O Alvorecer De Um Novo Sol escrita por Marimachan


Capítulo 40
Capítulo 38 - Arco Niger Flower: Essência Luminosa


Notas iniciais do capítulo

E AÍ?!
Saudades, povo! O/
Pronto, agr estou de férias e VOLTEI. ~lê jogando os cabelos~
Um Flash Back gostosinho e apenas uma pequena introdução dos garotos no parque. Isso vai dar é TRETA. :p
Boa leitura! ;)
Ps: Para aqueles que lêem 24 hrs, saibam que ainda essa semana termino ela, viu? Lá eu explico o que aconteceu. -_-



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17 anos antes...

As pétalas das flores de cerejeira caíam devagar em meio ao campo verde. O silêncio era absoluto, sendo cortado raramente pelo canto de algum pássaro ou pelo uivo do vento. Nami estava sentada em frente à lápide, também em silêncio, embora com um sorriso nos lábios. Poderia continuar ali, apenas sentindo aquela presença magnífica por horas, sem se preocupar em voltar para o navio de Shanks.

― Falta muito pouco... Muito pouco para ele nascer... O Chopper está extremamente empolgado para fazer o parto. Ainda mais que a Nara também acabou de nascer... Aliás, foi lindo... Nunca tinha visto o Zoro tão emocionado. ― sorriu ainda mais, para logo em seguida soltar um leve riso. ― Ele ficou realmente estressado quando o disse isso. Mas até a Robin se divertiu com ele. Bem, ela sempre fez isso, não é? ― achou graça mais uma vez, sozinha, e então deixou escapar um suspiro pesado. ― Você amaria presenciar tudo isso... Sabe... ― abaixou a cabeça, encarando seus dedos sobre a barriga de nove meses. ― Às vezes eu ainda fico esperando que seja tudo um sonho... Acho que ainda não aceitei muito bem isso... Mesmo depois de oito meses. ― encarou o túmulo, agora com um sorriso triste. ― Acho que nunca vou aceitar realmente, não é?

― Não. Nunca. ― a voz grave, embora conhecida, fez a ruiva sobressaltar por um instante. O homem, por sua vez, se sentou ao lado da nora, passando a encarar também o túmulo. ― Nunca aceitamos perder quem amamos. Mesmo após décadas. Principalmente quando você não consegue se perdoar por isso.

― Dragon-san... ― sussurrou enquanto o ouvia.

O novo líder mundial tinha um olhar profundo, longínquo, visivelmente entristecido e pesado.

― Eu não tive coragem de vir aqui oito meses atrás e nem mesmo depois. Espero que me perdoe por isso, Nami. ― a encarou, conseguindo um olhar extremamente surpreso da ex-navegadora dos Chapéus de Palha.

― Eu... Tudo bem... Eu acho. ― definitivamente não sabia o que dizer.

O mais velho voltou então a encarar a pedra enfeitada com flores e outros objetos que remetiam à memória do filho.

― Depois que a notícia chegou até mim, eu simplesmente não tive coragem de... confirmar que era realmente verdade. Não aceitava o fato de tê-lo perdido sem nem mesmo perceber. ― abaixou a cabeça. ― Nunca quis admitir saber o porquê vivíamos brigando. Mas sempre foi muito simples: a vida toda ele fez o que eu deveria ter feito; proteger quem realmente importava... Acho que... Por mais que ele nunca tenha dito isso, ele também sabia...

Nami ainda tentava não se assustar pelo fato do homem mais reservado que ela conhecera em sua vida estar se abrindo daquela forma, mas logo passou a tentar compreender a situação e reverter aquele sentimento de culpa que tomava seu sogro.

― Dragon-san... Se é da sua esposa de que estamos falando, não pense assim. ― respondeu gentil. ― O Luffy nunca te culpou pelo que aconteceu. Disso pode ter certeza. Ele nunca culparia.

O homem sorriu fraco.

― Provavelmente não conscientemente. Mas no fundo, por mais que ele mesmo não percebesse, ele sabia que eu tinha parte da culpa, e nunca me perdoou por isso.

― Não. ― alteou a voz, mas logo voltou a um tom normal. ― Quero dizer... Vocês apenas tinham alguns pequenos problemas de relacionamento. ― sorriu divertida. ― Mas o Luffy nunca o culparia pelo o que aconteceu com Olívia. Isso não era da natureza dele. As discordâncias, muito provavelmente, vinham porque vocês dois, na maioria das vezes, pensavam de forma diferente. Ele sempre foi puro instinto e que se danasse as consequências. Isso nos trouxe muitas dores de cabeça, acredite, mas era nosso capitão, no final das contas. ― deu de ombro levemente. ― Já o senhor sempre pensou de forma contrária; sempre agiu de forma mais cuidadosa. Mas era apenas isso.

Dragon ouviu as palavras da garota com atenção para então passar a observar as flores de cerejeira caindo sobre o local. Sorriu mais uma vez.

― Talvez esteja certa. Ele era diferente de tudo o que já vimos na vida, não é?

― Sim, era. ― sorriu abertamente.

― Será que um dia eu irei conseguir também não me culpar? ― divagou consigo mesmo. ― Eu não estava lá quando assassinaram Olívia e não fiz absolutamente nada para salvar meu filho. Às vezes eu penso se eu deveria ter feito o que fiz. Se eu não tivesse fugido com Olívia, ela não estaria morta agora e meu filho não teria presenciado a morte da mãe.

