Equilíbrio escrita por Diane


Capítulo 19
Capitulo 19 - Cristal Maldito




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Eu sempre quis ir á Grécia e agora que estava lá eu estava sentindo que engoli um esquilo, um esquilo maldoso que estava roendo meu estômago.

O local onde a civilização ocidental nasceu. Onde é localizado o Monte Olimpo, o antigo lar dos deuses e seus mitos. O Parthenon. O Mar Grego. Tudo isso parecia ter perdido a graça assim que descobri que aquela filha da p... estava ali.

Desde que eu era uma humana comum –- Embora eu nunca tenha sido comum –-eu sonhava em ir para a Grécia. Agora eu estava ali com cara feia.

–- Por que você está com essa cara –- Layla perguntou.

–- Ouviu que tem uma feiticeira louca entre nós, ou está surda?

Ela se afastou me olhando assustada.

Fui até o compartimento dos animais sozinha, ninguém quis me acompanhar por causa do meu humor. Hipócritas.

Havia duas caixinhas de gato estouradas, um tigre e uma onça de três metros e um funcionário correndo entre as plataformas gritando. Bom, eu não esperava outra coisa...

Olhei para Mingau e Idia, os únicos que eu podia confiar agora.

[...]

–- Então, o que acham ?

Perguntei para Mingau e Idia, enquanto estava deitada com eles na cama. Contei para eles o caso da louca do banheiro.

–- Acho que você não deve confiar em ninguém –- Idia falou com os olhos azuis faiscando.

Mingau apoiou a cabeça nas patas malhadas iguais a de um tigre em miniatura.

–- E se ela fez isso para fazer você ficar desconfiada? –- Mingau sugeriu.

–- Pode ter sido isso, mas e se ela fez isso para eu achar que era um truque para eu ficar desconfiada e eu não desconfiar e ela dar o bote –- Sugeri.

Idia balançou a cabeça.

–- Vocês dois me deixam confusa.

Me apoiei no travesseiro e olhei para eles.

–- E então chegamos na parte crítica, tentar supor qual é o mais provável.

–- E se ela estiver usando disso. Já li livros de crimes em que uma pessoa é a mais suspeita, e mesmo assim ninguém suspeita dela por que é obvia demais. E essa pessoa é a assassina.

Fechei os olhos. Deuses vou ficar louca.

Idia fechou os olhos por um segundo, parecendo se lembrar de algo.

–- Trivia... já vi ela pessoalmente á milhares de anos atrás em Narnia. Ela casou com Caspian, era bem mais nova que ele, parecia uma santinha. Assim que começou a surgiram os descendentes dos deuses, ela, uma filha de Érebo, queria ser a única com poderes, e é claro, o pai dela apoiou. Mandou matar todos. A cada dia era uma execução. Ah como eu gostaria de arrancar aquela cabecinha falsamente angelical com minhas garras, a cabeça dela e a daquele leão assassino.

–- Mas das três garotas qual é mais provável? –- Mingau perguntou.

–- Mingau, e se ela estiver usando uma forma masculina para nos despistar? –- Falei.

O gato tentou me unhar.

–- Não é Mingau, é Tigre, mas voltando ao assunto, nesse caso todos são suspeitos. Menos eu e Idia, por que sua mãe que nos mandou aqui, e estamos com você desde que era uma criança.

Como a Rainha do Crime, Agatha Christie, sempre dizia, todos são suspeitos até que se prove o contrário.

[...]

Decidi que se a qualquer momento eu posso morrer traída pelas costas, pelo menos eu vou aproveitar.

Dane-se salvar o mundo. Eu vou visitar a Grécia, comer a comida local, visitar os templos e os pontos turístico e que se dane a Balança. Um dia de paz na minha vida não vai causar um apocalipse.

Queria ir só com Idia e Tigre, mas arranjaram a desculpa que eu poderia fazer alguma besteira. Idiotas, pensam que eu vou me suicidar, é mais provável é que eu mate eles, para matar Trivia, mas não sou tão ruim á ponto de matar cinco pessoas inocentes ( até onde eu sei).

Fiz minha lista de lugares onde quero visitar : A Acrópole ; O templo de Ártemis; E vários museus e outros templos. Mas eu queria visitar principalmente a Acrópole e o templo da deusa da caça.

[...]

O primeiro lugar em qual fui, foi no Templo de Ártemis.

