Narrador

Henrique foi levado para a enfermaria, cercado por vários guardas. O rei Marcos levou Jeremy para mesmo hospital em que Isabella estava internada.
Embora Daphne tenha morrido, o exército da França continuava tentando conquistar Illéa. O rei Marcos disponibilizou seus melhores homens e armamentos. Tudo estava sob controle.
Jeremy se recuperou rápido. O tiro tinha atingido sua perna de raspão. Ele caminhava com dificuldade, mas fez questão de visitar Isabella; Chegando no quarto, ele a encontrou deitada, imóvel. Jeremy pegou na mão de Isabella e começou a lembrar da primeira vez em que a viu. Eles não tinham passado muito tempo juntos. mas foi o bastante para amá-la de uma forma inexplicável.
A vida de Jeremy estava boa antes de conhecer Isabella. Não da forma que todos esperam. Mas estava tranquila. Ele nunca havia se apaixonado, nunca tinha se dedicado tanto a alguém. De repente, em um passeio simples de moto, em um país estranho, Jeremy foi obrigado a parar porque quase atropelou uma garota.
Quem não iria reparar em uma ruiva bonita, os cabelos soltos caindo pelos ombros, vermelhos como fogo? Ainda mais vestida de noiva. Isabella parecia tão natural, e ao mesmo tempo rústica. Impossível seria Jeremy continuar o seu trajeto. Ele reparou nas vestes e no rosto assustado da garota, provavelmente estava fugindo. Sem pensar duas vezes, ele lhe ofereceu carona.
Ás pessoas acham que estão indo bem, até encontrar algo que vire a vida delas de cabeça para baixo. ou melhor dizendo, alguém. Mas sem esses altos e baixos, a vida não tem graça. Já imaginou viver sem aquele friozinho na barriga? Sem aquela sensação de borboletas voando no seu estômago? O coração que parece que vai a mil? Jeremy sentiu isso, e tudo de uma vez só. Foi então que ele soube que não tinha jeito. Era, e sempre será Isabella. Somente Isabella.
–Por favor- Ele diz apertando a mão dela -Eu preciso de você.
Pela primeira vez, Jeremy sentiu Isabella apertar sua mão de volta. Ele ficou confuso, pensando se tinha imaginado coisa.
–Isabella?
Então ele sentiu de novo, dessa vez mais forte. Isabella não havia acordado, e muito menos tinha ocorrido nenhuma mudança nos aparelhos ligados a ela. Mas ele tinha certeza do que sentiu.

Isabella

Tentei abrir os olhos, mas meus olhos ainda não tinham se ajustado as luzes da sala. para fala a verdade, nem sei onde estou.
Estou super tonta, minha cabeça está doendo e não lembro de nada do que aconteceu. Fico com os olhos fechados, abrindo-os lentamente. Não vejo nada além de um teto branco.
Sinto que alguém está segurando minha mão, mas não tenho força para virar a cabeça para ver quem é.
Ouço vozes que não consigo distinguir. Algo a ver com medicamentos, enfermeiras e família. Devem estar falando de mim, mas minha mente não processa nada.
Tudo que eu queria era que essa dor passasse. Minha mente está um branco total, até que vão chegando imagens em flashes. Vejo minha mãe, meu pai e meu irmão. Uma menina que reconheço como minha amiga e alguns funcionários do palácio. Mantenho os olhos fechados, forçando a me lembrar. Landon, a seleção... Edward, Henrique. Os momentos vêm na minha cabeça como um golpe, e por um momento desejo esquecer tudo isso, na esperança de que a dor passe. Mas eu tenho que continuar... Me vejo vestida de branco em uma igreja cheia de gente, mas eu não pareço estar muito contente.
Me lembro de ter fugido, e algo a ver com uma moto. Mas é aí que as lembranças se embaralham. Não consigo lembrar de nada do que aconteceu depois. Mantenho os olhos fechados. Nada.
Abro os olhos, e com um esforço viro minha cabeça para o lado. Primeiro vejo minha mão, entrelaçada com outra. Levanto os olhos e vejo um homem lindo. Eu ainda devo estar sonhando.
Encaro o homem por alguns minutos, ele parece feliz em me ver... e ao mesmo tempo assutado.
Fecho os olhos, se ele está aqui é porque deve ser importante para mim.
Abro os olhos novamente e encontro os olhos dourados dele.
Agora eu lembro.
Seria impossível não lembrar do meu motoqueiro.