Três Corações - o Coração que Me Amou escrita por mariana_cintra


Capítulo 13
A Lista


Notas iniciais do capítulo

Gnt, desculpem pela demora :x Com toda essa correria, aulas de inglês, aulas de dança, ensaios, problemas pessoais... Acabou tumultuando aqui, e, pra variar, demorei pra postar.

Bom, capítulo dedicado, como o anterior, à Mitty, e também ao Lucas, meu amigãaao super grandãaao e ao Kdu (Lucas_Naruto)... Esse cap eh pra vses meus queridos. Espero que gostem



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Passei o resto daquela semana no hospital. Fiz exames, tentativas de tratamento, fui medicada, sedada... Tudo que se pudesse imaginar. Não me neguei a nada. Fiz tudo que me pediram, porém, em silêncio. Sabia que nada do que fizessem poderia adiantar. Nada.

            O único consolo que tive é que, durante aquela semana, vi meu pai mais vezes do que vejo em um mês inteiro, ou talvez até mais. Ele estava, de fato, preocupado. Ia ao hospital todos os dias, conversava comigo, tentava me consolar e me dizia que eu ia ficar bem. Eu forçava-lhe sorrisos, na tentativa de fazê-lo acreditar que estava bem, que estava aceitando tudo, me consolando com minha morte. Numa dessas visitas, até, Dan afirmou-me tê-lo visto aos prantos enquanto eu dormia. Achei estranho, porém, dentro da minha cabeça, fiz mil fantasias de uma vida feliz com o pai amoroso que nunca tive. Será possível que eu precisava encontrar com a morte pelo caminho para que ele prestasse atenção em mim, me amasse e se importasse comigo? A dúvida me matava. Ah, que trocadilho mais sádico!

 

            Durante todos os dias em que fiquei internada, Dan ficou ao meu lado. O tempo todo, esteve lá, como sempre esteve, desde o dia em que assumimos o amor. Fazia pouco tempo que nos conhecíamos e nos amávamos, porém, já o sentia ao meu lado sempre, e sabia que minha vida não poderia mais ser a mesma. Não queria voltar a viver como antes, quando não nos conhecíamos. E por isso ele estava lá: para manter acesa aquela chama.

 

            Naquela segunda-feira, quando voltei pra casa junto de Dan e de meu pai, tranquei-me no quarto com meu namorado perfeito. Ele sentou-se na minha cama e me estendeu a mão, querendo que eu me sentasse também.

 

            - Vem. Vamos conversar. – Ele falou, com voz macia, acalentadora.

 

            Sentei-me ao seu lado e ele lançou seus braços em torno de mim, em seguida deitando sobre as amolfadas da cama e me abraçando protetoramente, enquanto nenhum de nós via o rosto do outro.

 

            - Me diga, amor... Você está com medo? – Ele indagou. Eu sabia do que ele estava falando.

            - Não. Nem um pouquinho. Todos vamos morrer um dia.

            - Então você não tem medo? Nem de deixar de viver nosso amor? – Ele cutucou mais fundo.

            - Não tenho medo disso. Esse amor é tão lindo e forte que chega a ser irracional acontecer com alguém como eu. Sabia que, se não fosse pra acabar desse jeito, acabaria de outro. Esse amor não era pra mim... – Usei essas palavras para tentar convencê-lo de uma coragem que eu não tinha.

 

            Dan me deu um leve beijo no pé da orelha, e, então, sussurrou:

 

            - Você acha mesmo que vou acreditar nisso, Lana? Acha mesmo?

            - É sério. Não tenho medo de morrer.

            - Não faz assim tanto tempo que eu te conheço, mas eu te amo, e sei quase tudo sobre você. Sei como você age em cada situação, como expressa cada sentimento, cada emoção. Já sei como você é por dentro. E sabe de uma coisa? Acho que é justamente assim que você age quando está com medo. Você está aterrorizada. – Ele lançou-me essas palavras, que, em nada mais, exprimiam meus verdadeiros sentimentos. Ele tinha razão. Eu estava com medo, apesar de não querer demonstrar.

