All About Us escrita por The Huntress


Capítulo 45
Make A Wish.


Notas iniciais do capítulo

Hey, boys and girls! Desculpem a demora para atualizar a fanfic :c
Enfim, boa leitura.



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59

(P.O.V de ninguém)

Beatriz sentou-se no chão. Ela olhava para as barracas em que Nico e Inara — ainda desacordados — estavam e pensava no que fariam. Paula e Jason só conseguiram ficar calmos depois que perceberam que Inara e Nico, apesar de tudo, ainda estavam respirando. Tinham esperança que os filhos de Hades pudessem acordar a qualquer momento. Percy deu a ideia de que eles se afastassem da caverna e acampassem por ali, pois estavam cansados demais para seguir viagem.

Eles montaram acampamento em uma clareira. Tinham montado as barracas e Inara e Nico descansavam. Jason e Paula não saíram de suas barracas, pois não arredariam o pé de lá até os dois acordarem. Beatriz e Percy estavam do lado de fora, acendendo uma fogueira, conversando e cuidando de seus machucados — não necessariamente nessa ordem.

— Foi um dia cheio — Percy comentou, enquanto mancava para perto de Beatriz. O filho de Poseidon havia machucado o pé enquanto lutava. — Como você está?

Beatriz levantou os olhos da fogueira, encarando o rosto de Percy que reluzia à pouca luz que a fogueira formava por ali.

— Bem. Eu acho — disse ela. — Como está seu tornozelo?

— Melhorando — Percy deu de ombros, sentando-se, com dificuldade, ao lado de Beatriz. — Não é um tornozelo machucado que me derruba, garota.

Beatriz não sorriu.

— Ei — Percy segurou o queixo da garota, obrigando-a encará-lo. — Você não me parece nada bem. O que aconteceu?

— Nada. Estou cansada — Beatriz disse, desviando os olhos do olhar de Percy.

— Eu sei que não é isso, Beatriz — Percy segurou as mãos da garota. — O que realmente está acontecendo?

— Só estou com medo — Beatriz disse, encarando Percy. Os cabelos negros da garota balançavam com o vento.

— De que?

— Do que eu irei encontrar no fim de tudo isso — ela suspirou, prendendo o choro. — Eu sinto que encontrarei Haden. Não o meu Haden, mas sim um Haden que eu não conheço mais... Tenho medo de... Sei lá, não ser forte o suficiente para o que ainda está por vir — uma lágrima quente rolou pelo rosto frio e pálido de Beatriz.

— Eu sei como você se sente... — Percy passou o polegar pelo rosto da garota, limpando a lágrima. — Você sabe... Deixei coisas inacabadas com Annabeth.

— Eu atrapalhei tudo, não é mesmo? — Beatriz fungou, encarando o chão.

— Não pense assim — Percy segurou o queixo de Beatriz entre o indicador e o polegar. — Não é culpa sua.

— Percy, eu estou com medo — ela levantou-se, virando de costas para Percy. — Sabe, tudo o que está acontecendo, eu e você... Não parece certo.

— Por que, Beatriz? — Percy indagou, ficando de pé também.

Ela virou-se para o filho de Poseidon. O semblante da garota estava tomado por tristeza. Um milhão de sentimentos agitavam-se dentro de Beatriz e ela não sabia como lidar com eles.

— Eu não sei se estou preparada para tudo isso — ela começou a gesticular com as mãos enquanto falava. — Eu cheguei ao acampamento, conheci você, reencontrei Haden, e o perdi... Tudo aconteceu rápido demais — ela o encarou, o rosto coberto por lágrimas. — Aquele dia, no pinheiro de Thalia, o que você achou daquilo?

— Nos beijamos — Percy respondeu. — Foi especial, diferente, eu senti algo... — ele passou as mãos nos cabelos, claramente nervoso. — Eu não consigo explicar.

— Talvez tenha sido um erro... — Beatriz murmurou, abraçando-se por causa do frio.

— Um erro? — Percy franziu o cenho, aproximando-se da filha de Zeus. — Por que? Porque não sou o Haden?

