Como Assim Apocalipse Zumbi? escrita por Lelly Everllark


Capítulo 19
Um sequestro por dia é o meu limite.


Notas iniciais do capítulo

Hey pessoinhas!! Eu voltei, isso mesmo eu vou mais volto u.u
Quanto ao capitulo, eu meio que estou me sentindo uma pessoa horrível pelo rumo que as coisas estão tomando, mas como eu gosto é de treta ai está mais uma pra vocês, e sim, eu não canso de meter a Liz em confusão...
Espero que gostem e BOA LEITURA!! :D



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Nós seguimos calmamente pelas ruas em um silencio infinitamente desconfortável, eu bufei de raiva quando nenhum dos cães raivosos que estavam comigo se pronunciou.

  - Você gosta mesmo dela? – perguntei quando os barulhos dos zumbis ao longe começaram a me irritar de verdade.

  - O que? – Jake perguntou parecendo confuso.

  - Da Clary, você gosta mesmo dela?

  - Acho que isso não é da sua conta – ele comentou e eu o olhei feio.

  - Eu acho que é, por que ela também é minha família, e se você magoá-la eu mato você.

  - Ok, tudo bem, eu gosto muito dela, ela é atualmente a pessoa mais importante pra mim.

  - Bom mesmo – disse sorrindo e ele revirou os olhos.

  - Quem mais faz parte dessa sua família, Liz? – Ben quis saber.

  - Como assim? – perguntei sem entender.

  - Quem mais está faltando? Você me disse que eram mais, só que nunca falou o nome deles.

  Eu dei um sorriso triste pra ele.

  - Bem, deixa eu ver, ta faltando o meu namorado, Alex, seu melhor amigo, Dylan, a namorada dele, Meg e o marido da Rose, Max.

  - Você ta dizendo que está faltando vocês encontrarem quatro pessoas? – Jake perguntou incrédulo.

  - Exatamente – disse sorrindo – E se tudo der certo não vai demorar para que nós os encontremos.

  - Não é querendo ser chato – Jake começou – Mas a Clary já tinha me falado sobre eles, e já faz um mês que vocês se separaram... Você acredita mesmo que vai encontrá-los?

  Sua pergunta me irritou, e não era pelo fato de Jake ser um babaca e sim por que uma parte minha estava se perguntando à mesma coisa.

  - Nós não encontramos Clary e Rose contra todas as probabilidades e da forma mais inacreditável possível? Então, acredito que vamos encontrá-los quando menos esperarmos.

  Para minha surpresa, ao invés de me zoar por estar sendo otimista de mais, Jake sorriu e assentiu.

  - Quer saber? Depois do que vi de vocês, não duvido de nada. Família, palavrinha pequena mais pela qual você move montanhas.

  - Exato – falei sorrindo – E mesmo que nenhum de nós goste muito da ideia, agora você faz parte da nossa.

  Ele sorriu pra mim.

  - É, parece que sim.

  Continuamos nosso caminho em silencio, mas dessa vez ele não era tão desconfortável.

  - Você é médica de verdade, doutora Liz? – Jake perguntou divertido quando alcançamos o carro em frente à loja de departamentos e eu revirei os olhos.

  - Não exatamente, eu fiz curso de primeiros socorros no 1º ano e estava fazendo um de enfermagem quando tudo isso aconteceu, e até ajudava minha mãe no hospital, ela sim era médica de verdade, mas médica, médica eu não sou não.

  - Está sendo modesta, você é médica sim, e mesmo que não fosse teria que ser, estamos no fim do mundo, sabe? – Ben comentou divertido e eu lhe dei língua.

  - Haha, muito engraçado – disse irônica – Agora vamos parar de papo e entrar logo no carro que ainda tenho que fazer o jantar hoje.

  - Eu posso só ir buscar umas revistas em quadrinhos que eu vi aqui outro dia? Sempre digo que vou buscar e nunca lembro, por favor.

  Suspirei e me odiei por isso, mas eu dificilmente dizia não para Amy e Ben.

  - Tá, mas anda logo – disse e ele simplesmente virou e saiu correndo em direção a loja de departamentos. – Eu mereço – comentei ajeitando a minha AK no ombro para ir atrás dele.

