Annabeth POV
Feriado de Natal, nem acredito que já é dia 25 de dezembro! Temos uma semana sem aula, o que significa que não teremos aula até o ano que vem. Até que em fim vamos ter uma folga! Eu sei que temos três meses de férias, mas isso é só em Maio, Junho e Julho. Vai demorar pra chegar e além do mais, os únicos feriados que temos são o de Natal, que estou gloriosamente vivendo, e o da primavera.
Okay, mas chega disso, hoje é dia 25 de dezembro, o que não significa apenas que é Natal, significa que é o dia do jantar em família, para que o Zeus seja convencido de que o namoro de Thalia e Nico deve continuar se é da vontade dos dois. Fiquei sabendo que todos os pais foram convidados, o que indica que minha mãe vai estar lá, assim como a da Silena, os pais da Piper e o pai do Leo.
O jantar vai ser na casa do meu sobrinho Poseidon, depois de ficar sabendo do namoro dos sobrinhos e do plano que temos, ele ofereceu que a ceia de Natal fosse na casa dele. Todo mundo ficou feliz, mas ai eu fiquei pensando, já que todos os pais vão estar lá, vai ter mais de 15 pessoas, então é melhor ter uma mesa bem grande, para acomodar confortavelmente essa família tão grande.
*piii piii piii piiiii…*
O despertador do meu quarto toca ao meu lado e eu o desligo rapidamente, já que estou acordada. Percy está babando no travesseiro, como sempre, e estou com muita dó de acorda-lo, mas é o que devo fazer. Já são oito horas da manhã e como vamos passar a noite com nossos pais decidimos fazer um mini Natal só pra gente. Vamos todos almoçar no apartamento dos meninos e nós mesmos temos que fazer a comida, vai ser pura comédia, já que ninguém é um bom cozinheiro, quer dizer, com exceção do Nico.
Passo a mão nos cabelos do Percy e ele passa o braço pela minha cintura, me abraçando forte, o que é bem impressionante, já que quando acordo sempre estou totalmente mole e não consigo me mexer por um tempinho, a não ser que eu esteja atrasada, ai recebo adrenalina extra e pulo da cama como se tivesse visto um titã malvado em baixo da minha cama.
— Percy, acorda. — falo com uma voz gentil.
— Huuummmm… — Percy grunhi. — Tô com muito sono ainda. — Ele me aperta mais e coloca o rosto entre os meus cabelos.
— Sabe, amor, você baba enquanto dorme. — digo fazendo círculos com os dedos em seu ombro.
— E por que você está me dizendo isso agora? — sua voz está sendo abafada por meus cabelos, mas ele se afasta e olha pra mim esperando por uma resposta.
— Bem, enquanto você dormia, você estava babando e ai você acordou e colocou o rosto nos meus cabelos, o que significa que tem baba no meu cabelo, Cabeça de Alga. — coloco um sorriso debochado na cara e o Percy imediatamente limpa o rosto deixando as costas de sua mão direita cheia de baba.
— Por acaso tem jeito de fazer isso parar? — Percy pergunta olhando com um certo nojo para sua própria baba em sua mão.
— Não que eu saiba, mas não acho que você deva fazer isso parar.
— Por que não? — Percy sai da cama e olha pra mim meio desconfiado. — É um pouco nojento.
— Faz parte do seu charme. — O Cabeça de Alga sorri e se abaixa pronto para me beijar, mas eu o afasto. — Escove os dentes primeiro, ai eu penso se você merece um beijo depois de ter babado no meu cabelo.
— Hahaha, muito engraçado Sabidinha, mas será que posso perguntar se a senhorita já escovou os dentes?
— Perguntar você pode, mas não sei se devo reponde-lo. — Percy me lança um olhar de arrepiar os pelos e é claro eu o respondo. — Eu acordei faz um tempo, então eu levantei, fui ao banheiro, escovei os dentes, voltei pra cama e fiquei te observando enquanto pensava um pouco, até que o despertado tocou e eu te acordei.
— Okay… Já vou escovar os dentes. — Percy se vira e vai em direção ao banheiro.
Enquanto o Percy está no banheiro decido escolher a roupa que vou usar durante esse lindo dia de Natal, que por sinal o Percy nem lembrou. Eu comprei um presente pra ele, apesar de termos combinado não trocar presentes, mas fala sério né!? Como eu não vou dar um presente pro meu namorado no nosso primeiro Natal juntos? Foi uma ideia de girino, isso sim! Escuto os passos dele entrando no meu closet e braços me envolvem de um modo carinhoso.
— Se você quiser — Percy sussurra no meu ouvido. —, eu lavo o seu cabelo, amor.
