Três Corações - o Coração que Me Amou escrita por mariana_cintra


Capítulo 20
Quatro - Um Salto com Matt


Notas iniciais do capítulo

Gente, eu sei que levei uma ETERNIDADE pra voltar ao Nyah, que fiquei um SÉCULO fora do ar e que atrasei absolutamente TUDO, minhas fics, a leitura das fics alheias, minhas séries e tudo o mais. OK, I'm so sorry, mas não me matem por isso. Agora estou voltando aos poucos, escrevendo à medida do possível. As coisas tem sido difíceis, ando meio sem tempo, sabe? Estudando MUUITO, aulas de inglês, dança, fazendo 'estágio', jogando... Uma LOUCURA! Sinceramente, o tempo que me resta eu uso pra descansar, minha própria vida tem ficado de lado =/

OK, isso foi sim meu momento desabafo =X

Mas, falando de coisas boas, como eu já disse, estou voltando a escrever, tentando encaixar as coisas na minha agenda (apoksaposkaspoaks, parey), e vou tentar terminar essa história o mais rápido possível! Bom, como um pedido de desculpas por tanto tempo sem postar anda, esse cap aqui tá bem caprichado, um pouquinho GRANDE, mas acredito que esteja interessante, a nível de um aceitável pedido de desculpas.

Enfim, vamos ao que interessa, sem mais delongas.

Nos vemos lá embaixo!

Boa leitura! xD



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Amor. Palavra tão pequena, com significado tão grande. Tão imenso! O que viria a ser o amor num conceito universal? Nada, talvez. Se houvesse um conceito universal pra o amor, cada um teria que abandonar sua maneira de amar para seguir a maneira dita correta. Então, que seria assim do amor puro, único, que nasce naturalmente? O amor acontece de qualquer forma, nas formas mais simples e mais complexas. Entre irmãos, entre amigos, entre um casal, entre uma mãe e seu filho, entre pessoas que nunca se viram antes... E que precisaram apenas se olhar para que uma faísca causasse o incêndio. O amor é um broto que nasce sem semente. Ele se cria naturalmente e nunca se perde, nunca acaba, nunca chega ao fim. Ele pode acalmar-se, ou ele pode ensinar-lhe como amar, mas nunca e nunca ele se extinguirá. Ao menos, não se verdadeiro.

         Problema bem conhecido da humanidade é que algumas vezes o amor de uma pessoa pela outra não é recíproco. Algumas vezes a faísca que causou o grande alarde de um incêndio em um coração não chegou sequer a tocar em outro. E então passa existir a necessidade de conter esse incêndio antes que ele destrua o primeiro coração.

         Assim acontecia com Matt, desde que me conheceu. Uma faísca causou esse incêndio de amor que ele sentia por mim, mas eu jamais fui capaz de corresponder. Para mim, Matt era só um amigo. Apenas isso. Para ele, eu era tudo que ele tinha. Eu sabia que jamais poderia fazê-lo feliz e jamais poderia amá-lo como ele me amava. Eu amava a Dan. E Dan me amava. Eu não tinha sequer ideia do que era ter um amor não correspondido e ter que conter um incêndio quando todas as forças estão perdidas, concentradas no ser amado. Eu não sabia o quanto Matt sofria. Podia apenas imaginar. De repente, eu entrei em sua vida, peguei dele tudo que ele tinha, fiz com que me dedicasse todo seu amor, seu carinho, sua atenção. E depois de ter tudo isso, voltei-me para seu primo, cheia dos sentimentos mais belos e entreguei-lhe. Quanto isso podia machucar alguém?

         Fato era: algo precisava ser feito. Mesmo magoando Matt quando escolhi Dan, ele não me odiou, não quis me ver longe, não deixou de me amar. Ele continuava sofrendo, eu podia ver, todas as vezes em que estava com Dan e ele nos via, podia ver naquelas lágrimas pesadas que ele tentava segurar, e mais ainda, dia após dia, podia perceber nas bolsas que escondiam-se embaixo de seus olhos. E de repente aquilo começou a me matar por dentro. Eu tinha que fazer alguma coisa. Eu precisava.