  - Se quiser eu vou e garanto que ele não vá ser devorado – Jake se ofereceu e eu o olhei de forma interrogativa. – O que? Eu tava a fim de entrar ai mesmo.

  - Ótimo, por que eu estou acabada, vou esperar aqui – comentei e Jake assentiu seguindo para dentro da loja também.

  Já tinham se passado uns dez minutos e eu não tinha nem sinal de Jake e Ben, sai do carro onde estava deitada no banco de trás, e estava me preparando para entrar na loja de departamentos também quando ouvi o barulho de um motor de carro e vozes rindo no fim da rua e paralisei, assim que me dei conta de que eles deviam estar perto forcei minhas pernas a obedecerem e me abaixe atrás do carro.

  - Você sabe que devíamos estar atrás de remédios e não bebidas, né? Dean vai ficar uma fera se demorarmos e não voltarmos com remédio nenhum – era a voz de um homem.

  - Larga de ser covarde Will, vamos achar os benditos remédios, só quero um uísque, é pedir muito? – o outro respondeu.

  - Vocês dois parem de tagarelar e pare logo esse carro – um terceiro comentou. – Talvez achemos alguma coisa nessa loja de departamentos.

  Quando ele disse isso meu coração gelou, eu estava aqui atrás do carro sem poder me mexer e com uma AK com exatas quatro balas e Jake e Ben estavam lá dentro alheios a tudo. Eu estava tão ocupada pensando em como sair dessa que não lembrei de tentar ver onde eles estavam. Quando a voz do terceiro cara soou outra vez, ela estava bem atrás de mim.

  - Ora, vejam só o que temos aqui – ele comentou e eu não tive nem tempo de me virar ou mesmo pegar minha AK, por que ele agarrou meu cabelo e me puxou pra cima com tudo. – Se não é uma vadiazinha bisbilhoteira.

  - Me larga seu idiota! – gritei tentando me soltar, mas era inútil, ele tinha segurados minhas mãos.

  - E não é que ela é bonitinha – o segundo cara comentou se aproximando do meu rosto e o apertando com força para que eu o olhasse, ele devia ter uns trinta e poucos anos, com cabelos cacheados escuros, e olhos escuros também. Ele estava muito perto do meu rosto, e como eu não podia bater nele e chuta-lo não ia adiantar, fiz a única coisa que me restava, cuspi em seu rosto. – Hei sua vadia! O que pensa que está fazendo!?

  - Vamos Bob, deixe disso, vamos brincar um pouco com ela e depois a levamos para o Dean, por que ai mesmo que não voltemos com remédio nenhum ele vai adorar o presente – o cara que estava me segurando disse com seu hálito podre bem perto do meu ouvido e me fazendo arrepiar de medo.

  - Me soltem – repeti, mas dessa vez minha voz soou bem menos forte, na verdade eu já estava pensando em começar a implorar, por que a ideia de desconhecidos me violando era aterrorizante.

  - Soltar você? Acho que não – o segundo cara, Bob, disse com um sorriso sarcástico a minha frente apertando minhas bochechas com força suficiente pra eu sentir gosto de sangue na boca. – Na verdade tenho certeza que você vai adorar brincar com a gente, não é mesmo Cole?

  - Exatamente – o que estava me segurando, Cole, respondeu.

  – Nós temos que ir – o primeiro cara, Will, comentou se aproximando, mas não pude vê-lo.

  - Não enche Will – Bob disse se aproximando do meu rosto e me fazendo entrar em pânico. – Você vai ter sua vez.

  - A gente tem que voltar – Will disse aparecendo atrás de Bob e eu fiquei surpresa como o quão bonito um cara mal podia ser ele era loiro e tinha olhos azuis, a única coisa que estragava seu rostinho de anjo era uma cicatriz na bochecha esquerda que ia de pouco a baixo do olho até o queixo, ele não parecia ser muito mais velho que eu. – Não achamos nada além da garota e precisamos do remédio, Dean vai ficar uma fera com a gente se não levarmos nada e vocês sabem por quê.

  Ambos os caras que estavam me segurando suspiraram como se num entendimento mutuo de que a “brincadeira” tinha que ficar pra outra hora. Agradeci a Deus por isso.

  Bob soltou meu rosto e Cole foi me arrastando enquanto eu gritava desesperadamente, foi só quando um tiro acertou o chão meio metro a minha esquerda que eu parei de gritar.

