Cartas para Hope escrita por Skye Miller


Capítulo 6
Six.


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Sei que muitos querem me matar por ter ficado quase ou mais de três meses sem dar noticiais, sinto muito mesmo, e peço imensas desculpas. Muitas coisas foram acontecendo com o decorrer dos últimos meses e grandes problemas foram aparecendo. Ontem surgiu um problema enorme relacionado ao meu pai que eu ainda não superei, mas mesmo assim estou aqui hoje pedindo milhões de desculpas para aqueles que deixaram de acompanhar por não conseguir esperar e pelas pessoas que estão esperando a tanto tempo um capitulo.
Gostaria de agradecer a G por estar sempre comigo (Lindona! Eu te amo, tá, sem mentira, LINDA) e a Anna por ter feito um comentário enorme e declarar seu amor por cph.
BOOOOM, sexta tem capitulo novo! TUTS TUTS TUTS, todas as sextas voltarão a ter capitulo, I promisse!



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– Você faz barulho demais – Tyler reclama brincalhão.

Veja, eu não estou em um momento muito legal. O idiota do Professor Ryan decidiu fazer um trabalho enoMrme em dupla, e eu caí justamente com o Tyler. Sei que eu deveria ficar feliz por isso, mas na verdade estou nervosa. Às vezes ele me lança um sorriso e eu nem ao menos consigo retribuir, sua presença me aflige e causa arrepios por todo o meu corpo.

– Desculpa – Digo e paro de me mexer sobre o tapete, estamos lendo o livro que pegamos na biblioteca. É estranho estar com Tyler dentro do meu quarto, já que imaginei esse momento diversas vezes, mas em meus pensamentos estávamos fazendo outra coisa além de estudar. Decido puxar assunto para quebrar o clima: – Você e o Henry brigaram?

– Não, por quê?

– Nunca mais vi vocês conversando e você tem parado de vir aqui...

– Eu estava de castigo – Ele explica grifando algo no livro com o marcador laranja. Percebo que seus músculos se contraem quando ele se curva para pegar o seu celular perto dos meus pés, já que estamos sentados um na frente do outro, e eu fico perdida vendo suas costas, deuses, eu tenho tara por costas masculinas definidas. Desvio o olhar – E ele era quem estava indo lá para casa, jogar videogame e tudo mais.

Sinto que Tyler esconde algo, mas deixo de lado e continuo estudando. Em determinado momento minha mãe aparece oferecendo cookies e Tyler os devora, ele sempre adorou as comidas da minha mãe e ela o trata como um filho. Tyler é o exemplo de cara perfeito para alguém, ele é legal e inteligente, além de saber conversar com as pessoas. Seus olhos são verdes e os cabelos castanhos são bem cuidados, pele bronzeada de dar inveja e é mais alto que eu – Todo mundo é mais alto que eu – acho que me apaixonei não pela beleza dele, mas pela personalidade.

Percebo que estou observando-o tempo demais quando ele me encara e eu desvio o olhar corando. Tyler começa a rir baixinho e pega delicadamente no meu rosto, levantando o queixo para cima, forçando-me a olhar para ele.

– Você fica engraçada quando cora, fica um vermelho tão berrante que eu me pergunto se você está passando mal. Mas fica linda de qualquer forma.

Pisco os olhos diversas vezes quando ele solta meu queixo e volta a ler o livro. Será que eu acabei de imaginar isso tudo? Oh, Deus, eu devo ter comido algum cookie estragado e agora está fluindo efeito.

Eu tento pensar em qualquer outra coisa que não seja Tyler, e por isso acabo tendo um tic nervoso. Eu tenho esse problema, quando fico nervosa ou ansiosa demais, acabo fazendo alguma pequena loucura. Quando eu era criança, Henry colocou um sapo dentro do meu guarda roupa encima do meu vestido preferido. Eu tive um ataque e comecei a estalar a língua para me sentir melhor, depois estalar os dedos e mexer os pés, por fim minha mãe me encontrou dentro do quarto me tremendo dos pés acabaça, os olhos vagos e o rosto pálido. Foi preciso ela dizer diversas vezes que estava tudo bem, que o sapo não iria me fazer mal nenhum e que ela compraria um vestido novo para mim. Por fim, acabei criando o sapo como um baixinho de estimação, eu o chamava de Bob, ele morreu faz um bom tempo, lembro que chorei por isso enquanto Henry ria da minha cara.

