The Other Girl (Hiatus) escrita por Gloweer


Capítulo 7
Pai


Notas iniciais do capítulo

Depois de muito tempo, aqui está! Mais um capítulo novinho para vocês.
Primeiramente, mil desculpas pelo tempo que fiquei sem postar.
Tive minhas razões, mas mesmo assim, desculpa.
Mas já passou e eu já recuperei as energias e voltei a escrever.
Espero poder postar em breve, mas não sei quando isso será. Pretendo não demorar muito.
Responderei todos os comentários assim que puder, e desde já muito obrigado a todos os comentários maravilhosos.
Bom, acho que é só isso.
Aproveitem!!
Beijos



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Depois de explicar toda a minha história para Bruce, Pepper deu a ele o dia de folga, e estranhamente, ele me levou ao shopping. Eu ainda estava tentando desvendar o porquê daquilo quando o táxi parou em frente do prédio cheio de gente. Eu odiava shoppings, as pessoas, as lojas cheias de gente, a praça de alimentação, achava tudo tão impessoal... Ele me olhava estranho, e se mantinha um pouco distante. Olhei algumas vitrines, enquanto ele andava ao meu lado. Lembrei que tinha apenas algumas poucas roupas, e precisava comprar mais se fosse ficar lá.
– Bruce? Falei, parando na frente de uma loja. Eu preciso de umas roupas. Quer que eu te encontre daqui a pouco?
– Não. Ele falou passando a mão no cabelo. Sabe, você pode me chamar de pai, se você quiser, é claro...
– Ok, pai.- Falei, entrando na loja com um sorriso no rosto. Era bom falar aquela palavra em voz alta pela primeira vez, mas com um significado real.
Olhei por algumas araras e peguei algumas blusas, shorts, saias, calças e moletons. Já sabia mais ou menos meu tamanho, então não tinha que experimentar todas as peças, somente as que estava em duvida.
Entrei no provador e coloquei um shorts com uma blusa que ficou um pouco apertada. Os shorts não tinha certeza se ficou bom, então sai para pedir opinião.
Me olhei no espelho, e achei que estava bom.
Geralmente, tia Jen comprava roupas comigo, e se ela me visse experimentando shorts certamente diria algo como: Belas pernas, Daisy Duke, um reflexo de seu gosto juvenil para músicas. O que certamente não era o que Bruce iria dizer pela expressão em seu rosto.
– O que foi? Perguntei inocentemente.
– Hum... Você não acha que esse shorts está meio... curto? Ele falou inseguro.
– O que é bonito não é para ser mostrado? Falei rindo.
Ele arregalou os olhos e ficou roxo. Certamente não estava acostumado a esse tipo de coisa. Parecia que iria surtar a qualquer momento.
– Brincadeirinha! Não vou levar, achatou minha bunda... Falei rapidamente, entrando de novo no provador. Decidi que provar roupas com homens não é tão legal.
Sai carregando as roupas que ia levar, e fui para o caixa. Na hora de pagar, Bruce fez questão de pagar, apesar de eu insistir que tinha dinheiro.
Após a loja, fomos para a praça de alimentação almoçar.
Eu peguei o inigualável hambúrguer com batatas fritas enquanto Bruce pegou comida indiana.
– Como você consegue comer isso? É tão apimentada. Perguntei, enquanto ele comia.
– Costume, eu acho.
– Porque, você morou lá? Perguntei curiosa.
– Sim. Já morei em vários lugares.
– Legal. Respondi, comendo uma batata. Quais?
– Nevada, Brasil, Índia, Nova Iorque... Ele falou. E você?
– Nevada, e Los Angeles. - Respondi.
Percebi que durante todo o tempo ele não parava de me olhar.
– O que foi?
– Nada. Ele se surpreendeu. É que isso não parece real. Nunca imaginei que fosse ou que pudesse ter filhos, e agora, descubro que tenho uma filha linda já crescida.
Sorri.
Estava feliz.
– Então, porque o shopping? Perguntei distraída, mordendo meu hambúrguer.
– Bom, não é um lugar que toda garota adolescente gosta de ir?
– Você precisa aprender algumas coisas... Disse rindo.
–--
Após o almoço, Bruce me levou até seu apartamento, que não ficava muito longe do shopping. Era um prédio simples e pequeno em uma rua pouco movimentada. Subimos ao segundo andar pela escada, e entramos na ultima porta no final do corredor, 2F. O apartamento era pequeno e bem ajeitado, com poucos móveis e uma grande janela em que se via o começo de alguns prédios, e a Torre Stark logo atrás.
Bruce colocou as malas perto da porta enquanto eu entrei e dei uma olhada geral.
– Eu sei que é pequeno, mas deve dar até nós acharmos algo maior. Bruce disse e eu sorri. - Só tem um quarto. Você fica com ele e eu durmo no sofá.
Eu olhei para o pequeno e desgastado sofá de dois lugares.
– Eu não ligo de dormir no sofá. Afinal, eu sou menor. Falei e negou com a cabeça. - Sério.
Ele pareceu meio incomodado, mais depois de muita insistência ele concordou.
Ele ofereceu algumas gavetas livres para que eu guardasse minha roupa, e eu aceitei. Fui até o quarto com as sacolas do shopping e Bruce levou as minhas malas.
Separei e guardei as roupas novas, e comecei a dobrar as velhas sob o olhar zeloso do Bruce. Ele mantinha uma sobrancelha arqueada, e observava eu guardar minhas roupas, o que devo dizer, era muito tedioso.
– Você só usa roupas monocromáticas, rasgadas e de bandas? Ele perguntou após um tempo.
– Basicamente
– Hum... Ele continuou a me observar. E você não se cansa?
– Não.
Terminei de arrumar minhas coisas e guardei a mala e a mochila embaixo da cama.
– Vamos ver TV? Perguntei animada.
– Eu não tenho uma TV.
Olhei para ele e deixei a informação chegar aos neurônios. Tenho certeza que meus olhos arregalaram quando comecei a falar.
– Sem TV? Eu parecia uma criança falando. Como você vive?
Ele deu um pequeno sorriso.
– Eu trabalho muito, faço pesquisas, leio. Ele se aproximou e sentou na cama. Você não vai ter muito tempo de ver TV depois que voltar a escola...
– Ugh! Disse, sentindo um arrepio. Escola.
– Você não gosta da escola? Ele parecia estranhar essa informação.
– Não exatamente. Eu falei, tentando ver o jeito mais fácil de explicar. Eu só não vejo o porque de ficar sentada das 8:00 as 3:00 em uma sala cheia de gente chata ouvindo alguém tentar me ensinar algo que eu já sei.
– Como assim, algo que eu já sei?
– Uma das vantagens de ficar verde, é ter um intelecto avançado. Comecei a explicar. Mas, minha mãe não quis que eu me destacasse muito, então eu só pulei dois anos na escola depois que eu comecei a ter problemas quando criança.
Ele me analisava com um misto de culpa e interesse no olhar. Eu sei que ele queria perguntar sobre ela, e essa era uma pergunta que eu não gostaria de responder.
Fiz a cara mais fofa que consegui, e perguntei:
– Tenho mesmo que voltar para a escola?
– Tem sim. Ele respondeu com uma risada fraca.
– Eu faço um acordo. Eu volto pra escola e você compra uma TV. Pode ser?
Ele riu, e fez algo que me surpreendeu.
Pela primeira vez, ele se aproximou e me abraçou.


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