All About Us escrita por The Huntress


Capítulo 44
Elmo do Terror.


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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58

(P.O.V de ninguém)

O plano era o seguinte: os quatro distrairiam os semideuses enquanto Inara e Nico pegavam as máscaras contra gás. E, é claro, que Nico queria se divertir um pouco as custas dos outros.

Os quatro semideuses esconderam as mochilas e empunharam suas espadas. Contaram até três e saíram de trás da pedra. Nico e Inara olharam para eles, fazendo um movimento para que continuassem.

— E aí, pessoal — disse Paula, chamando a atenção dos semideuses que estavam na entrada da caverna. — Prontos para apanhar?

Os semideuses foram pegos de surpresa. Levaram um walk talk até a boca e disseram algo indecifrável. Ninguém moveu um músculo. Alguns segundos depois outros semideuses irromperam pela entrada, empunhando armas e escudos. Nem repararam na presença de Inara e Nico.

Beatriz, Percy, Paula e Jason não tiveram tempo para pensar apenas para empunhar as espadas e atacar. Os semideuses adversários formaram uma meia lua na frente dos quatro. E então, eles atacaram.

A primeira coisa que os quatro fizeram foi: conseguir uma máscara. Eles rapidamente conseguiram, mas tiveram que jogar quatro semideuses adversários dentro de uma piscina que tinha na frente da caverna. O que não foi legal, pois a água estava contaminada pelo gás que a caverna expelia. Beatriz mordeu o lábio inferior quando percebeu que os quatro semideuses não respiravam mais, apenas boiavam. Porém, a garota não tinha tempo para lamentar, tinha que lutar. Ela tinha que ter consciência de que todos os semideuses que estavam lutando contra os acampamentos, já tinham feito sua escolha. E mais uma vez o quatro atacaram.

Nico e Inara tiveram que agir rápido. Eles usaram as tochas que iluminavam o lugar pelo lado de fora para terem êxito com seus poderes. Antes que os dois semideuses saíssem da entrada da caverna, os filhos de Hades usaram seus poderes. Fizeram os garotos ficarem presos na própria sombra. Sem conseguir moverem-se, pareciam atordoados.

— Não tão rápido, garotos — disse Inara, pulando na frente deles.

Nico pulou logo atrás. O olhar de ódio dos semideuses pôde ser visto através da máscara, mas não intimidou Inara e Nico.

— Não queremos machucar vocês — um dos semideuses disse.

— Ah, que pena — disse Nico. — Porque nós vamos machucar vocês.

E os filhos de Hades atacaram. Poderia ter sido fácil se os dois semideuses desconhecido não fossem tão bons em esgrimas. Mesmo com as pernas presas, eles ainda conseguiam defender-se e atacar.

Em algum momento Nico, já estressado, acertou o punho de sua espada no rosto de um deles. O golpe foi tão forte que fez com que a máscara contra gás do garoto caísse de sua cabeça.

Usando a distração do adversário, Inara também o golpeou. Porém, ela foi mais ousada. Bateu o punho de sua espada no abdômen do garoto e esperou o ataque dele. Como previsto, o garoto atacou, porém, Inara fora mais rápida, atravessou sua espada no abdômen do garoto e arrancou sua máscara.

— Agora é matar ou morrer — disse Inara. Os seis semideuses deram uma espiada nela. — E nós seis preferimos matar.

Rapidamente, Inara e Nico colocaram as máscaras, para protegerem-se contra o gás. Os outros quatro semideuses assentiram, incentivando-os a continuar. Inara e Nico trocaram um olhar. Era agora ou nunca. Tinham que ser rápidos e nem sob tortura poderiam deixar a máscara cair. Eles entraram, pedindo para todos os Deuses que saíssem vivos dali.

[...]

A caverna era escura demais. Os dois semideuses disponibilizavam apenas de seus poderes que os permitiam enxergar no escuro, porém ainda era difícil andar sem tropeçar em algo.

Enquanto avançavam pelo corredor escuro, Inara imaginou como Hades ficaria quando ela retornar-se com o seu Elmo. O que ele pensaria? O que ele acharia dela? Não que isso fosse importante, mas Inara queria tanto conhecê-lo... A garota balançou a cabeça, afastando esses pensamentos. Tinha que se concentrar na missão.

