Como Assim Apocalipse Zumbi? escrita por Lelly Everllark


Capítulo 20
Viva a medicina!


Notas iniciais do capítulo

Oi meus amores, votei!!
Esse capítulo era pra ter saido ontem, no meu aniversário sabem? *-* Mas não consegui terminá-lo a tempo então fica pra hoje mesmo...
E dessa vez demorei por que certas pessoas estavam me irritando em relação ao capítulo então tive que entrar na brincadeira kkkkk, mas enfim na minha humilde opinião ele ficou bem legal então espero mesmo que gostem!!
BOA LEITURA!! :D



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  O homem da jaqueta de couro deu um sorriso pervertido me olhando de cima a baixo me fazendo arrepiar toda de medo.

  - Adorei o presente – o velho nojento disse vindo até mim e me arrastando pra cima, quase cai tentando ficar de pé com ambos amarrados. Ele aproximou seu rosto do meu e eu estava prestes a mordê-lo se fosse preciso para deixá-lo longe de mim, mas não foi necessário ele só apertou minhas bochechas como Bob havia feito antes. – Vocês trouxeram os remédios? – ele perguntou desviando o olhar de mim para Cole que estava logo atrás.

  - Estão aqui Dean – ouvi Bob se pronunciar e Dean alargou seu sorriso.

  - Vejo que a noite foi muito proveitosa – ele disse voltando seu olhar pra mim, estremeci de medo só de imaginar o que ele faria comigo.

  - De fato – ouvi a voz irônica de Will – Como ela está?

  - Isso é jeito de falar comigo moleque? – Dean praticamente rosnou olhando para trás de mim onde Will provavelmente estava.

  - Deixa – ele rosnou de volta sem parecer se importar com o tom de voz do mais velho. – Eu mesmo descubro.

  Consegui ver pelo canto do olho quando o loiro passou pela minha esquerda e foi em direção à casa grande a minha frente.

  - Acho que vou me retirar também – Dean disse sarcástico com uma das mãos ainda apertando meu rosto. – Tenho assuntos a tratar com essa mocinha aqui – ele riu da própria piada e eu só consegui entrar em pânico. Até pensei em tentar me soltar, mas isso só faria tudo ficar mais divertido pra ele.

  Dean me pegou no colo com um sorriso que fez meu estomago vazio se contorcer de nojo e seguiu para a casa atrás de si, mas antes de chegar à escada parou e se virou pra trás.

  - Vocês dois – chamou quando Cole e Bob já iam saindo parecendo nada satisfeitos, ambos se viraram para encará-lo. – Estão de guarda hoje à noite – disse e eles fizeram menção em protestar, Dean os cortou. – E não quero ouvir reclamações, se tudo der certo podem ficar com a putinha pra vocês.

  Assim que disse isso o sorriso de ambos cresceu e meu sangue gelou, eu estava à beira de um ataque de lagrimas.

  - Então é melhor nos apressarmos, certo Bob? – Cole perguntou divertido me encarando com o mesmo olhar nojento de Dean.

  - Com certeza! – Bob concordou e eles saíram outra vez, só que agora felizes da vida.

  - Agora somos eu e você gracinha – Dean disse me olhando com um sorriso debochado enquanto seguia para a porta da casa e eu me encolhi em seu colo como se isso fosse fazer eu diminuir até sumir dali, mas infelizmente isso não aconteceu.

  A casa era grande, com moveis antigos e iluminada com lâmpadas elétricas, só não fiquei mais surpresa por que lá em casa também é assim. Ai, só de pensar em lá e no pessoal meu olhos marejaram, mas eu não ia dar esse gostinho ao cretino que muito provavelmente estava me levando para um quarto. Nunca pensei que me arrependeria de verdade de nunca ter feito sexo com Alex, mas aqui estava eu, no fim do mundo prestes a ser violentada no que devia ser minha primeira vez. Acho que eu já estava com tanto medo que meu cérebro nem registrava mais nada, não estava sentindo nada, nem medo, nem raiva, absolutamente nada.

  Eu estava tão absorta em pensar no quanto minha vida foi da quase “mais perfeita felicidade” para “uma grande merda horrível” em menos de um dia que quase não percebi a garota morena na cama em um dos quartos com a porta aberta no corredor, ela estava deitada de olhos fechados com um enorme ferimento na perna que tinha uma coloração avermelhada estranha e parecia cheia de pus.

