Uma aventura do doutor: a ladra de palavras escrita por Tisa Fireno


Capítulo 5
No estilo supernatural




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–Então, você quer uma surpresa, certo?

Nos estávamos na máquina do tempo, a tal tardis, e eu me senti culpada por tê-la chamado de “uma porra de uma cabine azul”. Era a coisa mais fantástica, extraordinária e complexa que eu já tinha visto.

– Já ganhei uma. Ela é linda.

–Também acho isso.

Dessa vez, eu que sorri.

Ele começou a apertar muitos botões e a puxar manivelas, até bateu no painel de controle com um martelo e nos começamos a balançar. Eu me segurei em um tipo de apoio que tinha atrás. Até que paramos com aquele barulho.

–Foi divertido. Podemos fazer de novo?

–Acho que você não vai querer. Aqui fora está Shallanna. Lindo lugar. Jardins excelentes.

Ele dizia isso enquanto ia abrindo a porta.

–E, aparentemente, um lugar favorável para homicídios. -eu disse

Ele parou.

–O que? Ah, entendi.

Tinham faixas de afaste-se para todos os lados. Uma fita crepe estava grudada no chão fazendo a forma de uma pessoa, eu acho. E tinha sangue azul para todo lado.

Uma mulher bem vestida se aproximou. Usava um terninho. Completamente normal, tirando o fato de ela ser azul. Ela disse:

–O que diabos vocês estão fazendo no local do homicídio? Vocês estão presos e sob custódia em nome da proclamação das sombras como suspeitos pelo assassinato do governador de Shallanna.

O Doutor tirou um documento do bolso do terno e mostrou a mulher azul.

–Acho que não. Como você pode ver, também estamos trabalhando no caso. Agente Smith e agente Fireno.

Ela olhou os documentos e falou:

–O. k. Estão liberados, mas ainda assim são um perigo pra muitas espécies. Não é um motorista muito bom, não é?

–Já tive dias melhores.

–Posso ver isso. Poderia tirar seu veículo da cena do crime, por favor, agente Smith?

–Claro.

Nos entramos na tardis de novo. Eu perguntei:

–Como você a convenceu com um papel em branco?

–Como você viu que estava em branco?

–Sei lá, vendo. Por que a pergunta?

–É um papel psíquico. Só pessoas treinadas ou com percepção aguçada conseguem perceber que está em branco. Parabéns, Tisa, depois de todos esses anos você continua me surpreendendo.

Eu acho que eu corei porque virei o rosto e falei:

–É melhor sairmos daqui, não? Se não ela vai nos prender de novo.

Ele também virou o rosto.

–É. Bem lembrado.

Ele mexeu nos controles de novo e nos fomos parar perto dali.

–Espera- eu falei- nos vamos fazer isso no estilo supernatural?

–O que é supernatural? De novo aquela coisa que você fica citando?

–Eu fico citando é? Bem, esquece. Eu só estava perguntando por que nos vamos fingir ser agentes e tal.

–É bem isso.

–Isso é emocionante. Mas eu não posso fingir que sou uma agente assim.

–Por quê? Qual é o problema com a sua roupa?

Olhei pra mim mesma e disse:

–Eu estou com uma blusa de star trek.

–E daí?

Eu virei os olhos.

–Daí, Doutor, que se for pra fingir, vamos fingir bem. Você não anda com muitas garotas, não é, engravatado?

– Você não acreditaria se eu te contasse.

–Provavelmente não.

Ele suspirou.

–Quase tinha me esquecido como era. Segue esse corredor, na terceira porta a direita tem um guarda roupa feminino.

–Obrigado.

Eu saí e, quando cheguei lá e abri o guarda roupa, gritei.

–Doutor?

–Sim?

–Quer casar comigo?

–O que?!

Ele parecia assustado. Eu ri.

–Esquece.

Passei um tempinho escolhendo a roupa. Optei por um terninho tipo o da mulher azul. Blusa de botões azul clara, calça marrom e paletó cinza. Já estava saindo quando vi um adereço final que eu nunca usaria em um dia comum por que, afinal, nem feminino era.

Eu fui para a sala do painel de controle e o Doutor disse:

–Finalmente. Podemos ir agora?

–Ficou legal?

–Se eu disser sim nos podemos ir?

–Sim.

–Então, sim. Ficou ótimo, maravilhoso.

–Seu exagerado. Eu nem demorei tanto tempo assim. Você nem conhece a minha mãe.

Estávamos quase na porta, de novo, quando ele virou e disse:

–Tisa.

–Sim?

–Uma gravata borboleta?

Eu olhei para ela. Era azul. Muitas coisas azuis hoje.

–Qual é o problema? Gravatas borboletas são legais.

Ele se virou de novo e abriu a porta.

–Se você está dizendo... Vamos investigar o assassinato do governador na mansão Shill.


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