Barbara nunca tinha viajado tão rápido. Fechou os olhos ao se despedir da mãe e ao abrir estava ao pé de uma colina onde havia três coisas que lhe chamou atenção. Barbara já sabia muita coisa de mitologia grega então reconheceu dragão Peleu que estava fazendo um tipo de proteção para o acampamento, ele estava enrolado em um pinheiro muito bonito e viu pendurado no pinheiro um pano dourado que reconheceu na hora como o velocino de ouro. Um portal de colunas gregas anunciava com letras também gregas: Κατασκήνωση Ημίαιμος. Novamente ela conseguiu traduzir facilmente: acampamento Meio-sangue.

_é aqui que eu me despeço de você. Espero que se de bem ai no acampamento, por que você sabe como é né... Filhos de Hades. – falou Ártemis

_não, não sei. O que quer dizer com isso? – perguntou Barbara

_nada não. Quiron vai te explicar tudo. Adeus Barbara. – despediu Ártemis

_adeus e obrigada. – despediu Barbara

_não... Eu agradeço. – falou Ártemis e novamente em um flash desapareceu.

Barbara ficou parada por um tempo pensando no que Ártemis disse e então encarou o acampamento. Era um lugar que parecia super legal: havia trinta e um chalés o que ela imaginou sendo um para cada deus ou deusa, mas não imaginou que houvesse tantos; há uma casa maior do que os chalés, uma parede de escalada com alguma coisa laranja escorrendo que parecia lava, estábulos, forjas, um arsenal, campos de morangos, algo ao longe que parecia uma gruta e mais uma infinidade de coisas. Ela não sabia exatamente o que fazer. Entrar? Esperar? Não sabia com quem falar, e se percebessem que ela não era do acampamento?

_oi? Está perdida? – falou uma voz que Barbara conhecia muito bem

_Gregório? O que faz aqui? – disse Barbara virando-se, mas ao ver o dono da voz teve certeza absoluta de que não era Gregório.

_já se esqueceu de mim gatinha? – perguntou o jovem

_claro que não, me desculpe Apolo. Estava de costas e pensei que a voz fosse de outra pessoa.

_me deixa adivinhar: Ele te perturbava muito, dizia que te amava, fazia você se entediar facilmente e agora que não convive mais com ele sente falta. Acertei?

_é exatamente isso! Como sabia?

_deus das profecias?

_ah é, tinha me esquecido disto.

_me desculpe, trapaceei.

_desculpo não! – falou Barbara em tom de deboche

_uma filha de Hades malvada e perversa? Por que eu não estou surpresa?

Ao dizer isso, Apolo arrumou um cabelo de Barbara que estava caído por cima de seus olhos e disse:

_você é tão linda que poderia ser uma filha de Afrodite, tão inteligente que poderia ser filha de Atena, tão corajosa que poderia ser filha de Árt... Deixa pra lá. A questão é: você é demais.

_para, eu estou ficando envergonhada.

_ok, sem dizer a verdade.

_você é tão diferente do que sua irmã me descreveu.

_e como ela me descreveu?

_infantil, irresponsável, safado, idiota e sonso.

_eu? Sonso? De onde será que ela tira essas coisas?

_nem faço ideia.

Caímos na risada, até que eu senti uma mão em meu ombro. Olhei e vi um satiro. Levantei-me e olhei em volta, não havia ninguém alem de nós e um pergaminho no chão. Barbara pegou e guardou antes do satiro vê-lo.

_está perdida? – perguntou o satiro.

_na verdade, eu meio que estou.

_você é filha de quem?

_Hades – respondeu-lhe fria e secamente por pura diversão

O satiro a encarou assustada e declarou:

_siga-me.