S.C.M escrita por lagrimas estelares


Capítulo 10
|especial sabriel 2|


Notas iniciais do capítulo

GENTE, 91 COMENTÁRIOS E 2 RECOMENDAÇÕES! EU SÓ TENHO QUE AGRADECER VOCÊS.

No próximo capítulo, eu vou agradecer melhor a cada um de vocês nessas notas, mas agora eu não posso, de verdade. Sinto muito. DUAS MIL PALAVRAS DE PURO DRAMA, ESPERO QUE GOSTEM. :3



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❝Those times in life we learn to try, with one intention.

– SAM! SAM! – Sam virou o rosto rapidamente na direção de Gabriel, esperando que fosse ele que estivesse gritando. Mas apesar da voz que gritava o seu nome ser um tanto rouca, Gabriel parecia tão surpreso quanto si.

– Esse parece o Castiel, Sam! – o mais baixo arfou, indo na direção da janela – S-Sam... – Gabriel parecia querer dizer algo, mas não conseguia. O pânico tomava conta do seu corpo e ele precisou se sentar na cama.

Sam não soube ao certo se disse algo à Gabriel, mas ele sabia que o mais baixo iria consigo até o jardim e provavelmente ajudaria com Castiel, como a sombra que era. Então o mais velho jogou os cabelos para trás, correndo pelos corredores. Os enfermeiros que o avistavam estavam um pouco inquietos desde que escutaram os gritos, mas se estavam incomodados ou preocupados não disseram.

Sam se sentia um ser humano nojento. Se fosse algo relacionado à Dean, Sam nunca se perdoaria.

– Sam – Gabriel o chamou pela manhã, momentos depois de terem se levantado da cama e terem administrado o remédio do mais baixo – Por que você disse aquilo à Dean?

O enfermeiro franziu o cenho, calçando os sapatos e passando a mão nos cabelos úmidos.

– Desde quando você defende o Dean, já que sempre quer alfinetá-lo? – brincou Sam. Todavia, no fundo do seu ser, ele buscava o que havia dito à Dean. Ele não se lembrava.

– É que eu achei um pouco grosso da sua parte – o melhor de tudo era a sinceridade de Gabriel. Ele conseguia ser direto sempre, não parecia ter medo de magoar ninguém – Exceto se... oh, Sam, você não se lembra? -, menos o pequeno grande Alce.

– Me lembrar do que?

E as palavras que estavam lhe causando aquela angústia no peito foram passadas e repassadas pelo menos mil vezes na sua cabeça. Gabriel lhe contara sobre o comentário que ele havia feito ao irmão, e agora um sentimento ruim que poderia se comparar a vômito subia e descia em sua garganta.

Se machucasse Dean se machucaria. Se machucasse Dean, machucaria Castiel. Se machucasse Dean, machucaria Castiel e a si mesmo e Gabriel ficaria machucado.

Belo enfermeiro de merda você é, Sam.

Bela pessoa você é.

Os olhos de Sam se encheram de lágrimas e ele se lembrou do rosto de Dean estar tão fodido na última vez em que John bateu nele que Sam não sabia se Dean chorava sangue ou se lágrimas escorriam pelo nariz de Dean. Ele se lembrou de que poderia ter batido no pai, mas ele apenas se encolheu no chão e tentou dormir com os gritos de Dean soando pela casa.

Sam sabia que Dean tinha um passado delicado, e mesmo assim não tomou conta das suas palavras, do seu sono egoísta com Gabriel.

A porta de saída e entrada para o jardim externo foi escancarada, e Sam não sabia se tinha um colapso nervoso por ver Dean com a cabeça sobre as coxas de Cass ou por ver o sangue na calça branca de Cass.

– Gabriel, chame a Meg!

– NÃO, NÃO, NÃO! – Castiel gritou, provavelmente chamando a atenção de algum dos enfermeiros lá dentro. O som do alarme foi soado e logo havia uma maca do lado de fora do hospital.

Sam tinha que respirar. Sam estava no controle da situação.

– Sammy, você está no controle da situação!

Sam balançou a cabeça.

– Bata no seu irmão! Ou eu vou fazer pior com vocês dois!