― Não diga isso, Dragon-san! ― ralhou. ― Olhe o que está dizendo! Se não tivesse ajudado a Olívia-san a fugir, ela seria uma escrava até hoje. O Luffy não existiria e as coisas não seriam como são. Os Mugiwaras não existiriam, Zoro estaria morto, eu estaria presa à Arlong e talvez todo o East Blue também, a vila do Usopp estaria destruída, o restaurante e a vida do Sanji-kun e dos amigos dele também, assim como a do Chopper e de toda a vila dele. Robin estaria morta, Franky possivelmente também e Brook ainda estaria vivendo sozinho. Deus sabe o que seria de Alabasta, Skypiea, Ilha dos Tritões, Dressrosa e mais dezenas de ilhas e países. A Guerra não teria acontecido tão cedo, o Governo continuaria sendo pura tirania, o mundo não seria esse em que estamos agora. Seu filho fez coisas importantes demais para que o senhor se arrependa de junto de Olívia terem o trazido ao mundo, Dragon-san. Essa criança ― passou as mãos sobre o volume que guardava seu bem mais precioso ―, não teria tido a chance de estar aqui. ― mais um sorriso lhe veio.

Aquelas palavras o deixaram sem reação por um instante. Dragon nunca havia parado pra pensar daquela forma.

Não importava quantas brigas existiram entre os dois ou o quanto se culpava pela morte de Olívia, ele nunca havia sentido tanto orgulho como o qual sentia naquele momento. E um novo ser, que ele sabia que seria tão capaz quanto o pai de proporcionar tal sentimento, estava chegando ao mundo.

― Acho que nunca esteve tão certa, Nami. ― levantou-se, recompondo-se por um minuto. ― Obrigada por me fazer enxergar algo que eu insistia em não ver. ― aproximou-se da jovem grávida e, surpreendendo-a mais uma vez, repousou suas mãos sobre a barriga avolumada. ― E tenho certeza que o filho seguirá exatamente a grandeza do pai, certo? ― sorriu, agora de forma sincera, e então observou por mais um segundo a lápide do filho para logo em em seguida caminhar na direção da qual tinha vindo antes.

Os olhos da ex-navegadora, por sua vez, se encheram de lágrimas enquanto via seu sogro se distanciar.

Antes mesmo de nascer, Mokey D. Seion demonstrava a mesma essência luminosa do pai. Aquela essência que trazia apenas luz por onde quer que ele passasse.

(...)

O parque era enorme e os jovens piratas não sabiam o quê escolher primeiro. Eles liam um panfleto onde descrevia todas as atrações do Parque e Reserva Biológica de Niger Flower. Havia zoológico, herbário, trilhas, esportes radicais, alguns brinquedos, praça de alimentação, passeio à barco no Lago Negro, caminha ecológica, teleférico e é claro, a atração principal, as cadeias montanhosas que nomeavam à Reserva e à Ilha.

― Vamos logo subir às montanhas! ― Seion repetia pela vigésima vez.

― Mas eu quero ir nas trilhas! ― Ayssa retrucava.

― Acho mais interessante irmos primeiro ao teleférico, a vista deve ser fantástica. ― Ken dizia por sua vez.

― E por que não nos separamos? Cada um vai até onde quiser ir. Queria dar um pulo ao herbário, ver se tem alguma erva medicinal que não conheço. ― Issa sugeriu, sorrindo.

― E deixar esse idiota sozinho? ― Ayssa lembrou, apontando para Seion.

― Nem pensar! ― o jovem cozinheiro tratou logo de cortar a fala da médica.

― Oe! Eu posso muito bem me cuidar sozinho. ― o moreninho emburrou, cruzando os braços.

― Isso já tá enchendo... ― Nara se pronunciou, entediada. Estava recostada em uma das pilastras que havia por ali. ― É o seguinte. ― caminhou até os companheiros. ― Nós não podemos deixar o Seion livre por aí, porque senão provavelmente estaremos presos ao fim do dia. Então, temos que estar todos juntos.

― Sim. ― os outros três concordaram, enquanto Seion já havia esquecido o fato de estar emburrado e se distraía observando as aves que voavam pelo local, curioso.

― Acontece que esse pateta ― puxou o amigo pela manga da camisa, fazendo-o reclamar. ―, também é o capitão. Então, querendo ou não, é ele que manda. Por isso nós vamos pra onde ele disser que vamos. Simples assim. ― soltou o garoto, enquanto assistia a todos os outros suspirando.

― Tá bom... ― repetiram juntos novamente, sentindo a empolgação ir ao chão com o “sermão” da espadachim.

― Então nós vamos para as montanhas?! ― animou-se o capitão.

― Sim, Seion, nós vamos... ― Ayssa respondeu desanimada e vencida.

― Isso! ― e já saía correndo na direção que as placas indicavam, fazendo os outros quatro o seguirem, xingando obviamente, sem se atentarem a qualquer um que estivesse pelo caminho ou acerca desse.

Mal sabiam eles que estavam sendo observados desde o momento em que aportaram e que quem o fazia, não poderia significar boa coisa.


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Notas finais do capítulo

Até mais. :)