca, Esquilo! – ela gritou – Você disse para eu falar com Bela, e eu fui falar com ela. Olha o que ela fez – a de franja estendeu o braço e mostrou a marca de mordida para Dean.

– Oras, mas esse é o modo como ela demonstra amor – ele tentou descontrair.

Os olhos expressivos de Charlie se encheram de lágrimas novamente e ela balançou a cabeça da mesma forma que sua mãe balançava quando estava decepcionada com ele.

Ao ver os cabelos ruivos espalhados pelos ombros da garota, Dean sentiu um nó na garganta e pensou que iria vomitar, apesar de não ter comido nada pela manhã. Ele tinha falhado, ele era um perdedor como o pai dele sempre dissera.

Ele não conseguiria salvar ninguém.

– Desculpa Ch-Charlie, eu...

– Dean? – ela se preocupou. Charlie sabia que as poucas vezes que Dean se chateava eram realmente ruins.

Na cabeça de Dean, apenas passava a imagem dos seus pacientes gritando, brigando, chorando. A imagem de Sam dopado em sua cama fez com que sua cabeça praticamente explodisse ao escutar o sangue passando por seus tímpanos.

Um enfermeiro doente cuidando de doentes. Eles o iriam afastar de Castiel. Dean precisava curar Castiel, tirá-lo da perdição.

– Peça para Sam lhe dar os remédios.

Dean se levantou e ignorando os protestos de sua paciente, foi até o jardim. Ele não poderia ter um colapso depois de tempos sem um. Geralmente, Sam estava lá para ampará-lo. Mas ele se preocupava com outras coisas. Não tinha tempo para falar com o seu irmão mais velho.

Quando Dean abriu as portas para o jardim, transformou-se em criança de novo. Tinha o sentimento de que o mundo era extremamente grande e ele era extremamente pequeno.

Uma gota no Oceano.

O contador de histórias estava pronto para adormecer sob a luz do Sol extremamente quente. Sua cabeça dava voltas, ele não havia comido, tinha vontade de vomitar e se sentia pior que uma criança.

– Dean! D-Dean!

O enfermeiro pensou já estar perdido em algum sonho perturbador que tinha quando geralmente tinha uma crise, mas quando virou-se de costas para o jardim e virou o rosto para a entrada do hospital, viu os pés descalços de Castiel correndo na grama.

– Cass, cuidado!

Mas não adiantou. Castiel caiu de joelhos no chão, segurando a coroa de flores que Dean havia chutado mais cedo entre os dedos. Ela estava um pouco destruída, mas parecia ter um pouco de fita envolvendo as partes quebradas.

Dean levantou-se rapidamente, dirigindo-se para o seu pequeno homem. Ele estava agarrando um joelho, a coroa de flores ao lado do seu corpo. Ele balançava para frente e para trás, e Dean sabia que ele queria adormecer para esquecer a dor física.

– Hey, babe. Anjo? – a voz de Dean tornou-se rouca – Olhe para mim... que lindo, você quem concertou a minha coroa? – Dean agarrou a coroa do chão com as mãos trêmulas, colocando sobre a própria cabeça – Estou com uma coroa igual a sua. Obrigado, Cass.

Castiel parecia não ouvir e o desespero tomou conta de Dean.

– C-Cass? – o paciente olhou para cima, piscando para que as lágrimas escorressem. Ele nunca tinha ouvido a voz de Dean daquela maneira – Por favor, não chora anjo, não chora... eu não suporto ver você chorando, eu não suporto. Por favor Castiel. Por favor.

Os olhos verdes como a grama em que sentavam se encheram de lágrimas e os soluços escaparam de sua garganta. Dean se sentiu culpado por Sam ter pesadelos quando pequeno, Dean se sentiu culpado por entrar com a coroa de flores no quarto de Ryan, Dean se sentiu culpado pelo degelo nos polos, Dean se sentiu culpado por Castiel chorar.

Ele se sentiu culpado por amar Castiel.

– Cass, por favor, me perdoe.

Ele rezou diversos por favores até que não conseguiu ver mais nada, suas pálpebras cobrindo os gramados do paraíso que seus olhos eram.

As últimas lágrimas escorreram.

– Dean? Segure as minhas mãos...


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Notas finais do capítulo

'-' reviews? '-' críticas? '-' assassinatos?

Hoje eu assisti o episódio dos palhaços com a minha mãe. Ela achou o Jensen uma delicinha e falou que o Jared é bem mais bonito mais novo. Mas eu acho que ele é tipo Pokemon, vai evoluindo. Ficando mais velho e mais... sexy ¬v¬ me matem.

Até o próximo capítulo o/



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