– Leve o Winchester para o quarto, eu posso cuidar dele – os enfermeiros pareceram um tanto relutantes, mas Sam inflou o peito e pareceu ainda mais alto – Eu falo sério, eu sou o irmão dele e tenho responsabilidade sobre ele assim como ele tem sobre mim se algo acontecer a nós aqui dentro.

– E quanto ao paciente? Devo chamar Meg? – perguntou um dos enfermeiros, arrumando a mão de Dean sobre a maca gentilmente.

Sam virou o corpo, analisando Castiel pela segunda vez e dessa maneira analisando-o melhor. Havia um corte em seu joelho e ele segurava a coroa de flores que havia caído no chão, diretamente da cabeça de Dean, quando mesmo foi deitado na maca. Gabriel o segurava pelos ombros e sussurrava algumas coisas, em alguma tentativa de acalma-lo.

– Ele está muito nervoso, acho que sedá-lo com calmantes seria o id-

– NÃO, NÃO, NÃO! Dean... segure minhas mãos, minhas mãos – o pequeno de olhos azuis parecia uma criança magoada, os dedos dos pés se enroscando na grama e arrancando a mesma da terra – Meg má, Meg má! NÃO, NÃO, NÃO!

Os enfermeiros se entreolharam e o homem que começava a arrastar a maca de Dean para a passagem de cadeira de rodas e próprias macas disse: - Acho melhor ele vir junto, a gente vai falar sobre a Meg depois.

– Qual o seu nome mesmo? – perguntou Sam, indo na direção de Castiel e ajudando Gabriel a segurá-lo.

– Chuck – o homem deu um sorriso, antes de pedir para que os homens o ajudassem a arrastar a maca.

– Dean! – Castiel mancou para frente, continuando seus passos incertos na direção de Dean. Todavia, Sam foi mais rápido e se colocou na frente de Cass, dobrando um pouco os joelhos.

– Hey, buddy – Sam deu seu melhor sorriso que conseguia no momento, um tanto trêmulo – Nós vamos lá com o Dean, mas eu preciso pedir que você seja corajoso e não chore, okay? Use... a sua proteção Tudo vai dar certo para o Dean se você usá-la.

Castiel, que antes tinha lágrimas penduradas nos olhos, deixou-as cair pelo rosto e assentiu, limpando-as com as palmas das mãos. Ele fechou o sobretudo e aceitou o braço que Sam estendia para se apoiar. Era engraçada a diferença de altura entre eles, e Sam se afeiçoou pelo mais baixo.

– Espero não ter concorrência, Sam – Gabriel bateu na bunda de Sam, andando ao lado do mesmo. Sam deu uma risadinha, olhando para o seu paciente.

– Ninguém ganha de você, pretty eyes.

***

Quando chegaram ao quarto, Cass se sentou na cadeira ao lado da cama de Dean e imediatamente retirou o sobretudo.

– Castiel, está frio – Sam falou, estendendo as mãos para o sobretudo. Todavia, Castiel se levantou e cambaleou, tirando o sobretudo de perto das mãos grandes.

– Não – ele falou convicto. Gabriel olhou para Sam e arqueou as sobrancelhas, observando a cena. Castiel cobriu o corpo de Dean desajeitadamente com o sobretudo, deixando a mão do contador de histórias de fora – Proteção, Dean. P-pode pegar... n-na minha m-m-mão – Castiel sussurrou baixinho, cobrindo a mão de Dean com suas duas mãos – Pra... a-aque... aque...

– Aquecer? – indagou Gabriel, e Castiel evitou os olhos do mais novo quando virou-se para ele quando assentiu.

– Aquecer – ele repetiu a palavra, confiando em Dean que ele fosse se aquecer – 1 2 3 4 5 6 7 8. 1 2 3 4 5 6 7 8. 1 2 3 4 5 6 7 8. 1 2 3 4 5 6 7 8.

Sam sentiu os olhos cheios de lágrimas quando se agachou para pegar o kit de primeiros socorros que ficava na parte mais baixa da cômoda que ele dividia com Dean. Ele pegou água oxigenada e algodão e se voltou para Castiel, puxando sua perna em silêncio.

