Equilíbrio escrita por Diane


Capítulo 13
Capitulo 13 - Perseguida por um Abutre do Mal




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–--- Por mim, ok, vou para qualquer lugar que tenha shoppings---- Concluiu Vanessa.

Ela ligou o carro e começou a dirigir para fora da escola.

–--- Vanessa espera aí. ---- A ruiva estacionou e ele virou para trás me encarando ---- Por que vamos á São Francisco?

Olhei para ele cuidadosamente.

–--- Por que eu digo que iremos á São Francisco.----Seria muita idiotice da minha parte falar que recebi uma mensagem de texto falando para mim ir lá.

–--- Você não manda em ninguém aqui.

Sorri.

–--- Mando sim, eu sou a reencarnação de Diana.

–--- Dane-se se você é a reencarnação de uma feiticeira antiga. Ninguém falou nada sobre você liderar ninguém.

–--- Vanessa pode continuar andando.

Ela ligou o carro de novo.

–--- Não ligue o carro!

Ela desligou o carro.

–--- Vanessa vamos andando logo, se continuar assim o aeroporto vai estar lotado e não vamos conseguir pegar passagem.

Ela ligou o carro de novo e andou alguns metros.

–--- Desliga isso, não vamos sair daqui até a criatura falar por que quer ir á São Francisco.

–--- Vanessa liga essa porcaria de carro.

Vanessa soltou as mãos do voltante e parecia exasperada.

–--- Parem ----ela falou ---- Os dois. Se continuar esse liga e desliga, o motor do carro vai pifar.

–--- Tem que ter um motivo maior do que " eu digo que vamos á São Francisco" para irmos á outro estado, e quero que ela me explique isso.

Encarei eles. Agora Vanessa também tinha virado para me encarar e Layla ainda continuava concentrada no seu joguinho de celular, aparentemente por ela, se fossemos para marte, ela nem se importaria.

–--- É bem simples, tenho o pressentimento que tem alguma coisa em São Francisco.

Alec me encarou com um ar zombeteiro.

–--- Desde quando você tem pressentimentos?

–--- Desde que existem deuses, ninfas, vampiros, feiticeiras... gatas falantes.

Ele se virou para frente com cara feia, aparentemente ele achava idiotice ir para São Francisco sem nenhum motivo. Parte de mim estava convencida que isso era idiotice, mas a outra parte achava que era pelo menos um lugar para começar a procurar.

Vanessa ligou o carro e começou a ir para a estrada do aeroporto

Abri a janela. Estava quase morrendo sufocada. Existem três coisas no mundo que eu odeio mais do que tudo: Calor, gente chata e estar no calor perto de gente chata. Assim que abri a janela veio um ventinho fresco.

Eu gosto de viajar, principalmente quando entra vento pela janela quando o carro está em movimento.

Estávamos indo por uma estrada que levava até o aeroporto. Ao lado da pista tinha várias árvores. Por um momento pensei se aquilo foi uma floresta um dia, e se foi, talvez tenha sido uma floresta bonita, que foi dizimada para criarem uma estrada.

–--- Fecha a janela, Chris , esse barulho de vento é insuportavel ----Layla reclamou.

Outra coisa que odeio é que me mandem fechar a janela enquanto ando de carro. O barulho do vento é agradável, e ar faz bem para á saúde. Nunca entendi por que algum seres não entendem isso.

Pensei que isso nunca aconteceria. Mas chegamos inteiros até o aeroporto, sério acredite, a ruiva louca não atropelou ninguém na estrada e nem explodiu o carro! Tipo, isso foi um milagre.

Entenda, eu não tenho lembranças boas de aeroporto. Lembro de uma vez quando eu tinha nove anos, e comi um milk shack de uma lojinha do aeroporto. Bom, quando o avião decolou, o meu estomago decolou encima de uma aeromoça---- digamos que se a janela não fosse lacrada ela me arremessaria abaixo.

Naquela época não foi tão divertido passar uma hora e meia vomitando até chegar no Caribe.