         Várias semanas depois de ter derrubado o item número cinco da minha lista, eu já tinha tudo que precisava para saltar de asa delta. Milagrosamente, havia conseguido um atestado. Tinha também tomado algumas aulas com o instrutor, afinal, não se pode saltar de uma pedra a metros e metros de altura sem saber como voar. Eu tinha tudo que precisava para voar. No começo meu plano era saltar com Dan, mas percebi que ele estava presente demais em tudo que eu fazia sem que eu tivesse sequer dado atenção ao sofrimento de Matt com isso. Decidi que ele deveria saltar comigo. E, para que isso acontecesse, pediria-lhe desculpas humildemente por todo sofrimento que lhe causei e o convidaria para saltar de asa delta.

         Foi numa manhã ensolarada de sábado que eu tomei minha decisão. Dan já havia sido comunicado. Ele compreendera e não ficara bravo por eu ter tomado essa decisão. Fui então, obstinada, até a casa de Matt – que também era a morada de Dan. No dia anterior, Dan me avisou que sairia para que eu e Matt pudéssemos conversar, então eu sabia que teríamos a casa só para nós dois. Toquei o interfone decididamente, mas senti minha própria voz vacilar quando Matt questionou, lá de cima, quem estava a tocar.

 

         - Sou eu. – um par de segundos se passou, até que fiz minha voz parar de tremer. – Lana

 

         Um bom minuto passou-se até que ele falou:

 

         - Que surpresa... boa... Você, Lana! – sua voz também hesitava. – Já desbloqueei o portão, pode entrar.

 

         Subi o pequeno lance de degraus que levava à entrada da casa. Antes que eu pudesse chegar à metade, Matt apareceu na porta, com um sorriso estampado no rosto, o que não anula o fato de que o sorriso saíra vacilante, apesar de verdadeiro.

 

         - Eu preciso muito conversar com você. – informei-lhe, ao término dos degraus.

         - Isso... Isso realmente me faz sentir uma alegria idiota... Que depois de tanto tempo eu não deveria sentir.

         - Não me faça sentir assim, Matt.

         - Tudo bem, Lana. Entre de uma vez. – Ele me deu passagem e entrou atrás de mim, fechando a porta às minhas costas.

 

 

         Parei no centro daquela enorme sala, muito bem decorada, por sinal.

 

         - E então, como vão as coisas? – ele perguntou.

         - Você sabe como vão as coisas. Eu vou morrer e isso não é algo que eu possa mudar, mas fora isso, tudo bem. – senti sarcasmo em minha própria voz.

         - Uau! Eu deveria ser mais cauteloso em minhas perguntas. – Matt ponderou, muito bem, aliás.

         - Que é isso, Matt! Você não tem culpa se sou apenas uma garota de 18 anos pronta pra morrer. Tudo bem, esse fardo é meu. – sorri , livrando-o da culpa.

 

         Um pequeno instante de silêncio estabeleceu-se entre nós. Ah, como eu amava o silêncio! Mas não naquela hora, precisamente. Olhei nos olhos de Matt e seu sorriso desajeitado desapareceu. Uma leve linha apareceu entre suas sobrancelhas e seu semblante indicava que era chegada a hora de conversar sério.

 

         - Então, que tipo de conversa termos aqui? – ele questionou.

         - Algo sério. Muito, muito, muito sério.

         - E...?

         - Matt... Me desculpe.

         - O quê? Te desculpar pelo quê?

         - Por tudo. Por ter entrado na sua vida. Por ter te feito me amar. Por não ter correspondido seus sentimentos. Por ter me apaixonado por Dan. Por te fazer sofrer. Por tudo.

         - Lana, relaxe. Isso não é algo de que você deva se culpar. Só pra lembrar, fui eu quem entrou na sua vida. Eu apareci na sua festa de formatura e me apresentei a você. Eu trouxe você pra casa de carro naquela noite. Eu te beijei. Eu me apaixonei. Eu fiz tudo por mim mesmo, sem que você fizesse jogos para que eu te amasse. Eu te amei por mim mesmo e por você. Você nunca vai ter culpa pelo sofrimento pelo qual eu passei...

