Equilíbrio escrita por Diane


Capítulo 14
Capitulo 14 - Leões na cozinha...




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Francamente, na sua vida inteira Edmundo nunca tinha visto alguém rir com uma espada encostada no pescoço, prestes á ser morta.

–- Caspian te mandou me matar? –- Diana gargalhou –- Isso é patético.

Ela foi pega de surpresa, estava tranquilamente na sua cama dormindo ( destruir os nobres de Narnia cansa) e de repente acorda com uma espada apontada para seu pescoço.

–- Não vejo nada de engraçado na sua situação –- ele falou friamente.

–- Claro que tem. Um reizinho que não serve para nada está pensando que vai me matar. Ah, fale a verdade, por que veio aqui ? Caspían te deu ordens, nossa, não sabia que você era o novo servo de Caspian.

Ele pressionou a espada mais forte contra o pescoço dela. Um filete de sangue escorreu e manchou a lâmina prateada da espada.

–- Ah,sim, você pensa que eu matei Lúcia, Se nem o viado do meu irmão que merece eu não matei, eu não teria motivos para mata-la. E alias ela nem esta morta.

Agora a lâmina da espada estava ficando mais coberta de sangue.

–- Isso é mentira –- Diana sentiu a espada cortar mais.

–- Ah, é ? Então me explique por que não encontraram o corpo?

Por um momento ele pareceu hesitar. Tinham contado que ela estava morta, mas ele não vira o corpo, Trivia, a esposa de Caspian tinha falado que o corpo estava estilhaçado, e não seria recomendado vê-lo.

–-- O corpo foi achado. E-eu não quis ver.

Ela encarou ele, cética.

–- Da última vez que te vi, você era mais corajoso.

–- Acho que tenho coragem suficiente para matar uma feiticeira que devia ter sido morta á muito tempo atrás. Pedro estava certo, devíamos ter matado você assim que descobrimos que você era filha da Feiticeira Branca. Mas deixamos você viver por pena, e então você transforma Narnia em um caos, mata nossos nobres, extermina nossos exércitos com sua legião de aberrações. Mas acho que agora vou apagar aquele erro.

Diana perdeu todo o seu senso de humor. Pegou discretamente com a mão esquerda o punhal que ela deixava guardado debaixo do colchão, e menos de um segundo pressionou ela no pescoço de Edmundo.

–- Repita isso de novo e quem morre é você –- Os olhos da feiticeira faiscavam perigosamente.

Edmundo foi totalmente pego de surpresa, mesmo depois de cinco anos a filha da Feiticeira Branca continuava imprevisível. A opção mais lógica seria se afastar dela tirando a lâmina do punhal de perto do seu rosto, mas a sua teimosia não deixava. Sabia muito bem que se ele se afastasse Diana iria considerar isso como fraqueza da sua parte.

–- Estranho você conseguir entrar aqui...

–- O que?

–- Não se faça de burro. Você sabe que meu quarto é guardado por sete soldados, os melhores, e para você entrar aqui teve que matar todos eles. Um humano normal não conseguiria matar seres com magia com tanta facilidade e sair ileso.

–- Ou então seus soldados são péssimos.

–- Se eles fossem péssimos eles não teriam acabado com a guarda do castelo de Narnia. Fale a verdade, o que você é?

Acordei com a cara no chão. É isso que dá dormir no sofá. Enquanto eu esperava as criaturas da Vanessa e da Layla lavarem o cabelo eu fui para a piscina e nadei pra caramba, aí acabei adiando a reunião para ficar mais tempo na piscina e depois acabei dormindo no sofá... e bom, agora eram três da manhã e era a primeira vez que estávamos todos juntos no mesmo lugar.

Quando abri os olhos vi todas as criaturas reunidas me encarando.

–- Por que vocês estão me encarando?

–- Por que você falou que queria conversar com nós –- Alec falou enquanto lia um livro esparramado no sofá, aparentemente ele não estava interessado na conversa.

Encarei ele. Juro que tinha visto a cara dele naquele sonho, só que eu não conseguia lembrar com o que que e quem eu havia sonhado. Eu sinceramente pensava que depois de descobrir tudo esses malditos sonhos parassem.

–- Tenho quase certeza que vi sua cara no meu sonho ... –- murmurei enquanto me levantava.

Vanessa ergueu uma sobrancelha maliciosamente.

–- Christine, que sonhos você anda tendo com meu irmãozinho ?

Encarei ela. Lancei o meu melhor olhar assassino, com o tempo eu estou ficando cada vez melhor na arte em lançar olhares assassinos. Vanessa ficou com a cara vermelha.

