O amor de uma vida escrita por SwenLove


Capítulo 27
Capítulo 27


Notas iniciais do capítulo

Salve, Salve Swens!

Peço que me desculpem a demora, além da correria do dia a dia recebi uma triste noticia na terça-feira de carnaval, um grande amigo veio a falecer. Estou atualizando hoje mais pra ver se distraio a cabeça.

Em segundo, quero confessar que não imaginava que a repercussão da fic se manteria tão boa - vocês são umas lindas e me fazem imensamente feliz por acompanharem e comentarem o que estão achando - e confesso mais, nem mesmo terminei essa fic e já tenho um novo projeto em mente. Culpem minha cabeça cheia de ideias! Será um pouco diferente dessa, não sendo exclusivamente focada em SwanQueen e no universo original da série, ou seja magia e contos de fadas.

Por último, quero já me desculpar agora pelos termos usados em relação a medicina. Como já disse, não tenho muito conhecimento nessa área e com a falta de tempo tá difícil pesquisar sobre os assuntos tratados na fic, mas deixarei o mais claro para que vocês entendam. Inclusive se alguém tiver uma boa noção relacionada a paraplegia reversível, seu tratamento e quiser dar um help, só mandar msg privada.


Agora, uma boa leitura e espero que gostem!
Próximo capítulo provavelmente até o final da semana que vem.



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Regina dormia em uma posição pouco confortável, já que estava em um sofá de hospital, o sono também era leve e vazio, pois descansar ou até mesmo desligar a cabeça em cem por cento era algo que ela não conseguia há poucas noites, qualquer possível barulho era motivo de esperança.

– Reg. – Um vento soprou pra morena. – Re. – Parecia mais real que um sonho. – Regina... – A voz quase silenciosa era a da esposa.

Regina abriu os olhos imediatamente acreditando ser um sonho e olhou para a cama hospitalar. Emma estaria deitada exatamente igual aos dias e noites, se não fosse o rosto que por milímetros pendia para o lado na sua direção e os olhos que tanto sentiu falta estavam abertos, mesmo com pouca luz Regina notou o brilho que aquele verde tinha. – Que isso não seja outra alucinação. – Disse com a emoção mais explicita na voz, sentindo o corpo tremulo a morena se atreveu a ir até a cama.

– Não é... – A voz da esposa era incrivelmente fraca e o seu coração disparava a cada tom.

Regina sentiu sua respiração falhar ao mesmo tempo em que seus olhos não acreditavam no que viam, parecia ser um sonho. Aproximou com receio ao sentir a felicidade tomar seu corpo percebendo que a linha de consciência se mexia rapidamente, abriu um sorriso e esse aumentou ao ver a loira tentar sorrir e a morena cedeu à vontade de tocá-la. Deslizou a mão pelo rosto da loira enquanto segurava o choro na garganta. – Emma... – Murmurou ainda tocando a face clara– Eu preciso chamar o médico. – Sussurrou já com as lágrimas escorrendo o rosto.

– Regina... – A loira tentou falar, sua respiração estava melhorando aos poucos. – Eu quero...

– Não faça força, querida. – Colocou o dedo delicadamente sobre os lábios rosados e ao sentir a corrente elétrica que caminhou por seu corpo quando os tocou, Regina caiu em si de que aquilo não era outra peça sendo pregada por sua mente desesperada. Emma estava realmente acordada. O sorriso que apareceu nos lábios era ainda maior que o anterior, talvez o maior de todos os tempos. - Eu não estou sonhando. - Disse, mais para ela do que para a esposa.

Sem pensar muito, aproximou-se com cuidado de Emma e beijou-lhe a testa. Tal ato que resultou em outros beijos delicados pela face da loira, enquanto as mãos da morena seguravam seu rosto. - Meu amor, meu amor. – Sussurrava entre os beijos. - Meu amor. - Deslizava a mão pelas bochechas de Emma. - O médico, eu tenho que chamar o médico. - Inclinou o corpo para a esquerda e disparou o dedo no botão da campainha.

– Preciso olhar pra você. - A loira sussurrou, arrancando um olhar surpreso da morena. Sua voz dessa vez não soava tão escassa.