         - Admitindo que passou por algum sofrimento por minha causa. – ponderei, interrompendo-o.

         - ... Você nunca vai ter culpa pelo sofrimento pelo qual eu passei, porque foi meu amor por você que me deu vontade de viver e por isso eu não desisti. Pelo mesmo amor que eu sofri, eu ganhei forças pra levantar. Você não tem que se sentir culpada.

         - Mesmo assim... Tudo que você sofreu... Todo o tempo que se passou sem que eu voltasse aqui e conversasse com você, me desculpasse, tentasse ajeitar as coisas... Tudo isso só faz de mim mais culpada. Eu estava lá, esquecendo do mundo e sendo feliz com alguém tão próximo de você! Fazer isso é cruel!

         - Lana, pare de se flagelar! Você não tem culpa de nada. Entenda. Eu sofri por consequência de um amor puro e fiel que senti e ainda sinto por você. A culpa não é sua!

         - Matt, eu só queria que as coisas ficassem bem entre nós.

         - Elas sempre estiveram. Eu sempre estive aqui de braços abertos para ter apenas sua amizade, mesmo sabendo que quando você virasse as costas e fosse embora, talvez para os braços de Dan, eu sofreria e lamentaria ter estado tão perto e ao mesmo tempo tão longe de você. Foi você quem se afastou, mas eu nunca dei motivo. Nunca disse que as coisas deveriam ser assim.

         - Então... Você não sente raiva de mim? – perguntei como uma criança que pedia por um doce.

         - Nunca senti. Jamais em minha vida sentiria.

         - E não está magoado? – insisti.

         - Confesso, estive no começo, mas entendo que sua felicidade é o mais importante. Eu te amo tanto que quero que seja feliz, acima de qualquer condição. Mesmo com outra pessoa. Mesmo com Dan. Por isso eu te deixei livre. Livre pra voar pra outro lugar. Você pode estar vivendo os últimos segundos de sua vida a cada minuto. Tudo que você precisa... É ser feliz. A qualquer custo. Eu jamais impedirei.

 

         Repentinamente, senti uma necessidade extrema de abraçá-lo, por isso lancei-me em seus braços desesperadamente. Ele me envolveu com seu abraço quente e forte, que sempre estaria ali para me proteger.

 

         - Eu vou te amar, Lana. Eu juro que vou te amar. Pro resto da minha vida. Falo isso porque sei. Sei que mesmo que eu tente, isso não vai mudar. Eu vou continuar te amando mesmo que seu coração pare de bater. E vou estar sempre com você. Até que você dê seu último suspiro, seja isso agora, daqui a um mês ou daqui a cinqüenta anos. Ou até que você me diga para ir embora. Eu estarei sempre por perto, pra te segurar caso você caia. Caso Dan não possa te segurar. Ou pra te ajudar a se levantar, se não puder chegar a tempo. Eu estarei sempre... Ouça... Sempre aqui. – ele olhava em meus olhos com lágrimas nos próprios. – Pra sempre e sempre.

 

         Senti conforto naquelas palavras. Senti meu perdão ali. Era como se um peso enorme tivesse caído das minhas costas. Eu estava feliz de não ter que carregá-lo.

 

         - Matt... Será que posso te pedir uma última coisa? Como um favor... é uma coisa que quero que faça. Só você pode fazer isso.

         - O que quiser. – ele garantiu, secando os vestígios de lágrimas no canto dos olhos.

         - Isso faz parte da minha lista.

         - Ah, por favor, não me fale dessa lista. Dan já me falou dela antes, elencou cada item. Toda vez que vocês derrubavam um item juntos, ele me contava. E eu, como sempre, me sentia horrível, chorava noites e noites. Por favor, não me fale dessa lista. Não me fale que quer que eu ajeite alguma coisa pra você... Espera, você não quer que eu libere a casa pra você e pro Dan... Quer dizer, o item dois da sua lista, aquela maldição que me corrói desde o primeiro dia em que soube da lista... Você não quer que... Você não pretende isso, não é? – ele perguntou, assustado, com raiva.