— Não! — ela exclamou. — Eu estraguei tudo, Percy.

Ela virou o rosto para outro lado, esfregando as bochechas geladas, tentando secar as lágrimas. Percy a puxou para perto dele.

— Vai ficar tudo bem — disse baixo, abraçando-a. — Não se culpe tanto.

— Não! Não vai ficar tudo bem! — Beatriz gritou, deixando que as lágrimas caíssem. — Eu sou uma puta de uma idiota! Como eu não vi nada do que estava acontecendo com Haden? Tudo o que eu fazia era ficar no meu mundo particular, imaginando coisas impossíveis, enquanto tudo se desenrolava debaixo do meu nariz. E aí eu estraguei tudo para você e Annabeth... ARGH! Eu fui tão egoísta com Haden! Eu me odeio, eu...

— CALA A BOCA! — Percy a segurou pelos dois pulsos, fazendo-a parar de gritar. Depois largou seus pulsos com força. — O que diabos você está falando? Você ficou louca ou algo assim? — gritou, e Beatriz secou as lágrimas.

— Eu estou falando que...

— ...Cala a boca! — Percy disse de novo, um pouco mais baixo, interrompendo-a. — Se Haden fosse tão vítima quanto você está falando, ele não teria ido embora! Se ele fosse um santo carente de razão, VOCÊ SABERIA! — gritou, vendo que a garota soluçava. — Pare de se culpar! Se alguém tem culpa aqui na história, é ele! Ele é um puta de um idiota! Ele deixou você! Se ele fosse bom, ele estaria ao seu lado agora, e se tivesse o mínimo de decência, você não estaria chorando agora. E se ele sequer se importasse, estaria aqui agora, no meu lugar, fazendo isso.

Percy a segurou pelo rosto, puxando-a rapidamente para perto. Quando sua boca encostou na dela, um choque percorreu seu corpo, e ao contrário do que pensava, Beatriz não ofereceu resistência alguma. À medida que o beijo se aprofundava, ela arranhava um pouco sua nuca, fazendo-o arrepiar.

Beatriz não sabia o que estava sentindo, mas não queria parar. Sabia o que Percy estava fazendo, e ele sabia em que situação ela se encontrava no momento. No entanto, o coração dela se aquecera completamente pela primeira vez naquela dia inteiro quando sentira os lábios dele nos seus. Aquilo lhe fazia bem, bem como não se sentia há muito tempo.

Quando Percy puxou seu lábio com os dentes, dando um selinho em seguida, ela repousou as mãos atrás de seu pescoço, e respirou fundo antes de abrir os olhos.

— Agora você me bate — Percy sussurrou, e a garota riu, lhe dando um selinho.

— Sadomasoquismo? — perguntou, marota, e Jackson riu.

— Achei que você fosse ficar com raiva — disse, rindo timidamente, enquanto Beatriz negava com a cabeça.

— Obrigada por estar aqui comigo, Percy — ela enterrou a cabeça no pescoço do garoto, abraçando-o.

— Eu que agradeço, garota — ele beijou o topo da cabeça dela. — Agora vamos apagar essa fogueira e ir dormir. Quando amanhecer teremos coisas a fazer.

Beatriz concordou e fez exatamente o que o garoto dissera. Os dois entraram na barraca que dividiriam e dormiram rapidamente, abraçados, gostando de estar na presença um do outro.

60

(P.O.V de ninguém)

Paula estava sentada no canto da barraca que dividia com Nico. Ela estava brincando com uma adaga enquanto observava Nico. O garoto ainda estava desmaiado, mas ela já não estava mais tão nervosa. O peito de Nico subia e descia com a sua respiração e aquilo, de alguma forma, tranquilizava Paula.

A garota engatinhou para perto de Nico e tocou a bochecha do mesmo. A pele pálida de Nico estava gelada, mas ele parecia incrivelmente vivo. Vendo Nico assim, calmo e adormecido, Paula poderia compará-lo a um anjo. Paula pegou um caderno e um lápis que levava na sua machila e começou a esboçar um desenho. Passado alguns minutos ela percebeu o que estava desenhando: Nico de Angelo. O desenho tinha traços elegantes e ela percebeu o quanto Nico era bonito. Tanto na pintura quanto na vida real.

