Depois do momento de confusão de Tony, por conta da visão que tivera, ele entrou em sua armadura e saiu do local, levando o cetro com ele.

– Pronto gente, já entrei e peguei o cetro. – Tony informou no comunicador enquanto voava a caminho do quinjet. – Eles não foram cuidadosos e deixaram um monte de informações nos computadores.

– Ótimo, todos voltem para o quinjet, vamos sair daqui. – Steve diz, logo em seguida.

– Natasha, você pode dar um jeito no doutor Bruce? – Tony pergunta.

– O que? – a voz de Natasha pergunta.

– Dar um jeito nele, fazer ele voltar a si.

– E como você espera que ela faça isso? – dessa vez Steve quem se manifesta, ele sabia que Natasha tinha medo do Hulk.

– Sei lá... que tal uma canção de ninar? – Tony sugere.

– Tony, não acho que isso seja uma boa ide... – Steve começa, tentando fazer com que Natasha escapasse daquela situação.

– Não, tudo bem. – ela fala. – Eu vou.

– Então anda logo, temos que ir. – Tony rebate, e desliga a comunicação com os dois.

Natasha respira pesadamente, por que diabos Stark achava que o Hulk seria domado por ela?

– Mas que droga... – ele murmura, enquanto anda sozinha pela floresta a procura da besta verde. Os inimigos já haviam sido eliminados.

Depois de andar uns 100 metros, Natasha consegue ver ao longe o Hulk andando raivoso por ali. Ela suspira nervosa e vai naquela direção.

– Hey... – ela diz, chamando sua atenção, receosa.

Ele olha para ela, e solta um rugido discreto. O Hulk começa a ir em sua direção.

Natasha engole em seco, sua vontade era de correr e deixar ele para trás. Mas ela sabia que se corresse, ele iria correr atrás dela, e a situação iria ficar ainda mais desesperadora. As engrenagens no cérebro da viúva trabalhavam a todo vapor, bolando alguma estratégia para aquela situação.

–O sol já vai se por. – Natasha diz para o monstro. Ela se lembrou de quando era criança, tinha uma vaga lembrança de alguém murmurando isso para ela, quando ia colocá-la para dormir. – Temos que ir.

Hulk ainda anda na direção dela, mas agora não parecia querer machucá-la.

Natasha se lembrou de uma vez, em que ela estava assistindo TV, e passou por um canal que mostrava adestramento de cães. Não que o Hulk fosse um, mas ela imaginou que funcionaria. Ela se lembrou do que os adestradores falaram sobre como acalmar cães bravos. Era o seguinte:

“ Você precisa demonstrar que não é uma ameaça para ele, se desarme diante dele.”

E foi isso que ela fez, num instinto repentino, ela se agachou e estendeu seu braço, deixando sua mão aberta, como se estivesse mostrando algo na palma de sua mão, mostrando que estava indefesa, e que não queria machucá-lo.

A grande besta se aproximou dela curiosa, ele estendeu a mão também, querendo tocar a pequena mulher. O coração da viúva batia acelerado, ela conseguiu respirar de novo, quando viu que estava funcionando.

A grande mão verde foi de encontro a mão de Natasha. Hulk tentava tocá-la, porém, ela ia movendo sua mão lentamente, nas direções opostas que ele movia a dele, com medo do contato. Natasha se permitiu dar um pequeno sorriso de alívio, por estar inteira ainda.

Foi então que ela passou a ponta de seus dedos pela grande mão dele, o acariciando com cuidado. O monstro não fez nenhum movimento brusco pelo toque, ele apenas continuou lá, a observando. Até que os dedos de Natasha chegaram na ponta dos dedos dele, e ela puxou sua mão de volta.

Ele passou por um momento de confusão, o monstro não queria que ela parasse, ele ficou triste, e rugiu angustiado.

O sangue de Natasha gelou. Agora pronto, era o que faltava, ela ia ter que ficar ali o dia todo, fazendo carinho nele?

Hulk grunhia indignado, mas não parecia bravo. Ele se afastou dela cambaleante.

Natasha soltou o ar, que estava preso em sua garganta pelo medo. Ela se levantou, pois todo esse tempo havia ficado agachada. Sentiu outro sorriso aliviado nascer em sua boca.

