Segurei firmemente a mão de Ally enquanto prosseguíamos juntamente com Kira pelo corredor quase vazio, exceto por alunos que, exatamente assim como nós, haviam perdido o horário de entrada ao auditório.

Os perdidos encaravam-nos com expressões surpresas e mostravam felicidade. A grande maioria parava-nos para cumprimentar Ally e abraçá-la, e vários garotos a elogiavam, fazendo com que meu ciúme despertasse. Passei meu braço em sua cintura, deixando claro que Ally era somente minha. Um sorriso cobriu seu rosto quando encarou-me, e ela mesma me puxou para um beijo delicado.

–Vocês poderiam ter ao menos avisado. Eu não teria sofrido com tanta melação. - reclama Kira assim que nos separamos. Entretanto, há um sorriso em sua face. Ally ri e as duas entrelaçam seus braços, retornando à conversa.

Enfrentamos alguns cumprimentos a mais para com Ally, desse modo enfim conseguimos escapar para as portas do teatro. Nós gostaríamos de estar ali para fazer uma grande surpresa a Trish, assim como ocorreu comigo, além de estarmos interessados no anúncio que havíamos perdido.

Escutei a conversa desinteressante de Kira e Ally, mantendo a garota sempre extremamente próxima a mim, até que o sinal tocou, anunciando o fim do primeiro horário. Observamos os estudantes surpresos saírem um por um do auditório, vários cumprimentando Ally - novamente - com imensa empolgação. Avistei Trish com um garoto, do qual era amiga há muitos anos, porém sem muita intimidade.

Passo Ally para trás de mim quando Trish começa a vir até nós, aparentemente sem notá-la. Recebo um soco divertidamente fraco em meu ombro quando tenta fugir de mim, mas não deixo-a escapar. Pisco para Kira, que ri e me ajuda a segurar Ally.

–Austin! - ouço a voz histérica de Trish quando aproxima-se. Eu sorrio. - Você não sabe qual é o grande anúncio que os diretores disseram, é simplesmente incrível, e tem algo ainda maior que... - um movimento inesperado atrás de mim faz-me cambalear para frente, revelando duas garotas. Os olhos de Trish arregalam-se, alternando entre mim e elas. - Ally!

Ambas avançam em um abraço incontido. Gargalho com Kira, que senta-se ao meu lado no chão quando escorrego pela parede fria. Somente as vejo balançar para cada lado, prestes a caírem, porém eu as amparo. Nenhuma das duas parece estar disposta a quebrar o contato, e por fim Ally o faz, e ainda não desgrudando-se uma da outra por completo.

–Eu senti muito a sua falta! - Ally exclamou.

–Eu também, Ally! Por que não nos avisou? Teríamos ido buscado você no aeroporto ou na rodoviária! - assinto com a cabeça animadamente quando o olhar de Ally busca o meu gentilmente. Ela sorri.

–Eu queria fazer uma surpresa. Além do mais, vocês tem aula. Eu apenas vim aqui porque não me controlei e não queria permanecer na rodoviária até o horário de saída. - explicou. Eu me levantei em um pulo, programando o resto do dia. Beijei o topo de sua cabeça e entrelacei nossos dedos.

–Então, quem quer faltar na aula hoje? - pergunto, recuperando a minha mochila do chão. Trish sorri marotamente. Kira acaricia o braço de Ally, que franze os lábios, claramente não acatando minha ideia.

–Desculpem, não vou poder. Tenho dois períodos com Álgebra, e preciso de nota para não ir para a recuperação. Vocês vão ficar na casa do Austin mais tarde? - pergunta rapidamente. Eu incho uma das bochechas de ar, sem resposta.

–Eu não sei. Nos ligue quando sair, nós nos encontraremos. Primeiro precisamos ir ver o Dez. Ele está gripado. - complementa. Kira acena e nós acenamos de volta.

–Eu não acho uma boa ideia vocês faltaram a aula hoje. - acaricio seu cabelo e a puxo para mim, abraçando-a de lado. Ally sorri e encaixa sua cabeça em meu ombro. - Tudo bem. Mas só por hoje.

