Incomplete escrita por KatCat


Capítulo 3
Sunset On The Beach


Notas iniciais do capítulo

Obrigado pelos reviews do cap passado



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Quando cheguei no “meu” quarto, eu deixei as malas perto da porta e me joguei na cama. Apesar de amar meu quarto lá em São Francisco, eu estaria mentindo se não dissesse que esse aqui também é mega confortável. Eu estava cansada por ter passado aquele tempo todo no avião, apesar de ter dormido um pouco. Tirei meu celular do bolso de trás e mandei uma mensagem para Cameron.

“Cheguei no inferno particular. Aqui não é quente como falam, é frio pra cacete, isso sim. Como está lidando com seus pais? Davina xx” Digitei e me sentei na cama, desamarrando os tênis e os jogando pro lado. Meu celular tremeu na minha mão e eu abri a mensagem.

“Notícia do dia: inferno particular de Davina Clairemont é frio, e não quente! Vai virar manchete, querida. O mesmo de sempre, sem televisão, computador, a mesma merda de sempre. Sorte que dessa vez me deixaram com o celular. Cam Gostoso xx” Gargalhei com o que ele respondeu e voltei a digitar.

“Ui, se eu ficar famosa, vou fingir que nem conheço você. Quer trocar de lugar comigo? Já estou com saudades do teto do meu quarto, ficamos tão próximos esses meses HAHAHAHAHAHA parei. Aproveitar que estou aqui e vou pra praia, criatura. Davina Sedução xx”

Joguei o telefone em cima da cama e pulei dela, indo até a mala e a abrindo. Peguei um vestido vermelho/rosa escuro com algumas flores e um casaco solto branco para colocar por cima. Depois de pronta, fechei a mala e saí do quarto, descendo as escadas vagarosamente. Olhei de um lado para o outro da sala. Nem sinal de Steve. Passei correndo e saí da casa, andando alguns metros até sentir a areia fina nos meus pés. Sorri quando vi que já era hora do pôr-do-sol. Cheguei mais perto da água e cruzei os braços. O pôr-do-sol na praia era simplesmente lindo. Você conseguia ver direitinho aonde o sol estava, e o céu ficava com uma coloração alaranjada maravilhosa.

Eu fiquei ali até escurecer, ignorando o vento frio que me dava calafrios as vezes. Eu não queria voltar para dentro. A única coisa boa de se estar ali, era que eu não tinha meus pais para me encher o saco. Mas em compensação...

— Davina! — ouvi a voz de Steve atrás de mim.

Falando no demônio... — resmunguei, me virando um pouco para ele, ainda de braços cruzados — O que foi agora?

— Seus pais querem falar com você — ele falou. Estava parado na porta da casa, e eu só conseguia vê-lo porque ele havia acendido a luz da varanda. Franzi as sobrancelhas em confusão, mas voltei mesmo assim.

— O que eles querem? — perguntei, minha voz um pouco dura, mas ele nem ligou, como sempre.

— Só disseram que queriam falar com você — falou, me passando o telefone. Estreitei os olhos para ele e peguei, voltando para a varanda e me sentando no banquinho que havia ali.

— O quê? — perguntei grossa. Eu ainda estava com raiva deles.

Só queríamos saber se você chegou bem ai — ouvi a voz da minha mãe. Pelo jeito meu pai estava mesmo com raiva de mim.

— Sim, cheguei, agora posso ir? — perguntei rápida.

Davina, você sabe que só queremos o melhor para você, não é? — ela falou e eu ri irônica.

— O melhor? Ah, me conta outra mãe. Eu não estaria aqui se isso fosse verdade, e você e meu pai sabem muito bem disso — rosnei, apertando o telefone em minhas mãos.

Davina, você sabe que não é assim que a coisa funciona, não vire a culpa para mim e para seu pai — eu percebia que minha mãe já estava começando a ficar irritada, mas eu não estava nem ai.

— Você sabe que eu odeio essa cidade, mãe. Vocês sabem o que ela significada para mim, o que ela me lembra. Vocês dois sabem muito bem disso, e mesmo assim continuam me mandando para cá contra a minha vontade. Belo jeito de mostrar o quanto se importam comigo — esbravejei, sentindo minha mão doer pela força com que eu apertava o telefone.

