Incomplete escrita por KatCat


Capítulo 2
I Don't Like To Be Here


Notas iniciais do capítulo

3 reviews *-* *-* *-* OBRIGADO GENTE
As coisas ainda estão meio chatas, mas elas melhoram depois de um tempo hehe
Espero que gostem mesmo assim



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Demoramos duas horas para chegar no aeroporto, mas para mim pareceram minutos. Minha cara estava fechada e eu estava de braços cruzados, encarando a janela. Estava realmente agindo como uma criancinha emburrada, mas o silêncio era minha maneira de mostrar minha revolta, e meus pais sabiam muito bem disso. Eles pararam no estacionamento e eu saí do carro, batendo a porta atrás de mim.

Davina — minha mãe me repreendeu, mas eu só olhei para ela com uma cara entediada, que a fez suspirar — Como você quer que confiemos em você, se você fica agindo assim?

Eu não respondi, só fiquei olhando para a cara dela, até que meu pai chegou com as malas.

— São só três meses, Davina — ele me lembrou, enquanto eu colocava a alça da mala de mão no ombro — Eu ainda não entendo esse ódio todo que você tem por ele, ele sempre foi tão gentil com você.

— Me erra — reclamei, tomando a outra mala de suas mãos, e começando a andar para longe deles — Vejo vocês em três meses, se eu não tiver pulado da ponte até lá.

Não dei tempo deles responderem, só saí andando direto até a entrada do aeroporto, sem olhar para trás. Eles que provocaram isso, só estou devolvendo o favor. Depois de fazer o chek-in, e esperar mais uma meia hora para o voo ser chamado, eu finalmente sentei na poltrona desconfortável do avião, mas definitivamente melhor do que os bancos duros da sala de embarque. Eu tinha ficado do lado da janela, então só encostei minha cabeça ali. Seis horas e meia de voo. Eu ia é dormir, isso sim. Fechei um pouco a proteção da janela até sobrar só um pequeno espacinho, e fechei os olhos.

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Passei metade do voo dormindo e a outra metade mais acordada que uma coruja em plena meia hora. Quando finalmente nos liberaram eu fui praticamente correndo para o lado de fora, respirando o ar poluído de Nova York. Queria voltar pra São Francisco, mas, ao menos que eu irritasse tanto Steve a ponto de ele me expulsar de lá, eu estava presa aqui.

Missão ser insuportável: em andamento.

Depois que peguei minhas malas, saí da sala de desembarque e fui até a saída. Meus pais já tinham me avisado que ele estaria me esperando do lado de fora, então eu fui direto para lá, no passo mais lento que eu conseguia. Assim que saí eu o avistei. Estava parado do outro lado da rua, encostado em um carro preto que eu não conseguia distinguir qual era. Estava de braços cruzados e usava uma jaqueta de couro marrom. Seus olhos azuis me encontraram e ele sorriu, enquanto eu só suspirei irritada.

Atravessei a rua sem olhar para os lados e ele desencostou do carro quando cheguei mais perto, pegando a mala da minha mão.

— Oi Davina — cumprimentou, indo até o porta-malas — Bom ver você novamente.

— Pena que não posso dizer o mesmo de você — respondi mal-humorada, abrindo a porta traseira e me enfiando ali dentro. Vi que tinha alguém no banco de motorista e sorri quando o reconheci.

— Davina – ele cumprimentou, e eu lancei lhe um sorriso simpático.

— Bruce — respondi, me acomodando mais no banco. Steve bateu o porta-malas lá atrás e alguns segundos depois entrou no banco do carona, se virando um pouco para mim.

— Está com fome? — perguntou, e eu ri pelo nariz.

– O que você acha? Passei seis horas dentro de um avião que se você comparar a comida deles com lixo, o lixo é melhor — meu sorriso sarcástico nunca deixava meus lábios, mas Steve continuava calma e sereno.

— Passamos naquele restaurante que começa com M então — ele falou, e eu ergui minha sobrancelha, enquanto ele se virava para frente novamente e Bruce ligava o carro.

— Restaurante que começa com M? — repeti, confusa.

— Ele quis dizer o McDonald’s — Banner explicou e eu não conseguir conter uma risadinha, que abafei com a mão. Ele estava desatualizado mesmo sobre o mundo de hoje — Então, o que você fez agora para vir pra cá de novo? — perguntou curioso, e o sorriso no meu rosto aumentou.