– Eu estou aqui. – Disse observando cada detalhe da loira e mesmo que a voz estivesse melhorando, a expressão de cansada mantinha-se no rosto. – Não se esforce agora, por... - E antes que Regina terminasse a frase, sentiu a mão de Emma tocar a sua, motivo que perdeu a fala. Aquele toque fez com que o corpo da morena respondesse arrepiando-se, não por luxuria, mas pela incrível sensação de bem estar, de estar em casa e a sua certeza de que tudo terminaria bem aumentou ainda mais.

Um homem de cabelos pretos, vestindo um jaleco branco entrou na sala apressado. - Aconte... - Antes que ele terminasse, sorriu. Como Whale, Dr. Ramoray também era um tanto sensível. - A paciente acordou?! - Uma pergunta redundante. Alguns funcionários do hospital sem dúvidas ficariam imensamente felizes com a notícia.

Dr. Ramoray se aproximou de Emma e pediu para que Regina se retirasse da sala. E do lado de fora a morena observou outras duas pessoas entrarem, duas mulheres vestidas de branco, usando uniformes iguais ao de Merida. A morena não sabia como agir, o que falar ou fazer, aquele momento estava sendo uma tortura, então ligou pra única pessoa que veio na sua mente. Cora.

Logo Regina percebeu a voz de sono da mais velha, mas ignorou o fato, não só Cora, mais todos precisavam saber do acontecido.

– Mãe? – Cora murmurou algo que não entendeu. - Venha pro hospital, Emma acordou. – Sem esperar resposta, desligou o telefone e caiu sentada na cadeira enquanto seu coração batia acelerado com os acontecimentos, assim como sua cabeça.

A ansiedade dominou seus primeiros pensamentos ao ver uma das enfermeiras sair apressada do quarto e a ignorou por completo. Será que seu desespero não estava tão estampado? Devia estar e estava, porém dentro do quarto a preocupação era ainda maior. Regina teve a certeza quando observou Dr. Whale aparecer no corredor, após vinte minutos que a enfermeira saiu. – Dr. Whale... – Regina tentou falar, ele apenas fez um gesto para que ela esperasse e entrou com a enfermeira no quarto.

Com outros quinze minutos sentada, Regina levantou-se ao ver Jaime, Cora, David e Killian andando em sua direção. Os quatro logo caminharam até a morena ansiosos por novidades.

– Regina. – Jaime quem falou, chegando primeiro a nora. – O que aconteceu?

Regina não sabia por onde começar, por mais que esperou até eles chegarem, seus pensamentos estavam longe de entender o ocorrido. – Eu não sei Jaime. – Sorriu com o gesto da mãe. Cora abraçou a filha de lado, repousando a cabeça em seu ombro. – Eu estava dormindo e então a escutei falando meu nome. – Abriu um enorme sorriso e seu coração se enchia de vida.

– Emma sempre foi forte. – Jaime falou orgulhoso e irradiando alegria.

– E não ia desistir dessa fácil. – Completou David.

– E o que os médicos falaram minha irmã? – Killian se aproximou de Regina.

A morena suspirou, retirando o sorriso que agora a pouco tinha na boca. – Nada, nenhuma notícia, nem novidade. Exceto o fato estranho de que Dr. Whale apareceu aqui.

– Ele não é o médico de Emma? – David não parecia ver nada de estranho.

– De fato é, porém ele cobre o plantão de dia, outro médico fica a noite, Dr. Ramoray. Ótimo médico também, mas por que ele chamou o Dr. Whale que estava em sua residência provavelmente dormindo? – Ao terminar a pergunta, todos demonstraram surpresa e não compreendiam o motivo.

Uma hora voou sem tantas novidades para encher seus corações de paz, mas não se esqueciam do outro risco que a loira estava correndo. “Mas não posso afirmar o grau da seriedade enquanto ela não acordar”. A voz do médico Whale ecoou na cabeça de Regina quando escutou um berro estridente vindo do quarto de Emma.

– Emma! – A morena levou a mão no peito com a respiração pesada e num ato sem pensar acabou entrando no quarto e seu coração desmoronou com a cena.

