–E ai? –disse Scott quando entrou pela porta vestido de Batman e eu congelei... Ai Meu Deus!! Era ELE esse tempo todo?? Ele sabia que era eu?? Eu estou Ferrada!!

–E ai. –respondi eu, tremula. Ele estava sem a máscara e fedia, pela bebida que eu derramei, tomara que ele não saiba que foi “EU” que derrubei...

–Foi na festa? –perguntou ele enquanto seguia para a cozinha, ele estava animado e com um sorriso leve no rosto, nem parecia o mesmo idiota convencido e bipolar de algumas horas atrás. Suspirei aliviada. Então ele não sabia que era eu. Isso é bom, certo? Certo!

–Ah... Não fiquei estudando, você está fedendo, o que aconteceu, Batman? –disse eu me fingindo de burra e inocente, talvez ele não soubesse que era eu, e então eu é que não ia contar para ele, nem ninguém, e quem contasse... Vai se ver comigo!

–Uma Gata. Literalmente. –disse ele rindo e foi para o quarto, então... Ele não sabia que era eu, e rezei para que continuasse assim... Andressa e Carol entraram pela porta rindo alto, ou melhor, Andressa entrou rindo alto, Carol só sorria, depois eu notei que havia um garoto com elas, e eu gelei.

–Alice?! –disse o garoto, ele era loiro e olhos castanho quase pretos, ele começou a rir e correu até mim, me pegando em um abraço e me levantando do chão. Eu comecei a rir.

–Wesley?! –disse eu quando ele me colocou no chão. Wesley era o meu vizinho desde os meus cinco anos, e ano passado ele havia sido mandado para uma escola Interna. ESSA escola Interna.

–Como você cresceu em? Ta uma gata. E o que fez para ser mandada para cá? Você era um anjo... –disse ele se jogando no sofá, enquanto Andressa e Carol nos olhavam sem intender nada.

–Nós éramos vizinhos. –disse eu explicando para elas, que concordaram com a cabeça. Continuamos conversando até a hora do jantar, quando Scott saiu do quarto e foi para a cozinha... O que me surpreendeu, já que eu não sabia que ele cozinhava, mas tudo bem... Contanto que ele não bote veneno na comida, eu estava de boa...

Enquanto comíamos o macarrão que ele havia feito, (que era bom, e como eu ainda não havia morrido, deduzi que ele não havia posto veneno nenhum) Andressa fala uma coisa e eu quase pulo na cara dele, por que ela tem que abrir a boca grande? Por que ela não engole a língua?

–E quem era o gatinho com quem você estava dançando na festa? –Sério, Andressa: Morra!! Morda a língua!! Vá para o cemitério e se enterre lá!

–Você foi na festa? –Scott me encarou, visivelmente confuso, já que eu havia dito que fiquei “estudando”.

–É claro que ela foi, a gata aqui, literalmente, destruiu a festa e ainda dançou com o Batman que era o Pecado em pessoa. –Andressa diz rindo, e quando vê a minha cara, seu sorriso morre lentamente. Scott para de comer e me olha, arregalando os olhos, mas não fala nada, só me encara, e volta a comer.

–Que clima mais constrangedor... –diz Wesley e para cortar o clima de “Andressa por que você abriu a boca? ” Começa a contar piadas sem graça nenhuma. Sorri para ele, agradecendo e ele balança a cabeça como se dissesse “a seu dispor madame”. Nós todos sentamos no sofá e lutamos por qual filme vai ser olhado. Wesley queria comedia, Andressa e Carol romance, eu e Scott terror.

–Okay... Vai um de ação então. –Grita Scott quando nós todos começamos a discutir. E adivinha? Eu dormi no sofá, mesmo com os barulhos e tiros, lutas, gritos e explosões... Pode se dizer que eu tenho sono pesado.

Acordei com Andressa gritando. “Uma barata!!!” Sério... Que patética ela. Mas então eu vejo a barata, e tenho que dizer, que aquilo é A barata geneticamente alterada. Wesley a mata e Andressa pula no colo dele gritando “Meu herói” Patética ela...

Quando o filme acaba eu vou direto para o meu quarto, tentado evitar Scott, e me tranco no banheiro, tomo banho e me visto com meu pijama, e quando saio Scott estava sentado na cama dele com os fones, mas ele os tira quando eu saio do banheiro.

–Por que você não me disse que era você? –disse ele me encarando. Andressa eu ainda te mato e escondo o corpo, sua fofoqueira...

–Por que... Bem... Por que... AH! Sei lá, por que eu não quis? –digo eu me jogando na cama e encarando o teto.

–Isso é uma resposta ou pergunta? –ele ri.

–Resposta? –digo eu e ele ri mais ainda, talvez ele esqueça essa história e esquece de tudo isso...

–Okay... Boa noite. –diz ele e se vira em direção a parede, deitando de costas para mim, ele estava só de calça de moletom, e eu estava com vontade de lavar roupa, que dizer... De dormir! É... Que lavar roupa o que? Eu vou é dormir!

Continuo encarando o teto até adormecer... Que dia longo foi esse? E quando eu estou quase dormindo... Os gritos do Scott me impedem.

***

Ele estava suando frio, se debatia e gritava, murmurava diversos “Pare” e “Não” eu pulei da cama e tentei acordar ele, mas eu não conseguia, ele se debatia e chutava forte, que eu nem conseguia chegar perto dele o suficiente para acorda-lo.

–Scott!! Hey!! Scott! Para...! –disse eu tentando chegar perto dele e segurar suas pernas que chutavam o ar. Quando eu consegui segura-lo, ele começou a entrar em pânico, ainda dormindo.

–Não, não, não... –ele sussurrava, e então eu, sem saber o que fazer, me atirei em cima dele. –Mas que Diabos você está fazendo??! –gritou ele quando finalmente acordou.

–Você estava... tendo um pesadelo... Eu acho. –disse eu tentando recuperar o folego. Quando eu disse isso, a expressão dele se suavizou e ele suspirou. –O que é que aconteceu com você? –perguntei eu inocentemente.

–Nada... Vai... Vai dormir. –Disse ele e se virou para o lado, e eu, pasma, voltei para a minha cama, que Diabos foi aquilo?