A filha de Poseidon sentiu seus olhos enxerem-se de lágrimas só de pensar na possibilidade de perder o garoto que estava deitado na sua frente. O que diabos estava acontecendo com ela? Quando foi que ela começou a se importa com Nico? Algo estava muito errado ali, mas ela estava cansada demais para pensar nisso. Paula curvou-se e encostou seus lábios nos de Nico, depois sussurrou:

— Nunca mais me assuste desse jeito.

Um momento se passou até Paula escutar a voz de Nico.

— Juro que vou tentar.

A garota sobressaltou-se e afastou-se de Nico. Ele estava acordado há quanto tempo? Será que tinha sentido o beijo que ela dera nele? Droga. Paula sentiu vontade de socar-se. Como ela pôde ser tão idiota?

A risada de Nico ecoou pela barranca, fazendo Paula olhá-lo como se fosse louco. Qual era o motivo da graça? Ele tomou um gole de água de uma garrafa que tinha ali perto e voltou a falar.

— Acho que já virou rotina — disse Nico.

— O que? — perguntou Paula, confusa.

— Eu assustar você. Desculpe.

Paula deu de ombros. Ela ajeitou-se, sentando-se em outra posição e abraçando as pernas.

— Como você está? — perguntou.

— Sinto como se meus pulmões estivessem cheios de lâminas — Nico disse, fazendo careta. Ele tossiu uma ou duas vezes e continuou: — Mas estou bem. E você?

— Eu o quê? — ela o encarou.

— Como você está?

— Sei lá. Normal.

Paula encarou os pés, mas foi surpreendida pela voz de Nico.

— Já devia estar acostumado...

— Com o quê? — ela perguntou, sem entender.

— Com essa barreira que você coloca entre nós — Nico a encarou.

Paula suspirou. Provavelmente ele não tinha sentido o beijo que a garota lhe deu, o que era bom. Paula não conseguiria explicar o porquê de tê-lo beijado, nem ela mesma entendia.

A garota olhou para Nico. Os olhos escuros do garoto demonstravam cansaço e até mesmo um pouco de alívio. Alívio de estar vivo, talvez. Quem sabe? Nico sempre fora uma caixinha de surpresa.

A filha de Poseidon não sabia quanto tempo passou olhando para ele, mas não cogitou a ideia de parar. Deuses! Ele podia estar morto! Ela sentiu uma súbita vontade de beijá-lo.

— É melhor assim — disse, simplesmente.

— Por quê? — com um pouco de esforço Nico sentou-se. — O que eu estou fazendo de errado?

Paula sentiu vontade de gritar: TUDO! VOCÊ FAZ TUDO ERRADO!, mas permaneceu calada. Desde o dia em que conheceram-se, Nico bagunçou todos os sentimentos de Paula e ela odiava isso. Quem ele pensa que é para mexer com ela desse jeito?

Paula pulou de susto quando Nico mordeu seu pescoço. Ela o encarou de olhos arregalados. Não sabia se tinha ficado mais surpresa com a mordida ou com o fato de ter se arrepiado inteira com o ato do garoto.

— O que foi isso? — perguntou, confusa.

— Queria chamar sua atenção. Estava começando a me sentir sozinho — ele fez bico.

— O que está acontecendo com você? Essa sua "volta dos mortos" — ela fez aspas no ar. — mexeu com a sua cabeça?

Nico gargalhou.

— Não... Talvez — ele deu de ombros. — O que você acha? — ele a encarou.

— Eu acho que você pirou — ela respondeu.

— É, acho que sim — Nico franziu o cenho. — Quero uma bebida.

— Está começando a falar minha língua — ela sorriu. Paula engatinhou até sua mochila e tirou de lá uma garrafa média de vodca.

— Onde conseguiu isso? — Nico perguntou, tomando um gole.

— Não interessa.

— Sempre cheia de mistério, Adams — Nico sorriu. — Gosto disso.

