_não tenho mais opções. Úrsula nunca deixará Bárbara ir para o acampamento. Aquela mulher insensível me fez sofrer uma vez e só uma. Ela não vai tirar minha filha de mim. – fala Hades em algum canto do mundo inferior

_é o preço que se paga por se relacionar com mortais – responde Perséfone – não se pode confiar nem em deuses, quanto mais em mortais.

_nem mesmo Ares e Apolo conseguiram faze-la mudar de ideia. – fala Hades andando de um lado para o outro

_já pensou que talvez você esteja escolhendo os deuses errados. Aposto que Úrsula não quer entregar a filha dela para os deuses irresponsáveis que você manda. – declara Perséfone

_o que quer dizer? Quer que eu mesmo vá busca-la?

_claro que não. Quero que mande alguém com responsabilidade e bons argumentos.

_Atena talvez?

_Atena é responsável e muito persuasiva, é a perfeita para esse trabalho.

_não sei não. Atena não é a minha maior fã.

_tem isso.

_e o que fazemos então.

_Deve ter alguém que não te odeie e que possa te ajudar.

_tem uma pessoa, mais o preço a pagar é muito caro.

_caro tipo?

_minha filha entrar para as caçadoras aos dezoito anos.

_não! Qualquer uma menos ela!

_é a nossa ultima chance. Mande chamar Ártemis!

* * *

O sol estava nascendo, Barbara e Úrsula passaram a noite acordadas discutindo com dois deuses diferentes que tentavam convencer Úrsula a deixar Barbara ir para o acampamento.

_toctoc – Úrsula bate na porta do carro – abre aqui.

_para que? – pergunta Barbara

_vamos sair daqui, aliais nem sei por que ficamos tanto tempo aqui.

Barbara abre a porta da frente do carro e sai.

_aonde vai? – Úrsula pergunta

Barbara entra no banco de trás e coloca o cinto.

_pegou sua mochila? – pergunta Úrsula

Barbara faz que sim com a cabeça e desvia o olhar para a janela. Úrsula liga o carro e sai do encostamento para a estrada. Passa um tempo em silencio absoluto ate que Barbara diz:

_você já teve a impressão de que a lua esta seguindo você?

_muitas vezes quando eu era criança filha, por quê?

_estou com essa impressão agora.

_mas filha, já é de manha!

_então tem alguma coisa errada.

Do nada um cervo prateado apareceu no meio da estrada, fazendo Úrsula frear instantaneamente e quase virar o carro.

_o que aconteceu? – perguntou Barbara assustada saindo do carro, seguida por sua mãe.

_um cervo apareceu do nada no meio da rua, não podia atropela-lo.

_vejo que ao menos tem consideração pelos animais. – disse uma linda mulher alta, branca de cabelos castanhos e olhos da mesma cor. Tinha uma expressão seria, mas ainda sim parecia simpática.

_quem é você? – perguntou Barbara começando a enjoar dessa frase

_não importa quem eu sou. Você é Barbara Hunt? Filha de Úrsula Hunt e Hades, tem quinze anos e até essa semana morava no Brooklyn- long island, mudou se para lá dois anos após seu nascimento e recebeu nas ultimas vinte e quatro horas a visita do insuportável Ares e de meu irresponsável irmão Apolo? – perguntou a mulher para Barbara

_sim – respondeu Barbara confusa – como sabe tanto sobre mim?

_também não importa. Você virá comigo para o acampamento meio sangue. Não é longe daqui. Pegue suas coisas e sua arma e não se preocupe que lá no acampamento eles irão te explicar tudo.

_ela não vai! – disse Úrsula colocando o dedo na cara da mulher – já disse isso duas vezes e vou repetir quantas vezes for preciso.

_não pedi sua opinião – respondeu-lhe a mulher – eu não perguntei se podia leva-la, eu disse que ia leva-la.

_eu vou – disse Barbara – e você não vai me impedir, mãe.

_ótimo, tenho que te deixar lá antes que escureça. – disse a mulher – e a propósito, meu nome é Ártemis, deusa da lua, da caça, dos animais selvagens, das regiões selvagens, dos partos, da virgindade e protetora das meninas.

_nossa! - falou Barbara boquiaberta

_você vai ir mesmo? – perguntou Úrsula

_vou – disse Barbara – mas fica tranquila que eu sei onde você mora e sempre que der eu vou te visitar.

_que os deuses te protejam minha filha.

_e vão – disse a deusa – agora vamos.

Barbara pegou suas coisas e foi para junto da deusa. E em um flash eles sumiram, deixando apenas uma mulher com o carro estacionado de maneira estranha acenando para o nada.