O amor de uma vida escrita por SwenLove


Capítulo 26
Capítulo 26


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde, Swens!

Como disse - e faz tempo que não cumpro meu próprio prazo - um capítulo pra vocês eeeee já vou avisando, fortes emoções e espero que vocês gostem!

O próximo deve vir até o final da nova semana, é carnaval e todos nós merecemos um descanso bom (;


Uma ótima leitura e perdoem os erros! Bom carnaval com muitas doses de juízo...



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Após a conversa com Tinker, Regina se sentia ainda mais confusa. Na verdade, cada vez que recordava a terrível viagem pra Vancouver, sentia-se o cumulo da confusão. Amava Emma enlouquecidamente, mas a principal coisa que manteve o relacionamento entre elas por quase duas décadas estava ferida e não era um pequeno ferimento. A empresária não sabia dizer se a confiança um dia poderia ser reconstruída e tal fato era o principal motivo que aumentava seu sofrimento. Para a morena, mesmo que uma relação tivesse todo o amor do mundo, mas não tivesse tanta confiança, já não valeria à pena arriscar. Acreditou que naquele período, a confusão não lhe deixaria.

Relembrou as palavras de Cora, a conversa em baixo da macieira, tentou engolir o nó e as lágrimas e deu alguns passos se aproximando da loira deitada, tão imóvel e tão indefesa. Era sim como facadas em seu coração, doía o fundo da alma ver a sua loira naquele estado tão trágico e oposto a alegria que sempre foi. Parou ao lado da cama e deslizou os dedos sobre a face delicada de Emma, mais parecia um anjo dormindo. Sua expressão era calma e tranqüila, a mesma expressão que por inúmeras noites encontrava-se do seu lado na cama.

Flashback Regina

O sol já havia se despedido há muitas horas e faltava poucas para acordar, porém a incrível vontade de ir ao banheiro fez com que Regina acordasse. Sentia-se mais dormindo do que acordada, rapidamente foi e logo estava pronta para apagar o abajur e aproveitar suas ultimas horas de sono, mas um sussurro da esposa chamou sua atenção. Inclinou-se para ver e sorriu. Emma tinha a expressão angelical e um pequeno sorriso nos lábios. Impossível não admirar tal cena.

Durante o dia, a esposa era divertida, alegre e muito agitada, o oposto da madrugada, onde mais parecia uma criança dormindo de tão doce e suave. Aproximou cuidadosamente seus lábios da testa da amada, mas antes que o beijo acontecesse, alguns fios tocaram o rosto claro e a expressão tranqüila tornou-se franzida. Regina não conteve novamente o sorriso enquanto recolheu os cabelos, por fim beijou sua testa e outro resmungo, dessa vez essa seu nome saindo da boca da esposa, não uma única vez, foram duas ou três seguidas.

Regina agora quem tinha um sorriso malicioso, além da respiração pesada de Emma, o sorriso e os resmungos com seu nome, acreditou que o sonho da esposa estava sendo mais interessante que poderia imaginar. Seu sono já não existia, o que dominava seu corpo era um calor saindo do meio de suas pernas e tal sensação a fez querer ajudar a loira em seu sonho. Adentrou as mãos por debaixo da regata branca que Emma usava como pijama e levemente começou a acariciar os seios da loira.

Por sua vez, uma Emma agarrada no sono abriu um sorriso ainda maior com o toque. Regina adorou uma resposta positiva. Continuou massageando os seios enquanto se pôs sentada na cama e utilizou a outra mão para descobrir a loira. A reação da loira continuava sendo positiva, a expressão que Regina conhecia e amava surgia. Mesmo com os olhos fechados, a morena percebeu que sua amada estava morrendo de vontade de senti-la.

Calmamente, Regina parou a massagem e subiu um pouco mais a regata de Emma, aos poucos começou a deslizar suas mãos na barriga, em direção as coxas, então Regina reconheceu o sorriso nos lábios da esposa, ela estava despertando e provavelmente seu tesão estava aumentando de acordo com o caminho percorrido pelas mãos. .