Você tem que parar de viver no passado, Davina. Todos sabemos o que Nova York significa, mas você não pode continuar se apegando a isso. Nada vai mudar o que aconteceu, aceite isso — ouvi a voz do meu pai falar duramente e trinquei os dentes.

— Pois bem. Vocês que vão para o inferno, eu não me importo. Tenho coisas melhores para fazer, com licença — desliguei, segurando as lágrimas atrás dos meus olhos e entrando na casa, jogando o telefone no sofá com força, junto com um grito de irritação. Steve apareceu na porta da sua “academia particular” me olhando assustado.

— Você está bem? — perguntou, parecendo genuinamente preocupado, mas a raiva me deixava cega.

— Não te interessa — cuspi, andando com passos rápidos e duros até a escada, subindo para o segundo andar de dois em dois. Minhas unhas perfuravam a pele da minha mão, mas eu estava pouco me importando. Bati a porta do meu quarto atrás de mim e escorreguei até o chão, com as mãos tremendo. Você tem que parar de viver no passado, Davina. Ele sequer entendia o quanto doía? O quanto eu ainda tinha pesadelos com aquilo? Levantei do chão com pressa e fui até a cama pegar meu celular, mas ele não estava mais ali. Franzi as sobrancelhas, eu tinha certeza que havia o colocado ali. Uma ideia me passou pela cabeça — STEVE ROGERS, CADÊ O MEU CELULAR?! — berrei furiosa, saindo do quarto igual um raio e descendo as escadas. Ele saiu novamente da academia.

— Seus pais me pediram para guarda-lo — ele falou, piscando os olhos rapidamente. A minha expressão realmente não devia ser das boas.

— Eles pediram o que? — rosnei, apertando ainda mais minhas mãos em punho.

— Seus pais pediram para eu guardar seu celular, pois eles não queriam você conversando com quem não deve — mesmo sem ele ter citado nomes, eu sabia que era o Cam. Steve falava calmamente comigo, pois da última vez que ele havia usado um tom autoritário, ele ouviu umas coisas não muito educadas da minha boca.

— Meus pais mandam em você agora, é? — provoquei, sorrindo sadicamente.

— Não. Mas eles definitivamente mandam em você, e enquanto você estiver sob meus cuidados e não ter vinte e um anos, por enquanto eles mandam em você e eu só estou fazendo um favor — ele disse, e eu rosnei, indo em direção a porta de saída — Onde você vai?

— Pro inferno. A não, espera, já estou nele — ironizei, batendo a porta atrás de mim e voltando para a praia. O vento estava muito mais frio agora, mas eu nem sentia direito. Meu corpo queimava de raiva e eu tinha certeza que estava vermelha — Você tem que parar de viver no passado, Davina. É sempre assim, eles só entendem o lado deles — eu fiquei falando sozinha e xingando Deus e o mundo por não sei quanto tempo. Eu estava sentada no chão, abraçada com meus joelhos e encarando o reflexo da lua da água. Minha roupa estava encharcada porque em um momento de loucura eu tinha decidido sentar no meio da água, e acabei ficando toda molhada. Meus dentes batiam de frio, mas eu não queria voltar para dentro. Senti alguém sentar do meu lado, mas não me dei o trabalho de me virar. Já sabia quem era.

— Eu sei que você não gosta daqui, Davina, muito menos de mim, mas... — Steve começou, mas eu continuava olhando para o mar — Você não acha que já está na hora de esquecer isso?

— Não dá — falei amarga. Eu estava cansada demais para dar alguma resposta irônica ou sarcástica — Eu ainda me lembro, sabia? De cada mínimo detalhes. Eles ainda assombram minha mente quando eu fecho os olhos. Isso nunca vai mudar, Steve. Sinto muito, mas é impossível esquecer.

— Não sei se um dia você vai me perdoar — ele suspirou, e eu incrivelmente ri pelo nariz, e depois me virei um pouco para ele.

— Eu já te perdoei, Rogers. Eu só ainda não esqueci, e acho que nunca vou, não enquanto essas memórias ainda viverem em minha mente — falei, me levantando e voltando para casa, deixando ele plantado lá.


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Notas finais do capítulo

Comentários?
Porque vocês acham que nossa Davina odeia tanto assim NY? Dêem sugestões hehe
Quem quer saber como é o Cameron: http://images6.fanpop.com/image/photos/34200000/Max-Irons-the-host-4ever-34264542-500-659.png



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