Assentimos com a cabeça, rindo, enquanto nos encaminhávamos para a saída. Se fôssemos ladrões, poderíamos ter-nos safado rápida e facilmente de um roubo mal executado, pois não há quaisquer seguranças, câmeras ou catracas para impedir.

A rua não encontrava-se movimentada, facilitando ainda mais o nosso trabalho de fuga. Ally ainda não me parecia completamente confiante, porém aos poucos parecia estar aceitando a ideia de que iríamos matar aula para passarmos o dia juntos. Trocamos algumas palavras sobre o estado doentio de Dez, o período em que passamos separados.

Ally havia escrito músicas realmente muito boas, porém um tanto melancólicas por conta da saudade, como era-se descrito nas próprias canções. Imaginei-me cantando-as com um tom mais alegre, de um modo que as letras funcionassem.

A casa de Dez não era longe do colégio; somente dez quarteirões. O caminho, para mim e Trish, era árduo para irmos a pé, mas Ally mantinha um sorriso e disposição contagiantes. Não fora assim tão difícil percorrer.

–Ele ainda está morando aqui? É exatamente de como eu me lembro! - comemora Ally. Eu sorrio, vendo seus olhos brilharem emocionalmente. Trish toca o meu ombro.

–Você está babando. - sussurra, forçando-me a abaixar para escutá-la. Envergonho-me encarando fixamente o chão. - Recomponha-se antes que mais alguém perceba.

Contudo, não fiz o que foi-me pedido. Apenas encaixei minha mão na de Ally, que coube perfeitamente como sempre, o que me fez imaginar que éramos perfeitos juntos. Trish ecoou um murmúrio simpático atrás de nós e depositei um beijo rápido em Ally apertando a campainha.

A mãe de Dez atendeu-nos.

–Austin! Que bom vê-lo novamente! - troquei um abraço com a mão de Dez. Trish foi a próxima. - Trish, como vai? E... Espere, eu estou reconhecendo você, é tão familiar, mas está faltando alguma peça...

–Ally Dawson. - Ally apresentou-se com um sorriso imenso. O primeiro olhar da senhora parada em nossa frente foi de choque, e seus olhos encaminharam-se para as nossas mãos juntas. Soltei-as quando minha namorada foi puxada para um grande abraço. - A senhora fez muita falta.

–Eu não acredito que você voltou, Ally! Pensei que houvesse se mudado! Que surpresa agradável... - seu olhar pendeu em mim. - Eu pensei que vocês tivessem terminado.

–Nós reatamos. - dissemos em uníssono. Trocamos um olhar, rindo. - E eu vim aqui só temporariamente. Volto para Miami em duas semanas.

O meu aniversário. Sorrio grandiosamente e percebo que Trish também captou a ideia de Ally. Ficaria conosco até que tudo estivesse resolvido e voltaríamos para Miami juntos.

–Isso é muito fofo. Sempre apoiei vocês dois. De qualquer modo, não tomarei mais o tempo de ninguém. - ela bate palmas. - Dez está obviamente em seu quarto. Podem subir, divirtam-se, mas nem tanto.

Acenamos e subimos as escadas rapidamente. Não gostávamos de encarar a casa de Dez, sempre cheia de pertences inventados por seu pai, que auto-domina-se inventor, embora fosse realmente muito bom.

A porta de seu quarto estampava seu nome. Revirei os olhos, adentrando o cômodo sem nem ao menos bater. Troquei o lugar de Ally com Trish, para podermos entrar em uma fila e surpreendê-lo. Um grito acabou por nos receber. Eu gargalhei.

–Hey, Dez. - cumprimento-o.

–Não assuste alguém assim! Você queria me matar de susto, Austin? Ótimo, pois agora eu serei um fantasma! - dramatiza. Eu rio. Trish vem logo atrás de mim. - Tivemos um anúncio hoje. A única que sabe aqui é Trish, e eu estou curioso.

–Ótimo, agora podem calar a boca? Tem mais alguém curioso para saber! - repreende ela. Abaixo a cabeça, escondendo um sorriso e evitando encarar o ruivo confuso. - Ally?