Dessa vez eu não comi nada, fui apenas até a ficha para comprar a passagem e um voo. Estaria tudo bem se de repente as luzes do aeroporto não falhassem.

Em menos de um minuto tudo virou um caos. As luzes apagaram, naquele momento todo o barulho do aeroporto sumiu, mas em menos de um minuto todas aquelas pessoas pareciam um massa sussurante.

Me virei para Layla.

–--- Isso está estranho.

Na hora eu já estava apreensiva, mas Layla me olhou descontraída e riu.

–--- Só foi uma queda de energia, não esquenta.

Assim que ela falou isso, dois aviões partiram ao meio, no lugar em que os aviões ficavam até os passageiros embarcarem. Tenho certeza que vi um abutre atravessa-los.

Bom, isso não foi definitivamente uma queda de energia.

–--- Que tal irmos embora daqui? ---- Sugeri.

Dessa vez nem Alec nem Vanessa objetaram. Saímos correndo para de volta para o carro antes que caísse a ficha para as pessoas no aeroporto e elas corressem.

Alec sentou no banco do motorista dessa vez, e Vanessa ao seu lado por que ela não tinha condições de dirigir, bom, ela estava em estado de pânico.

Pulei no meu banco e amarrei o cinto o mais rápido o possível. Olhei para Layla ela estava sem cinto.

–--- Não vai amarrar o cinto? ---- Perguntei.

Ela revirou os olhos.

–--- Isso é coisa de criancinha.

Alec ligou o carro e o carrro partiu com um solavanco. Na hora a cara de Layla se chocou com o banco da frente. Não posso negara cena foi engraçada, mordi a boca para não rir.

–--- Acho melhor colocar o cinto.

Nem sei que velocidade estava aquele carro, provavelmente uns 350 km/h. Meu estomago devia ter ficado em algum lugar no estacionamento do aeroporto. E o pior de tudo, foi a janela ter ficado fechada, afinal eu não posso abrir a janela com um abutre gigante me perseguindo.

Me virei para trás e encarei o abutre.

–--- Esse bicho me parece familiar ---- falei

–--- Vai ver é um parente seu ---- Vanessa gritou na minha frente.

–--- Sabe Vanessa, se ele tivesse penas vermelhas eu diria que ele é da sua espécie, os Gallus gallus (espécie da qual pertence as galinhas)

Ela ficou quieta depois dessa vai ver nem soube do que eu estava falando.

Sério, eu li dezenas de mitos, egípcios, romanos, gregos... Eu reconhecia esse monstro de algum desses mitos.

Ah Christine se lembre...

Abutres... Na hora me lembrei de Prometeu, um titã filho de Gaia que roubou o fogo do olimpo para trazer aos mortais e foi aprisionado e condenado por Zeus á ter abutres gigantes, filhos de Equidna, devorando seu fígado pela eternidade.

Mas se os abutres gigantes eram animais de Zeus... o que eles estavam fazendo me perseguindo. Parece bem improvável que Zeus tenha mandado eles devorarem meu fígado.

–--- Esses são os abutres que comem o fígado de Prometeu.---- falei.

Vanessa fez aquela casa de sonsa tão habitual.

–--- Quem é Prometeu e quem come o fígado dele?

–--- Vanessa, só entenda que eles são abutres gigantes e não vão comer só nosso fígado, mas o corpo inteiro. ---- Alec me poupou de responder aquela criatura burra.

Fechei os olhos.

–--- Isso tudo é culpa de Prometeu.---- falei.

–--- Por que ? ---- Alec perguntou.

–--- Por que se ele não fosse um gigante, Zeus iria mandar abutres menores devorar o fígado dele.

Alec se virou para trás, sem tirar as mãos do volante.

–--- Mas isso seria culpa de Gaia que gerou ele.

Ouvi Layla gritar do meu lado.

–--- Pouco me importa de quem é a culpa! Olha para frente senão você vai ser o culpado da nossa morte!

Os abutres estavam se aproximando e o carro aumentou a velocidade. Ouvi um som parecido de alguém vomitando, no meu lado. Era Layla, mas pelo menos ela teve o bom senso de vomitar no cabelo da Vanessa não na minha direção.

