POV. Bucky

Acordar com Natália em meus braços foi uma das melhores sensações no mundo, meu restante de noite foi tranquila e sem pesadelos, diferente das outras noites desde da 2ª Guerra. Tento me soltar de seu abraço delicadamente e consigo me levantar felizmente sem acordá-la.

Ainda nu, caminho até o banheiro rapidamente e pego uma toalha em um dos armários, ignoro a banheiro, entro no box e ligo o chuveiro para um banho rápido.

Depois de meu banho gelado, enrolo a toalha na cintura e passo as mãos no cabelo os desembaraçando, pensando em como vou buscar minhas roupas. Decido que vou pedir para Nath assim que ela acordar.

Volto para o quarto e não consigo resistir a me aproximar da cama e lhe dar um selinho.

Quando vou me afastar, Natália reage tocando sua língua em meu lábio inferior, pedindo passagem e eu cedo, assim iniciando um beijo calmo que evolui rapidamente para um fogoso.

Sua mão direita vai para meu cabelo, puxando-me para a cama e sua esquerda arranha levemente minhas costas quando fico por cima.

O beijo dura muito pouco em minha opinião e ela desce os lábios para meu pescoço, mordendo-o como se fosse uma vampira, mas ao mesmo tempo carinhosamente.

– Não me provoque desse jeito. – murmuro em seu ouvido, em um gemido.

– E o que você vai fazer se eu quiser te provocar? – retruca sorrindo marota.

– Eu vou te punir. – respondo malicioso.

– Então me puna, senhor. – ela diz provocante.

E lá se vão às barreiras. Agarro suas pernas e rodeio-as em minha cintura, já puxando minha toalha...

– BOM DIA, FLOR DO DIA! – alguém grita e a porta se escancara. – AH MEU DEUS! – viro pra trás e vejo Crissie de pé perto da porta de boca aberta.

– Oi, little sister. – Nath diz sorrindo amarelo e acenando ainda por baixo de mim, ela me olha sugestivamente e eu saio de cima dela envergonhado.

– Vocês pelo menos usaram camisinha? – Crissie pergunta, sem vergonha alguma.

– É claro que usamos! - Nath se pronuncia. – James onde estão suas roupas? – pergunta calmamente. Aponto para ela mesma e ergo as sobrancelhas. – Epa. – sussurra. – Crissie, você pode pegar uma muda de roupas para o James? – pede enquanto joga o cobertor sobre a gente.

– Por quê? Ele é melhor sem! – diz na cara de pau.

– CHRISTINE! TIRE OS OLHOS DO MEU HOMEM! – Nath grita revoltada e me abraça possessivamente, seguro o riso.

– Ui, ui, estressada! – Christine zoa da cara da irmã. – Vou lá pegar e depois a gente vai conversar, mocinha. – informa sorrindo marota.

– Eu sou mais velha que você, sua mal comida! – Nath grita novamente e atira um travesseiro em Crissie que desvia.

– Credo! – Crissie exclama – Aparentemente você tem que ser comida de novo, porque ainda tá de mau humor, querida! – e sai correndo gargalhando deixando Nath de boca aberta.

– Isso foi... – Nath começa e parece procurar palavras.

– Vergonhoso. – completo e ela sorri assentindo.

Ficamos alguns minutos em silêncio nos encarando até ouvirmos uma batida na porta e Crissie entra logo em seguida com uma calça, cueca e camisa e me estende.

– Só avisando: o povo ainda tá todo dormindo, então se vocês quiserem continuar o que iam fazer, eu posso fingir não existir se vocês não fizerem muito baru... – Crissie começa rindo maliciosa.

– SOME! – Nath grita e levanta, empurrando a irmã pra fora do quarto e trancando a porta. Ela respira fundo ainda de costas, me dando uma bela visão de suas curvas.

– Nath? – chamo-a.

– To com vergonha. – informa corando e corre para o banheiro, fechando a porta.

Fico parado ainda alguns segundos processando a informação e então começo a rir, pois é estranho que depois de todo aquele fogo de ontem, ela se envergonhe hoje. Visto a camisa e tiro a toalha, vestindo a cueca e a calça logo em seguida, lembro-me que meus sapatos estão na sala e agradeço por todos ainda estarem dormindo.

Caminho até a porta do banheiro e bato duas vezes.

– Eu já vou. – digo calmamente.

A porta se abre rapidamente e Nath me beija amorosamente, nossas línguas brincando uma com a outra e acaricio seu rosto, um pouco surpreso.

