Sobrevivendo Ao Natal escrita por MrsMendes


Capítulo 4
3. "Tenha Um Infeliz Natal"


Notas iniciais do capítulo

Hey! Eu volteei! Estou correndo aqui com os capítulos porque GENTE, O NATAL É EM UMA SEMANA! Wow! Parece que foi ontem que estávamos em 2013! Mas enfim,
Enjoy!



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–Dá para parar de bater esses seus dedos sujos na minha mesa? Esse barulho está me enchendo!-Pediu educadamente, como sempre, nossa querida Jade.

Beck olhou para a morena, estreitou os olhos e voltou a tamborilar os dedos na mesinha de centro do que se pode chamar de sala de Jade.

O quarto era praticamente um quitinete, em um canto havia uma cama de solteiro ao lado de um criado mudo, logo um pouco à esquerda temos um sofá, uma televisão pendurada na parede e uma mesa com quatro cadeiras. Então não se sabia diferenciar o que era quarto, o que era sala e o que era cozinha.

Jadelyn bufou, cruzou os braços abaixo do peito e encarou um ponto qualquer em sua frente.

–Vou ligar a tevê-Beck anunciou.

–Você não está pedindo para que ligue a minha tevê, está avisando que vai ligar a minha tevê?-Ela pergunta.

–É. Onde você enfiou o controle?-Pergunta, procurando pelo quarto o objeto.

–Deve estar passando algum filmezinho chato sobre o Papai Noel, tem certeza que ainda quer assistir tevê?-Jade arqueia a sobrancelha.

–Odeio ter que dizer isso, mas talvez você esteja certa.

–Eu sempre estou certa-Gabou-se.

–Eu disse talvez.-Deu ênfase na última palavra.

–Mas isso não significa não.

–Mas também não significa sim-Rebateu e Jade grunhiu.

–Quanto tempo eu ainda vou ter que te aturar? Será que ninguém esqueceu nada aqui? Será que ninguém vai aparecer aqui? Por favor, eu imploro, alguém, qualquer um, eu só quero sair daqui!

–Não pense que eu estou gostando da sua companhia, West. Eu também quero me livrar de você. Na verdade, eu preciso me livrar de você antes que eu cometa suicídio.

Jade olhou para ele esperançosa-Isso é uma possibilidade?-Ela pergunta e Beck dá a língua em resposta-Sempre tão maduro.

A West olhava para o relógio a cada um minuto. Já era de manhã? Era melhor que seja, antes que cometessem suicídio, como Beck havia dito.

–Meus avós devem estar preocupados. Era para eu chegar em Toronto antes das nove-Ela diz, vendo que o relógio marcava 21:45.

–Se eu estivesse no lugar deles, soltaria fogos de artifício.

–Não se preocupe, Beck, seus pais devem estar fazendo isso agora-Dá um sorrisinho sarcástico.

–Você é tão idiota.

–Você é mais, Cérebro de Ervilha, esqueceu que foi você quem nos meteu nessa furada?

–Eu já disse que não tenho culpa se esse lugar está caindo aos pedaços!

–E eu já disse que tudo estava funcionando perfeitamente antes de você aparecer!-Ela parou de falar com uma expressão pensativa-Foi você!-Diz, como se descobrisse a América.

–Eu o quê, Mongolóide?

–Você pôs aquele sapo no meu guarda-roupa!- Jade aponta para o inimigo, que começa a ter um ataque de riso-É um palhaço mesmo. Do que você está rindo agora?

–Você só percebeu isso agora? Sério?-Ele diz entre gargalhadas. Depois de alguns segundos ele para o riso e começa a ofegar- Eu ri tanto que não consigo nem respirar.

–Que bom, talvez assim você pare de vez-Ela retorque, ajeitando-se no sofá.

–Ei! Faltam duas horas para o Natal!-Ele lembra, fazendo nossa garota suspirar e, como antes, abraçar os joelhos e encarar um ponto abaixo da tevê, onde era a suposta lareira da casa de seus avós.

