O Alvorecer De Um Novo Sol escrita por Marimachan


Capítulo 28
Capítulo 26 - Arco de Izra: O Combate na Floresta - Final


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde, noite, sei lá. Esse horário de verão sempre me deixa confusa. Enfim, aí está mais um capítulo.
Estamos chegando ao fim do arco e acho que com mais dois ou três capítulos já partimos pro próximo! :)
Boa leitura. ;)



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Ilha de Izra, Novo Mundo

Seion permanecia de cabeça baixa, enquanto os outros observavam a cena e já se preparavam para tornarem a lutar.

― O que você quis dizer com “fugiu do seu avô”? ― a mulher que antes estava desacordada começou a se levantar, intrigada com aquelas simples palavras do jovem que a derrotara direcionadas à Seion.

― Isso não interessa. ― Seion cortou, querendo acabar logo com aquilo. ― Eu vou acabar com você! ― avisou em alto e bom som, já partindo para atacar Hayato.

Uma sequência feroz e veloz de socos atingia Otayah, que tentava desviar de todos, contudo, alguns ele era obrigado a defender ― isso quando não acabava atingido ―, já que a velocidade que Seion alcançara era demasiadamente alta.

A usuária da zoan de tigre agora voltara a sua forma animal e a ter uma luta acirrada com Nara, enquanto o usuário da de gorila fizera o mesmo com Issa. A loira recém-desperta até tentara manipular as árvores novamente com sua Akuma no Mi, mas fora impedida por um novo golpe de Ken que, ao contrário de seu mestre, não tinha pena nenhuma de atacar uma bela dama caso essa merecesse.

Ayssa, que começava a pensar seriamente que seu pé não tinha sofrido uma simples torção e sim quebrado, apenas observava tudo. Seus olhos marejados.

Nunca tivera em quem confiar além de sua família. Por ter passado toda a sua infância ajudando aos pais na lavoura e sua adolescência cuidando dos irmãos mais novos, nunca teve amigos a quem confiar segredos ou mesmo compartilhar simples momentos de felicidade... Ou tristeza. O único amigo fiel e que sempre estava com ela, seu irmão mais velho, havia sido arrancado dela e de sua família quando ainda tinha seis anos.

Piratas o levaram.

E agora estavam ali, quatro jovens que ela acabara de conhecer, e que tratara muito mal por sinal, lutando por sua família.

Seus pais lhe ensinaram que nem todo pirata era ruim. Até porque, o mundo só existia da forma como era hoje por conta do homem que deu sobrenome ao garoto ali à sua frente, e ele era um pirata. Na verdade... O rei deles. Ainda assim, lá fundo, ela guardava ressentimento de todo e qualquer pirata que existia. Por mais que ela soubesse que nem todos eram iguais, ainda assim, não conseguia deixar de sentir aquilo.

No entanto... Ayssa estava realmente feliz por estar conhecendo pessoas que talvez, só talvez, pudessem ensiná-la a compreender de verdade que nem todo pirata é ruim. Existem alguns legais...

Estranhos e malucos, mas ainda assim... legais. E isso com certeza era o principal motivo para ela estar sorrindo naquele momento. Nem mesmo a raiva que sentia daquele homem a quem Seion esmurrava agora podia lhe tirar aquela sensação tão boa.

A sensação de estar sendo libertada de um sentimento ruim que há tanto lhe prendia.

A garota permaneceu observando as lutas e agora sorria ainda mais ao perceber que estas já quase chegavam ao fim.

Nara desviou de um ataque surpresa da tigresa, mas ainda assim o ataque fez com que uma de suas espadas voasse alguns metros de distância. Não deixando escapar a oportunidade, a mulher tigre avançou até a arma caída ao chão, se transformando em sua forma híbrida. Tomou a arma em mãos e, com um sorriso provocador, forçou a lâmina, obviamente com intenção de quebrá-la.

Aquele ato, entretanto, não poderia surtir outra reação em Nara. A morena encarou a cena com sua íris dilatada, numa mistura de desespero e raiva.

“― Nara!

A jovem morena, que no momento se despedia da mãe em um abraço, ouviu a voz grave tão conhecida de seu pai, que caminhava em sua direção.

― O que foi, velhote? Pensei que tinha me mandado sumir de uma vez pra você poder ficar em paz. ― tinha seus braços cruzados, as sobrancelhas levantadas e um sorriso provocador nos lábios.

Zoro nem sequer de idade era, mas ela não conseguia encontrar outra forma mais “carinhosa” para chamá-lo sem levar um belo de um “chega pra lá” do pai.