– Tchau, James. – sussurra contra meus lábios e me dá um selinho, entrando no banheiro e fechando a porta novamente rindo.

Ainda um pouco pasmo sorrio alegremente e sei que não vou tirar esse sorriso do rosto por muito tempo.

POV. Nath

Olho-me no espelho de corpo inteiro do banheiro (só de calcinha e sutiã). Posso ver os hematomas em minhas coxas e as marcas em minha cintura, meus seios estão um pouco doloridos e meu pescoço está levemente arranhado (pelo contato dos beijos de James), mas principalmente vejo um brilho diferente em meu olhar, quase selvagem.

Direciono a toalha para meus cabelos, os secando rapidamente e colocando a blusa e a calça, sentando no vaso para amarrar os cadarços do tênis.

Quando chego à cozinha, todos estão lá e Tony, Clint e Darcy estão com caras horríveis (possivelmente de ressaca) e James já está sentado, percebo que seu pescoço está com algumas marcas de mordidas e um ou dois chupões e sorrio marotamente sentando-me ao seu lado.

– Como foi sua noite? – Pepper pergunta me estendendo uma xícara de café.

– Legal. – respondo e dou um gole no líquido digno dos deuses. – Minha cama estava bem confortável. – digo segurando o sorriso.

– Que bom. – Pepper sorri de volta, não percebendo o outro sentido de minha frase. – Sua mãe quer falar com você antes de ir embora. – avisa.

– Mais tarde eu falo com ela. – dou de ombros, pegando uma torrada e passando requeijão nela.

– Ligaram da sua escola. – Pepper informa fechando a cara.

Arregalo os olhos e procuro desculpas para meu comportamento desse ano. Qualé, a diretora não ia relevar? Era meu último ano! Ok, eu realmente dei há louca esse ano! A minha zoera deve ter ultrapassado os níveis mais que aceitáveis.

– Pepper, eu juro que... – começo atrapalhada.

– E seus colegas te escolheram para ser a oradora da turma na entrega de diplomas! – ela completa sorrindo animada.

Aqueles malditos! Eu disse que não queria porque realmente não saberia o que falar! Todos sentirão a minha vingança, aguardem!

– Quando vai ser? – pergunto.

– Semana que vem.

Miséria!

–

Depois de Pepper me informar que terei que fazer uma droga de discurso e que muitos colegas vão morrer por terem feito isso comigo, eu fiquei na sala, ‘capotada’ no sofá, com o controle remoto em uma mão passando de canal em canal entediada, até achar o canal que passava F.R.I.E.N.D.S e quase morrer de tanto rir com as palhaçadas de Joey e Chandler (tudo bem que eu já assisti todas as temporadas de F.R.I.E.N.D.S, mas essa série é a melhor do mundo!). Estava tudo bem até Clint surgir do nada e se sentar do meu lado, grudando em mim e me dando um beijo no meu pescoço. Droga de ponto fraco! Por que eu tinha que me derreter toda só com um beijinho? Eu realmente tenho que me ferrar pra tomar jeito!

Clint aproximasse mais se possível e me puxa para ficar de frente pra ele, colocando uma de suas mãos em minha nuca e aproximando nossos lábios.

– Clint... Não faz isso. – protesto tentando me afastar.

– Eu sei que você também quer. – murmura e sela nossas bocas pedindo passagem com a língua, luto para não permitir e quando estou quase cedendo...

– Nath, posso falar com você? – escuto a voz de Crissie me chamar alto, fazendo Clint desgrudar nossos lábios.

– Você não pode falar com ela mais tarde, Christine? Estamos ocupados. – Clint resmunga irritado, encarando Crissie nervoso.

– É muito importante. – Crissie afirma desafiando-o com o olhar.

Levantando-me após me soltar de Clint e sigo Crissie rapidamente para fora da sala, tentando ignorar o olhar do Arqueiro fixado em minhas costas, acompanhando meus movimentos.

– Obrigada. – murmuro assim que entramos em seu quarto.

– Eu não gosto dele mesmo, então ele que se exploda. – ela retruca e dá de ombros.

– O que queria falar comigo? – pergunto me sentando em sua cama.

– Na verdade, eu fui te salvar naquela hora. – explica. – Mas o Bucky... – sorri sugestivamente, incentivando-me a continuar a frase.

– Ele foi incrível. – digo sorrindo – Ele é incrível. – me corrijo suspirando.