— Eu iria adorar que você fizesse isso. — me viro ficando de frente para ele e o beijo nos lábios.
— Feliz Natal, Sabidinha! — fala Percy me dando um beijo na bochecha.
— Você lembrou que hoje é Natal! Achei que tinha esquecido.
— Eu tinha esquecido mesmo, ai enquanto escovava os dentes lembrei. — enquanto falava o Percy corou.
— Por que você está corado? — pergunto. Percy não diz mais nada, apenas me entrega uma caixa branca com um laço vermelho.
Olho pra ele com uma mistura de raiva por ele ter quebrado o acordo e de felicidade, por ele ter feito o mesmo que eu fiz. Percy apenas encolhe os ombros e me guia até a cama onde eu me sento para abrir a caixa. Tenho que admitir a curiosidade de saber o que tinha lá dentro estava me comendo viva e quando eu abri a caixa tive vontade de chorar.
— Como você conseguiu isso? — Em minhas mãos eu seguro a primeira edição do livro mais perfeito que já li em toda minha vida, Orgulho e Preconceito da Jane Austen.
— Bem, eu comprei. — ele respondeu vitorioso.
— Acho que você está com algum problema! — respiro fundo tentando acalmar meu coração que está tentando sair pela minha boca. — Percy esse livro é primeira edição!
— Eu sei disso.
— Ele é tipo… Muito caro!
— Também sei disso, eu que tive que pagar. — falou ele sarcástico.
— Não seja sarcástico, Perseu. Esse livro pode valer mais de cento e sessenta mil dólares, e você o compra pra mim? — Eu estou desorientada. Esse é o meu sonho sendo realizado, mas é um sonho muito, muito, muito caro!!! E o meu namorado chega e me dá, simples assim?
— Será que você não pode, simplesmente, me agradecer? Achei que você ficaria feliz em receber o livro que você mais ama em primeira edição. — Percy fala um pouco decepcionado.
— Amor — me aproximo dele e sento no seu colo. Ele ainda não está olhando pra mim, coloco os dedos em seus queixo e o faço olhar em meus olhos. —, é o melhor presente que você poderia ter me dado! — beijo sua bochecha. — Eu só estou em estado de choque. Como você consegui compra-lo?
— Na verdade, ele era da minha mãe. — ele suspira. — Ela também amava ler e ela meio que deixou uma biblioteca lá em casa. — Percy sorri bem fraco e eu passo a mão por suas costas, o relaxando. — Estava tentando achar o presente perfeito pra você e acabei entrando lá na biblioteca, foi dai que veio a ideia de dar o livro a você. Eu conversei com o meu pai e ele concordou na hora, mas me impôs uma condição. Ele disse que se eu te magoasse ele iria tomar o meu carro de mim. Foi um sacrifício arriscar o meu belo carro. — O Cabeça de Alga suspira na hora que fala sobre o carro e eu dou um tapa na cabeça dele.
— Algo mais a declarar? — falo me esquecendo, momentaneamente, de que ele me deu um livro de mais de cento e sessenta mil dólares.
— Eu já sabia que ia apanhar — Percy ri. — e meu pai me fez comprar uma outra coisa pra você. E você nem ligou para esse presente. — Percy fingi um fungar de nariz e eu dou um saquinho no seu ombro depois de sair do colo dele e voltar pra cama.
— Sabe, a emoção foi muito grande e eu nem vi que tinha outra coisa na caixa. — olho para a caixa branca novamente e vejo uma mini caixinha com um laço azul.
Olhei para o Percy e ele olhava pra mim em expectativa. Peguei a mini caixinha e desamarrei seu delicado laço azul. Quando vejo o que tem dentro da caixinha não consigo segurar e as lágrimas descem pelo meu rosto. O Percy se aproxima de mim e delicadamente seca o meu rosto molhado pelas lágrimas.
— E ai você gostou? — Pergunta-me Percy.
— O que você acha, Cabeça de Alga? — Coloco a caixinha com o colar na cama e o abraço com força encaixando minha cabeça em seu ombro. — Temos que conversar sobre essa perfeição que é você.
— Não sou perfeito, eu babo enquanto durmo. — rio um pouco e ataco seus lábios com um beijo que mostra todo o meu amor por ele. — O que acha de um banho, Sabidinha?
— Não posso recusar, você disse que vai lavar o meu cabelo, lembra?
— Disso eu me lembro muito bem. — Percy fala bem lentamente. Ele me tira do chão me carregando estilo noiva e nos leva até o banheiro.
Começo a tirar minha roupa assim como o Percy, como estamos de pijama foi bem fácil e rápido e logo já estamos em baixo da cascata de água quente criada pelo chuveiro. Percy me coloca embaixo do chuveiro e a água desce desde o topo de minha cabeça até o chão do banheiro, indo direto para o ralo.