A cama de Emma estava levantada quase que a deixando sentada e a loira chorava com as mãos no rosto, chorava desesperadamente, chorava de forma dolorida e Regina teve certeza de que a esposa havia perdido os movimentos inferiores, sabe-se lá por quanto tempo ou pra sempre.

A vermelhidão causada pelas lágrimas já dominavam o rosto da loira e Regina permitiu que as suas também escorressem, o aperto aumentou quando escutou a voz nervosa de Emma repetir Não por inúmeras vezes. – Isso não pode ser. – A loira tinha a voz abafada pelo choro.

– Nós faremos exames Emma, isso deve ser temporário. – Regina observou que nenhum dos três havia notado sua presença.

– E se... E se... E se não for? – Estava difícil perguntar devido ao choro, sua voz falhava entre os soluços.

– Não seja negativa. – Pediu o médico moreno.

– Eu não consigo mexer a merda das minhas pernas e você me pede pra não... ? – A loira calou-se ao levantar a cabeça. Regina estava parada na porta com as lágrimas escorrendo. – Eu quero ficar sozinha. – Ela disse olhando fixamente para a esposa parada na porta. – Eu posso, não posso? – Perguntou aos médicos, ambos afirmaram. – Então vocês todos se retirem e me deixe sozinha. – Afirmou de maneira e tom de voz ameaçador. Para Regina, que a conhecia, sabia que seu modo sério e autoritário de falar estava sendo uma mascara perante toda sua dor. – Isso inclui você também. – Emma ainda tinha os olhos fixos na esposa.

– Eu não vou sair daqui. – Regina falou, adentrando ainda mais o cômodo.

Whale encostou a porta quando viu que só as duas estavam no quarto e foi amparar a família da loira que estava ali.

Emma encarou Regina, a morena não saberia decifrar sua expressão. – Por favor, eu não quero conversar agora. – A loira falou. Seu rosto ainda estava vermelho e a empresária bem notava seus olhos lutando contra as lágrimas para que não as deixassem cair, a certeza foi quando observou os lábios da esposa tremer.

Emma estava tão emocionada quanto ela, Regina tremia para segurar o choro, as lágrimas incendiavam seus olhos novamente. Uma escorreu e ela não fez questão de esconder, se aproximou enquanto teve como resposta Emma um virar de rosto.

– Meu amor. – Regina começou a falar e logo foi interrompida.

– Por favor, Regina, eu não quero conversar. – Sua expressão já não era a de quem segurava apenas, estava perdendo a batalha. Virou o rosto para que a morena não visse a lagrima escorrer. Seus pensamentos não eram os mais positivos. Desde o momento que o médico pediu para que Regina saísse, sentiu coisas ruins. De primeiro instante ele perguntou como ela estava, sua visão e o outro sentidos, então seus reflexos, em seguida seus movimentos. Foi ai que seu sofrimento começou. Mexeu os braços normalmente e o doutor Whale chegou a tempo de ver a tragédia. “Emma, mexa o pé” Whale pediu , tirando o fino lençol sobre ele. Ela não conseguiu e todos os pensamentos ruins invadiram sua mente. Tentou por inúmeras vezes então o médico diurno contou-lhe sobre a lesão. Foi o berro e agora só passava pensamentos ruins. Nunca mais andaria ou seria independente, as pessoas sentiriam pena dela, seu filho, seus pais e Regina. E de todas as piedades, Emma não suportaria ver Regina tendo tal sentimento. Ela e a esposa não estavam bem, tinha o divórcio e a falta de confiança. Mesmo que a loira estivesse tentando a reconciliação quando sofreu o acidente, após essa descoberta só conseguia pensar que a única razão pela qual Regina estava ao seu lado era isso.

– Nós não precisamos conversar. - Disse num tom suave, oposto do alterado que Emma usava. Sentou-se na beira da cama e puxou a mão da esposa.

A loira foi ágil em retirar a mão de perto e permaneceu em silêncio com o rosto virado.

– Eu não vou te deixar nesse momento difícil Emma. - Regina ainda usava a suavidade na voz.

– E por pena vai ficar do meu lado? - Perguntou a loira no seu tom ríspido, virando os olhos para encarar a morena. - Não preciso disso. Já terá bastante gente sentindo dó.