Ártemis era uma das minhas patronas, desde que era pequena, uma menininha angelical ( talvez nem tanto angelical) e lia mitos gregos nos livros, sempre gostei de Ártemis, talvez por que ela fosse uma das poucas deuses gregas que lutavam e não ficavam apenas se dedicando á beleza ou á deuses.

Talvez eu quis ir lá para procurar alguma ajuda.

O templo, sendo visto de frente, parecia insignificante. Nem era um templo, na verdade, era apenas uma coluna. A única que restou do incêndio. Era difícil acreditar que aquilo já foi um templo de 127 colunas, cada uma de vinte metros.

Parada, vendo de longe aquela coluna insignificante no meio daquele espaço enorme, não conseguia acreditar que aquilo um dia foi uma das sete maravilhas do mundo.

–- Por que você quis ver uma coluna? –- Vanessa perguntou.

Nem olhei para ela.

–- Não é da sua conta –- Falei ríspida.

–- Não fala nada Vanessa que hoje ela está de TPM –- Ouvi Alec falar.

Eu estava abrindo a boca para xingar ele quando vi uma figura apoiada na única coluna de mármore que restou. Uma silhueta feminina e familiar.

Corri na direção da coluna. Os outros tentaram me seguir e barrei eles. Só deixei Idia e Mingau me acompanharem.

–- Eu vou lá sozinha, e vou estrangular quem me seguir. E eu não estou brincando.

Corri junto dos felinos até a coluna. Parada lá estava tia Jessamine.

Jessamine era uma das amigas da minha mãe. Hécate disse que grande parte dos amigos da minha mãe eram deuses e lembro dela mencionando o nome Jessamine, e sua presença ali era meio suspeita. Ali parada, com os cabelos castanhos ondulando ao vento e os olhos prateados brilhando, ela parecia ainda mais suspeita.

–- Ártemis? –- Chutei.

Ela riu.

–- Bastante obvio, não?

–- É.

Ficamos uma olhando a outra sem saber o que falar em seguida. Quando você descobre que alguém que você conhecia á anos, que você xingava, ria junto é um deus, você fica meio que apreensiva.

–- Idia e Mingau, quer dizer, Tigre, como vão?

Idia olhou para a cara dela.

–- Atacados por animais de estimação super poderosos de deuses, mas tirando isso, bem.

–- A Idia falou tudo –- Mingau concordou –- Odeio dizer isso, mas pela primeira vez na vida ela está certa.

Idia unhou ele.

–- Vim aqui para dizer que tem alguns problemas no Olimpo –- A deusa disse.

Olhei para a cara dela.

–- Desde que os deuses nasceram, existem problemas no Olimpo.

–- Você está certa. Mas a coisa está pior do que o normal agora. Antes eram só os nosso símbolos de poder que estavam enlouquecendo, mas agora os deuses estão começando a sofrer crises, e essas crises estão provocando alguns danos no mundo mortal.

É, como se meus problemas não fossem o suficiente.

–- Então, o que eu posso fazer?

Ela pegou Idia no colo em um braço e Mingau no outro.

–- Seria muito bom se você se apressasse em achar as adagas e arrumar aquela balança maldita.

Suspirei.

–- Só que estou com alguns probleminhas... tipo, Trvia, aquela louca assassina, está inflitrada no meu grupo e não sei que é ela. Alguma sugestão?

Ártemis não respondeu minha pergunta. Apenas soltou os gatos e passou uma mão pela coluna e a olhou.

–- Quando o fogo vem, muitos são incinerados, de alguns só restam destroços –- Ela olhou para as colunas despedaçadas ao redor –- Mas pelo menos um resta.

De repente ela começou a irradiar uma luz prateada, e seus olhos estavam ficando impossíveis de olhar.

–- Vão, embora agora –- Ela falou em um lampejo de voz –- Isso está começando novamente...

Comecei a correr com Idia e Mingau o mais rápido possível, sabia o que estava acontecendo.

–- A Pedra... –- Foi a última coisa que ouvi ela dizer.

[...]

Depois fui foi na Acrópole. O local estava lotado de pessoas, se acaso alguém resolvesse me atacar pelas costas teria que fazer isso na frente de mais de cem testemunhas. Então por mais louca que seja Trivia, ela não vai fazer isso. Embora eu não tenha muita certeza de algo vindo de uma pessoa que executou milhares de pessoas só para ser poderosa.

