Vicios escrita por irbello


Capítulo 6
Sexto


Notas iniciais do capítulo

Ooi gente! Sei que demorei muito, tipo muito, MUITO MESMO. E peço desculpas com todo meu coração, mas eu.. Ah eu sou mega insegura e achei que não estivesse fazendo mesmo um bom trabalho. Masss, fiquei com tanta saudade de escrever que resolvi voltar.
Mil desculpas mesmo



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Assim que leu o nome do Henrique, um leve flash back lhe passou rapidamente em sua mente. Havia visto Duca beijando a lutadora e resolveu afogar as mágoas na bebida. Quando já estava passando dos limites, ele havia aparecido e ela já estava alterada então lhe tascou um beijo.

Forçou sua mente tentando se lembrar de mais mas aquilo já havia sido um esforço e tanto. Suspirou fundo tentando se acalmar da dor de cabeça.

Então era ele que ela havia beijado?

Por que ainda parece faltar algo?

– Argh. Chega de pensar por hoje. – se levantou rapidamente respondendo a mensagem da amiga.

Percebeu que havia dormido demais e já era quase quatro horas da tarde. Estranhou não ter sido chamada pelo almoço mas deixou para lá, vestiu um shorts e blusa regata branca combinando com chinelos havaianas.

– Vai ver o João? – revirou os olhos com a provocação de K que tomava água na cozinha.

– Nem começa. Vou tomar sorvete com a Bárbara, quer ir junto? – convidou logo percebendo que a irmã estava um pouco arrumada para os termos de Karina.

– Ahn, não. Vou sair com o Pedro. Vamos olhar filme de terror. – sorriu animada enquanto Bianca ria.

– Olhar filme? Sei. Essa é velha irmãzinha. Mas aproveita, mas sem passar dos limites hein? – a alertou com os olhos logo acenando saindo do apartamento sem precisar olhar para saber que K havia corado.

Atravessou a rua e logo ouviu seu nome ser chamado. Estranhou mas virou-se deparando com dona Dalva que lhe acenava perto de sua banca. Sorriu com carinho para a senhora que havia se afastado após o término com Duca e se dirigiu até a banca onde ela lhe esperava.

– Que saudades minha querida! – abraçou dona Dalva que retribuiu de bom grado.

– Também sinto sua falta dona Dalva. – afirmou sorrindo.

– Preciso te dizer, meu neto está cometendo um grande erro e quando perceber, tenho certeza que ele vai correr atrás de ti. E por mais que eu ame meu neto, dê uma esnobada nele viu? Para dar uma lição! – se desatou a falar antes que Bianca a pudesse cortar.

Por mais que gostasse de Duca, ela sabia que jamais reataria com ele. No entanto, nada falou para a senhora e apenas sorriu amarelo tentando arranjar outro assunto.

Uma música interrompeu o estranho clima que iria se instalar e Bianca suspirou aliviada pegando o celular reprimindo um sorriso ao ver que era Bárbara mandando dois torpedos seguidos.

– Eu tenho que ir dona Dalva! Mas foi um prazer ver a senhora! – murmurou tentando não transparecer o alivio logo abraçando a mulher.

– Vê se aparece aqui para me visitar na banca! – ela sorriu acenando de volta para dona Dalva assim e atravessou na passagem de segurança.

Enquanto caminhava em rumo á sorveteria, seus pensamentos voaram á sua manhã, que considerou estranha. Na verdade, ela se sentia estranha e a culpa de tudo aquilo tinha nome.

João Spinelli.

Aquele viciado em jogos que há meses demostrava gostar dela, e com muita vergonha, ela não negava que havia o tratado mal. Fora extremamente ruim, ou como ela mesma se diria, foi uma “vaca”.

– Bianca! – virou-se abruptamente ao sentir uma mão nas costas e se deparou com o rosto de Bárbara que tinha um olhar risonho embora sua expressão fosse irritada.

– Eu... Ai meu deus, eu passei direto da sorveteria não é? – riu de si mesma ao notar o letreiro do local um pouco atrás da ruiva.

– E se não fosse por mim, já ia andando até São Paulo se eu não parasse você. – exclamou Bárbara de modo teatral logo abraçando Bianca que riu envergonhada pelo seu erro.

Entraram na sorveteria sendo recepcionadas pelo ar condicionado que aliviou um pouco o calor abafado que era fora do estabelecimento. Ao longe em uma das mesas estava Henrique mexendo no celular.

Bianca assim que o viu, logo se relembrou do mico da noite passada. Céus, ela havia o agarrado! Era extremamente envergonhante! E ainda tinha uma impressão que tinha mais coisa, embora não lembrasse.

– Oi Bianca! Ainda de ressaca? – ele se levantou assim que percebeu a presença das duas e acenou de leve sem saber o que fazer.

– Um pouco. – assumiu encolhendo os ombros tentando disfarçar o constrangimento.