         - Matt, por favor, você entendeu tudo errado! Você sequer me deixou falar! – eu entendi o que se passava em sua cabeça. Como ele pôde achar que eu seria tão baixa? Pedir-lhe algo assim, sabendo de seu sofrimento, seria sádico. E eu não era sádica. – Eu só quero... Só quero que você voe comigo.

         - O quê? – ele parecia confuso.

         - Só pra refrescar sua memória, o item número quatro da minha lista diz respeito a um voo de asa delta. E eu quero que vá comigo. – olhei em seus olhos profundos. – Quero voar com você. – encarei-o, séria.

         - Espera, me deixe ver se entendi. Você quer que eu salte com você de asa delta? – ele pareceu tentar organizar os fatos novos na cabeça.

         - Sim, é isso. Quero que salte comigo.

         - E por que não salta com Dan?

         - Isso é sua forma de rejeitar meu convite?

         - De forma alguma, Lana. Mas não acha que é um tanto estranho que você derrube todos os itens da sua lista com Dan e apareça aqui me pedindo para saltar com você e te ajudar a derrubar outro item?

         - Bem observado, Matt. Mas é com você que quero saltar. Porque foi você que me conheceu primeiro, e foi você que me fez sentir mais confiante sobre tudo e fez com que eu abrisse minhas asas. Agora, voe comigo.

         - É realmente uma pena eu ter aberto suas asas e você ter voado para os braços dele. – Matt não disfarçava sua mágoa, destilando veneno nessas palavras.

         - Fato. Mas isso não te deixa livre do meu convite. E então?

         - Dan sabe disso? Sabe que quer saltar comigo? – a dúvida pairou sobre seu semblante.

         - Sabe. Eu o informei que queria saltar com você. Ele entendeu.

         - E você tem permissão médica para saltar, já fez aulas para instrução, já acertou tudo? Quer dizer, alguém com um sopro no coração não pode simplesmente subir numa pedra e saltar, certo?

         - Seu próprio pai me deu um atestado. – sorri, confiante. – E já tomei algumas aulas sim. E você, sabe voar?

         - Mas é claro. Já saltei várias vezes. Não duvide do meu potencial.

         - Pois então, nada mais nos impede. E agora, qual é sua resposta? Vai voar comigo, Matt?

 

         Ele pareceu ponderar por alguns instantes, olhando pra cima. Depois, olhou em meus olhos e sorriu.

 

         - Como eu poderia negar um pedido seu, Lana? Eu te amo. Vou fazer qualquer coisa que me pedir.

         - Então... Podemos nos encontrar à tarde?

         - Tudo bem, combinado. À tarde eu vou te mostrar como se voa de verdade. – ele riu.

 

         Eu sorri. Era meu sorriso mais feliz dos últimos tempos, vindo do fundo do meu coração. De repente, eu descobrira que tudo estava bem entre Matt e eu. Nada nunca mudou. As coisas podem ter ficado confusas, mas nunca mudaram de lugar. Matt ainda me amava, e, mesmo sofrendo por minha escolha, continuaria ao meu lado. Matt, assim como Dan, era nobre. Eu não merecia aqueles dois homens – verdadeiras fortalezas em coração – que me amavam. Nunca mereci nenhum deles, porém, tinha o amor mais puro e bonito de cada um.

 

 

XXxXxXxXxXxXxXxXxXxXxXx

 

 

         Eu olhava para aquele céu azul que cobria tudo. O ar estava limpo, o calor era grande. Um dia perfeito pra saltar. O vento estava a favor. Sentia-o fazer um leve carinho em meus cabelos, lançando-os em várias direções, bagunçando-o. Eu esperava por Matt, enquanto pensava em como deveria ser a sensação de amar alguém com todas as suas forças e ser rejeitado. Ele sabia com era isso, e eu imaginava que ele sofresse. Apesar disso, ele me dedicava um amor tão bonito que podia me deixar livre para amar outra pessoa. Isso era muito, muito nobre. Eu não seria capaz, acho. Deve ser difícil amar alguém demais e ver essa pessoa apaixonar-se por outra e entregar seu coração a alguém que não é você. Matt passara por isso. Mesmo me amando, deixou-me livre para viver e ser feliz, mesmo que longe dele. E ainda teve a nobreza de não se afastar de mim para sempre. Continuou presente em minha vida, era capaz até de me ajudar com a lista que eu havia feito com Dan, a lista que tanto o entristecia. Ele tinha um coração divino, um amor sem limites. Sem fronteiras. Tudo o que ele precisava, em troca, era que eu soubesse que ele me amava. E eu já estava cansada de saber. E mais: sabia inclusive o nível de nobreza de seu amor. E mal podia acreditar nisso. Quanto amor, quanta nobreza, que coração puro e fiel! Eu o admirava. Poder fazer tantas coisas por mim apenas em troca do meu conhecimento de seu amor. Muito lindo isso. Muito... Real.