– Acho que já disse o quanto adoro ser acordada assim!? – Murmurou Emma, que agora puxava a esposa para um beijo.

Regina não respondeu, correspondeu ao beijo na mesma intensidade de Emma enquanto as mãos deslizavam por seus corpos.

Aonde aquilo terminaria? Ambas relaxadas sobre a cama e quando prestes a dormir, o despertador tocaria e a risada entre elas dominaria o quarto.

Regina ficou por segundos apenas observando Emma enquanto as lembranças vagavam em sua mente. – Acho que você não acreditaria se te dissesse o quanto estou sofrendo sem sua risada . – Murmurou, sentando-se na beirada da cama. Segurou uma das mãos da loira, apoiada em seu colo. – De acordar com as suas brincadeiras e do seu café horrível. – Tentou sorrir, mas no momento as lágrimas queimavam seus olhos. – Minha Emma... – Falou alguns segundos depois, notou nesse tempo a linha da consciência tremer. – Por favor, volta! – Claro que o silêncio ainda era a resposta da loira. – Se você me escuta, por favor querida, me dá algum sinal. – Uma lágrima escorreu pela bochecha de Regina e pingou na mão de Emma. Regina assustou-se por um segundo, Emma apertou sua mão.

O coração acelerado e a cabeça agitada, recorreu a campainha ao lado da cama. Sem demora, Merida apareceu no quarto, encontrando uma Regina ainda emocionada, agora um pouco de alegria.

– O que houve?

– Emma... Eu estava conversando com ela... Ela apertou minha mão! – Regina se atropelava nas palavras. – Eu devo ta parecendo louca ou desesperada, mas eu juro, eu pedi pra ela me dar um sinal se estivesse ouvindo, ela apertou minha mão. – Sussurrou a morena.

Sem falar nada Merida andou até Emma, escutou seu coração, observou a tela dos batimentos e consciência. Tudo parecia perfeitamente normal, até mesmo os níveis extremamente altos de consciência. – Vou pedir para o Dr. Ramoray* passar aqui.

– Dr. Ramoray? – Questionou a Morena tão acostumada com Whale.

– Ele é tão bom quando Dr. Whale, e juntamente os dois estão acompanhando o caso de Emma em plantões diferentes.

Alguns segundos rápidos e Merida disse que na próxima visita, não seria ela, entrariam o médico dito a pouco e a enfermeira do noturno. Regina então ficou na expectativa da entrada dos dois, mesmo que seu corpo ainda tremesse com o toque de Emma. Permaneceu sentada, sorrindo e admirando a esposa. – Você vai ficar boa e vai estar aqui comigo logo, meu amor.

Emma

Foram estilhaços de vidro voando, uma freada estridente e adormeci. Houve uma sensação de canseira e alto nível de estresse durante um único segundo e a total fraqueza. De longe escutei vozes e pessoas preocupadas, alguns falando para não mexer no corpo e outros pediam para ligar pra emergência. Meu corpo não respondia a vontade de me mover, eu tentei até mesmo abrir os olhos, em vão, o último esforço e a escuridão se fez presente e o silêncio junto.

Pareceu uma década dormindo quando comecei a escutar vozes, parecia estar em um seriado de hospital. Estou morta? Inutilmente tentei mexer meu corpo, parecia incrivelmente pesado. Tentei reconhecer as vozes. Novamente a escuridão me tomou.

Parecia estar acordando de um cochilo rápido, mas as vozes agora eram diferentes. Tentei reconhecer as vozes, não poderia explicar o porquê, mas me faziam bem. Entre alguns cochilos, a voz rouca era a que me acordava.

A parte que estava cochilando me agradava de forma intensa. Conseguia sentir um efeito diferente, meu corpo flutuava em um local particularmente psicodélico. O mundo ali era uma natureza colorida, havia pássaros e felinos incríveis. Outro detalhe era a solidão constante nesse lugar mágico, realmente aquilo era mágico. Por mais dentro da água cristalina que eu pudesse estar, parecia nunca molhar, ou ter frio, ou calor, até mesmo fome eu não tinha e a árvores davam frutos apetitosos.