Castiel não reclamou.

Gabriel cochilou.

Dean continuava dentro do seu torpor.

Sam conversou com Chuck e eles chegaram à conclusão de que diriam à direção sobre Meg, então Sam ficaria na supervisão de Castiel naquele dia.

As horas passaram e Sam administrou os remédios aos pacientes, perguntando-se se deveria colocar Dean no soro. Ele chegou à conclusão de que sim, uma vez que o loiro não estava hidratado. Gabriel tivera que explicar – um tanto irritado – à Castiel que aquilo era um remédio que cuidaria do contador de histórias.

– Sam, eu acho que você também tem que comer – Gabriel lembrou – Você já trouxe o nosso almoço e lanche da tarde, melhor você buscar algum jogo de baralho e comer algo.

O Winchester mais alto assentiu e tirou do jaleco uma barrinha de cereal do sabor laranja: - Eca, comida de passarinho – Gabriel comentou, enquanto Sam procurava na cômoda algum jogo. UNO.

Gabriel conseguiu tirar a atenção de Castiel durante uma partida.

– UNO! – berrou o mais novo, fazendo Cass retesar o corpo – Desculpe, eu me empolguei.

E Gabriel também conseguiu tirar a atenção de Sam durante quatro partidas.

– Se você não falar UNO da próxima vez, eu vou chupar o seu pau na frente do Cass e ensinar a ele como fazer no seu irmão.

Quando a noite caiu sobre o hospital, Sam estendeu um cobertor para Castiel, mas ele fez que não com a cabeça e pediu para que Gabriel o acompanhasse até o seu quarto para pegar o seu próprio e tomar um banho. Um tanto relutante Gabe foi, e o enfermeiro de cabelos escuros arrastou a cadeira de Cass para longe e pegou a poltrona reclinável que ficava praticamente inutilizada do outro lado do quarto, arrastando-a para o lado da cama de Dean.

Subitamente, ele virou-se para o irmão. Os cílios dele pareciam grudados com as lágrimas que sujaram o rosto, e Sam rapidamente pegou a caixa de lenços umedecidos dentro do kit de primeiros socorros e limpou o rosto do irmão.

Como fez quando eles estavam na casa de Bobby e alguém precisava cuidar de Dean e o mesmo não deixava ninguém chegar perto além do irmão.

– Sinto muito, irmão – ele repetiu as palavras de suas memórias, quando havia tocado uma das feridas abertas do rosto do Winchester mais velho.

Castiel e Gabriel voltaram confusos com a mudança do plano do quarto.

– Vocês podem dormir juntos na cama, é mais confortável e...

– NÃO, NÃO, NÃO! – Castiel arregalou os olhos com o corpo envolto da coberta de coloração diferente. Ele correu na direção da poltrona e se jogou ali, um pouco assustado quando a parte dos pés se abriu. Timidamente, ele deslizou os pés para fora de seus sapatos e esticou as pernas, mostrando os pés cobertos por uma meia de ursinhos rosas.

Sam sorriu de lado, lembrando-se das próprias meias de quando era criança, mas então...

Chute Dean com força, seu bebê chorão!

Sam franziu o cenho, não querendo chorar. Ele disse à Gabriel que iria pegar os remédios seus e de Cass, e foi isso o que ele fez, voltando com as memórias ainda frescas em mente.

– Tome cuidado para não furar Cass no lugar errado – alfinetou Gabe, fazendo Sam se posicionar com a seringa direito e picando a pele marcada de Cass.

– Meg já errou a minha veia – pela primeira vez, Castiel soltou uma frase inteira, e apesar de ser uma fatalidade como aquela, Sam se sentiu aliviado. Ele não estava traumatizado com Dean.

– Tenho certeza de que quando Dean cuidar de você, buddy, ele vai ser ainda melhor que eu – Sam pressionou o algodão no braço de Castiel e ele assentiu, encostando-se na cadeira e voltando a contar mais uma vez, antes de pegar no sono. 1 2 3 4 5 6 7 8. 1 2 3 4 5 6 7 8. 1 2 3 4 5 6 7 8. 1 2 3 4 5 6 7 8.