As palavras grosseiras atingiram Regina, atingiram bem no coração. A morena ficou alguns segundos calada, parecia não digerir bem a acusação feita por Emma. Pena? Se questionou, PENA? Uma raiva gigantesca por Emma pensar assim nascia dentro de si, mas tentou permanecer calma. - É claro que não.

– Não? - Emma tinha os olhos raivosos também. - Até parece Regina! Você estava querendo o divórcio e agora vem me chamando de amor, dizendo que estará ao meu lado. É tão claro que isso é piedade! - Esbravejou. - Eu quero ficar sozinha. - Abaixou seu tom de voz.

– Não é por pena Emma, nós temos uma família... - Regina estava visivelmente acuada com as palavras tão estúpidas que Emma insistia em proferir.

– Que você estava decidida a por um fim. - Interrompeu a loira, virando o rosto em direção contrária a de Regina.

– Por algo que você fez! - Regina bufou, levantando-se. - Emma, por favor, pare de pensar desse jeito. - Juntou suas mãos como quem suplica por algo. - Vamos esquecer esse assunto, me deixe estar do seu lado e quando tudo você melhorar, bem, ai nós iremos conversar.

– Saia, Regina! É a única coisa que eu quero é que você saia! - A loira pediu sussurrando em meio as lágrimas que tomaram seu rosto com as poucas palavras da esposa. Isso cortou o coração da morena ainda mais.

Regina não o fez, não saiu. Sentou-se bem mais perto de Emma, ao seu lado, com as próprias pernas em cima da cama, e a envolveu num abraço. A loira não se afastou, não evitou e nem interrompeu, acomodou a cabeça no ombro da morena e deixou a armadura cair. Entregou-se as lágrimas e não fez questão de escondê-las e nem o sofrimento. A empresária abraçou ainda mais forte ao ver que ela não a rejeitou, acariciou seus cabelos louros e também permitiu que a lágrimas deixassem os olhos.

– Você sabe que tudo vai ficar bem, não é? - A morena perguntou depois de longos minutos tendo Emma chorando em seu ombro.

A loira não respondeu e nem fez movimentos, se pra Regina essa situação já estava sendo difícil, quem dirá para a própria pessoa que passa.

– Você fará exames e eles terão bons resultados. - Continuou falando enquanto Emma repousava silenciosamente em seu ombro. - Fará algumas sessões de fisioterapia e em breve estará sentindo suas pernas e tendo todo o controle sobre ela.

– Fico impressionada com o seu pensamento otimista. - Finalmente a loira falou. Tentou sorrir e olhar para a esposa, mas faltou força para conseguir se mexer. - Eu estou com medo.

Regina percebeu que Emma tentou se movimentar e a frase dita pela mesma à fez controlar as lágrimas, não queria chorar diante dela, nem agora e nem nos próximos passos que também seriam difícil.

Os minutos se passaram de forma que nenhuma saberia informar quanto tempo total passou. Regina deitou a cama, diminuindo o angulo que estavam, continuou deitada com a esposa em seu braço. O silêncio foi preenchendo o ambiente até que a morena notou que Emma dormia e por mais que o sono também lhe dominasse, o certo era sair do quarto, ir encontrar os médicos e as pessoas desesperadas por saber como a loira estava.

Com todo o cuidado, Regina levantou-se, mas antes de sair é claro que acariciou o rosto da esposa. Beijou-lhe no topo da cabeça. - Não tenha medo. - Murmurou. - Eu estou com você e nós iremos superar essa meu amor. - Completou.

É claro que iriam superar, não seria a primeira fase difícil que teriam. Enfrentaram graves crises de asma quando Henry era pequeno, enfrentaram percas, enfrentaram crise na empresa Mills. De fato essa pode ser considerada a mais grave, aquela que levou ao divórcio, mas seria superada como tantas outras. Para que no início corresse bem Regina precisaria superar a dúvida e Emma precisaria parar de sentir pena de si mesma, o que a fazia crer que todos sentiam o mesmo.


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Notas finais do capítulo

Merece reviews ou até uma recomendação? Hahaha Um beijo pessoas!