Observo quando o queixo de Dez cai completamente. Ally corre até ele e o abraça apertadamente, e noto que ele próprio está a beira de lágrimas. Rolo os olhos, copiando o movimento de Trish.

Os dois cochicham algo entre eles e aproximo uma cadeira para que Trish se sente. Ela agradece movendo os lábios e eu pisco. Ally afasta-se de Dez lentamente e põe-se ao meu lado, segurando minha mão.

–O anúncio. - lembra Ally. Sento na cama, puxando-a para sentar em minha perna, o que o faz delicadamente. Entrelaço minhas mãos em sua cintura.

–Uh, certo. O grande anúncio foi que... - Trish aperta as mãos em punhos, fechando os olhos com força e batendo os pés na madeira com suspense. - ... teremos um baile de formatura!

–Incrível! - digo e abraço Ally. Mas meu sorriso logo desaparece. - Mas eu não vou.

–O quê? Por quê? - a encaro como se perguntasse "Já não é óbvio?".

Eu não gostaria de ir com qualquer outra garota senão Ally. Nem mesmo Kira, que é minha amiga, ou Trish. Não tenho a mínima vontade de compartilhar um momento de baile com uma pessoa diferente.

Trish bate palmas, chamando minha atenção novamente. Eu a encaro.

–Você não me deixou terminar, Austin. Nós podemos levar pessoas de outros colégios! - comemora ela. Sei que, em seu pensamento, está Jace. Olho para Ally, que retribui o sorriso e beija a minha bochecha.

–Eu não tenho ninguém para levar ao baile. - resmunga Dez, parecendo triste. Ally põe a mão sobre a dele, confortando-o. Dou-lhe um sorriso.

–Vamos encontrar alguém antes da formatura para você, cara. - digo, dando tapinhas em suas costas. Ele sorri agradecido. - Então, Ally, você vai ficar na minha casa, certo?

–Eu...

–Não! Ela ficará na minha casa! - Trish protesta, interrompendo-a. Trocamos olhares fuziladores.

–Vou ficar na casa do Dez. - diz com simplicidade quando a fitamos ansiosos. Meu queixo cai e o de Trish também. Dez gargalha. - Só estou brincando. Eu não sei, gente, não quero incomodar. Por enquanto ficarei em um hotel aqui perto ou...

–Não. Ally, você é a minha namorada. E eu não vou deixá-la em um hotel. Vem. - estendo a mão para ela, que aceita de bom grado. Sorrio, puxando-a da cama junto comigo. Seu peso leve cai sobre mim, e eu a amparo entre risos.

–Casalzinho. - Trish murmura cinicamente. Nós a encaramos. - Vamos prestar atenção aqui?

–Eu tive uma ideia. - todos me olham temerosos. Sinto falsamente meu ego ferido, e finjo-me de ofendido. - Ei, calma, eu nem disse nada ainda! - defendo-me. Ally acaricia minha bochecha, indicando que está ouvindo. Trish faz um sinal com a mão e Dez me encara fixamente. - Tudo bem, vamos passar a noite em claro. Pegaremos máscaras para não pegar gripe. Ninguém vai dormir, vamos fazer a nossa maratona de filmes.

–Mas a Kira não dorme fora de casa, é contra as regras dos pais dela. - Ally relembra. Eu pisco, roubando-lhe um selinho. Isso a deixa corada.

–Kira não precisa. Assistiremos dois filmes e podemos deixá-la em casa. Mas vai ser só à noite, pois eu tenho uma surpresa para vocês, separadamente. - aumento o suspense. Ally bufa e revira os olhos. - Trish, você vai sozinha até o parque às cinco horas em ponto, está bem? Vou me certificar de que você não chegará atrasada. Dez, tem uma garota que divide o seu amor por pizzas, Zaliens e um monte de coisas a mais que virá aqui. Ela é garçonete, simpática. E, Ally. - eu me viro e posto minha boca em seu ouvido, preparando o sussurro. Sinto-a arrepiar-se. - Nós vamos em um encontro agora à tarde assistir o pôr-do-sol. Eu sei que você gosta, então... Bem, nós temos que ir daqui a sete horas.

–O que você está planejando, Austin?! - Trish me balança pelos ombros, estupefata. Sorrio marotamente. - Não! Sem surpresas!