  - Ela provavelmente vai morrer se não tratarem a aquilo direito – comentei de forma natural, como se alguém tivesse pedido minha opinião, e achando que ninguém nem ao menos ouviria, mas ouviram, tanto Will, que até agora eu não tinha percebido que era o cara de costas na cabeceira da cama (ele se virou para me encarar), quanto a mulher ruiva de cabelos curtos olhos escuros que estava limpando o ferimento da garota e parou para me olhar. Até o babaca que estava me carregando parou no lugar onde estava – em frente à porta do quarto – e me encarou.

  - Por que diz isso? – ele perguntou me olhando surpreso.

  - Por que está infeccionado – respondi com o maior prazer, qualquer coisa para adiar o que estava por vir.

  - Isso nós sabemos – a ruiva comentou – Mas por que diz que vai matá-la? Estamos limpando a ferida e lhe dando remédio para a dor e febre.

  - Por que está inchado – comentei me esticando um pouco para ver melhor, por incrível que pareça Dean mudou sua rota e entrou no quarto e eu pude olhar o machucado mais de perto. – E essas marcas ao redor dele mostra que está se espalhando, ela precisa de antibióticos e de uma limpeza um pouco radical nessa ferida e isso não vai ser nada agradável.

  - Como sabe tudo isso? – Will perguntou me olhando com um misto de curiosidade e surpresa.

  Dei de ombros (ou tentei dada a minha situação).

  - Entendo um pouco disso – comentei.

  - Você é médica? – Dean perguntou arqueando uma sobrancelha pra mim, e pela primeira vez hoje me olhou como se eu fosse uma pessoa e não uma coisa.

  - Um amigo meu dizia que sim – respondi e todos os três me olharam com curiosidade. No instante seguinte Dean estava me colocando de pé no meio do quarto.

  - Certo – disse ele olhando pra mim – Cuide dela.

  Dei meu melhor sorriso debochado pra ele e disse uma única palavrinha que o fez me olhar com puro ódio.

  - Não.

  - Que foi que disse? – ele perguntou se aproximando de mim e apertando minhas bochechas como havia feito mais cedo, a ruiva recuou um passo e Will ficou de pé. - Repita sua puta!

  - Disse que não - respondi da melhor forma que consegui com ele apertando minhas bochechas daquele jeito.

  Ele as apertou com mais força, até eu sentir gosto de sangue na boca.

  - Você ficou louca? Quem decide se você fica viva ou não aqui sou! - ele gritou quase colando nossos narizes e eu vi sua cara retorcida de raiva e isso me fez sorrir ainda mais, principalmente com a ideia de que eu era a primeira a desafiá-lo assim.

  - Então me mate! - retruquei na mesma altura, eu finalmente tinha argumentos pra barganhar com ele.

  - Ora sua... - ele rosnou e sua mãe desceu do meu rosto para o meu pescoço e ele o apertou, mas não o suficiente para me machucar de verdade, era só o suficiente para ficar difícil de respirar.

  - Vamos me mate agora e a garota vai comigo! - desafiei e pela primeira vez vi um lampejo de medo em seus olhos, essa garota devia ser mesmo importante pra ele.

  Só que ao invés de responder ele apenas intensificou o aperto em meu pescoço e o “difícil de respirar” se tornou “impossível de respirar” em questão de segundos, eu estava quase desfalecendo quando ouvi a voz de Will.

  - Solta ela pai! Você vai matá-la e precisamos dela! - o loiro pediu e não sei se foi o fato de Dean ter soltado meu pescoço ou a descoberta recente de que ele era pai de Will, mas não demorei muito a voltar a pensar com clareza. Tossi um pouco e teria caído se a ruiva não tivesse me segurado, mas instantes depois já estava o encarando com o meu melhor olhar de desafio, que não devia ser lá grande coisa dado o meu estado, mas já era um começo.

  - Você vai tratá-la e curá-la me ouviu? - Dean perguntou e eu nem me mexi. - Se ela viver você vive, se ela morrer você morre - avisou calmamente.

  - Por que eu faria isso? - perguntei realmente curiosa. - Vocês podem e provavelmente vão me matar quando ela estiver boa, e se não o fizerem você e tantos mais vão fazer comigo o que você pretendia há dez minutos atrás. Não tenho motivo nenhum para ajudá-la - comentei o encarando com um misto de desafio e deboche. - E sabe o que é mais legal nisso tudo? Você não pode me obrigar - disse sorrindo e o vi cerrar os punhos ao lado do corpo, ele podia muito bem me bater aqui e agora, mas nós dois sabíamos que ele não faria isso. Por que mesmo que odiasse a ideia, ele precisava de mim.