– Então, eu já comi meu sorvete e você acabou de chegar agora pouco que nem a Bianca. Vão vocês dois pegar os seus, eu fico esperando na mesa. – cutucou Bárbara que ainda tinha na mente em empurrar a amiga para o paulista.

Queria a ver um pouco mais feliz e sem ficar presa ao passado de seu namoro com Duca. Quem sabe aquele paulista “gato” não lhe ajudaria? Bárbara torcia internamente que desse certo seus planos de cupido.

O clima entre Bianca e Henrique era silencioso de modo desconfortável. Ela não falava embora muitas perguntas martelassem em sua cabeça e só lhe faltava coragem para despejar tudo para fora.

– Você se lembra de ontem? – o garoto tento quebrar o clima antes que a morena pudesse o fazer.

Os olhos cinzentos dele a fitaram ansiosos pela resposta.

– Vagamente, a gente... Se beijou né? – sorriu sem graça recebendo uma risada divertida vinda do garoto que colocou uma bola de chocolate em seu sorvete logo avançando na fila sem responder Bianca que franziu a testa.

Agora era ela que o encarava curiosa com a reação.

– Sim, a gente se beijou mas eu acho que você me confundiu feio com alguém hein. – deu os ombros Henrique colocando o pote de sorvete na balança para pegar a nota fiscal do preço.

– Como? – indagou a morena incrédula quase derrubando a colher do sorvete.

– Você me chamou de João. – a cutucou de leve com o cotovelo com os olhos fixos na reação dela que arregalou os olhos com a revelação.

Ela assentiu a cabeça, assimilando o que ouvira e colocou seu sorvete na balança para receber a nota fiscal. Caminhou até a mesa em silêncio sentindo-se como se algo queimasse dentro de si.

Estava mortificada por dentro.

– Essa cara da Bianca, o que você disse para ela hein Henrique? – murmurou Bárbara curiosa vendo o garoto rir e puxando a morena pela cintura.

– Ah, eu só estava contando da noite passada. – piscou o olho fazendo que Bianca revirasse os olhos deixando a ruiva ainda mais curiosa.

A tarde passou de modo rápido e Bianca logo se viu fazendo amizade com Henrique, embora percebesse as intenções da ruiva querendo que ela tivesse algo mais assim como na noite anterior. Mas simplesmente não o via assim.

Sairam da sorveteria conversando animadamente sobre um assunto que tinham em comum, o teatro. Henrique, para a surpresa das duas iria se matricular no Ribalta. Mal sairam e algo mudou totalmente o clima da ruiva que tentou disfarçar o abatimento ao ver Wallace e Sol andando juntos.

– Ei... Você está bem? – murmurou Henrique tocando de leve no ombro de Bárbara que virou o rosto para encarar o par de olhos cinzentos.

– Aham, eu... Vamos continuar nosso caminho? – assentiu a garota incomodada com os olhos de Henrique lhe encarando.

Bianca assentiu firmemente, decidida a animar a amiga.

– Vamos! O que vocês acham de um cinema? – propôs sorridente. – Eu tô realmente muito afim de assistir o novo filme de terror que tá passando. – acrescentou com os olhos pidão fazendo que a ruiva risse juntamente com Henrique.

– Eu adoraria ir com vocês moças, mas tenho que ir na empresa do meu pai. – suspirou o de olhos cinzas se despedindo ao checar o celular.

– Ah Bi, eu não posso mesmo... Meus pais exigiram um jantar de família hoje. Já prevejo que vem bomba por aí. – a expressão da morena murchou um pouco mas ela assentiu compreendendo.

– Bom, pelo jeito sou apenas eu. – deu os ombros soltando um suspiro logo se despedindo da amiga e estendendo a mão para chamar um táxi.

Longe dali, estava o casal Perina, discutindo sobre o filme de terror que iriam assistir. Ele queria algo menos assustador, alegando que não teria como trazer cuecas de reserva, ela queria aquele filme porque os outros eram de romance, algo que Karina já sabia que iria a irritar com os clichês.

– Querem pipoca? – interrompeu João estendendo o balde para os dois que o olharam ao mesmo tempo.

K revirou os olhos observando o namorado pegar um monte juntando as mãos. Ela suspirou fundo e pegou o balde colocando no sofá.

– Sem pipoca para você Pê. E vamos logo que ainda precisamos comprar os ingressos. – falou em tom de voz firme de modo mandão fazendo que o namorado sorrisse abobalhado e assentisse de leve.

– Tchau casal. – acenou João aproveitando a distração do amigo para poder voltar ao seu refugio no quarto onde poderia passar horas jogando.

Antes que pudesse comemorar internamente, sentiu a gola de sua camisa sendo puxada com força e se deparou com uma K o fuzilando com os olhos de um modo que ele poderia imaginar que ela gostaria de lhe dar uma voadora.

– Você não vai voltar para esse quarto seu viciado. Se não quiser que eu te dê uma demonstração gratuita de como eu luto muay thai, você vai ir conosco e sem dar um pio de reclamação. – resmungou a loira disfarçando a preocupação pelo o amigo.