— Bem, vamos ver... — comecei a contar nos dedos — Quatro meses atrás eu escrevi na parede que meu diretor era um filho da mãe, duas semanas depois eu escrevi um “D” gigante na porta do meu colégio, quatro semanas atrás eu inundei todos os banheiros da minha escola, e ontem eu apaguei todos os arquivos da escola e ainda pichei todos os quadros da sala — enumerei as quatro vezes, olhando para ele, que estava me encarando incrédulo — Ah, e em todas essas vezes eu fui presa.

— Você tem sorte de seus pais gostarem de você Clairemont — balançou a cabeça, voltando a prestar atenção no trânsito.

— Oh não, se eles gostassem de mim, eu não estaria aqui agora — afirmei, e ele revirou os olhos.

— Ainda não entendo porque esse ódio todo com Steve — falou, como se o mesmo não estivesse parado ao seu lado, observando a conversa em silêncio.

— Não é necessariamente com ele — expliquei, ficando no meio dos dois bancos — É mais com Nova York mesmo. Mas a presença dele é desnecessária para mim.

Banner não falou mais nada, só voltou a balançar sua cabeça negativamente e a prestar atenção na rua. Voltei para o meu lugar em silêncio e só voltei a falar quando chegamos no McDonald’s. Paramos o carro no estacionamento e saímos. Eu me encolhi um pouco com o vento frio. Ainda não estava nevando, mas isso não demoraria muito para acontecer. Entramos e o lugar estava razoavelmente cheio, mas ainda sim dava para passarmos despercebidos.

Sentamos em uma mesa ao fundo e eu avisei que ia ao banheiro, enquanto eles resolviam o que iriam querer. Parei em frente ao espelho e respirei fundo, abrindo a torneira e jogando um pouco de água na minha cara. Meu cabelo agora caia só em ondas até a metade das minhas costas. Quando ficava cacheado ia até um pouco abaixo dos ombros e quando estava ondulado até a metade das costas.

Mordendo o lábio inferior, abri a porta do banheiro, quase trombando em alguém.

— Me desculp... — comecei, mas parei quando vi quem era — Pepper!

— Davina — ela falou, surpresa por me ver — O que você está fazendo aqui? Pensei que morasse em São Francisco.

— Eu moro — resmunguei, a irritação voltando — Mas deu errado algumas coisas lá e agora vou ter que passar minhas férias nesse lugar.

— Oh sim — ela falou, parecendo entender alguma coisa — Foi por isso que vi Steve e Bruce lá na frente.

— É... — murmurei, enfiando as mãos no bolso — Mas e você, o que está fazendo aqui no McDonald’s? Pensei que não gostasse da comida deles.

— Eu não gosto, mas Anthony cismou hoje que queria um hambúrguer daqui — ela revirou os olhos e eu ri.

— Se fosse eu, mandava aquele babaca vir buscar sozinha. Até onde eu saiba, ele também tem um par de pernas e braços — falei, fazendo ela rir. Me despedi dela e voltei para a mesa, que agora só tinha Banner — E aí, onde você está morando agora? Dá última vez que vim, você estava passando alguns dias na torre maldita do Stark.

— Tenho uma casa pequena à alguns quilômetros daqui — deu de ombros, olhando pela janela — Sabe como é, não quero ficar muito perto.

— Eu sei — dei um sorriso triste para ele, que respondeu do mesmo jeito. Steve voltou alguns minutos depois com o lanche. Eu comi como se não tivesse colocado nada na boca fazia uma semana, tanto que Steve até começou a me encarar assustado — O que foi?!

— Nada, é que... — ele falou, parecendo desconfortável em me falar isso — Tem ketchup por todo o seu rosto.

Aposto que meu rosto que tinha ficado da cor do ketchup agora, pois eu praticamente larguei o sanduiche na bandeja e arranquei um papel, passando apressadamente pela minha boca e bochechas.

— Saiu? — perguntei com a voz histérica, enquanto ele ria baixinho.

— Sim — respondeu, e eu suspirei aliviada. Terminamos de comer em silêncio e voltamos para o carro. Dessa vez eu coloquei meus fones de ouvido e só os tirei quando chegamos a casa de Steve. Era uma casa um pouco afastada da cidade, e ficava na beira da praia. A S.H.I.E.L.D. havia dado para ele quando toda aquela bagunça de “Os Vingadores” acabou. Nos despedimos de Bruce e ele abriu a porta, enquanto carregava minhas malas sem esforço algum — Seu quarto é...

— Segue o corredor, vire a segunda direita — recitei, pegando a mala de mão de seus braços — Eu já sei.


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Notas finais do capítulo

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