― Tsc. Cale a boca, pirralha. ― finalmente parou em frente à filha e à esposa.

― O amor entre a família é tão lindo de se ver. ― Nami comentou, ironizando, com os braços envoltos nas costas de Seion. Esse apenas riu pelo comentário e pela reação dos dois Roronoa por conta dele.

Os outros Mugiwaras riram junto, enquanto Robin apenas observava com um sorriso nos lábios, já compreendendo qual era a intenção do marido.

Ela com certeza sabia lê-lo melhor que ninguém.

― Anda logo. Fala o que é de uma vez. ― a morena bufou ainda de braços cruzados, encarando o mais velho.

― Me dê suas espadas. ― a surpresa de todos, exceto Robin, não poderia ser maior.

― Eim? Do que você está falando, idiota? Como assim eu entregar minhas espadas a você? Enlouqueceu, velhote? ― Nara reagiu confusa e irritada. Não estava entendendo nada.

Por que diabos ele estava pedindo aquilo? Eram suas katanas. SUAS. Como ele achava que ela iria lutar sem elas?!

― Me entregue de uma vez, pirralha! ― ordenou.

Nara podia estar brava, muito brava e ser uma filha um tanto... peculiar. Mas nunca desobedecera uma ordem de seus pais e aquela ali parecia-se claramente com uma. Ainda muita confusa, embora irritada, a garota desamarrou as bainhas e entregou as espadas, praticamente jogando-as nos braços do pai, querendo com isso demonstrar o quanto não estava satisfeita com essa história.

Os outros presentes continuavam a assistir aquilo, perplexos. Ainda tentando entender o que se passava na cabeça do espadachim.

― Hã? ― Chopper olhara as espadas que Zoro acabara de lhe dar, sem entender.

― Segure-as um minuto.

― Hum... Ok. ― aceitou sem fazer mais questionamentos.

― Por que diabos me pediu isso? ― decidira perguntar de uma vez.

No entanto, Zoro nada disse. Apenas baixou seu olhar e começou a tirar suas espadas da faixa amarrada em sua cintura. Uma por uma ele entregou nas mãos de Nara, deixando-a sem reação alguma. A última, sua preciosa Wadou Ichimonji, Zoro observou por um instante e então também a entregou à garota, que permanecia petrificada ― assim como os outros ― diante do ato inesperado do pai.

― O quê... ― tentou dizer alguma coisa, encarando o mais velho, ainda perplexa, mas foi cortada.

― Não se atreva a quebrá-las, destruí-las, enferrujá-las ou deixar que qualquer outro dano atinja-as. Entendeu? ― deixou bem claro, dando mais uma ordem.

Os presentes sorriram, finalmente compreendendo tudo, enquanto, surpreendentemente, os olhos de Nara marejaram e um sorriso ― muito raro e idêntico ao de Robin, segundo o próprio espadachim ― também tomou seus lábios e num impulso muito rápido a garota abraçou sem aviso prévio o homem de cabelos verdes.

― Obrigada, pai... ― o abraçou, deixando escapar algumas tímidas lágrimas, ainda sorrindo.

De início Zoro ficara sem reação, é claro. Não esperava por aquilo. Era extremamente raro Nara demonstrar qualquer tipo de afeto com atos como aquele, para qualquer pessoa, principalmente ao pai. O que era estranho, já que, mesmo não admitindo, era a quem era mais apegada.

― Tsc. Não seja tão mole, pirralha. ― o Roronoa mais velho provocou.

― Idiota. ― xingou abraçando ainda mais forte ao pai, que retribuíra com a mesma intensidade.”

― Cansei de brincar. Vamos acabar com isso logo. ― Nara, que antes parecia se divertir bastante com a luta, tornou sua expressão séria e ameaçadora e agilmente, com as duas espadas que lhe sobrara em mãos, preparou o ataque à longa distância.

O golpe atingiu a tigresa em cheio. Cortou-a em vários pontos do corpo e deixando-a completamente inconsciente, fazendo com que assim a Wadou Ichimonji ― espada a qual havia tirado de Nara ― caísse no chão novamente. A espadachim caminhou até a mulher desacordada, agora em sua forma humana, e pegou sua espada, colocando-a de volta na bainha assim como fez com a Kitetsu e a Shuusui, que antes pertenciam à seu pai.

― Nunca se atreva a tomar uma de minhas espadas. Se não quiser morrer, é claro. ― externou antes de se afastar em direção à Ken e Ayssa, para que pudesse esperar Issa e Seion também terminarem suas lutas.