 

            Levantei os olhos para ele. Seu par de olhos verdes me encarava doce e protetoramente. Eu queria me lançar dentro deles, como alguém que mergulha nas águas do mar. Eu queria me lançar ao vão. Ao vazio.

 

            - Não fique com medo, amor. – Ele me disse, num tom um pouco diferente, como se estivéssemos falando de futilidades. – Eu estou aqui com você. Então, você não vai morrer – Dando um sorriso quase sonso, tentou me convencer, como se sua presença fosse me manter viva. Bom, talvez fosse verdade...

 

            - Eu não quero... – Abaixei minha cabeça e fechei os olhos, tentando não chorar de novo, como tinha feito nos últimos dias, em momentos que ficava sozinha. – Eu não quero deixar você, Dan, sabia? Você foi a melhor coisa que me aconteceu. Queria ficar assim pra sempre.

            - É uma boa ideia. Então, vamos ficar juntos pra sempre.

            - Impossível...

            - Porém, ninguém morreu de tentar.

 

 

            Alguns momentos não exigem palavras. Isso é algo que a gente aprende na vida. Por isso, me calei naquele instante, sem querer estragar mais nada. Talvez fosse bom manter acesa a chama de uma esperança fantasiosa demais para acontecer. Talvez fosse bom pra mim se acreditasse que ficaria com Dan para sempre, e que não morreria antes dele. Sonhos alimentam a alma. A esperança a mantém os sonhos.

 

            - Lana, tive uma ideia.

            - O quê?

            - Você acha que vai morrer, apesar de eu te dizer o contrário. E você também acha que tem pouca vida e que não aproveitou nada. Então, vou te mostrar o quanto a vida é boa, e o quanto você pode viver.

            - Como assim, Dan?

            - Vamos, agora, fazer uma lista de todas as coisas que você sempre sonhou em fazer e jamais pôde ou teve coragem.

            - Uma lista?

            - É. Todos os seus sonhos não-realizados, loucuras não-cometidas, planos futuros. Tudo que você quer fazer.

            - Nossa! Seria bom, mas... Eu vou cumprir essa lista?

            - Claro! Vamos fazer a lista e, depois, cada uma das coisas dela.

 

 

            Soltei-me de seus braços e estendi a mão para minha escrivaninha, à procura do meu bloco de anotações.

 

            - Então, uma lista de quantos itens?

            - Ah, o básico. – Respondi. – Dez itens me satisfazem, mas quero segui-los em ordem cronologicamente inversa, do décimo para o primeiro.

            - Então, tudo certo. Mas eu quero escrever. – Dan tomou o bloquinho e a caneta da minha mão.

            - Hei, minha lista, eu escrevo. – Tomei o bloquinho de volta.

            - Ok, Ok... Então – Dan deus um suspiro, fez uma pausa e me olhou com suas orbes verdes brilhando pra mim – Qual o décimo item?

            - Ah, o mais básico, é claro. Quero mudar de visual.

            - Ah, isso vai ser bom... – Dan acrescentou seu comentário.

 

10– Mudar de visual.

 

            - O nono item... – Dan começou a cantar os itens, para que eu falasse e escrevesse.

            - Quero estar num lugar onde eu sinta que estou no paraíso. Como se eu estivesse no céu sem ter morrido.

 

9 – Sentir-me no paraíso sem morrer.

 

            - O oitavo é viajar por um dia, pra qualquer lugar, qualquer aventurazinha tola.

            - Esse vai ser divertido, amor. – Dan sorriu pra mim.

 

8 – Fazer uma viagem de um dia.

 

            - E o sétimo?

            - Quero vencer meu medo de altura. Morro de medo de qualquer coisa alta, principalmente se for algo em que posso cair, ou que desça depressa, ou, pior, que gire.

            - Hahaha. – Dan riu. – Bobona. Você encara tudo isso que está vivendo, mas não encara um lugar alto? Lana, você se subestima.

 

 

7 – Vencer meu medo de altura.

 

            - Em sexto, bem... Eu queria entender alguma coisa que não sei, algum sentimento que não conheço. Qualquer coisa que me pareça diferente, inexplicável.

 

6 – Entender alguma coisa que não sei.