Paula piscou para ele.

— Todos gostam dos meus mistérios, querido — ele disse, bebendo um gole da garrafa.

Nico gargalhou. Ele tirou a garrafa da mão de Paula e foi para cima dela. Qual é? Estavam sozinho ali. Podiam fazer qualquer coisa. Paula gargalhou.

Os dois ficaram encarando-se por minutos, sem tirar os olhos nem uma vez um do outro. Em certo momento, o filho de Hades encostou sua testa na de Paula, fazendo seus narizes tocarem-se também. O garoto respirou fundo, sentindo o cheiro dela que parecia ser algo parecido com perfume de cereja ou algo próximo disso. Nico sorriu, de olhos fechados.

— Tem alguma coisa acontecendo aqui — disse ele. — O que você acha disso?

— Acho que estou começando a me acostumar com isso — ela respondeu, puxando Nico para um beijo.

Quando as bocas se tocaram, Nico sentiu algo em seu estômago. Será que iria vomitar? Não, claro que não. Ele estava sentindo as famosas "borboletas no estômago". Mas o que diabos essa garota tinha que o deixava assim? Ele nunca admitiria, mas estava começando a gostar de Paula mais do que demonstrava.

Nico ajeitou-se, trazendo Paula consigo e a sentando em seu colo. Aquilo trouxe uma certa nostalgia para os dois, lembraram do dia em que estavam no sótão e beijaram-se pela primeira vez. E agora, estavam ali, beijando-se, e sentindo o mesmo coração acelerado e as mesmas "borboletas no estômago". Quando a falta de ar tornou-se presente, os dois encerraram o beijo. Paula deixou suas mãos na nuca do garoto e acariciou os cabelos do mesmo.

— Quem diria — disse Nico, quebrando o silêncio. Paula o encarou. — Paula Adams rendendo-se aos encantos de Nico di Angelo. Acho que hoje vai chover.

Paula gargalhou.

— Idiota — disse, encarando-o. — Você é convencido assim sempre?

Nico deu de ombros.

— Só às quintas-feiras ou quando estou perto de alguma garota bonita... — Paula arqueou uma sobrancelha. Nico continuou. — E hoje é quinta.

— Babaca! — Paula disse, rindo, e socou o braço de Nico. Ela saiu do colo de Nico e deitou-se, o garoto deitou ao seu lado. Os dois encararam o teto da barraca.

— Estava pensando — disse Nico.

— Em que? — Paula perguntou.

— No que aconteceu enquanto eu e a Inara pegávamos o Elmo do Terro. Foi sinistro.

— Esquece isso — Paula segurou a mão de Nico. — O que importa é que estamos vivos.

— E juntos — ele sorriu, entrelaçando seus dedos nos dela.

61

(P.O.V de ninguém)

Jason estava sentado com a cabeça de Inara em seu colo. Ele acariciava os cabelos da menina enquanto encarava o Elmo do Terro que estava do outro lado da barraca. Jason só aceitou ficar com aquilo e sua barraca porque imaginou que Inara ia gostar de vê-lo quando acordasse. O filho de Júpiter também queria fazer algumas perguntas a Inara e imaginou que podia usar o acessório do pai dela para começar uma conversa.

Jason olhou para Inara. A garota que costumava se mostrar durona, estava agora ali, frágil, sob os cuidados dele. Jason sempre se perguntou como teria sido a vida de Inara antes de chegar ao acampamento, antes de conhecer as meninas... Ele queria saber o que acontecera para deixar a menina tão insegura, tão... Fria. O garoto tinha plena consciência de que ela não contaria justamente para ele, mas estava disposto a ganhar a confiança dela.

Alguns minutos depois Inara começou a abrir os olhos, Jason abriu um sorriso para que ela conseguisse acordar da melhor maneira possível. Ou, pelo menos, com a melhor visão possível. Inara coçou os olhos tentando melhor a visão embaçada. Ela ainda estava sentindo sua garganta fechada. Jason ajudou a garota sentar-se e lhe deu um pouco de água.

— Como está se sentindo? — ele perguntou.