Gabriel também havia se deitado, e assim que o irmão mais novo o fez, pegou no sono rapidamente.

***

– Sammy, acorde! – uma voz conhecida soou em seu sonho, e seus olhos se entreabriram. O quarto tinha má iluminação e ele reconheceu como a casa onde Dean e ele moravam ainda com o pai.

– John? – sua voz era a mesma que a de agora; grossa.

Todavia, no sonho, ela estava mais quebradiça que o normal. Submissa ao pai, como sempre fora. Como a voz de um c o v a r d e.

– Pra você é senhor. REPITA SAM, SENHOR!

Sam virou o rosto para o lado, sentindo a dor do tapa: - S-sn-senhor.

– Como uma mariquinha, mas bem melhor – não é real não é real não é real não é real – Nós temos visitas hoje! Gabriel, erga o seu rosto, docinho.

Não é real não é real não é real NÃO É REAL NÃO É REAL.

– Sam! Por favor, não deixa ele me bater, não deixa! – os olhos claros do outro pareciam extremamente reais, e quando ele quase caiu para a frente de cansaço, John chutou o seu rosto com o coturno. Gabriel chorou.

Não é real não é real não é real não não não não...

Todos estavam presos em correntes. Suas mãos para cima, o peso do seu corpo sobre os joelhos e uma mordaça sobre a boca.

– Vamos lá, Sam! Lembra daquela vez que você bateu no Dean? Você estava indo tão bem! Por que não experimentar em Gabriel?

– Não pai, por favor – Sam se entregou aos sonhos. Estava à deriva.

Ele viu o seu pai bater em Gabriel e o ouviu gritar. Ele viu o seu pai socar Dean diversas vezes e o viu sem consciência. Ele ouviu o grito de socorro de Castiel, que estava preso em qualquer quarto da casa.

Todos os quartos eram escuros e cheiravam a tristeza, quase como se o sentimento fosse uma fragrância francesa.

Sam apenas chorou e chorou e chorou por que tudo aquilo era real e ele perderia as pessoas que amava novamente assim como perdeu a sua mãe e assim como via Gabriel perder-se e assim como viu Castiel se perder e como via nesse exato momento Dean se perdendo e a consciência foi lhe puxando dizendo que aquilo era real era real era real...

– Sweet, nada disso é real. Por favor, honey, não chore – a voz de Gabriel se fez presente e ele percebeu que balbuciava “é real é real é real” diversas vezes enquanto os soluços tomavam conta do grande corpo.

Afinal, Sam era o pequeno grande Sammy que assim como Dean, precisava de colo.

– Eu sou um monstro – Sam falou, engolindo o seco e sentindo o seu pomo de Adão subir e descer – Gabe, eu bati no Dean, eu...

– Sam? – Gabriel chamou-lhe – Eu ouvi tudo, querido. Você murmurava que não queria bater em Dean de novo, você pedia para Castiel ficar calmo, você não parava de chamar o meu nome – o paciente acariciou os cabelos sedosos do enfermeiro – Mas isso é real – ele beliscou a mão de Sam – Eu sou real.

Em um ato inesperado, Gabriel formou um bico nos lábios e cobriu a boca entreaberta de Sam, tirando-os dali tão rapidamente quanto os colocou.

Isso, é real – dessa vez, quem puxou uma criança desesperada por colo para o seu peito foi Gabriel – Hey Jude...

– Minha mãe cantava essa música para Dean – ele lembrou-se da música que Dean escutava e contava para Sam da voz angelical da mãe.

Gabriel manteve-se em silêncio por um instante: - Você murmura essa música enquanto dorme. Todas as vezes – afirmou.

– ... don't make it bad.

Sam podia jurar estar sendo embalado por um anjo para os seus sonhos mais profundos, e finalmente pode acreditar que aquela voz sempre seria mais real que qualquer pesadelo.


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Notas finais do capítulo

Tadinho do Sam, gente. A culpa não foi dele. Ele nem percebeu o que falou :c ele estava dormindo. E vocês jogando pedras nele. Tratem de pedir desculpas... ;-; aoihsuhauihsiuahiu



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