 

            - Estamos nos aproximando do mais importante. Metade dos itens já foram, e, particularmente, achei muito fácil até aqui. Assim eu não vou me divertir nem um pouco. – Dan me falou, quase zombando da facilidade de cumprir os itens que já vieram.

            - Ah, Dan! É o que eu quero fazer. O quinto talvez não seja tão fácil, afinal, não sei tocar nenhum instrumento musical.

            - Do que você está falando?

            - Eu quero deixar o som dos meus passos nesse mundo. Quero compor uma música com você. – Calei-me, e, com isso, calei-o também. Talvez ele tenha ficado incrédulo com a mudança de foco da minha lista.

 

5 – Compor uma música.

 

            - Em quarto? – Ele me desafiou, esperando por nova mudança.

            - Quero saltar de asa-delta.

            - Não acredito! Você, com medo de altura?

            - Por isso, antes de saltar, vou vencer meu medo. Item 7 antes do item 4!

            - Essa é a mulher que eu amo! – Dan me deu o mais largo dos sorrisos.

            - Apesar de que eu creio que seja um pouco difícil saltar de asa-delta, porque pelo meu problema de coração, provavelmente, eu precise de avaliação e até atestado médico pra isso.

            - Não se preocupe, amor, nós vamos conseguir.

 

 

4 – Dar um salto de asa-delta.

 

            - Agora, Lana, é o podium. Os três itens principais. Estou curioso.

            - Sinta-se honrado, Dan. Os três primeiros itens envolvem você.

            - Não acredito nisso! Você só pode estar brincando! Então, qual seria o terceiro item?

            - Me casar ou fazer uma jura de amor. Na verdade, queria me casar com você, mais eu te prenderia aqui, viúvo, sem poder dizer a uma mulher que nunca foi casado.

            - Fique quieta! Você não vai morrer.

            - Dan, aceite...

            - Shiu!

 

 

3 – Me casar ou fazer uma jura de amor eterno.

 

            - O segundo item, Dan, acho melhor que você não saiba. – Comecei a ficar com vergonha, enquanto escrevia no papel o segundo item.

            - Ah, não, Lana! Fazer essa lista foi minha ideia, tenho o direito de saber, principalmente se esse item me envolve.

            - Dan, eu tenho... Vergonha. – Minha pele atingiu um leve tom rosado nas bochechas.

            - Passa pra cá. – Dna me falou, pegando da minha mão o bloquinho de papel.

 

            Ele leu, e eu, de olhos baixos, enrubesci.

 

 

2 – Ter a primeira vez com a pessoa que amo. Passar uma noite com o ‘alguém’ que foi feito para mim, um ‘alguém’ que me ame.

            - Você tá falando sério, Lana?

            - Claro! – Levantei a cabeça e exclamei, apesar da vergonha, indignada com a capacidade dele de duvidar daquilo.

            - Quer ter sua primeira vez comigo?

            - Dan, quantas vezes já te disse que te amo? Você ainda duvida que você seja o escolhido para ficar ao meu lado?

            - Eu te amo, Lana. – Dan me deu um selinho, e, apesar da vergonha, senti-me feliz, pois, quando ele leu, praticamente expressou o mesmo desejo que eu de ter aquela primeira vez. – E então, e agora? Qual é o primeiro item?

            Tomei o papel novamente de sua mão, e, abaixando os olhos para o mesmo, escrevi o primeiro item. Sem coragem de dizê-lo em voz alta, levantei-me, joguei o bloquinho sobre a cama e andei até o parapeito da janela, virada de costas para Dan. Ele leu o que estava escrito e, em seguida, levantou-se e me abraçou por trás. Ali, nós dois ficamos, em silêncio, contemplando a vista da cidade. Silenciosamente, uma lágrima quis descer pela minha face, mas eu a impedi.

 

Nº 1 – Ficar com Dan para sempre.

 


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Notas finais do capítulo

Aaah, reviews gnt!

Jah estou preparando o próximo capítulo... Se vocês mandarem reviews... Kem sabe eu não arrumo tempo pra postar...

#Chantagem é crime! Mas só quando as pessoas não se deixam chantagear#

Amo vcs queridos uahsuahsuahs'