Independence Day escrita por CelticSponsor


Capítulo 9
Os quatro deuses


Notas iniciais do capítulo

Bem, a conclusão está chegando!



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Eram as primeiras horas do dia em Paestum, na Itália. O novo patrono da cidade de Atenas vinha descendo o caminho de mármore até os dois deuses, com um grande sorriso no rosto. Era a primeira vez que ambos se encontravam, uma vez que eles formavam o primeiro deus a ter sua independência de identidade. Quando perceberam que eram diferentes um do outro, cada um decidiu seguir sua vida.

Alguns achavam que se completavam por serem diferentes. Eles não.

Sua relação foi cortada desde então, e isso significava que nenhum havia visto o outro desde seu nascimento divino. Pelo que Poseidon lembrava, Netuno tinha um braço na última vez. Agora, o patrono possuia um grande tridente, encrustado de criaturas marinhas, que evitavam a ponta, dando uma aparência decorativa naquele deus.

Poseidon acreditava que havia feito certo ao visitá-lo, considerando que o sacrifício do equilíbrio de identidades que a deusa se submeteu para ajudá-los era muito mais do que ele gostaria que tivesse acontecido. Ele queria ser ele mesmo, mais uma vez. Agora a mãe de Annabeth ficara instável, sendo ora ela mesma, ora Minerva.

Neste caso, apenas deuses separados poderiam ajudar na recuperação de uma deusa instável. Netuno olhou para ela e compreendeu o que estava acontecendo. Teria de haver uma intervenção romana ali, algo que permitisse que cada deusa seguisse seu destino. Uma ruptura, talvez a única coisa que ajudaria Athena agora.

Dentro do templo, eles começaram a conversar sobre a profecia, e em como terminá-la.

— Sabe - disse Netuno - essa é, sem dúvida alguma, a primeira vez que vejo um deus em uma missão ditada por profecia.

— As parcas foram perversas dessa vez - Poseidon comentou, dando de ombros.

A deusa sorriu, e depois ficou séria de repente.

— O que o oráculo lhe disse, Poseidon?

Ele suspirou antes de responder. Não conseguia ficar parado como seu outro eu, então estava caminhando pelo templo, enquanto Athena estava sentada sobre um banco de mármore feito para os turistas.

— Me disse a seguinte profecia: O dia obscuro, confuso ficará. Quatro deuses comunidos, o destino alterar. O icor, dourado, semideuses curar. Independência ou morte... Não me lembro do final.

Netuno coçou a barba. Depois coçou a cabeça. Depois se exasperou.

— Com quantas algas se faz o cérebro de um deus grego?!

Poseidon ficou tentado a responder. Mas percebeu que era uma retórica.

— Pois bem. Se é independência ou morte, prefiro a primeira.

Ele caminhou até o fundo do templo e voltou de lá puxando uma quadriga adornada em ouro.

— Nós três cabemos aqui - ele disse - vamos cavalgar sobre as águas e livrar o mundo dessa profecia.

— Você quis dizer nós quatro – as deusas observaram.

Ele saiu puxando a quadriga com a mão direita, e seus olhos miravam o Mar Mediterrâneo com intensidade. Ele estava apenas verificando o estreito de Gibraltar. Não havia tempo para burocracias. Ele não iria pagar nenhuma tarifa. A beira do mar se moveu e hipocampos apareceram novamente, dessa vez numa coloração verde musgo, com escamas iridescentes. Silenciosa desde que decidiram o que fazer, Athena soltou um assovio baixo; não se conteve ao ver aquelas criaturas.

— Cloto, Laquesis e Atropos vão ficar loucas quando souberem o que a gente fez. - Athena deu um risinho de satisfação. As Parcas cumprem o destino. Eles estavam indo quebrá-lo.

— Elas provavelmente estão nos vendo. - disse Poseidon.

— Suas velhas malucas - gritaram as deusas em uma só voz - se eu estivesse tecendo esse fio aí, seria muito mais interessante.

Com essa ambição em mente, Athena/Minerva se juntou aos outros dois, que já estavam sobre a quadriga dourada, e, atravessando o Mediterrâneo livre de impostos, rumaram rapidamente pelo Oceano Atlântico Norte.

********************

— Ataquem!

Nix ordenou a todos seus monstros, que obedeciam sem hesitar. Os tinidos da batalha eram ouvidos de cada canto existente do acampamento. O chão estava manchado de vermelho, muitos semideuses feridos, e pela bênção imposta por Dionísio, que prima pela paz e equilíbrio, não havia nenhum semideus ferido fatalmente. O deus se retirara antes de sua existência ser varrida. Antes disso, é claro, precisou mandar Annabeth avisar o Olimpo, ao qual ela foi clamada sem ouvir ou anotar o recado do deus.