Algumas vozes foram ficando mais altas a medida que os dois avançavam pela caverna. Eles pararam na frente de uma sala. Na verdade, não era uma sala. Era um salão. Inara e Nico conseguiam perceber o quão grande aquele espaço era. As vozes estavam mais altas e, mesmo não conseguindo enxergar nada, Nico e Inara sabiam que haviam pessoas ali dentro.

Os dois respiraram fundo. Era filhos de Hades, afinal. Podiam usar a escuridão a seu favor. Inara procurou a mão de Nico e quando a achou, apertou. O garoto tentou analisar o rosto da irmã, mas a escuridão o impediu, então sussurrou:

— Vai dar tudo certo.

Inara sabia que Nico não iria ver, mas assentiu. Eles adentraram o salão, empunharam suas espadas e começaram a atacar. Não poderiam perder tempo. A sala era escura o suficiente para que ninguém os visse e se os dois se concentrassem podiam ver facilmente as pessoas que ali estavam. Alguns semideuses foram pegos de surpresa, mas outros já pareciam preparados e treinados para lutar no escuro, pois bloquearam os golpes dos filhos de Hades.

Inara e Nico surpreenderam-se, mas não se deram ao luxo de distraírem-se. Continuaram atacando e defendendo-se como podiam. Em algum momento, Nico foi atingindo por um dos semideuses, nada profundo, mas fez o semideus cair. Inara escutou o barulho de Nico caindo no chão e distraiu-se tempo suficiente para que fosse golpeada também. A garota deslizou pelo chão, parando ao lado de Nico. As espadas foram parar longe de suas mãos. Os semideuses praguejaram.

— Muito bem, quem está fazendo essa bagunça? – uma voz masculina pôde ser ouvida. — Ah, claro, os filhos de Hades.

Inara e Nico foram erguidos do chão pelos braços. Suas espadas estavam do outro lado da sala e emitiam um leve brilho prateado. Ninguém reparou nelas. A sala tornara-se um breu, os dois semideuses não conseguiam enxergar absolutamente nada.

— Estávamos esperando por vocês – disse o garoto que, provavelmente, era o líder ali.

— Sério? Pois parecia que você tinham sido pegos de surpresa — Inara disse.

O garoto soltou um rosnado baixo. Parecia estressado com a incompetência dos semideuses que haviam sido pegos de surpresa, porém ele não deixou transparecer.

— Vocês foram muito idiotas em virem aqui — disse o garoto. — E a propósito, meu nome é Josh.

— Nunca ouvi falar — disse Nico. — Não deve ser um semideus famoso.

— Por enquanto, filho de Hades, por enquanto — disse Josh. — Sem mais conversa. Matem-os!

Inara e Nico foram bruscamente puxados para lados opostos. As mãos que o seguravam pelo braço passaram a segurar suas máscaras. Inara colocou a mente para funcionar. O que ela podia fazer? A ideia veio como um soco na mente de Inara. Como ela não havia pensado nisso antes? Xingou-se mentalmente.

— NICO! — gritou. — Aura Gélida. Agora!

Inara não sabia se Nico havia a havia escutado, mas rezava para que tivesse. Os outros semideuses ignoraram Inara e em poucos minutos, antes das máscaras serem removidas dos rostos dos filhos de Hades, o ambiente tornou-se frio. A pele de Inara e Nico estavam tão frias quanto um gelo, obrigando os semideuses soltarem os filhos de Hades.

Inara e Nico, aproveitando a distração, correram até suas espadas e as pegaram, iniciando um novo poder. Esse seria bem mais fácil. Os dois trocaram um olhar, agora já estavam conseguindo enxergar melhor na escuridão, pensando a mesma coisa: Shadowdance. E eles atacaram mais uma vez, com todos os sentidos aguçados.

Talvez não tivesse nenhum filho de Plutão ou Hades por ali, além de Inara e Nico, pois ninguém entendia o que estava acontecendo. Os filhos de Hades moviam-se com agilidade entre seus oponentes, pareciam dançar, movendo o corpo com a maior agilidade do mundo, desviando de golpes. A escuridão era perfeita para àquele poder, pois os dois podiam se mover com mais facilidade. Ali estavam, Inara e Nico, dançando entre seus adversários enquanto desferiam golpes mortais nos mesmos.

A metade dos semideuses jaziam no chão quando Inara e Nico avistaram o Elmo do Terror imponentemente dentro de uma caixa de vidro. Os irmãos avançaram até o simbolo de Hades, mas foram impedidos por Josh e outros dois garotos.