  - O que você quer? - Will perguntou me encarando com intensidade fazendo com que eu quebrasse o contato visual com Dean. - O que quer para ajudá-la?

  - Will... - Dean chamou, mas o filho o ignorou.

  - Em? O que quer para ajudá-la? - ele tornou a perguntar, mas a pergunta foi tão repentina que eu nem tinha uma resposta.

  - Chega! - Dean cortou qualquer resposta que eu pudesse dar. - Essa puta não vai começar a fazer exigências!

  - Sarah precisa dela! Ou você não se importa se minha irmã morrer!? - Will agora gritava encarando o pai. A garota é irmã dele? Isso explica a reação de Dean.

  - Olha aqui garoto, é claro que me importo com sua irmã! Mas já passou por essa sua cabeça estúpida que ela esteja mentindo? – Dean perguntou debochado ao loiro. Will trincou os dentes e respirou fundo.

  - Por que ela faria isso? Nem ao menos perguntamos nada a ela, ela comentou! E mesmo que esteja mentindo, não foi você mesmo quem disse que se Sarah morrer ela morre junto?

  Dean pareceu ponderar a ideia e eu comecei a respirar quase normalmente com a ideia de poder ficar com um machucado cheio de pus a ficar com ele.

  - Do que precisa? - Dean perguntou entre dentes me encarando e eu pisquei sem entender por alguns segundos, mas assim que me recuperei, sorri.

  - Preciso que você não me toque como pretendia - disse engolindo em seco. - Eu cuido dela, só me deixe em paz.

  - Deixar em paz...? - Dean me olhou divertido como se a minha “exigência” fosse brincadeira.

  - Isso é fácil, não é Dean? - Will perguntou o olhando feio e logo se virou para mim - Você será única e exclusivamente uma médica aqui.

  - Sim - Dean rosnou me olhando com desdém e então se virou para encarar Will - Ela é problema seu agora e é melhor que não me cause problemas - e dito isso se virou e seguiu para fora do quarto, eu não tinha notado que tinha prendido a respiração, mas assim que ele sumiu de vista eu respirei tão profundamente que quase cai.

  - Beth termine de limpar o ferimento de Sarah que eu vou ajudar nossa doutora aqui - Will disse a ruiva e antes que eu pudesse falar qualquer coisa ele me pegou no colo, mas não como seu pai que o fazia de um jeito que desse pra me comer com os olhos, era apenas um cara ajudando uma garota que não podia se mexer. Ele me colocou sentada em um sofá que até então eu não tinha reparado (na verdade eu não reparei em muita coisa quando entrei) e se ajoelhou a minha frente. - Eu vou tirar as cordas dos seus pés, mas você tem que me prometer que não fará nada estúpido, Ok?

  - Eu não sou burra a esse ponto - respondi revirando os olhos e pra minha surpresa ele deu um meio sorriso enquanto começava a desamarrar meus pés.

  - Achei que fosse - debochou sem me olhar. - Só sendo muito burra pra desafiar meu pai assim.

  - Seu pai é um idiota - comentei - E não tinha nada pior do que me violentar que ele pudesse fazer a não ser é claro, talvez me jogar para os zumbis.

  - Você é uma pessoa estranha - o loiro disse sorrindo e ficando de pé com a corda que antes estava amarrando os meus tornozelos nas mãos. – Você provavelmente não vai gostar dos meus métodos de “liberdade condicional”, mas não posso deixar você andando por ai, não quando você não está aqui por livre e espontânea vontade.

  - Sério que você percebeu que eu não estou aqui por livre e espontânea vontade? – perguntei irônica. – Há é, você foi um dos idiotas que me trouxe pra cá.

  Will revirou os olhos.

  - Você pode me trazer as correntes que estão no porão Beth? – Will perguntou à ruiva e ela estreitou os olhos pra ele.

  - Está achando que sou sua empregada?

  Ele deu um sorriso pra ela.

  - Eu nunca pensaria isso, mas eu tenho que ficar de olho na Doutora Irritada aqui, então pode me fazer esse favor?

  Beth fez uma careta, mas seguiu pra fora do quarto.