— Um lixo — Inara respondeu, com a voz rouca. — Quanto tempo passei desmaiada?

Jason pensou um pouco.

— Uma hora. Não se preocupe, está tudo bem.

Inara assentiu. Jason não queria entrar em nenhum assunto que não fosse sobre ele e Inara. O garoto não queria ter que conversar com ela sobre o que aconteceu dentro daquela caverna. Ainda não. O rosto de Jason se iluminou quando uma ideia passou por sua cabeça.

Jason já estava pensando nisso há alguns dias e talvez tenha sido uma das decisões mais difíceis da sua vida, pois estava com medo do que poderia acontecer. Mas ele foi em frente.

— Quero levá-la à um lugar — disse Jason. Inara o encarou. — Não é muito longe daqui. Eu juro.

Inara franziu o cenho.

— Não acho uma boa ideia. Quer dizer, o acampamento vai estar desprotegido e tudo mais...

— Vamos ser normais só por algumas horas — ele estendeu a mão para ela. — Eu prometo que voltaremos antes que os outros acordem.

Inara suspirou. Ela encarou o garoto e segurou a mão dele. Ele devia estar enlouquecendo, mas aceitou.

— Tudo bem, Grace. Vamos.

[...]

Jason não imaginava que o caminho fosse tão longo. Os dois tiveram que pegar um táxi que, por sorte, passava por ali. Inara sentiu vontade de matar o filho de Júpiter, mas não fez nada. Sua curiosidade era maior.

Eles estavam a alguns minutos de distância do acampamento. Se algo acontecesse, eles conseguiriam escutar, não é mesmo? Esperavam que sim. Enquanto andavam, Jason entrelaçou seus dedos nos de Inara. Eles não estavam falando nada, mas o silêncio era agradável.

— Aconteceu uma coisa estranha lá dentro daquela caverna — Inara disse, quebrando o silêncio.

— O quê? — Jason perguntou, fitando-a.

— Recebi a bênção de Atena... O que você acha disso? — ela o encarou.

— Minerva ou Atena, como preferir, é a Deusa da sabedoria, então é melhor não questionar as escolhas dela. Ela deve ter tido um bom motivo para lhe dar a bênção.

Sem saber o que dizer, Inara apenas concordou e continuou andando.

Quanto mais andavam mais Jason ficava nervoso. Ele estava rezando para todos os Deuses que pudessem escutá-lo para que Inara não percebesse que sua mão estava suando. Seria, no mínimo, constrangedor. E se ela não gostasse do que ele faria? Jason fechou os olhos e soltou o ar lentamente pela boca. Tinha que manter a calma.

(N/A: Coloquem para tocar a música A Drop In The Ocean - Ron Pope)

O lugar em que Jason levou Inara chamava-se Pamukkale Theater. Ele resolvera levá-la lá, pois o lugar parecia um teatro grego e como ele já havia percebido que Inara adorava arquitetura, imaginou que a garota fosse gostar. Quando estavam perto do local, Jason tapou os olhos de Inara com as mãos e guiou até lá.

— Para onde estamos indo, Jason? — Inara perguntou, caminhando às cegas e rindo.

— Surpresa — sussurrou o garoto.

Se conseguisse, Inara teria revirado os olhos. Quando Jason deixou que a garota enxergasse, ela ficou maravilhada com o que viu. Era lindo. Ela olhou para Jason sem saber direito o que dizer.

— Gostou da surpresa? — ele perguntou.

— É um lugar maravilhoso — Inara disse, abraçando-o. Jason sorriu.

— Vem cá — ele a puxou pela mão e a guiou para o centro do teatro. Sem se importarem com suas roupas, os dois deitaram no chão.

— Você é maluco — Inara disse, rindo. — Como descobriu esse lugar?

Jason deu de ombros.

— Tenho meus contatos.

Inara gargalhou e os dois encararam-se.

— Olha Inara, caiu um cílio — ele pegou o cílio na bochecha da garota. — Faz um pedido.

— Jason, você é muito bobo, fica acreditando nessas coisas... — Inara sorriu.