Henry sempre ri da minha cara. Ele é um desgraçado, um encosto ambulante.

Mas é meu irmão, e eu o amo, por mais cretino que ele seja.

Quando terminamos, percebo que eu já estava algum tempo mexendo os braços para o lado, Tyler parece não notar isso, ele termina de fazer algumas anotações e tira Xerox na minha impressora, ele olha por um tempo para os desenhos que o Sr. Confuso fez para mim e que estão na parede. Seus olhos observam cada detalhe e quando a impressora desliga, ele ainda continha olhando.

– Bonitos desenhos – Sua voz está casual e sei que soa verdadeiramente – Você que fez?

– Não. Eu ganhei.

– De quem?

–Ah... Um garoto aí... –- Minha explicação soa tão vaga que eu sinto ódio de mim mesma por isso, trato logo de disfarçar isso quando Tyler arqueia uma sobrancelha – Não é nada demais.

– Você tem namorado?

– Não. Sou estranha, me apego rápido as pessoas, amores clichês de verão, então tenho medo de me magoar com o cara errado.

– Compreendo. – Ele pega as Xerox e dá uma ultima olhada para os desenhos, me dá alguns papeis e guarda suas coisas dentro de sua bolsa. Tyler limpa a poeira que ficou em sua calça jeans e olha para os próprios pés, depois olha para mim e direciona um sorriso de lado – Tchau.

Sem perceber já estou abraçando-o e por incrível que parece ele retribui, antes que a coragem que me resta vá embora, fico nas pontas dos pés e beijo sua bochecha.

– Tchau.

Meus lábios ainda estão formigando quando ele sai. Sem perceber, acabo sorrindo, me jogando sobre minha calma felpuda.

Estava tão feliz com aquele pequeno momento que não notei sobre o fato de que normalmente as cartas do Sr. Confuso chegavam naquele dia da semana e que, eventualmente, ele não mandou.

...

Já fazia trinta minutos que eu estava em pé na afrente da casa de Lília. Minha pele branca estava começando a ficar bronzeada demais. Meu rosto estava vermelho igual ao de um camarão. Meus pés faziam calo. Deus, estou morrendo.

Bati mais uma vez na porta, na esperança de que talvez, só talvez, ela estivesse dormindo e estivesse acordado agora. Mas o fato é que Lília não dorme à tarde, ela sempre está fazendo algo.

Sento-me na soleira da porta, tentando aproveitar a pouca sombra que há ali. Amo o verão. Adoro. Mas tudo tem limite, e o meu é estar sempre com a pele alva, porque isso é a única coisa que tenho em comum com os Adams. Veja, eles todos são loiros, olhos claros e pele branquinha, altos e bonitos. Eu tenho o cabelo castanho cobre e olhos castanhos escuros. Baixinha e feições estranhas, magrela ao extremo. Tão sem graça. Tão Hope Adams que nunca deixará de ser uma Hope Stonem. Visual típico Californiano. Tenho saudades da Califórnia, obviamente não me lembro de nada na minha infância lá, mas Cassie e John sempre me levavam lá nas férias, atualmente eles nunca tem tempo.

Solto um suspiro e tento pela ultima vez, batendo na porta com mais força. Espero alguns segundos antes de ir embora, mas então escuto passos e Lília abre a porta. Tem um sorriso estranho enfeitando sua face e um brilho nos olhos. Estranho. Estranho principalmente pelo fato de ela estar maquiada e arrumadinha, ela nunca fica assim dentro de casa, normalmente veste uma roupa de flanela qualquer.

– Estou aqui à um bom tempo, sabia? – Pergunto de braços cruzados entrando em sua casa, Lília abafa uma risada e eu bufo. – Para onde você vai?