  - Pode soltar minhas mãos? – perguntei depois de uns dois minutos de silêncio.

  Will estreitou os olhos na minha direção e eu bufei irritada.

  - Você acha mesmo que posso fazer alguma coisa contra você do jeito que estou? – perguntei irônica. – Até a Sarah deve parecer melhor que eu agora.

  Will deu um meio sorriso e se aproximou de mim de novo, mas dessa vez para desamarrar meus braços.

  - Qual seu nome? – ele perguntou sem me olhar, estava muito concentrado em desfazer o nó muito bem elaborado que tinham dado na corda em meus pulsos. – Você a essa altura já deva saber o meu, mas vou dizer mesmo assim, me chamo Will e aquela na cama é minha irmã Sarah.

  - Sou Liz – respondi, eu não tinha intenção de me tornar amiga dele ou coisa parecida, mas como ele tinha sido a única pessoa que quase chegou a ser gentil comigo desde que cheguei aqui, não acho que um pouco de educação não vá fazer mal a ninguém.

  - Bem Doutora Liz você está livre - ele disse ficando de pé e eu fiz o mesmo, definitivamente era ótimo ficar de pé sobre suas próprias pernas. Analisei meus pulsos só para constatar o obvio, estavam incrivelmente feridos, o direito que eu tinha forçado mais estava coberto de sangue. Mas algo nas palavras de Will “Você está livre” me fez olhar para a porta, seguindo meu olhar ele se pos entre mim e ela. – Livre para examinar Sarah – esclareceu e eu suspirei seguindo para a garota desacordada sobre a cama.

  Beth voltou uns dez minutos depois com uma sacola enorme que descobri conter uma corrente, não fiquei surpresa nem irritada quando Will prendeu uma ponta no meu tornozelo esquerdo com um cadeado e a outra nas grades da janela que ficava aos pés da cama de Sarah. A corrente era grande o suficiente para que eu andasse por todo o quarto e entrasse sem problema no pequeno banheiro que tinha ali.

  Examinei Sarah mais um pouco e meu lado médica ficou muito feliz em ver que a infecção não tinha se espalhado tanto pela perna da garota. Mas fora isso a situação era bem ruim, por que de acordo com Beth todo dia tiravam pus e todo dia a ferida tinha mais, e a coloração avermelhada da ferida não era nada promissora, assim com a febre de Sarah.

  Mas dado o fato de que eu não tinha recurso nenhum e estava em choque, apavora, com fome e com uma terrível dor de cabeça e ainda com uma vontade enorme de chorar, não tinha muito que eu pudesse fazer. Quando Beth saiu do quarto Will se acomodou na mesma poltrona – ao lado da cabeceira da cama – que estava quando eu cheguei.

  - Você não vai embora não? – perguntei ainda olhando a ferida de perto.

  - Sempre passo a noite com Sarah – respondeu. – Normalmente naquele sofá ali – apontou para o sofá atrás de nós onde ele me sentou para me desamarrar. – Mas acho que hoje você precisa mais dele do que eu.

  - Agradeço, mas estou bem – menti. A ultima coisa que estava agora era bem. Mas não ia ceder, não dormiria nesse lugar, pelo menos não hoje.

  - Não vou fazer nada com você se é isso que você está pensando – ele garantiu – Não sou Cole, nem Bob e muito menos o meu pai. Eu vi como você ficou com a ideia deles, se fosse julgar diria que você ainda é virgem.

  Seu comentário foi tão repentino que virei a cabeça de uma vez para encará-lo, quase dando um jeito no pescoço no processo.

  - Como é?

  Ele riu.

  - Nada – disse ainda sorrindo – Só estava pensando alto – comentou divertido e eu bufei ficando de pé.

  - Quer saber? Eu aceito o sofá – disse e marchei pra lá me deitando e virando para o canto, mas não tinha a mínima intenção de dormir, mesmo estando exausta e apavorada, todos os pensamentos que passavam de uma vez pela minha cabeça não me deixariam descansar mesmo que eu quisesse.

  E foi deitada naquele sofá com uma corrente prendendo meu tornozelo as grades da janela que eu realmente me dei conta do quão ferrada eu estava.


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Notas finais do capítulo

Eai gostaram?
O que será da Liz agora em pessoal? Eu sou uma pessoa horrível?
Quero opiniões.... :3
Beijocas de torta de frango e até o próximo capítulo!!! :*



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