— Se você não faz, eu faço — o garoto fechou os olhos e sussurrou algumas coisas. Quando ele voltou a olhar para Inara, a garota estava o encarando.

— O que você pediu? — ela perguntou.

— Se eu contar não realiza.

— Deixa de ser tapado, isso não existe, garoto.

— Ah, é bom acreditar em algo, por mais besta que seja. É bom ter esperança de que algo maior pode acontecer — Jason disse, olhando para o nada.

— Vai dizer que você também acredita em papai noel, fada do dente, coelhinho da páscoa...

— Oh — Jason arregalou os olhos. —, vai me dizer que eles não existem? Meus Deuses, minha vida acabou!

— Você é muito idiota, Grace — ela riu. — Mas quer saber em que eu acredito?

— Claro, Inara.

— Eu acredito em nós, na nossa amizade — a expressão de Jason murchou. — Foi tudo tão de repente, somos diferentes, mas eu gosto quando estou com você, gosto das suas idiotices, você é uma pessoa incrível.

Jason não queria deixar transparecer que ele havia odiado o fato de que Inara disse "nossa amizade". Era como se Inara tivesse esquecido todas as vezes em que eles se beijaram. Aquilo significava apenas uma amizade? Jason achava que não. Então, colocou um sorriso no rosto e disse:

— Olha, a ogra aí está sendo fofa, que lindo.

— Eu sou fofa, seu idiota.

— Nossa, demais — Jason disse, sarcástico.

— Ei, por que ficou com esse sorriso triste? — Inara perguntou.

— Nada, esquece.

Jason sentou-se e Inara seguiu o movimento. Sua expressão devia ser de confusão, pois não estava conseguindo entender o motivo de Jason ter mudado de humor tão rápido. Ela tinha feito algo errado?

— Vamos, Jason. Me fala.

O garoto suspirou. Era a hora. Ele tinha que tomar postura de homem e falar logo de uma vez, rápido como tirar um band-aid. Ele segurou as mãos da garota e olhou diretamente nos olhos dela.

— Inara, eu tenho que te falar uma coisa — ela assentiu, incentivando-o a continuar. — Há alguns dias atrás eu comecei a entender cada palavra pronunciada errada quando eu estava ao seu lado. Entendi o porquê de ficar com as mãos suando antes de te encontrar. Entendi o porquê do mundo parar na minha mente quando te avistava vindo em minha direção. Entendi tudo e tudo se resumia a um único sentimento — Inara permaneceu calada, esperando-o continuar. Jason suspirou. — É pedir demais te ter em minha vida para sempre? É pedir demais poder te abraçar a todo instante? É pedir demais poder te beijar a cada minuto? É pedir demais poder te fazer feliz pelo resto da vida? É pedir demais ser feliz com você pelo simples fato de ser e estar com você? Eu te amo, Inara. É, eu te amo — ele sussurrou a última frase, olhando para o chão.

Inara segurou o queixo do garoto e o fez olhar para ela. A garota estava tremendo tanto que ficou com medo de Jason perceber. Ela queria chorar, gritar de felicidade. Pela primeira vez, em muito tempo, ela estava se sentindo feliz. Mais do que feliz, sentia-se completa.

Jason a encarou. O grande sorriso no rosto de Inara fez o garoto sorrir. Ela o beijou, um selinho rápido, e o abraçou em seguida. Ela estava tão feliz.

— É cedo demais para dizer que eu te amo também? — ela sussurrou no ouvido dele.

Ele levantou e a carregou. A garota deixou um grito de susto escapar, mas acabou rindo. Os dois estavam tão felizes que não se importavam com quem poderia estar vendo ou se monstros estavam ali por perto. Era o momento deles.

— O pedido que eu fiz acabou de se realizar — Jason disse e beijou Inara.

E ali estava, um casal de namorados diferente. A filha de Hades e o filho de Júpiter. Poderia dar certo? Só o tempo seria capaz de dizer e o jovem casal esperava que a resposta fosse positiva.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Meloso demais? hueheuheu
"Janara" é um casal tão *O*
Comentem, please.



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