 

         Senti um par de mãos suaves cobrirem meus olhos com toque de veludo. Sabia quem era. Virei-me com um sorriso:

 

         - Achei que tivesse desistido de me mostrar como se voa com maestria! – provoquei-o e ele sorriu.

 

         - Mas é claro que não! – ele sorriu. – Vamos.

 

         Tomamos todas as providências e, depois de um bom tempo, estávamos prontos para voar. Ao chegar perto do lugar destinado ao salto, comecei a ficar com medo.

 

         - Não tem que ter medo, Lana. – Matt percebeu. – Eu estou aqui. Eu vou te proteger.

 

         Olhando para ele, senti segurança. Meu medo seu foi, de repente eu senti como se pudesse encarar qualquer coisa. Matt ainda tinha aquele efeito em mim, depois de tanto tempo. Eu sentia por ele algo muito forte, mesmo amando a Dan, não podia negar que Matt mexia comigo e me dava segurança como às vezes nem Dan podia fazer. Matt mantinha minha cabeça no lugar, me fazia encarar. Quando as coisas ficavam difíceis e, sem querer, eu pensava nele, parecia que eu podia enfrentar.

 

Everybody needs inspiration

Everybody needs a soul

A beautiful melody

When the night's so long

'Cause there's no guarantee

That this life is easy

 

 

Todo mundo precisa de inspiração,

Todo mundo precisa de uma alma

Uma linda melodia

Quando a noite é longa

Porque não há garantia

De que essa vida é fácil

 

 

         Nos aproximamos da plataforma, totalmente preparados, agora. Matt me segurou e me perguntou:

 

         - Você tem certeza disso?

         - Mas é claro.

         - E não está com medo?

         - Tudo bem. Eu estou com você.

 

         Quando eu disse isso e seus olhos brilharam, de repente eu descobri que a felicidade de Matt era muito importante para mim.

         Demos impulso com nossos próprios corpos, e, no segundo crucial, entre a certeza e o vazio, entre a segurança e a incerteza, ele sussurrou ao meu ouvido:

 

         - Eu não vou deixar você cair... Porque eu te amo.

 

         E então, estávamos voando.

 

When my world is falling apart

When there's no light to break up the dark

That's when I

I... I look at you

When the waves are flooding the shore

And I can't find my way home anymore

That's when I,

I... I look at you

 

 

Quando o meu mundo está desmoronando

Quando não há nenhuma luz para quebrar a escuridão

É aí que eu

Eu... eu olho para você

Quando as ondas inundam a costa

E não consigo mais encontrar o meu caminho para casa

É aí que eu

Eu... eu olho para você

 

 

         A sensação de estar caindo em meio ao vão era algo indescritível. Acho que morrer deveria ser mais ou menos assim, como dar um salto no vazio. Sem asas, é claro.

         Era maravilhoso vagar naquela imensidão. O mundo lá embaixo parecia alheio. Nem todos podiam nos ver, mas nós podíamos ver todos. As pessoas juntas pareciam um formigueiro, as casas eram pontos coloridos em meio a linhas e linhas. O vento batia em meu rosto, acariciava minha face. Matt estava colado a mim, sorrindo, divertindo-se com aquilo. Eu olhava pra ele, maravilhada por estar ali. Maravilhada por saber de todos os seus sentimentos, rejeitá-lo e, mesmo assim, ele me amar. Ele me amava por tudo que eu fazia, inacreditavelmente. Juntos, podíamos voar. O mundo à nossa volta e o mundo dentro de nós se misturaram. Isso era tudo. E o tudo, naquele momento, era uma coisa só.

