Independence Day escrita por CelticSponsor


Capítulo 8
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Something about you now

That I can't quite figure out

Everything she does is beautiful

Everything she does is right

O bolso de Percy brilhou. Anaklusmos acordara.

Em algum lugar naquela cidade, que parecia completamente distante do Acampamento Meio-Sangue, faltavam cinco minutos para a meia-noite do dia 05 de julho. No Templo de Poseidon, do outro lado do mundo, havia um deus arrebatado sobre o piso de mármore. Os olhos da cor do mar, o corpo queimado de sol, um tridente em mãos. Havia uma deusa ali, também, mas ela não parecia em si. Athena estava tendo um transtorno de identidade.

Poseidon fora reclamado em seu local de berço, a Grécia, da maneira como Athena previra. Ele fora em busca de respostas, de uma maneira de voltar à sua antiga forma. Sua conclusão fora a mesma de sua irmã divina. Se o perdão dos deuses fosse recíproco, Athena teria previsto o desenrolar corretamente, ainda que ela não fosse mais a mesma. Era um movimento arriscado naquele momento rumar para as terras antigas, mas era a coisa certa a se fazer. Poseidon tomou a deusa nos braços com muita confiança, e os dois seguiram rumo à cidade de Paestus, na Itália. Ainda havia um deus, uma personalidade, a se lidar para encerrar a profecia.

— Athena, consegue me compreender? - Poseidon perguntou, olhando para a deusa em seus braços.

— Eu - ela disse, os olhos vagando pelo rosto do deus - eu sou quem? Ah - ela soltou um martírio - que dor de cabeça, parece que estou me dividindo ao meio.

Poseidon fitou o Mar Mediterrâneo, e olhou de volta para ela, preocupado.

— Estamos indo para Paestus. Isso terá um fim. - ele prometeu.

*******

— PERCY! - Annabeth gritou com tamanha intensidade e angústia que o Acampamento inteiro parou novamente sua batalha, prendendo a respiração enquanto ela corria, quase que sem esforço, de encontro ao garoto desacordado.

Mas ela parou de repente, e se permitiu sorrir.

Percy levantava da beira da água, muito sujo, mas completamente são e seco. O sangue parara de brotar de suas costelas, e, sobre sua cabeça havia um símbolo brilhando ameaçadoramente: Poseidon retornara. O semideus retornara. Seu olhar foi de encontro à Deusa Nix, que não conseguia esconder o choque em sua expressão.

— Matem eles, matem todos! - Nix gritou, a escuridão começando a emanar da deusa e invadir o acampamento como fumaça, impedindo os garotos de enxergar de onde vinham os ataques.

— Eu - Annabeth disse com a voz firme e audível - não - ela deu passos largos e decididos em direção à Nix, se colocando abaixo da mesma - permitirei!

As penas do báculo de Athena vibraram e se sacudiram como um pombo, mas não eram só penas aglomeradas: ali havia escondida uma pequena criatura. Uma deusa.

— Nice, ataque-a fatalmente - Annabeth disse baixinho - derrube Nix.

A pequena deusa, de rosto fino e olhos castanhos, se espreguiçou e alteou suas asas de forma elegante, quase sessenta centímetros de uma asa a outra. E então voou cortando a escuridão, brilhando com o espírito de vitória. Nix colocou as mãos no rosto enquanto a pequena deusa alada chegava mais perto, e mais perto... E então...

Muitos fogos de artifício explodiram na região da praia e iluminaram toda a faixa de areia, onde Annabeth e Percy enfrentavam Nix. Annabeth observou o desenrolar dos fatos com apreensão: Nice atingiu a testa da deusa em cheio, fazendo-a cair lentamente em direção ao chão. Percy tirou Anaklusmos do bolso e removeu a tampa, revelando a espada de bronze que há muito não era empunhada. A Sra. O'Leary babava sobre uma dracanae queimada, que provavelmente viraria comida.

Mas a deusa não caiu: a escuridão a abraçou sedosamente, silenciosamente, e ela colocou seus pés no chão como se isso a tornasse a dona de onde pisava. Sua arrogância escorria de sua voz enquanto ela chamava os monstros remanescentes de sua horda e os envolvia no escuro. Ela estava desistindo?

— Annabeth - Percy disse - o que ela está fazendo?

— Eu não sei - ela cochichou - mas não parece nada bom - concluiu pesarosa.

A roupa escura da deusa chicoteou mais uma vez, e a escuridão revelou que cada monstro vestia uma armadura polida e completa, que parecia ser feita de metal estígio. Ela os havia reforçado, e a batalha continuaria. Percy pensou em seu pai e se concentrou em enviar uma mensagem, mentalmente.

Os monstros atacaram.

********

— Percy?

Poseidon já estava a menos de um quilômetro de seu destino, Paestum, na Itália, onde ele encontraria certo deus, quando ouviu, ou pensou ter ouvido, a voz de seu filho. Com Athena aninhada sobre o hipocampo, ainda confusa, ele seguia em outro animal logo atrás. Foi quando ouviu a voz de Percy novamente.

— Papai? - ele o ouviu dizer - não sei se vou conseguir chegar até você em pensamento, mas cumpri o prometido. Não saí de perto da Annabeth, o dia quatro acabou, por favor nos ajude. E, se estiver com Athena, cuide dela, ok? Nix reforçou seus monstros, e o senhor recuperou suas forças. Não demore.

O pensamento de Poseidon circulou por cada mente equina que estivesse próxima do Acampamento, encontrando, por sorte, alguns cavalos selvagens. Haviam alguns centauros também, mas estes se recusaram ao chamado. Eles acharam um insulto de Poseidon serem chamados de cavalos. O comando foi este: rumem até o acampamento e pisoteiem Nix.

— Do que você está rindo? - Minerva falou afetada enquanto descia do hipocampo na beira das ruínas.

— Eu enviei cavalos ao acampamento.

Ele tocou o vestido da deusa, que secou na hora.

— Qual acampamento? - ela perguntou enquanto subiam pelos sulcos cavados na grama, feitos pela passagem de muitos pedestres ali. Afinal, Paestus tinha um enorme templo, e havia há muito se tornado ponto turístico.

— O grego, você sabe. - ele deu de ombros, não querendo dar muitos detalhes à deusa romana. Athena adormecia em seu íntimo.

— Que coisa mais linda essa arquitetura. Pura arte! - ela exclamou ao se virar e ver o templo, quase completamente intacto.

Ele sorriu, mas seu sorriso era urgente.

— Precisamos entrar. Ele nos espera.

— Ele quem?

Mas Poseidon não respondeu. De dentro do templo vinha um homem alto, com a cabeça raspada, barba por fazer, e um olhar selvagem e azul-mediterrâneo. Ele não tinha o braço esquerdo. Ao invés disso, possuía uma espécie de prótese de guerra: um grande e ameaçador tridente, de um metal inoxidável. Ao vê-los, passou a mão direita na cabeça, os cabelos começando a crescer. E sorriu para seu eu grego.

— Netuno, finalmente nos encontramos.


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