–Por quê você mudou de expressão de uma hora para outra? Ah, é por que eu não te dei os cumprimentos de Natal? Bem, tenha um Infeliz Natal, West.

–De qualquer maneira eu iria ter mesmo-Ela murmura.

–Qual é, Jade?-Ele deixa escapar, logo recebendo um olhar confuso da garota, limpando a garganta e corrigindo-se:West. Eu quis dizer West. Minha companhia não deve ser tão ruim assim.

–Será que você não consegue parar de pensar por um minuto que o mundo não gira à sua volta? Não é nada com você, seu babaca.

–Então o que é, estúpida?

–Por quê você se importa?

–É que, sabe, eu não sou insensível como você, e eu não gosto de ver pessoas para baixo, por mais que seja um animal igual você.

–Cale a boca.-Manda.

Então o silêncio reinou. Durou alguns minutos até Beck quebrá-lo.

–Você não vai dizer mesmo?-Ele pergunta.

Apesar do ódio mútuo, ambos não gostavam quando um estava triste. E, por mais que negassem, se importavam em saber qual era a causa de tal coisa.

–Faltam duas horas para o Natal-Ela quase sussurra.

–Ah! É isso? Você odiar o Natal é o motivo?

–Eu tenho um motivo para não gostar do Natal, Oliver.

–Então qual é esse motivo?

–Meus pais-Ela fala tão baixo que, se Beck estivesse mais longe, não escutaria.

Então a lembrança veio à cabeça do Oliver:

–Então, Aaron, o que você achou dos vizinhos?-Beck ouvira a mãe falar. Estava descendo as escadas para pegar um copo d'água, mas parou quando ouviu a voz da mulher.

–Eles parecem ser boas pessoas. Mas a menina é meio estranha, você não acha? Passou o tempo todo olhando para aquela lareira.-Comentou o pai.

Naquela noite, os Oliver foram jantar na casa de James e Grace West, uma forma dos vizinhos darem as boas-vindas à família de Beck, que se mudara para a casa ao lado há pouco tempo. E, consequentemente, nossos anjinhos tiveram de se aguentar, mas Jade passou o tempo inteiro olhando para a lareira, não ligando para a existência de Beck.

–Mas, também, a coitadinha perdeu os pais ano passado em um acidente de carro. Bem no dia do Natal.

–Oh. Eu esqueci-Ele diz.

–Nós estávamos indo para a casa dos meus avós.-Ela começa.

–Nós? Você estava junto?

Ela assentiu-Eu vi tudo, Oliver. Eu vi o outro carro vir em nossa direção, o carro girar várias vezes. Eu fiquei consciente. Foi horrível. Eu perguntava onde estavam os meus pais e ninguém me dizia nada, me ignoravam como se eu não estivesse ali. Era uma agonia sem fim. Então, quando o efeito dos remédios que eles me deram passou e eu acordei, eu ouvi os médicos dizerem que eu tive muita sorte, porque pelo jeito que o carro...-Não conseguiu terminar, afundou o rosto nos joelhos e começou um choro catastrófico, com soluços altos e repetidos.

Em um impulso, Beck a envolveu em um abraço. Poderiam se odiar, mas Beck sabia o quanto era difícil para ela o que aconteceu com os pais, assim como sabia que ela nunca se abrira para ninguém do acidente.

Jade não o empurrou e nem o abraçou de volta, apenas deixou que ele o abraçasse. Fazia muito tempo que não recebia um abraço, mais tempo ainda um abraço sincero como esse, daqueles que dizem "vai ficar tudo bem".

Bem, nenhum deles se deu conta do que realmente estavam fazendo. Mas, para falar a verdade, nenhum deles queria saber, apenas continuaram ali, abraçados, confortando um ao outro.

O destino sabe muito bem o que faz.


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Notas finais do capítulo

Hey! E aí? Gostaram? Sorry se deixei vcs deprê, não foi a intenção. Aêêêê! Finalmente uma cena açucarada! Falando nisso, não me responsabilizo se alguém ficou diabético com essa partezinha! É isso. Kisses, MrsMendes.