No Need to Say GoodBye escrita por Céu Costa, Raio de Luz


Capítulo 18
Dia 10 - Um dia de folga


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoas! Queria pedir desculpas por postar capitulos tão curtinhos, prometo tentar postar capitulos maiorzinhos... kkkk



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Pov Cristal Hale.

O silêncio impera. Não um silêncio morto, cheio de vazio e de nada, daqueles em que o som da própria respiração é sufocada pelo vácuo, e desaparece, como se nunca tivesse existido. Era um silêncio sim, mas um silêncio cheio de vida. O vento calmo agitava as folhas das árvores, embora na verdade não parecesse que elas precisavam de vento para balançarem seus braços madeiriços e troncosos, derrubando folhas aqui e lá. Os pássaros, obrigados pela agitação dos galhos onde fizeram seus ninhos, a voar, reclamavam de certo, ou então cumprimentavam as árvores que lhes ofereceram abrigo durante a noite. O sol brilha forte, indicando que a hora do almoço passara há tempos.

Parece que a árvore em que estou recostada compreendeu isto, e abaixou um galho até a altura de minhas mãos, carregadinho de maçãs madurinhas.

– Obrigada! - eu disse, fechando o livro e pegando uma.

– Não há de quê! - ela respondeu, retornando à posição original.

Aprendi a não me assustar com mais nada neste tempo que estou aqui, este lugar é tão extraordinário que parece até de mentira. Embora, eu ainda não tenha visto os tais centauros que Pedro mencionara...

Depois de dar uma mordida naquela maçã, que estava bem docinha, eu abri o livro na página que eu estava lendo. Roubei-o da biblioteca esta manhã, assim que eu li na capa "...Lua". Por causa de Pedro, eu estou me interessando tanto nela!

"Precisamente, como se tivesse compreendido que se tratava dela, a Lua brilhava nesse momento com uma serena magnificência, eclipsando com a sua intensa radiação as luzes terrestres." Pag 16, Da Terra à Lua. VERNE, Júlio.

De repente, senti um impacto forte. Ao fechar o livro, vi presa, na contra capa, uma flecha prateada. Eu teria ficado brava, se não soubesse quem era o dono...

– Se está tentando me matar denovo, - eu caminhei até ele - me avise, pra eu poder me preparar!

– EU TE MACHUQUEI?! - Pedro arregalou os olhos, assustado.

– Não, Júlio Verne é um cavalheiro, e se meteu na frente. - eu mostrei a flecha presa na contra capa.

– Obrigado, Verne! - ele fez uma reverência.

– Você está cada vez pior! - eu comentei, tirando a flecha do livro - Verita fez um péssimo trabalho!

– Eu ouvi isso! - Verita passou, carregando um monte de lanças, causando risos em mim e no Pedro.

– O que estou tentando dizer, - eu continuei - é que assim, nunca vai conseguir caçar nada!

– Sou melhor com espadas... - ele resmungou.

– E deixou isso bem claro no meu pulso, não foi, mocinho? - eu o fiz rir, corado - Por que não me deixa te ajudar?

– Reis não precisam de ajuda. - ele retrucou, orgulhoso.

– Então seja um presidente. - eu falei - Presidentes precisam de ajuda sempre. Principalmente quando fazem burradas.

Ele pensou um pouco, e depois acenou com a cabeça, concordando. Ele pegou a flecha gentilmente da minha mão, e a colocou no arco, puxando a corda muito forte, e mirando errado.

– Não, não, não... - eu me aproximei dele, rindo. - Vamos começar do básico. - eu toquei a mão com a qual ele segurava o arco - Mantenha esta mão firme...

Eu o instruía. A cada palavra minha, eu sentia o corpo dele estremecer levemente, sua respiração acelerar, e ele se esforçava ao máximo para manter seu olhar em mim.

– Agora, abaixe um pouco o ombro... - eu toquei em seu ombro, do braço no qual ele sustentava a flecha. - E use sua boca como apoio.

– Minha o quê? - ele me olhou, assustado.

– Sua boca. - eu dei a volta, ficando de frente pra ele. E olhei pro alvo. - Diga pra flecha onde ela deve ir. E respire. Sem pressa.

Ele segurou a flecha, meio nervoso. Seguiu minhas instruções, e respirou fundo por um tempo. E então, atirou.

– Eu consegui? - ele perguntou, de olhos fechados.

– Por que não vê por si mesmo? - eu sorri.

Ele abriu os olhos com medo, um de cada vez, e olhou pro alvo. Lá estava a flecha, cravada bem no centro.

– Eu consegui! - ele gritou, animado - Cristal! Eu consegui!

Pedro me abraçou, saltitante. Seus braços envolveram minha cintura, e ele me ergueu, tirando meus pés do chão e me rodou no ar, me fazendo rir. Toda vez que ele está feliz, ele faz isso. Já o vi girar Lúcia também.

– Obrigado! Obrigado! - ele dizia, colocando-me no chão outra vez.

Ele me olhava, com aqueles olhos azuis muito brilhantes. Estava tão feliz... Adorei vê-lo desse jeito. Seus olhos se perderam nos meus, e eu senti meu coração acelerar. Que é isso que eu sinto?

– Obrigado. - ele sussurrou, acariciando meus cabelos com seus dedos.

Meus olhos e os seus se conectaram, e seu senti sua respiração acelerar, à medida que nossos rostos iam se aproximando. Uma alegria enorme me invadiu, fazendo meus lábios se abrirem em um sorriso, enquanto nossos olhos se fechavam lentamente.

Sentimos um impacto forte, que nos jogou no chão. Uma nuvem de terra se ergueu, e grama foi arremessada para todos os lados. Pedro se levantou do meu lado, e me ajudou a levantar.

– Você tá legal? - ele perguntou, quase como um grito.

– Aham.

Eu olhei para ver o que havia acontecido. Havia um rastro de terra no chão, de cerca de três metros de comprimento, mas não era muito fundo. Um corpo sujo de terra e meio chamuscado estava no fim da trilha. Não era humano, e sim um cavalo pardo, e tinha em suas asas muitas penas faltando.

– Guaia! - eu e Pedro gritamos em uníssono, disparando a correr na direção da égua ferida.


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