― Algum inseto te mordeu, esquentadinha? ― Ayssa não sabia o porquê, mas simplesmente se divertia muito implicando com a espadachim.

― Não encha se não quiser ser fatiada em duas. ― a outra respondera ríspida ao se sentar no chão, enquanto observava seu capitão lutando com o capitão inimigo.

Issa, por sua vez, respirava ofegante, guardando seu bastão em uma espécie de bainha à suas costas. Havia finalmente derrotado o gorila naquele instante. Também passou a caminhar em direção aos outros enquanto assistia atenta a luta de Seion e Otayah.

― Tem certeza que a recompensa dele é de 246 milhões, Ken? ― a médica perguntou ao chegar até ele.

― Sim. Por quê? ― encarou-a sem entender o motivo da pergunta.

― Não é nada... É só que... Seion não está tendo dificuldade alguma na luta. É claro que ele está forte o suficiente para enfrentar alguém com uma recompensa assim, mas... Ainda assim, não deveria estar sendo tão fácil. Deveria? ― olhou os dois companheiros, intrigada.

― Pelo o que eu sei... A recompensa anterior dele não passava de 120 milhões. Depois do ataque cruel que ele fez a uma cidade aqui do Novo Mundo e conseguir fugir das mãos da Marinha e do Governo é que aumentaram a recompensa...

― Nem todas as recompensas equivalem à força do procurado. ― Nara completou o comentário de Ken, vendo Seion atingir o estômago de Hayato em cheio. E mais uns dois ou três golpes depois, o criminoso cair derrotado.

― Parece que acabou. ― Issa constatou ao ver os quatro inimigos caídos. Três deles desacordados. Apenas a loira que controlava as plantas permanecia acordada, mas impossibilitada de continuar a lutar.

― Ken, você pegou leve demais com a moça ali. ― Nara comentou enquanto via a loira se levantar.

― Moça? ― Ayssa perguntou assim que reparou melhor as expressões da mulher.

De repente ela havia ficado 15 anos mais velha. Como mágica. Ayssa então, sem entender, passou a observar melhor os outros companheiros dela, desmaiados. Todos eles pareciam ter ficado mais velhos em um segundo. Só então ela relembrou.

― Veja! Os anos que eles roubaram estão sendo devolvidos! ― exclamou animada, com lágrimas voltando aos seus olhos enquanto apontava os piratas derrotados.

― É verdade! Será que isso fez com que seu pai e os homens que estavam em coma acordassem? ― agora era Issa quem se questionava com a mesma animação.

― Muito provavelmente. ― Ken afirmou.

― O que vamos fazer agora? ― Issa foi quem perguntara ao ver Seion se aproximando.

O moreno suspirou ao colocar o chapéu que havia caído sobre suas costas durante a luta de volta a cabeça.

― Não podemos deixá-los livres por aí... Eles irão fazer outras vítimas se deixarmos. ― Ken afirmara enquanto não tirava os olhos dos piratas caídos, caso algum deles tentasse fugir.

― Por mim, mataríamos todos eles agora mesmo. ― Ayssa ralhou, brava. Não tinha perdoado o que fizeram ao seu pai.

― Não vamos matar ninguém. ― Seion, contudo, declarou firme, encarando a garota de forma séria.

― Então vamos entregá-los à marinha e aí eles decidem o que fazer. Pronto. – Nara finalmente se pronunciou com um tom impaciente em sua voz.

― Ok. Vamos amarrá-los e os levar para a vila, esclarecer às pessoas de lá o que estava acontecendo e então os levamos para a cidade. Lá a gente vê como contata a marinha. Pode ser? – Ken sugeriu se dirigindo ao capitão, esperando a decisão do mesmo.

― Ok. ― o moreninho deu de ombros e seguiu até os criminosos, já começando a amarrá-los com os cipós mais finos que estavam por ali, já que Ken acabara de deixar a loira controladora desses inconsciente novamente, para que não pudesse manipulá-los.

Logo, Issa e Nara se juntaram aos dois para ajudar, enquanto Ayssa esperava emburrada. Não podia fazer muita coisa com o pé quebrado e novamente teve que depender de Ken para ser levada para a vila.

Aquilo já estava ficando constrangedor pro gosto dela.


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Notas finais do capítulo

Sinceramente eu não gostei muito desse capítulo, não consegui colocar tudo o que eu queria. :p Mas o rápido Flash Back da Nara eu confesso que adorei escrever.