A Acrópole era linda o suficiente para me fazer esquecer dos meus problemas. Algumas estruturas antigas forma danificadas e só restavam colunas, outras estavam inteiras, a montanha era coberta de estruturas brancas. O que mais chamava a atenção era o Parthenon.

O Parthenon, vendo ele com meus próprios olhos entendi por que todo turista que vem aqui quer ver ele. Mas olhando ele de frente, senti a falta de uma estatua de Atena, que foi roubada pelos romanos, embora eu nunca estivesse visto ela, senti que ela devia estar lá.

Entrei dentro do Templo. Lá dentro ele parecia ainda mais espetacular, bem espaçoso. Eu estava rodeada de pedras.

A Pedra...

Ah, deuses, o que aquilo significava? Qual pedra? Caramba eu estava rodeada de pedras. É difícil esquecer isso quando á cada centímetro da sua visão você vê pedras.

Fui para a parte mais afastada do templo, estava vazio ali, geralmente as pessoas só ficavam na entrada tirando fotos, ninguém ia mais fundo, onde só havia colunas de mármore sem tantos detalhes como as da entrada.

Passei a mão pelas colunas. Na verdade eu pretendia que abrisse uma passagem secreta e aparecesse uma pedra mágica. Mas pelo visto isso só acontece em filmes.

–- Que cristal é aquele? –- Alec apontou para um cristal com um simbolo de duas espadas cruzadas entalhado na parede.

–- É só uma pedra entalhada –- Ouvi Sam falar.

Pedra...

Cristais entalhados em mármore... sim isso é comum... Mas pedras entalhadas não tem símbolos entalhados nelas com tanta perfeição como se fossem produzidos por um molde.

Tirei uma katana do meu cinto e bati ela envolta da pedra até o cristal soltar.

–- Christine! Está louca? –- Alec tentou tirar a pedra da minha mão –- Quer destruir um patrimônio nacional?

Segurei a pedra mais firme. Ele tentou puxar a pedra de mim, para tentar colocar ela de volta na parede.

Então de repente a pedra caiu no chão e se estilhaçou. Um segundo depois só ouvi o barulho da explosão e senti minhas costas batendo na parede oposta que estava á dez metros de distância.

Digamos que quase rachar a cabeça em colunas de mármore não é muito divertido. E ah, isso na frente de centenas de pessoas não torna o fato melhor. Seres humanos são criaturinhas ansiosas para verem tragedias. Segundo Damien, um segundo atrás todos eles estavam na frente do Parthenon tirando fotos, e assim que ouviram o barulho da explosão correram igual loucos com as câmeras esperando verem um cadáver.

Seres humanos. Criaturas insuportáveis.

Abri os olhos e vi que tinha uma multidão envolta de mim falando coisas como : " Ela morreu?Ahn, não, ela abriu os olhos".

–- O que foi isso? –-Vanessa perguntou.

–- Eu adoraria saber.

Saímos de lá usando a desculpa que meu celular caiu no chão e explodiu. Ninguém acreditou, possivelmente vamos ter uma manchete maravilhosa no jornal amanhã : " Jovens terroristas tentam explodir o Parthenon"

Só espero que ninguém note a falta daquele cristal, ouvi Alec falar.

–- Alec, o Parthenon foi construído apenas com Mármore, não com cristal, ninguém vai perceber isso.

Ele me encarou.

–- Eu não falei nada... eu pensei.

Damien se virou e olhou para minha cara.

–- Christine, pense em um número entre 1 á 1000.

Para que eu vou pensar em um número entre 1 á 1000? Cada idiotice que essas antas me pedem...

Alec levantou a mão.

–- Damien, você se sentiria ofendido se eu dissesse que ela te chamou de anta?

Damien colocou as mãos na têmpora e fechou os olhos.

–- Acho que essa pedra quando foi destruída criou alguma ligação entre vocês. Tem um lado bom, a telepatia, mas pode ter um lado ruim, tipo se um de vocês morrer o outro pode morrer, ou se machucar o outro também se machuca. Existem apenas sete dessas pedras no mundo, me lembro de Ilithya ter comentado isso.

Alec a culpa é toda sua, pensei.

Não fui eu que tentei destruir um patrimônio, ele me retrucou.

Mas que foi a criatura que arrancou a pedra da minha mãe e deixou ela cair?

–- Cala a boca, Christine! –- Ele rosnou.

Fiz cara de anjo.

–- Mas eu estou quieta.

–- Então cale sua boca mental!


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