Em outra tentativa frustrante de sentir a água molhar meu corpo, senti um toque levemente gelado e delicado, me pareceu gostoso e familiar. Era como se minha mão estivesse sendo carregada até ser repousada em um colo e aquecida. Senti pela primeira vez o frio, o arrepio.

Escutava exatamente as palavras roucas saindo por aqueles lábios, não os enxergava mais os imaginava perfeitos, carnudos, vermelhos e chamativos. Tentei responder as coisas que ela falava, sua voz tinha delicadeza, sensualidade e tanto sentimento. Com todas as forças desejei acordar, assim como ela falava, em vão.

Meu corpo queimava pela minha força, tentava que fosse apertar minha mão e a cada segundo escutando aquela voz, à vontade a abrir os olhos parecia explodir. Queria ver aqueles olhos chocolate, sim eu sabia a cor e a doçura que eles eram. O rosto dono da voz começava a se formar na minha cabeça, porém nada que me fizesse saber quem era. Com isso consegui concluir que estava presa em mundo paralelo, o mundo das cores e o mundo onde tinha pessoas chorando por mim.

Regina

Regina permaneceu dentro do quarto aguardando a visita do Dr. Ramoray, ainda ao lado da esposa, voltou a se sentar como a primeira vez. Deixou uma mão deslizar pelo braço de Emma, sentindo sua pele clara e não tão fria, sorriu quando suas pontas dos dedos percorreram o vão do dedo da mão branca em seu colo, notando o encaixe perfeito que as mãos formavam.

Flashback

Era domingo de ressaca, por assim dizer. No sábado anterior tiveram a festa de aniversário do pequeno Neal, completando seu primeiro ano. Em vez de fazer almoço, pediram e comeram na sala para não montar mesa. Regina lavou a louça enquanto a loira secou e guardou, não haviam feito bagunça. Voltaram pra sala e se jogaram no sofá. No mesmo sofá, Emma estava deitada numa altura pouco maior que a esposa e Regina estava deitada em seu braço enquanto trocava os canais da TV a fim de encontrar algo que fosse interessante, quando passou por um canal de filme escutou Emma pedir pra parar. – O que você acha desse amor? – Perguntou tentando olhar a esposa, seus olhos verdes pareciam brilhar.

– Across The Universe*²? – Perguntou à morena, forçando uma expressão de contragosto. – Que filme é esse? – Bancou a desentendida.

– Regina... – Disse Emma, num tom baixo onde a esposa sentiu seu olhar de fúria.

– É claro que eu estou brincando meu amor, até parece que não sei que esse é o seu filme favorito. – A morena gargalhou, virando-se um pouco mais perto da esposa, com cuidado para não cair e beijou seus lábios rosados.

O momento foi rápido, Emma realmente adorava aquele filme. Se passasse dez vezes no mesmo mês e estivesse disponível, assistiria todas, então rapidamente pediu para que Regina se ajeitasse para verem o filme.

Logo com a primeira música, Emma e Regina abriram um sorriso e a própria loira quebrou a regra dada a pouco de não se tocarem durante o filme, envolveu a esposa pela cintura e trouxe seu corpo ainda mais perto, colando seus seios em suas costas, então começou a cantar junto com Jude. - Close your eyes and I'll kiss you Tomorrow I'll miss you Remember I'll always be true.

Regina permaneceu de costas sentindo seu corpo arrepiar com a voz da esposa tão perto do seu ouvido e começou a cantar. - And then while I'm away I'll write home everyday And I'll send all my loving to you. – Então cuidadosamente se virou para Emma, seus corpos extremamente colados e as pernas entrelaçadas.

– I'll pretend that I'm kissing The lips I am missing And hope that my dreams will come true. – Ambas tinham o tom baixo enquanto suas respirações se fundiam, Regina já tinha as mãos por debaixo da blusa da loira.