  - Que merda foi essa? – Bob perguntou se virando para trás. Will e Cole fizeram o mesmo, esse último me arrastando junto.

  - Larguem ela seus idiotas! – Jake gritou com uma pistola apontada na nossa direção, Ben estava ao seu lado com suas duas em punho e ambos estavam na sacada do segundo andar da loja de departamentos.

  - Há, então esses são seus amiguinhos? – Cole disse em tom de deboche me fazendo trincar os dentes.

  - O que a gente faz? – Will perguntou pegando um revolver e apontando pra eles.

  - Só matem os dois, e vamos logo, não temos tempo pra essas bobagens – Cole disse com desdém começando a me arrastar de volta para o carro.

  - Não! – gritei. – Saiam daí! – voltei a gritar me debatendo – Saiam logo daí!

  Depois disso, tudo virou uma enorme confusão. Os tiros começaram de ambos os lados, eu voltei a me debater como louca, mas no fim foi inútil, Cole era muito mais forte que eu, ele estava me arrastando de volta para o carro quando ouvi Ben gritar meu nome. Eu ia abrir a boca para respondê-lo e mandá-lo ir logo embora daqui, mas não consegui por que estava desesperada, e por que, pela segunda vez hoje me acertaram e eu apaguei, mas não sem antes ouvir um grito aterrorizante que não consegui saber se era de Ben ou Jake.

  Acordei com um solavanco que fez minha testa acertar o teto acima de mim. Assim que abri os olhos constatei varias informações úteis, como 1) eu estava deitada e com uma baita dor de cabeça (pela segunda vez hoje, só pra constar), 2) eu estava com as mãos e os pés amarrados e num lugar escuro e abafado e 3) esse lugar era provavelmente o porta-malas do carro dos idiotas que me sequestraram.

  - O que a gente vai fazer com ela? – ouvi a voz abafada de Will.

  - Sei lá, brincamos um pouco com ela e depois a damos para o Dean ai ele decide, pouco me importa, principalmente depois que aquele pirralho amigo dela me acertou, um pirralho me acertou! – Cole respondeu com um misto de desdém e raiva, como se não fosse nada, como se não fosse da minha vida que eles estavam falando. Mas mesmo com tudo isso não pude deixar de sorrir com a menção a Ben, aquele loirinho com certeza era de mais, só que ao mesmo tempo em que fiquei feliz, fiquei também preocupada, um deles tinha gritado pouco antes de eu apagar e isso não podia ser bom.

  - Por mim – ouvi Bob responder de forma divertida a pergunta de Will – Desde que eu tenha minha parte, não me importo com o que vai acontecer com ela.

  - Vocês sabem né? Que ela não é um pedaço de carne e sim uma garota? – Will perguntou irônico e os outros riram.

  - Se apaixonou pela putinha é? – Cole perguntou divertido com uma pitada de sarcasmo.

  - Haha, muito engraçado – ele respondeu irônico. – Agora pare logo esse carro e vamos pegar esses benditos remédios.

  O carro parou e eu ouvi quando eles desceram, era minha chance de tentar sair daqui.

  Mas o meu plano foi por água abaixo quando eu me mexi a fim de ver o quão bem eu estava presa, e para o meu eterno desespero eu estava muito bem presa, a corda estava tão apertada que qualquer movimento, por menor que fosse já machucava minha pele. Tentei mais uma vez e quando a única coisa que consegui foi ferir meus pulsos, eu me desesperei, me desesperei de verdade, por que até agora eu não tinha parado pra pensar o quão ferrada eu estava, o quão difícil seria sair dessa inteiram ou ao menos com vida.

  Encarei o teto escuro do porta-malas e senti as lagrimas escorrendo por meu rosto, dá primeira vez que tudo foi pelos ares eu estava sozinha e não me importei, por que depois do que tinha acontecido com a minha mãe eu não estava pronta pra passar por aquilo outra vez, mas como o destino gosta de brincar com nossos planos, eu acabei encontrando o pessoal. Só que ai quando a coisa toda foi pelos ares da segunda vez com o bunker sendo invadido e tudo mais, eu meio que fiquei feliz de não estar sozinha, ter Amy ao meu lado me fez ter por quem lutar, não estar com o pessoal me fez ter um motivo pelo qual seguir, mas agora, presa e sozinha em um porta-malas escuro meu único pensamento, por mais egoísta que fosse era que eu não veria Alex outra vez.