–- Bom, eu queria falar a respeito dos monstrinhos voadores conhecidos como Abutres de Equidna, os pássaros psicóticos que comiam o fígado de Prometeu. Eles não eram considerados monstros caóticos, eram servos de Zeus, portanto só fazem o que Zeus quer. Aparentemente não tem nenhum motivo para Zeus querer nós matar, embora algumas vezes eu tenha me referido á ele como Zeuza Poderosa, mas isso não vem ao caso. A única conclusão que ...

Parei subitamente. A criatura do Alec estava dormindo no sofá com o livro de mitologia egipcia cobrindo a cara dele. Ah, como eu odeio quando as pessoas não ouvem o que eu falo.

Peguei o livro de mitologia egipcia. Hum... O livro é bastante pesado, umas 1500 páginas no mínimo. Olhei para o livro e sorri, nesse momento acho que Vanessa e Layla previam o que eu ia fazer. Com um único movimento acertei ele com o livro.

–- Acorda criatura !

Ele abriu os olhos sonolentamente. Os olhos dele eram totalmente negros, eu lembrava de ter visto esses olhos naquele sonho de qual eu não lembro.

–- Isso não é um jeito muito simpático de acordar alguém –- ele murmurou e fechou os olhos novamente.

Sacudi ele.

–- Abra esses olhos ou então não respondo por mim !

Ele me encarou com cara de sono, pela expressão dele ele devia estar vendo duas Christine.

–- Tenha pena de mim, Christine, estou morrendo de sono

–- Dane-se se você está morrendo de sono.

–- Não se faça de santa, você estava dormindo até pouco tempo no sofá.

Fechei os olhos. Deuses me deem paciência, por que se me derem força eu mato essa criatura hoje !

–- Eu não estava dormindo... ah, eu estava... hum... meditando sobre essa coisa maluca das adagas... é , isso.

Todos naquela sala me encararam. Aparentemente eu não sou boa em inventar mentiras quando estava com sono. Peguei Idia no colo e abracei ela enquanto encarava as criaturas da sala tentando parecer nem um pouco sonolenta.

–- Continuando, eu acho que monstros e animais que são simbolo de ordem e justiça estão sendo controlados por Trivia. Acho que essa falha na balança provocou isso. Todos os símbolos da ordem estão se tornando do caos. Isso prova que a balança está pesando para o lado do caos. E então chego a conclusão que estamos ferrados.

Alec me encarou.

–- Só agora que concluiu que estamos ferrados?

–- Cala a boca e escuta.

–- Já falei que você é a miss simpatia ?

–- Já falei que você é um projeto de vampiro que tem medo de gatinhos?

Vanessa fez cara de ofendida.

–- Não fala assim do meu irmão !

Olhei para ela levemente divertida.

–- Olha a água-viva ruiva está nervosinha... Tsc, tsc , o que vai fazer? Jogar uma sapato em mim?

–- Água-viva ruiva é a sua mãe.!

Naquele momento um trovão cruzou o céu. Aparentemente mamãe não gosta de ser chamada de água-viva ruiva.

Layla pigarreou.

–- Chris, continue.

–- O que eu estava falando mesmo? Ahn sim, pelos meus cálculos, em pouco tempo, quase todos os animais de poder dos deuses e monstros mitologícos que eram considerados inofensivos, vão surtar e partir para o lado do caos. Isso é apenas o início por que prevejo que se isso não for parado os deuses também não vão ficar tão simpáticos. E bom, aí sim vamos estar totalmente ferrados.

Encarei eles.

–- Entenderam?

Vanessa abriu o olhos subitamente.

–- Vamos dormir, depois falamos disso.

Odeio concordar com Vanessa, mas eu também estava caindo de sono.

Admito, pela primeira vez desde que entrei nessa confusão toda me senti normal. Dormir no quarto de um hotel luxuoso me fez lembrar dos bons tempos em que eu e minha mãe viajávamos, naquela época eu apenas era uma mera mortal com uma obsessão por livros e mitologia e minha mãe não era a Feiticeira Branca ou Nyx.

Bons tempos, e agora estou passando minhas férias tentando salvar o mundo, não é tão divertido quanto parece.

–- Chris, acorda. A Vanessa está surtando.

Só abri os olhos para conferir o relógio. Era 10:00 da manhã, e como eu não acordo antes da 13:00 da tarde ainda me restavam três horas de sono.

–- Eu não estou no meu horário de vida ativa, estou no horário de descanso até as próximas três horas. Se Vanessa está surtando chame Alec para matar a barata.

Layla me sacudiu desesperada.