O momento era causado pelo sofrimento adiantado da saudade, pois na manhã seguinte a morena iria fazer uma viagem a negócios e ficaria fora quatro dias.

Regina começou baixinho, tentando manter-se no tom da lembrança. - Close your eyes and I'll kiss you Tomorrow I'll miss you Remember I'll always be true. – Antes mesmo de continuar, sua voz já era falha, tentando engolir a vontade de chorar que subia desesperadamente na sua garganta. – And I’ll send all my loving to you – Murmurou entre as lágrimas que escorriam no seu rosto. – Emma. – Completou, agora estava praticamente apoiada sobre a esposa.

Emma

Por mais que eu tentasse, nada tinha efeito. Como se soltasse um suspiro pesado, meu corpo ficou leve e relaxante. A voz iniciou uma canção muito familiar, eu acompanhei o seu tom cantarolando a música e mesmo que ela não escutasse, eu tinha a certeza que nossas vozes eram a perfeita combinação. Em contratempo a isso, eu sentia a dor e sofrimento na voz e isso quebrava meu coração.

Regina

Horas suficientes já haviam se passado para que Regina se entregasse ao sono, deitou-se no sofá há dois metros e meio da cama, de onde estava tinha a visão dos aparelhos e da loira, adormeceu observando a esposa.

Emma

Outra vez eu estava na cachoeira, dessa vez observando de uma pedra alta alguns leões enormes bebendo água e se molhando. Tão lindos, uma forma indescritível de ver a natureza. Tal sensação de beleza e o rosto delicado mais com fortes expressões lhe vieram a mente, dessa vez estava rindo. Fiquei me recordando daqueles olhos enquanto o desejo de realmente vê-la crescia em mim e então foi como se milhares de flashs explodissem na minha cabeça, em todos era a morena incrivelmente sexy, na voz e no corpo. Meu coração acelerou de acordo com que esses flashs começaram a se tornar mais consistentes e como lembranças reais e concreta, toda a minha vida passou por diante de meus olhos. A voz era realmente a mais linda que já escutei, os olhos realmente eram doces como chocolate e me senti completa por saber que Regina estava ao meu lado o tempo todo.

Mas espera, o tempo todo é quanto tempo? Por que não consigo se quer abrir meus olhos? Eu estou consciente mais nenhuma parte do meu corpo reage. Sinto-me frustrada na milésima tentativa de levantar. Começo a pensar em coisas tranqüilas, aquela sensação de paz me invadiu e de modo que não saberia explicar, meus olhos se abriram.

A rara claridade que invadia o ambiente irritou facilmente meus olhos, esses que continuavam tentando e acostumar enquanto procurava algo para lembrar onde realmente estou. Noto que ao meu lado tem um sofá e nele esta à dona da voz, mesmo no silêncio e com a visão muito embaçada a reconheço, é a minha mulher.

Meu coração dispara de maneira difícil de controlar até mesmo a respiração, sendo dificultada. Nunca precisei de tanto esforço para abrir os olhos e essa sensação aumentou quando tentei falar, queria olhar aqueles olhos e escutar sua voz. Regina! A voz saiu só em meu pensamento. – Reg... – Ina, um minúsculo sussurro terminado mentalmente que nunca acordaria sua esposa. – Re... – Tentei novamente, ainda inaudível e a fraqueza estava estampada. Meu corpo ainda não obedecia. – Regina... – Um sussurro, não acordaria, mas já saia o nome audível. E isso foi o suficiente para eu ver a minha morena se mexer.


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Notas finais do capítulo

* Como não fazer essa pequena homenagem, se é pra ter outro médico além de Whale, que seja Drake Ramoray. Personagem interpretado pelo personagem Joey Tribbiani da série Friends

*² Aconselho a assistir, mesmo que não goste de musical ou/e gostar de The Beatles.

Por último, espero que tenha dado pra entender o revezamento de cenas/pensamentos entre Emma e Regina.

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