O recado era: Preguiçosos, ajudem seus filhos!

O cão autômato, Cérbero II, continuava a comer quantos monstros podia, mas algumas dracanae já estavam dominando as pernas robóticas do mesmo, impedindo-o de se movimentar. Ele soltou um rosnado e aspirou uma horda de drakons que voava. O tártaro estava chamando por eles. E eles sabiam que Hades não estaria nem um pouco feliz em recebê-los.

Annabeth estava muito bonita, obrigada. Mas isso a impedia de lutar, então ela cortou o vestido branco e vermelho com a adaga que estava acoplada em seu escudo e, utilizando da bênção de Athena, cortou caminho até Nix, largando o báculo e opitando por cortar a noite com uma faca mesmo.

As duas lutavam de igual para igual, enquanto Percy se utilizava da água para imobilizar os monstros. Alguns foram jogados no estreito, se transformando em pó logo depois. O cérbero gritou novamente; alguns monstros tentavam retornar pela boca do tártaro, então o cachorro mecânico selou sua boca. Agora só se ouvia o ranger de dentes e lamúrios, o frio cessara. E o perigo de mais criaturas voltarem também.

Percy viu os cavalos chegarem para auxiliar na batalha. Em seu íntimo ele agradeceu a seu pai, que o ouviria, onde quer que estivesse. Ouviu os cavalos selvagens pensarem coisas como "toma essa", "coma capim", "que tédio" e até mesmo "malditos centauros teimosos". Ele não entendeu nada.

Nice sobrevoava o acampamento e fazia o possível para ajudar os garotos. Juniper, Thalia e Grover, desacordados, eram levados em segurança para o pinheiro, onde o Velocino emanava sua aura e lhes curava. A quantidade de semideuses nos pés do pinheiro estavam impedindo o adorno de proteção curar a todos, então o mesmo estava ajudando mais os filhos de Apolo, estes recobrando a consciência para ajudar mais feridos.

Aquele não estava sendo um dia da independência muito promissor.

Já eram uma da manhã do dia 5 de julho. A cidade já se reservara de suas comemorações.

Quatro deuses vinham chegando de sua jornada pelo oceano, usando uma quadriga dourada puxada por hipocampos. A primeira coisa que eles viram foi o Palácio de Nix, e, de longe, o fogo crepitando em vários pontos do acampamento.

— Eu me pergunto o que ela quer - disse Minerva - acho que o problema é quem enviou ela - disse Athena.

— Como assim? - os outros deuses perguntaram.

— Não perceberam? - Athena disse - ela não veio sozinha. Acredito que as Parcas mudaram o destino de Nix. Por isso ela está aqui, contra sua vontade.

Eles pensaram um pouco enquanto se aproximavam, rapidamente.

— Quem pode impedir as Parcas? - Netuno falou, batendo com seu tridente e incitando os animais a nadar mais rápido.

— Quem mais senão a própria Nix? - disse a deusa da sabedoria - Ela tem poder sobre si própria, é a mais independente de todo o nosso panteão. Ela é dona da vida e da morte, e dona do seu próprio fio do destino.

— Ou - disse Minerva, a voz grave e bondosa sugerindo - talvez Hades só precise dar uns tapas nela.

Os outros concordaram enquanto chegavam pelo estreito, próximos da Sra. O'Leary que, alimentada, voltara ao normal.

— Venha garota - disse a deusa instável - nos faça um favor e busque o papai, vamos!

A cadela sumiu pela escuridão do entorno.

Netuno de repente sentiu-se enjoado e vomitou ali mesmo. Seu eu perguntou:

— O que houve?

— Eu... acho que foi o fuso-horário. É como se eu tivesse voltado algumas horas, você sabe.

O acampamento agora parecia completamente às avessas. Os chalés foram queimados, as estátuas destruídas, as mesas do jantar reviradas, e a casa grande transformada em migalhas de madeira no chão. Cérbero ajudara um pouco, pisoteando todo o local. A velha múmia que servia de oráculo estava caída sobre os destroços, intacta. O mundo pode se acabar mas a múmia permanece.

Provavelmente estava esperando os deuses chegarem, porque se levantou e começou a caminhar, atravessando o Acampamento Meio-Sangue em direção a eles.


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Notas finais do capítulo

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