–- Não é uma barata é um leão e Alec não está em casa!

Encarei ela.

–- Sei que Idia é raivosa e tudo, mas ela não é um leão.

–- Eu estou falando sério!

Okay, confesso é difícil acreditar que Layla está falando sério quando ela usa bob's de cabelo e pantufas e segura uma colher de madeira na mão –- Como se por acaso isso pudesse á proteger de um leão.

Só levei á sério quando ouvi um rugido vindo da cozinha.

No meio do caminho vi Vanessa escondida atrás do sofá. Peguei as duas katanas e um celular para ligar para o zoologico. Infelizmente quando vi os bichinhos percebi que o zoologico não ia aceita-los.

Encarei Layla.

–- Você me falou que era um leão e não dois, e você não mencionou o fato deles terem quatro metros.

Layla não me respondeu, saiu correndo.

Felizmente eu agradeço aos deuses por ter escolhido o último andar do hotel, se não os lindos bichinhos iriam quebrar o piso de alguém encima de nós.

De todos os monstros que vi nos últimos dias esses eram os mais bonitos. Sempre gostei de felinos, especialmente de onças, tigres leopardos e leões. Os dois além de grandes tinham pelos dourados e majestosos olhos vermelhos. A única coisa que estragava a linda aparência dos animais eram as presas tão enormes quanto a lâmina da minha katana.

O leão da frente, o maior rugiu ao me ver.

–- Francamente espero que isso seja um oi amigável –- murmurei.

Infelizmente não foi um oi amigável, ele tentou me atacar com as patas que por sinal tinham garras enormes que não fariam um bom resultado em contato com minha pele. Me desviei rapidamente indo para a esquerda. O outro leão o menor rugiu para mim e tentou me bocanhar.

Foi nesse momento em que reparei que se eu fosse para a direita um me mordia e se fosse para a esquerda o outro me cortava ao meio. E se eu fosse para trás eles quebrariam a dobradiça da porta e me matariam de qualquer jeito. É, se eu ficar o bicho come e se fugir o bicho pega.

Saquei as katanas.

Tenho certeza que eles não gostavam de lâminas brilhantes. Os dois ao mesmo tempo atacaram. Só tive tempo de recuar para trás e enfincar a katana esquerda na pata de um.

O leão com a pata machucada recuou, tive até pena, mas se eu não fazer nada eles me matam, e hoje não estou muito motivada para morrer. O leão que estava ileso se revoltou por eu ter machucado a pata do outro, veio para cima de mim com os dentes amostras para me morder. Ergui a espada rapidamente na direção da boca dele, por um momento senti o hálito quente do animal em mim.

Ele não gostou de morder a espada. A boca do animal sangrava e o leão da pata machucada voou encima de mim ao mesmo tempo do que o outro. Já tinham visto isso em videos, eles cercam a presa e depois mordem. Era educativo ver isso em videos, mas estar no lugar da gazela devorada não é muito divertido.

A única coisa que pensei foi : Morri.

Então de repente um leão foi lançado para longe com uma patada e uma coisa dourada e preta voou para cima do outro leão abocanhando seu pescoço.

Levei um segundo para raciocinar. Uma onça gigante de olhos azuis tinha pulado em um dos leões e me salvado de virar café da manhã de felinos. E eu já tinha visto essa onça.

O leão que levou uma patada resolveu descontar sua raiva em mim. Pulou para cima de mim. Me desviei para o lado e enfinquei uma das lâminas no seu dorso e com a outra cortei uma das garras da pata. O animal ganiu de dor e se virou rapidamente de frente para mim, ergueu uma das patas e tentou atingir o meu rosto. Cruzei as katanas em X de modo que as garras não me atingissem.

Com a outra pata ele me acertou de lado. Felizmente as garras não me acertaram mas foi o suficiente para me lançar longe.

Bati a cabeça com tudo na parede. Fiquei meia zonza.

Vi o correndo na minha direção. Eu não iria ter a menor chance com ele perto de mim. Então resolvi arriscar, lancei a katana como uma adaga de arremessa no peito do animal. Foi uma idiotice, pois eu estava zonza e tonta, mas por algum milagre divino eu acertei o leão com exito.

O leão rolou no chão e virou uma fumaça. Do outro lado da cozinha a onça largou o outro leão e ele se transformou em fumaça.

A onça se aproximou de mim. Estranhamente não tive medo. Tive a leve impressão que ela estava brilhando, e isso ardia meu olho, então desviei o olhar. Quando voltei á olhar, no chão estava uma familiar gatinha pequena de olhos azuis.

–- Admita Christine, eu sou sua salvadora sempre.


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