Hulk havia caído do chão, ali perto, e voltou aos poucos a sua forma real, voltou a ser Bruce Banner.

Natasha já tinha saído dali, quando ele voltou a ser humano. Ela andava rapidamente para a direção do quinjet, sem olhar para trás.

Quando Romanoff chegou, os outros estavam só a sua espera. Steve estava bem na entrada da rampa que dava acesso ao interior da aeronave. Ele olhava ao redor preocupado, quando viu Natasha se aproximando, um sorriso bobo escapou de seus lábios.

– Graças a deus... – ele disse indo na direção dela. – Já estava preocupado com você.

Natasha sorriu e deu um selinho no Capitão.

– Já disse que não precisa ficar preocupado comigo Steve. – ela o repreendeu. – Eu só fui fazer o que o Stark pediu.

– Por isso mesmo! – Steve respondeu. – Eu sei que você não queria ir, e fiquei preocupado do Hulk te fazer algo...

Natasha sorriu novamente, o tranquilizando.

– Pois saiba que foi tudo bem, eu estou bem, deu tudo certo.

Steve sorriu.

– Ainda bem. – ele tocou o rosto dela, e a puxou para um beijo.

– E como está todo mundo por aqui? Tudo bem? – Natasha perguntou, depois que separou seus lábios dos de Steve.

O Capitão mudou sua expressão, ele hesitou antes de responder.

– Ér... mais ou menos.

– Como assim, mais ou menos? – Natasha imediatamente ficou tensa.

– O Barton... ele, meio que se machucou. – Steve respondeu.

Natasha olhou para Steve por mais alguns segundos, e correu na direção do interior do quinjet, ele foi atrás dela.

Ela entrou e foi para o fundo, onde sabia que tinha uma maca, para o caso de alguém se ferir. Quando chegou, viu Clint deitado com as mãos pressionando seu abdômen.

– Clint! – ela disse se aproximando dele.

– Oi Nat. – ele sorriu.

– Seu idiota, como deixou isso acontecer? – ela disse com um sorriso, mas ao mesmo tempo em tom repreendedor.

– Relaxa, não é nada. – Barton disse. Natasha olhou para o ferimento, sagrava consideravelmente.

Steve chegou lá, e Tony apareceu também.

– Não fica preocupada Agente Romanoff, ele vai ficar bem, já já chegamos na torre, e dou um jeito nisso facinho. – Tony fala com um sorriso. – Ah, cadê o doutor? Cantou pra ele como eu sugeri?

Natasha o fuzilou com o olhar.

– Não. Mas ele já deve estar chegando.

– Ótimo. – Stark respondeu.

Segundos depois, Bruce entrou pela porta.

– Desculpem a demora. – ele falou.

– Que isso doutor. – Tony disse sorrindo. – Vi que o trabalho da agente Romanoff foi cumprido, agora vamos voltar pra casa logo.

– Okay... – Bruce concordou sem jeito.

Tony foi para o painel de controle e ligou a aeronave, a fazendo decolar.

Thor estava sentado em um dos bancos, calado, apenas olhando para o cetro de Loki, que estava depositado em cima do banco.

Steve se sentou em outro banco, respirando fundo, também em silencio.

Bruce se dirigiu para um canto, e Natasha foi atrás.

Ela havia ficado surpresa por ver como Bruce estava cada vez mais, conseguindo controlar o Hulk, e também viu que ele ainda tinha vergonha de ser o que era.

– Doutor, tudo bem com você? – ela perguntou quando se aproximou dele.

– Ahm, sim, sim. Claro. – ele respondeu, evitando o contato visual.

– Você se saiu bem hoje...

– É, pois é.

– O que foi? Não confia em mim? – Natasha pergunta, tentando entender o por que de ele não olhá-la nos olhos.

– Não é em você que eu não confio. – ele responde.

Natasha suspira pesadamente.

– Ok, eu só quero te dizer que você deveria parar de ficar se alto flagelando e tentar relaxar, você está indo bem, cada vez mais tomando o controle.

Bruce a olhou, surpreso, e apenas assentiu sem jeito.

Natasha deu uma ultima olhada para ele e se afastou, indo se sentar perto de Steve.