O Cabeça de Alga pega o meu shampoo e coloca uma quantidade generosa em suas mãos. Ele inverte nossas posições, mas fica em baixo do chuveiro de uma maneira que a água caia apenas de seus ombros pra baixo, me vira de costas para ele e começa a espalhar o shampoo pelo meu cabelo. Depois disso, começa com movimentos circulares em meu couro cabeludo e é simplesmente muito bom e relaxante, realmente, meus ombros relaxaram e meus olhos se fecharam, eu não sei como não cai, mas eu estava totalmente desligada e a única sensação que sentia era das mãos do Percy em meu cabelo.
Ele lavou meu cabelo duas vezes e depois que enxaguou pela segunda vez passou o condicionador nas pontas. Eu geralmente deixo o condicionador por mais tempo, para que meus cabelos fiquem mais macios, então enquanto eu me ensaboava o Percy lavou o cabelo. Eu me ofereci para fazer isso pra ele, mas achamos melhor uma outra hora já que estamos atrasados para o nosso Natal com os amigos, além do que o Percy é mais alto do que eu, dificultando que eu faça o mesmo que ele fez por mim.
Depois de me ensaboar, invertemos as posições e enquanto eu enxaguava ele se ensaboava. Por incrível que pareça não rolaram mãos bobas durante o banho, o que nos fez ganhar um bom tempo. Enquanto Percy se ensaboava me sequei e vesti minha roupa que estava separada no closet. Tiro toda a umidade que consigo dos meus cabelos com a toalha e os deixo secando naturalmente, o que me renderia cachos naturais, espero que fiquem bonitos o suficiente para o jantar. Abro, sem fazer barulho, uma retinha da porta do closet para ver onde Percy está. Ele está deitado na minha cama mexendo no celular, então essa é a hora. Pego o presente dele que estava escondido entre minhas roupas e abro totalmente a porta o fazendo olhar pra mim.
— Uou! — ele me olha de cima a baixo. — Você está deslumbrante.
— Obrigada. — Estou carregando seu presente atrás do meu corpo e pelo que parece ele não percebeu. Ando até ele e o entrego seu presente.
— Combinamos não trocar presente, lembra? — perguntou Percy com um sorriso no rosto.
— Eu me lembro bem disso, mas você me deu então nãos está mais valendo. — Percy pega o embrulho de minhas mãos e olha pra mim desconfiado. O meu presente está em uma caixa bem fina então aposto que ele deve estar pensando que tipo de presente pode caber em uma caixa tão fina. — Abre logo vai! — Ele abre a caixinha e tira de lá um envelope, ele olha pra mim em dúvida e eu mando um olhar pra ele para que abra o envelope também.
— Não acredito nisso! — diz Percy olhando vidrado para os ingressos em suas mãos. — Como? O que? É de verdade?
— É claro que é de verdade seu panaca. — dou um peteleco na cabeça dele e ele levanta rapidamente me levantando do chão em um abraço apertado.
— Eu nem tô acreditando! Nós vamos no primeiro jogo do ano do New York Knicks! — ele me coloca no chão e me dá um beijo. — E ainda por cima é na seção 5 do Madison Square Garden, você tem noção do que é isso?
— Mais ou menos.
— É simplesmente uma das melhores seções do lugar! — Percy senta na cama e encara os ingressos com um brilho nos olhos. — Eu tentei comprar esses ingressos, mas estavam esgotados, como conseguiu?
— Comprei de um cara que a namorada terminou com ele, ai ele desistiu de ir e anunciou na internet os tickets.
— Isso significa que você pagou mais do que eles valem! — Percy arregalou olhos e me estendeu os dois ingressos. — Não posso aceitar isso.
— Hahaha, mas vai ter que aceitar Perseu. — levantei e fiquei de frente pra ele que continuava sentado na cama. Apontei o dedo indicador na cara dele e comecei a falar. — Você me deu um livro de mais de cento e sessenta mil dólares e ainda, como se o livro não fosse suficiente, me comprou um colar lindo que sabe lá quanto custa. É o mínimo que eu posso te dar em troca. — respiro fundo antes de continuar.— Além do mais, tem dois ingressos ai Cabeção, o que significa que eu vou com você, então se todas as coisas que eu falei não te fizeram perceber que você tem que aceitar os tickets, apenas lembre-se, tem dois ingressos por um motivo. Eu vou junto!
— Eu meio que saquei que o outro ingresso era pra você, não fazia sentido se eu levasse outra pessoa. — Percy se levantou e me beijou intensamente. — Obrigado pelo presente, Sabidinha! Eu adorei!
— Você merece, Cabeça de Alga!