 

When I look at you..

I see forgiveness

I see the truth

You love me for who I am

Like the stars hold the moon

Right there where they belong

And I know I'm not alone

 

When my world is falling apart

When there's no light to break up the dark

That's when I,

I... I look at you

When the waves are flooding the shore

And I can't find my way home anymore

That's when I,

I... I look at you

 

 

Quando eu olho para você

Eu vejo perdão

Eu vejo a verdade,

Você me ama por quem eu sou

Como as estrelas abraçam a lua

Bem ali onde elas devem estar

E eu sei que não estou sozinha

 

Quando o meu mundo está desmoronando

Quando não há nenhuma luz para quebrar a escuridão

É aí que eu

Eu... eu olho para você

Quando as ondas inundam a costa

E não consigo mais encontrar o meu caminho para casa

É aí que eu

Eu... eu olho para você

 

 

 

         - Matt... – falei, olhando para aquela imensidão de tudo.

         - O que foi, Lana? – ele perguntou, sem me olhar, apenas observando o mundo que sobrevoávamos.

         - Não me entenda mal. Não ache que estou falando isso como mulher, porque não estou. Você entende o que sinto por Dan, não entende?

         - Claro, já nem precisa explicar mais nada.

         - É. Mas mesmo assim...

         - O quê?

         - Eu te amo, Matt. Te amo como a pessoa que me faz sentir segura, que me faz criar luz para quebrar a escuridão. Te amo como o garoto que me amou e cuidou de mim. Como aquele que me fez voar. Obrigada por tudo, Matt, meu amigo.

         - Você pode me amar apenas como amigo, Lana. Mas sabe que se estivesse falando de um amor de mulher, eu soltaria minhas mãos agora para segurar você em meus braços e te beijar. É assim que eu te amo, Lana. Existe essa enorme diferença entre o meu amor e o seu. E é isso que me machuca tanto. – ele fechou os olhos por um pequeno momento, pude ver.

 

         Quando ele terminou de falar, soube que não deveria ter tocado no assunto. Isso talvez pudesse dar a ele alguma esperança. E não havia esperança pra nós dois. Eu amava Dan com todo meu ser. Isso nunca ia mudar. Eu não podia amar Matt, exceto como amigo. E se o amava como amigo, ele precisava saber.

 

         - Deixe pra lá, Lana. Nós estamos voando.

         - Sim, estamos voando. E isso... Isso me faz sentir viva!

 

         Encarei a mansidão e fechei os olhos, em seguida. Estávamos lá, como dois anjos caídos, com suas asas postiças, tentando voar. E, por alguma razão, isso enchia meu coração de vida. O perdão de Matt e a possibilidade de voar de alguma forma... Isso me fazia realmente sentir como se meu coração pudesse voar. E essa... Essa era a parte mais importante.

 


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Notas finais do capítulo

Gente, até que como um capítulo de desculpas isso tá bem legalzinho, né? Bom, se gostaram e querem me incentivar a escrever mais e mais rápido, deixem reviews. Certamente isso vai me estimular.

Ah, e um recado importantíssimo: minha prezada amiga Mitty escreveu uma oneshot sobre essa fic, e eu me sentiria muuito feliz e ela lisonjeada (acredito) se vocês lessem e DEIXASSEM REVIEWS. O nome da one é "Nothing... Beyond You" e é linda, linda, linda *-* Sério mesmo, pras apaixonadas pelo Matt (como eu *-*), é uma ótima fic, um belo toque de 'caia na real', que abre oportunidades pra que possamos sonhar um pouquinho com ele (aii Matt, meu gatão, você foi minha melhor invençãao -- te amo Matt *-* uhaushaushaushas')... POrtanto, se puderem leer da fic, eu e a Mitty ficaríamos agradecidas.

Aqui ou lá, deixem reviews. Se possível, nos dois uahsuahsuahs !

Beiijos meus amoores, amo vocêes xD