–Você vai amar, eu prometo, Trish. - seguro suas mãos, retirando-as de mim.

–Austin, uma garota? Você sabe que até hoje eu somente saí com uma em toda a minha vida! - diz Dez, claramente nervoso.

–Você vai se sair bem, amigo. Além disso, ela não era uma garota, era uma... Não importa. - interrompo-me ao perceber que estou apenas deixando-o ainda mais contraditório. No entanto, não consigo impedir minha mente de lembrar quando Dez saiu com um manequim, encarando os olhares tortos que eram-lhe lançados. - Que tal assistirmos um filme agora para passar o tempo?

–Sim, depois eu e Ally vamos para a minha casa. Temos eventos de garotas a se realizarem. - Trish responde. Era como se estivesse dizendo "Perdeu, garoto". Mostro-lhe a língua.

–Eu quero assistir Dora! - esperneia Dez. Todos nós o encaramos, perdidos.

–Cale a boca, Dez. - Trish retruca, fazendo-o emburrar.

**

Ally e Trish haviam saído há mais de seis horas, quando os créditos finais iniciaram-se na tela. Eu e Dez havíamos comido neste tempo, muito. Sua mãe havia disposto-me uma máscara, argumentando que não sabia que iríamos ficar tanto tempo no quarto.

–O que eu faço para Ally? Quero algo romântico. - pergunto. Pessoa errada. - Não importa, de qualquer forma. Vou pensar em algo. Dez, Carrie chegará em... Eu acho, meia hora.

–Estou bonito? - pergunta, com uma careta. Eu rio, afirmando com um sinal positivo do polegar. - É melhor você ir. Avise a minha mãe que uma garota, uh, não sei como ela é, está chegando. Descreva-a, você conhece. - eu assinto, rindo, e trocamos um high-five de despedida. Aceno, fechando a porta.

–Sra. Wade? - chamo-a. Ela aparece na porta da cozinha, curiosa. - Uma amiga nossa está vindo aqui daqui a pouco. Pode? - ela assente feliz. - Legal. Bem, ela é loira. Parece bem uma boneca, na verdade. O nome dela é Carrie.

–Ótimo. Você pode deixar a máscara, querido? - pede. Eu enrubesço, esquecendo-me de devolvê-la. - Bem, voltará ainda hoje, Austin?

–Dormirei aqui. Ally e Trish também, eu acho. - ela sorri ainda mais largamente. -

–Maravilhoso! Até mais, Austin.

–Até mais, Sra. Wade.

Fecho a porta da casa atrás de mim. O parque onde Trish ficará não é muito longe, e eu tenho de ter certeza de que tudo sairá perfeito.

Eu havia entrado em contato com Jace secretamente, pegando seu telefone no celular de Trish sem que tivesse conhecimento. Desse modo, havíamos combinado de marcar um encontro entre ambos, onde Jace a pediria em namoro oficialmente através de um movimento em seu skate, com spray.

Jace já estava aguardando quando cheguei. Não havia nem sinal de Trish. Caminhei sorrateiramente até o garoto com boné e cutuquei seu ombro. Ele não se assustou, e sorriu a mim.

–Austin! Onde está Trish? - questiona. Dou de ombros.

–Ela está com Ally. Virá sozinha. Bem, você sabe que ela nunca é pontual, então não sei se virá agora ou às sete da noite. - Jace ri, concordando. - Eu preciso ir. Provavelmente Ally está me esperando. Até mais.

–Valeu, Austin.

–Sem problemas.

Vou-me em direção contrária ao que estávamos. Não deveria ser fácil ter Trish como namorada, sabendo todo o seu currículo. Entretanto, assim como é uma ótima amiga, deve ser uma ótima namorada também.

Os meus pensamentos vagueiam ao redor de Ally. Pergunto-me como está. Eu havia trocado de roupa na casa de Dez com as mudas que eu levava para quando dormia em sua casa; fora a melhor que eu tinha encontrado na bolsa. Os materiais escolares também ficaram em sua casa, escondidos no armário.