– Lugar nenhum.

– E porque está tão arrumada?

– Estou arrumada? Sério? Ai Meu Deus, nem percebi. Estou bonita?

– Você é bonita.

– Hope! Sério! Estou bonita?

Eu olho para ela e sinto vontade de bater palmas, mas ela ficaria com um ego enorme, então apenas assinto. Tem alguma coisa de errado nisso, pois Lília não é assim. Andamos até seu quarto e ela se joga na cama, com um sorriso bobo. Não estou entendendo nada, nem mesmo o motivo de sua felicidade, ela só simplesmente sorri.

– Desembucha. Sei que você quer contar. Viu um passarinho verde, foi?

– Na verdade, foi cinza.

– Ahn?

– Os olhos dele, Hope. Cinzas. Iguais ao da sua mãe, talvez ainda mais bonitos. Lindo. Cinza. Cinza irá virar minha cor favorita. Meu Deus, Cinza.

– Dele quem, criatura?

– Cameron. Deixe-me explicar: É que tem um garoto que..

– ESPERA! – Grito e Lília para de falar me olhando assustada. Seus pais não então em casa, por isso não me importo em conter meu entusiasmo. – Lília Albuquerque! Sua vadia, quando pretendia me contar? Tem um garoto na jogada? Como ele é? Cor dos olhos é cinza, certo, que foda, uau. Tira o olho da cor cinza, porque o cinza MINHA cor favorita. Me conta! Cameron, né? Cam... CAM! MEU DEUS LÍLIA E CAM. LINDOS

Lília me encara como se estivesse vendo um estra terrestre e nós caímos na gargalhada. Não consigo parar de rir, minhas mãos sobre minha barriga, lágrimas saindo do canto dos meus olhos. Quero abraçá-la e ficar pulando, mas isso seria estranho demais.

– Cameron Howard.

– Uh, continue.

– Nós nos conhecemos pela internet. Ei, não me olhe assim, ele não é um pedófilo. Tem a nossa idade, é lindo e charmoso. Está passando uma temporada na França com a família, depois vem pra cá. Nos conhecemos no site de joguinho, o The Smis, é, pois é. Enfim, tá, estávamos agora a pouco no Skype, acho que por isso não te ouvi. Ele disse que eu estava bonita, valeu a pena passar esse troço rosa na bochecha.

– Você quer dizer blush?

– É

– E isso faz quanto tempo?

– Quase um mês.

– Lília!

– Eu sei que deveria ter falado isso antes, mas ele era apenas um colega e bom... Agora estou gostando dele. Irônico, né?

Assinto e Lília continua a falar sobre Cameron, enquanto ouço cada detalhe atentamente. Ao terminar, ficamos nos encarando e eu sorrio, feliz por ela, mas de certa forma triste por mim, triste por não ter ninguém, Tyler é um caso ao qual não sei se deveria me aprofundar, não sei sobre sua vida, sobre seus sentimentos, sobre o que ele pensa sobre mim.

Suspiro ao me lembrar do motivo de estar ali, e minha garganta fecha.

– Lília. – Interrompo-a no momento em que ela estava falando sobre a primeira conversa dos dois. Lília olha para mim me esperando continuar. – David. Me diga, eu fiz algo? Sei lá, algo de ruim? David se afastou de mim, Lilia, ele foi embora. Ele me ignora nos corredores, na sala de aula, em qualquer lugar. A última vez que falei com ele estávamos no terraço, eu o pressionando para confessar que gosta da Callie, mas ele apenas disse que não estava apaixonado por ela e sim por outra pessoa, e disse de brincadeira que eu descobrisse por quem ele estava realmente apaixonado. E então, do nada, ele se afasta, me evita. Meu Deus. Que droga, estou chorando.

Limpo as lagrimas que estão em minhas bochechas e Lília ri fraquinho, m ajudando à limpá-las.

– Se serve de consolo, ele não tem falado com nenhuma de nós. Na verdade, tenho o visto com a Hannah.