–--- Meu cabelo!

Nesse momento Vanessa estava chorando e Layla vomitava rindo ---- Nunca vi isso na minha vida, mas ok.

Como eu sou malvada eu comecei a gargalhar. Dane-se se vou virar comida de abutre, pelo menos antes de morrer eu vou me divertir.

–--- Vanessa talvez o cheiro de vomito faça os abutres mudarem de ideia.

Gargalhei mais ainda com a cara de raiva dela. Os cabelos agora estavam ruivos e amarelos.

Só parei de rir quando vi que os abutres estavam me olhando do vidro de trás.

–--- Alec?

–--- O que é? ---- ele falou sem olhar para trás.

–--- Esse vidro é á prova de balas? ---- perguntei cuidadosamente

–--- Sim, por que?

–--- Por que espero que ele seja á prova de bicos de abutres.

De perto os bichinhos pareciam ainda mais aterrorizante. As penas deles eram douradas e marrons, e eles deviam ter mais ou menos uns quatro metros de largura e contando que um metro e meio era o bico e cada unha devia ter pelo menos meio metro. Em duas bicadas eles já me engolem.

Então nesse momento pensei que fosse morrer.

A criatura infeliz do Alec deu ré no carro e foi ao encontro dos abutres. Vanessa e Layla gritaram e eu xinguei ele.

Agora é que eu morro, pensei.

Felizmente eu não morri, o carro se chocou com um abutre e o derrubou no chão e passou por cima dele.

–--- Argh, amanhã eu vou ter que limpar penas e carniça de grifo da roda do carro ---- Alec parecia enojado.

–--- E você se preocupa com sue carro ? Seu louco, psicotico, idiota.... Poderia ter nós matado. Quando eu sair desse carro eu vou te matar.! ---- Falei amavelmente, bom, ok, talvez não tão amavelmente assim.

O carro começou a correr de novo, dessa vez os abutres pararam de nos seguir e se juntaram ao corpo do abutre morto.

–--- Seu assassino de abutres bonzinhos---- Layla acusou, provavelmente estava emocionada com a cena de solidariedade entre abutres.

Todos nós encaramos ela.

–--- Você sabia que aquele abutre bonzinho iria arrancar tua cabeça fora ?--- Alec falou a encarando.

–--- Provavelmente ele iria jogar molho de macarrão encima de você para deixa-la mais apetitosa e disfarçar o cheiro de vomito --- sugeri.

Ela ficou quieta ressentida.

Depois de ter certeza que já estávamos longes dos abutres, abri a janela. Ninguém merece ficar presa num carro com cheiro de vomito. Fazia duas horas que não tinha nenhum animal nós seguindo, o que era reconfortante.

Observei um hotel na estrada. Um hotel de luxo com piscina. Tive uma ideia maravilhosa, afinal eu só tenho ideias maravilhosas.

–--- Que tal pararmos no hotel?

Ninguém fez uma objeção sequer. Vanessa e Layla acharam uma ideia maravilhosa, já que as duas estavam ensopadas de vomito. Principalmente Vanessa que estava toda hora reclamando do cabelo.

Assim que saímos do carro a zona começou.

Vanessa estava segurando ameaçadoramente um sapato de salto sujo de vomito apontado para Layla.

Antes que sobrasse para mim, pulei encima do capô do carro onde era uma das raras partes que não tinham penas de abutres mortos. Layla e Vanessa estavam se estapeando no chão enquanto uma batia na outra com sapatos de salto.

Alec estava rindo da cara das duas, até Vanessa resolver se levantar com o sapato de salto na mão.

Então aquilo virou uma zona completa, objetos que estavam dentro do carro voando junto com sapatos e Layla vomitando.

Fiquei encima do capô do carro esperando as criaturas pararem. Enquanto isso peguei o celular de Layla, que estava voando no ar e comecei a jogar alguns joguinhos .

–--- Já acabaram de se matar? ---- Perguntei ---- A piscina me aguarda.


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