— Vocês não vão conseguir, filhos de Hades. Rendam-se e aceitem o destino de vocês: a morte — Josh disse.

— Hoje não, cara — disse Inara.

Os filhos de Hades atacaram. Josh era mais ágil do que eles imaginavam — assim como os outros dois garotos. Inara e Josh estavam travando uma luta acirrada e, em algum momento, Josh conseguiu desarmá-la. Inara estava xingando-se mentalmente por ter sido tão idiota.

Josh chutou a garota, fazendo Inara rolar no chão. Ela gemeu, colocando a mão na barriga. Por que estava sendo tão fraca? Sua máscara desprendeu-se de seu rosto e estava muito próxima de cair. A garota sabia que Nico não poderia ajudá-la e que, se a máscara caísse, seria seu fim. Mas por que estava com tanto medo de morrer? Desde os treze anos queria morrer, mas sempre fora covarde demais para tirar a própria vida. E o que a impedia agora? A imagem do rosto de Jason inundou os pensamentos de Inara, fazendo a garota entender porque ainda queria viver.

Josh estava pronto para desferir mais um chute na garota, porém Inara fora mais rápida. Segurou o tornozelo de Josh e o puxou, fazendo-o desequilibrar-se e cair no chão. Inara levantou-se, ajeitou sua máscara e pegou sua espada. Estava cansada disso. Só queria sair dali o mais rápido possível. Ela empurrou Josh para trás e desferiu um golpe no garoto, não para matar, mas para atordoá-lo. E o deixou inconsciente quando tocou sua pele, deixando-o tão frio quanto o gelo. Inara sabia que ele acordaria morrendo de dor, mas não estava preocupada com isso.

Ela caminhou até a caixa de vidro que guardava o Elmo do Terro, mas antes que pudesse tirá-lo de lá. Alguém a puxou para trás, fazendo Inara cair de bunda no chão. Nico a ajudou a levantar e os dois observaram vários semideuses os fecharem em um circulo. Inara bufou.

— Eu tenho uma ideia — disse Inara. — Mas vou precisar que você os distraia e me dê cobertura, pois vou estar desarmada.

— Deixa comigo — disse Nico.

O filho de Hades atacou e meia duzia de semideuses foram de encontro a ele. Com um movimento rápido, Inara lançou sua espada na direção da caixa de vidro. A espada voou no ar como se fosse uma lança e chocou-se contra o vidro, quebrando-o. O Elmo caiu no chão e Inara correu para alcançá-lo.

Quando Inara o pegou sentiu o poder que o Elmo emanava. Se ela não estivesse muito concentrada em sair dali e devolver aquilo para Hades poderia roubá-lo para si. Talvez fosse por causa desse poder que todos queria as armas dos Deuses. Inara queria distância daquilo. Mas não tinha opção se não usá-lo.

— NICO! — a garota gritou. Nico olhou para ela. — Proteja-se.

O garoto arregalou os olhos ao entender o que Inara estava prestes a fazer. Nico correu para fora do salão, parando não muito longe e escondendo-se atrás de uma parede de pedras. Ele agachou-se, rezando para que Inara saísse viva do que estaria prestes a fazer.

Dentro do salão, os semideuses que restaram andaram na direção de Inara. Sem hesitar a garota fechou os olhos e colocou o Elmo do Terror na cabeça. Quando a garota abriu os olhos, percebeu que conseguia enxergar no escuro tão bem quanto o próprio Hades. A espada na sua mão tornou-se insuportavelmente fria, mas Inara não estava incomodada. Ela sabia exatamente o que fazer. Correu na direção dos semideuses e, um por um, foi sendo atravessado pela espada de Inara. A garota não sentiu remorso, não sentiu pena.

Inara sabia que os semideuses não podia curar-se daquele golpe, pois não fora um simples corte no abdômen. A ligação com a alma deles havia sido cortada. Eles estavam definitivamente mortos. Inara sentiu algo muito próximo da pena quando observou todos os corpos no chão, mas esse sentimento logo foi substituído pela sensação de dever cumprido. Eles fizeram a escolha deles e Inara não podia sentir-se culpada por isso. Nunca.