– Mas eu sou a melhor amiga dele, Lília. Porque ele se afastaria?

– David é assim mesmo. Quando você menos esperar irá começar a falar com você novamente.

E foi exatamente isso o que aconteceu três dias depois. David sentou ao meu lado na aula de geografia e pediu uma caneta emprestada, simples assim, como se ele não houvesse ficado diversos dias me ignorando. Senti-me estranha com aquilo, ainda mais pelo fato dele estar pensativo e receoso demais, como se tivesse algum segredo a esconder.

Depois disso, nós começamos a nos falar normalmente e ele me convidou para ir ao centro com ele. Agora estamos aqui, andando de lá para cá entre um aglomerado de pessoas. Estou com fome, porém não reclamo, pois David parece estar feliz e constantemente canta uma música qualquer que saí pelos seus fones de ouvido. Eu rio e ele também, dobramos uma esquina e paramos em frente á uma longe de musica. Fico parada um tempo, mas ele não espera e entra. Estou mais focada apreciando o charme da Clave de Sol.

Quando entro, fico olhando por tempo demais os violões e não percebo quando meu ombro topa no de alguém que está na mesma seção que eu. Alto– perto de mim muita gente é alta– e cheiro de avelã, Tyler.

– Oi Hope.

– Olá. –- Dou um sorriso sem graça. Ele está segurando uma guitarra e parece analisá-la – Você toca?

– Estou aprendendo. E você? Toca violão?

– Oh, não! Não tenho coordenação motora para isso. – Estou nervosa. Vejo David passar pela outra seção, seus cachos chamativos saindo de alguns lugares da touca. Sigo-o com o olhar e ele entra na cabine onde há os Cd's, olho para Tyler, que continua a encarar sua guitarra. –Bom. Já vou indo.

Começo a andar em direção à cabine, mas Tyler me chama novamente e quando me viro ele faz o convite mais estranho que eu já recebi:

– Pode ir à minha casa amanha?

Nenhum garoto nunca me convidou para ligar nenhum. Nem mesmo um cinema ou algo do tipo. Então, o garoto ao qual eu tenho uma paixão planctônica desde que virou amigo do meu irmão está me convidando para a casa dele. Eu acho que troquei meus cigarros por maconha, devo estar delirando.

– Humm... Para quê?

Tyler dá um sorriso nervoso.

– Ah... Sei lá... Vai lá para... Para estudarmos um pouquinho mais?

– Tudo bem.

Antes que ele me chame novamente já estou dentro da cabine, encarando David de longe. Seus olhos passam de cd em cd e abre um sorriso ao pegar um dele, suas covinhas se ressaltando. Olho para o cd que está na segurando e sorrio também.

Meu Deus. OneRepublic.

Eu sorrio por me lembrar do Sr. Confuso e David compra um para mim também. Ele confessa que vai ficar um longo tempo na loja, por isso me despeço dele com um abraço e agradeço pelo presente.

Saio da cabine a passos lagos. Atravesso a rua, tiro um cigarro do bolso e o acendo, pulando alguns ladrilhos que aparecem na minha frente. No momento estou tão confusa, confusa por ser a única entre as minhas amigas que está sem alguém – Exceto Callie, já que a mesma confessa não conseguir se sentir atraída por alguém – e também por Tyler estar tão interessado em mim depois de tanto tempo. Estou confusa. Sinto que a cada vez que coloco o cigarro na boca vários fotógrafos tiram fotos minhas, como se eu fosse uma celebridade. Sinto-me observada. Inquieta. Meu cigarro acabou, vou acender outro. Uma vez Sophia disse que cada cigarro corta um dia da minha vida, e por birra coloquei dois na boca. Se irei morrer pelo fumo, ao menos irei morrer com estilo.


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Notas finais do capítulo

Sei que esse capitulo tá meio lixoso e não é o que esperavam, porém ele é bem necessário para grandes acontecimentos na fic e o próximo capitulo será bem melhor.
Beijão.
Se você ainda acompanha, por favorzinho, não custa comentar
Nos vemos sexta! Dia 19, adieus



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