  Chega! Uma voz na minha cabeça disse, a Liz que não aceitava ficar de braços cruzados chorando, não mais. Apenas pare de chorar e reaja! Você não vai encontrá-lo assim, chorando como uma garotinha assustada. Me permiti chorar por mais uns instantes antes de me recompor, eu não podia desistir, não depois de tudo, não agora que eu tinha encontrado Clary e Rose contra todas as probabilidades. O que eu tinha dito a Amy no dia em que decidimos deixar a auto-estrada me veio à mente, Me ouça, eu não desisti, você acha mesmo que eu vou desistir de encontrar o Alex ou qualquer um dos outros? Nunca vou desistir assim como nunca vou desistir de você, isso era um fato, assim como eu não tinha desistido antes eu não ia desistir agora.

  Mesmo que as coisas parecessem ruins, ou até sem solução eu não me importava mais, não tinha mais nada a perder mesmo, mas tinha por quem lutar como Jake tinha dito em nossa conversa pouco antes disso tudo acontecer, Família, palavrinha pequena mais pela qual você move montanhas. E essa era a verdade, era por eles que eu ia lutar, esses idiotas me queriam? Pois bem, eles iam “me ter”.

  Tentei mais e mais me soltar, só parei quando senti a corda chegar a carne, eu tinha ferrado meus pulsos, parabéns Liz, você é de mais, era incrível que até na situação em que eu estava eu conseguia ser idiota. Suspirei me remexendo mais.

  - Confortável ai gracinha? – a voz debochada de Cole e o tapa que ele deu no porta-malas me fez ficar estática, não ousei nem respirar. – Eu sei que está acordada, ou vi você se mexer, e até abriria a porta pra ver esse seu rostinho lindo, mas estamos com pressa.

  Só depois que eu ouvi eles entrando no carro e dando partida, que eu voltei a respirar normalmente, não tinha me dado conta ainda, mas estava tremendo, só essa constatação me fez querer chorar outra vez, aquele homem nojento cujo rosto eu nem tinha visto ainda estava me deixando apavorada som com o som da sua voz, que grande guerreira eu era no fim das contas né? Fechei os olhos e respirei fundo, ele não podia e não iria me afetar assim, nenhum deles ia.

  A viajem pareceu durar uma eternidade, e mesmo que fosse uma péssima ideia depois de ser acertada na cabeça, eu acabei cochilando. Acordei quando o carro parou, eles saíram e algum deles abriu o porta-malas e me arrastou pra cima e me jogou no ombro como se eu não pesasse nada, eu estava desorientada e totalmente perdida, a única coisa que consegui registrar era que já estava de noite, o céu escuro e estrelado deixava isso claro e me dizia também que eu tinha passado varias horas dentro daquele porta-malas.

  Senti a mão de quem quer que fosse que estava me carregando apertar minha bunda e desejei poder chutar o infeliz.

  - O que é isso Cole? Vocês foram atrás de remédios e voltam com uma garota? Quem é a puta? – uma voz as minhas costas perguntou e eu senti mais vontade ainda de chutar o babaca que descobri ser Cole.

  - É um presente – Cole respondeu me tirando dos ombros e literalmente me jogando no chão, levei alguns segundos pra me situar, mas assim que o fiz percebi que estava em um acampamento, ele tinha cercas e era composto por barracas e carros, atrás do cara de aparentemente uns 40 anos, com cara de mal e jaqueta de couro à minha frente estava uma casa grande e antiga e mesmo com a pouca iluminação que as tochas espalhadas pela cerca proporcionavam eu finalmente vi o rosto de Cole, ele devia ter uns 40 e poucos anos, alguns cabelos grisalhos e um sorriso sarcástico e nojento pra cima de mim, eu teria visto mais se sua frase seguinte não me tivesse feito parar. – Faça com ela o que quiser.


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Notas finais do capítulo

Eai? Será que a agora a treta foi de mais? U.u
Quero a opinião de vocês...
Beijocas de sorvete!! (Kkkkk eu viajo de mais) :*



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