Nico adentrou o salão aos troncos e barrancos enquanto Inara tirava o Elmo do Terror da cabeça. Ela estava sentindo-se tão viva, tão poderosa! Mas não podia dar-se ao luxo de sentir tudo isso de uma vez só, as consequências não podiam ser boas.

— Pelos Deuses! — exclamou Nico. — O que você fez aqui?

Inara deu de ombros. Ela não queria saber, só queria sair dali e descansar um pouco. Sua cabeça começara a doer e o cansaço já tomava conta de seu corpo.

— Ah, meus Deuses! — Nico arregalou os olhos. — Vocês está brilhando.

Inara pensou em xingar Nico por estar falando coisas idiotas até olhar para suas mãos. Era verdade, ela estava brilhando! Seu corpo reluzia em um tom de dourado. O que diabos era aquilo? Será que era alguma punição de Hades por ela ter usado seu Elmo? Não, provavelmente não. Inara estava bem, cansada, mas bem. Então, o que era? A pergunta de Inara fora respondida por Nico.

— Você recebeu a bênção de Atena. Por Hades, Inara!

Inara parou de brilhar e sentiu que iria desabar. Era muita informação para processar. Ela tinha que sair dali o mais rápido possível. Precisava ver Jason.

— Vamos embora daqui, Nico — disse, simplesmente.

O garoto assentiu, entendendo o pedido da irmã, e guiou Inara para fora do salão. Eles fizeram o caminho de volta em silêncio, nenhum dos dois queria comentar sobre o que acontecera dentro do salão. Era melhor assim, para ambos.

A luz do sol já estava entrando pela entrada da caverna quando os dois chegaram lá. Estavam a centímetros de lá. Tão perto... Inara e Nico foram surpreendidos quando suas máscaras foram puxadas de suas cabeças.

— Por que já estão indo embora? Fiquem... E morram — a voz de Josh era sombria.

Inara virou-se para ele. Os olhos da garota faiscavam. A garota negava-se a inalar aquele gás, mas estava quase impossível.

— Eu já disse: hoje não, cara — ela disse, cravando sua espada no peito do garoto.

Josh deu seu último suspiro e Inara voltou-se para Nico, o garoto estava desmaiado. A filha de Hades desesperou-se. Nico não podia morrer! Ele era a única pessoa que podia considerar da sua família, mesmo que fossem de mães diferentes. Ele era seu irmão, caramba!

A garganta da garota já estava fechando por causa do gás, mas ela não iria morrer ali. Levantou Nico e caminhou com ele até a entrada da caverna. A luz do sol quase a cegou. Inara saiu de perto da entrada, tentando respirar o ar puro, mas sentiu sua cabeça girar. Beatriz, Paula, Jason e Percy correram até eles. Ali fora os semideuses jaziam no chão, ensanguentados.

— NICO! — Paula balançava o filho de Hades, tentando acordá-lo. — NICO! O que aconteceu, Inara? NICO!

Inara balançou a cabeça, ela não conseguia falar. Jason agachou-se ao lado dela.

— Eles estavam sem máscara quando saíram — disse Percy. — Ah, meus Deuses!

— Puta que pariu, Nico! — Paula disse, ainda balançando o garoto. — Você não presta para nada mesmo? Acorda, seu idiota!

— Inara? — Jason a chamou, mas a voz do filho de Júpiter parecia muito distante. — Fica acordada. Está me ouvindo? Continue aqui.

Beatriz pegou um pouco de ambrósia e deu a Inara e Nico. Paula e Jason ajudaram os filhos de Hades a engolirem. Jason tomou o rosto de Inara nas mãos, mas a garota não estava mais consciente. Nico não esboçou nenhum sinal de vida. Paula desesperou-se, começou a gritar. Jason estava tremendo, ainda com o rosto de Inara nas mãos. Percy abraçou Beatriz, a filha de Zeus estava chorando. Paula abraçou Nico, apoiando seu queixo na cabeça do garoto. Ela não queria saber o que os outros semideuses pensariam do gesto, só queria que Nico abrisse os olhos e falasse alguma merda como de costume. Jason colocou a cabeça de Inara em seu peito e tentou falar com a garota, negando-se a acreditar que aquele era o fim dela e o de Nico. As parcas não podia ser tão cruéis, não é mesmo? Nesse momento, o Elmo do Terror fora esquecido.

E a pergunta que não queria calar era: o que eles fariam agora?


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Comentem, cupcakes :3



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