– Isso quer dizer que você... – ela começa a falar baixo – ESTÁ APAIXONADA POR ELE! – grita o final, me assustando.

– O que? Não. – discordo.

– Tem certeza? Porque pareceu que você estava negando o arqueiro e ontem você transou com o Bucky. – Crissie diz ainda sorrindo.

– Eu NÃO estou apaixonada! – continuo discordando.

– E como explica esse brilho em seus olhinhos? – minha irmã retruca.

– São as luzes. – a contrario.

– PELO AMOR DE LOKI, NATÁLIA DE ANDRADE STARK. – vish, falou o nome inteiro – ADMITE LOGO QUE ESTÁ APAIXONADA! – grita nervosa.

– Talvez eu esteja. – murmuro bem baixinho de cabeça baixa.

– Isso é... – Crissie começa confusa. – INCRÍVEL! – ela comemora e me abraça.

(Tenho um segredo

Você pode guarda-lo?

Jure que esse você irá guardar

Melhor tranca-lo em seu bolso)

[Secret – The Pierces]

– Tá bom. Agora vamos falar sobre aquele moreno que você estava na festa. - digo marota.

– Você tem que prometer não contar. – Crissie pede de repente séria.

– Hã... Eu prometo. – faço que sim com a cabeça confusa.

– É sério Nath. - Crissie continua ainda séria.

– Eu prometo, é sério Crissie. – asseguro, segurando suas mãos.

– Era Loki. – minha irmã sussurra de cabeça baixa.

– Loki está morto, Crissie. – retruco.

– Se você acha. – e dá de ombros.

Respiro fundo, tentando manter-me calma o suficiente para não xingá-la de todos os nomes feios que conheço (que não são poucos).

– Tudo bem, Crissie. E o resto? – questiono sabendo que ainda tem algo que Crissie esconde.

– É um segredo, Nath e se as pessoas souberem, eu nunca mais terei paz ou algo parecido. – ela diz suspirando.

– Achei que confiasse pelo menos um pouco em mim, Christine. – murmuro chateada.

– Nath, é sério dessa vez: você não pode contar pra ninguém. Tem que prometer que não vai contar! – Crissie murmura de volta.

– Crissie, primeiramente eu nem sei o que é e o segredo não é meu, nunca me acharia no poder de conta-lo. – sorrio levemente torto.

– Tudo bem. – ela desiste – Nath, eu sou uma mutante. – sussurra.

Sinto meu cérebro congelar, tentando compreender a informação e pisco repetidas vezes.

– Nath...? – ela chama insegura.

– Você não é esquizofrênica, é? – pergunto ainda em choque.

– Não. Quando comecei a dizer certas coisas, meus pais acharam que eu tinha algum problema e me mandaram para um daqueles hospícios antigos onde dão choques nas pessoas e as prendem em celas com camisas de força – ela murmura.

– Continua - peço, intrigada com a história.

– Bem, eu não queria ficar lá. Era um lugar terrível! Então decidi fugir. Depois da minha fuga, fui até a cidade mais próxima e fiquei no orfanato. Não sei exatamente como Tony e Pepper me acharama, mas eles começaram a notar as mesmas esquisitices que meus antigos pais. Então decidiram me levar ao psicólogo, onde eu fiz um teste. Mas não queria que a história se repitisse, então hackei o sistema e mudei os resultados dizendo que tinha esquizofrênia.

– Crissie, isso é incrível! - grito sorrindo. - Mas porque nunca me contou isso antes?

– Bem, no primeiro momento acho que era por que eu queria que fosse algo só meu e depois acho que foi o momento perfeito já que levando em conta o que você é... - de súbito, ela se cala. Como se tivesse falado demais.

– Como assim "o que eu sou", Crissie? Tem mais alguma coisa que você não me contou?

Não tenho nem tempo para dizer mais nada quando a vejo me abraçando, o que é algo bem raro vindo dela.

– Olha, isso não importa agora. Nada importa. Eu só quero que saiba que te amo.

Me assusto ainda mais ao ouvi-la dizer essas palavras, mas as afasto da minha cabeça dando lugar a uma nova ideia de diversão. Me solto do abraço e anuncio:

– Tá, mas agora vá colocar seu pijama, pois a maratona da quarta temporada TWD já tá para começar e nós não podemos perder!

Não dá nem tempo de piscar e Crissie já está dentro do closet, se trocando, rio sozinha e penso em como é bom saber finalmente a verdade sobre minha irmãzinha e que ela confia em mim.