O portão ainda estava impecável, mesmo abandonado por alguns anos. Respirei fundo antes de empurrá-lo, usando um pouco de força por conta da ferrugem. Meu coração batia em ritmos diferentes, sempre alternando entre um rock e um country.

A árvore oca permanecia ali, e surpreendi-me ao ver que não tinha sido cortada pelo governo, que sempre almejara-a. Ao seu lado, o pequeno estojo de violão que eu havia guardado por ali.

Aquele pequeno sítio era o meu local secreto-barra-romântico com Ally. Nós vínhamos ali desde que éramos crianças, quando o descobrimos, e fora ali que nós demos o nosso primeiro beijo juntos. Fora ali onde eu a pedira em namoro pela primeira vez. Era ali onde basicamente tudo havia começado.

As lembranças sempre inundavam-me quando eu pisava naquelas terras. O som dos pássaros ainda era o mesmo desde que eu me lembrava. Estava quase na hora do pôr-do-sol, e eu precisava apressar-me; eu já sabia que Ally estaria lá.

Arrastei o estojo de violão comigo, transportando seu peso para as minhas costas. Outra serenata, porém desta vez com outro pedido incluso. Não, não será uma serenata, definitivamente, não. Usarei o violão para outros meios. Farei o pedido de outra maneira.

Apalpei a parte mais alta do estojo, conferindo se a câmera que usávamos para gravar alguns vídeos sozinhos ainda estava ali. Obtive a confirmação. Ao olhar ao redor e caminhar mais depressa, pude notar uma silhueta.

–Ally! - seus olhos fixaram-se nos meus, e eu perdi o controle de minhas pernas completamente. Um sorriso imenso abriu-se em sua face, igualmente ao meu. Seu olhar transmitia-me paixão.

Ela estava maravilhosa. Não usava a roupa com que viera de Miami. Seus olhos estavam brilhantes. Ela veio ate´mim, prendendo seus braços pelo meu pescoço, sem importar-se com o violão.

–Está quase na hora do pôr-do-sol. - sussurra ela. Eu beijo o topo de sua cabeça, girando-a no ar e depositando-a no chão novamente. Guio-a pelo mão novamente até a cerca que nos separa de um pequeno penhasco coberto por um gramado bem aparado e bom para sentar-se.

Eu a ajudo a subir na cerca e ultrapasso a mesma, retirando o violão e a câmera do estojo. Ligo o dispositivo e coloco para gravar um vídeo. Ally tenta falar, mas coloco meu dedo indicador em seus lábios, impedindo-a e fazendo-a sorrir. Eu sorrio de volta.

Quando o vídeo começa a ser gravado, coloco a câmera na cerca. Puxando-a pela cintura, ajudo Ally a descer. Ficamos de frente um para o outro e passo o violão, começando a dedilhar-lhe. Aos poucos, Ally ri, solta-se, e inicia o primeiro trecho de You can come to me. Logo, estamos cantando o dueto.

Ao fim, eu a beijo apaixonadamente. Sorrimos, encostando nossas testas. O pôr-do-sol está muito próximo. Desligo a câmera e a guardo novamente. Quando o Sol está realmente indo embora, coloco Ally sentada novamente na cerca, sem deixá-la cair ou sem ao menos parar de beijá-la.

–Anjo. - começo. - Há algo que eu quero te dizer desde quando Trish fez o anúncio do baile. Eu sei que você sempre quis um pedido de baile com violinos, cavalos e coisas de princesas, mas infelizmente eu não os tenho. - ela gargalha, os olhos beirando as lágrimas. - Por isso, você quer ser a minha acompanhante no baile?

Ela desce da madeira e apoia-se na ponta dos pés. Tocamos nossas testas, então nossos narizes, e assim nos beijamos. Mais uma vez, não há nada que me prenda ao mundo real.

–Você não precisava pedir. - murmura ela. Ally me beija novamente.

–Há algo que eu tenho que te dizer. - dizemos ao mesmo tempo. Rimos. - Você primeiro. - novamente, em uníssono. Eu gargalho mais alto, puxando-a para mais perto. - Juntos. - ela assente, parecendo temerosa pela primeira vez.

–Eu amo você. - o mesmo timing.