Antes achava que era exagero de Pedro mas sua afeição fraternal falou mais alto. Nunca admitiria, mas considerava João, um irmãozinho que nunca teve. E admirava tanto a amizade dele com Pedro.

– Eu não tenho vocação para vela. – replicou o de olhos verdes querendo protestar.

– É de terror, nem vai ter clima para romance. – retrucou K puxando a mão de Pedro que concordou com um bico no rosto.

– Eu mereço. – suspirou João reprimindo revirar os olhos com a cara vitoriosa de K.

Nem demorou muito tempo para chegarem ao shopping logo após pegarem o taxi, apenas foram dez minutos de Pedro tentando convencer a namorada escolher outro filme e a mesma firme em sua decisão.

João só pensava em voltar para sua casa e jogar em seu computador no seu quarto com o ar condicionado ligado.

– João, você pega as pipocas e eu vou na bilheteria com o Pedro, por que se depender dele... – piscou K deixando a frase no ar fazendo que o garoto risse pela primeira vez.

– Pode deixar lutadora. – sorriu de leve indo em direção para a fila em que se comprava pipoca.

Ao ver que estava fora das vistas do amigo, pegou seu celular que havia encontrado escondido em casa e começou a jogar um jogo qualquer para passar tempo e esperar na fila que naquele dia parecia excepcionalmente cheia de proposito.

– Ai droga. – paralisou ao ouvir uma voz familiar e ergueu os olhos.

A ultima coisa no mundo que Bianca poderia imaginar ver, era João em um shopping e principalmente, na fila de pipoca. E ela ainda fez que ele percebesse sua presença. Tudo que apenas queria era um tempo sozinha pra pensar e organizar sua mente confusa.

– Você sempre calorosa Bianca. – João riu de leve, já acostumado com o jeito amável dela e a mesma corou mordendo os lábios tentando achar algo para dizer.

– Você tá em um encontro? – assim que as palavras sairam de sua boca, estranhou ao sentir seu estômago se embrulhar.

Concluiu que era apenas fome e ergueu os olhos sentindo uma curiosidade se corroer pela resposta de João que franziu as sobrancelhas logo dando os ombros.

– Depende de como é sua definição de encontro. Ficar de vela para sua irmã e meu melhor amigo? – a encarou novamente se perdendo naqueles olhos castanhos esverdeados que sempre se encantava ao ver.

– Ah, a K me comentou que iria sair com o Pedro mas não sabia que você iria ir junto.– murmurou desviando os olhos tentando evitar aquele clima que os perseguia quando se encaravam.

– E você? Alguma companhia? – andou o garoto ao perceber que a fila havia andando um pouco e Bianca o acompanhou.

Antes que a morena pudesse responder, sentiu seu corpo ser apertado com força em um abraço e riu ao perceber que era Karina que estava animada e ansiosa para o filme enquanto Pedro demostrava uma cara de puro terror.

– Eu vi você de longe, comprei seu ingresso. Vamos olhar todos juntos! – a loira afirmou antes que Bianca pudesse dizer algo.

– Que animação a sua para ver alguém morrer. – riu João fazendo que K mostrasse a língua e tentar acalmar o namorado que parecia desmaiar a qualquer momento. Pedro e seus dramas.

– Calma Pedro, qualquer coisa você pode apertar minha mão. – implicou a loira mexendo no cabelo do namorado que abriu uma cara emburrada.

A fila andou rapidamente a medida que conversavam, Bianca evitava olhar para João, gesto que o deixou irritado e ao mesmo tempo com suspeitas. Assim que compraram os lanches, que na verdade deveria ser apenas pipocas mas K resolveu levar alguns doces para acalmar Pedro.

Ao chegarem na fila para a sala em que o filme seria exibido, não demorou muito para que as portas fossem abertas e a fila andasse até que o quarteto entrou na sala tendo a sorte de achar assentos no fundo onde poderiam aproveitar mais.

– Sabe Bianquinha, se você sentir medo, também pode apertar minha mão. – sussurrou João que acabara sentado ao lado de Bianca mesmo aos protestos dela.

– Não começa João. – sussurrou de volta tentando ignorar os arrepios que haviam lhe percorrido assim que ouviu a voz rouca dele.

A pouca iluminação no cinema se desligou e a enorme tela ficou escura sinalizando que o filme acabara de começar. Por instinto, ela estendeu sua mão para a cadeira do lado e apertou a mão do garoto de olhos verdes que reprimiu um sorriso deixando escapar uma risada.

– Cala a boca. – resmungou envergonhada por ter cedido tão fácil.

– Eu não disse nada.

Ela reprimiu a estranha vontade de sorrir e tentou ignorar o fato que seu coração batia aceleradamente em seu peito. Era culpa do filme, supôs.


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Notas finais do capítulo

Então, seria cara de pau minha pedir reviews? Eu não abandonei, apenas foi um hiatus sabe... Que acabou e talvez, maybe, eu escreva mais, depende do público ;))
Beijos gente, até a proxima