Surviving to Hell escrita por Alexyana
Notas iniciais do capítulo
Hey pessoal! Como vão?
Desculpe a demora para responder os comentários, mas finalmente os respondi. Obrigada por eles!
FELIZ NATAL ADIANTADO, XUXUS! Desejo a vocês tudo de bom nesse fim de ano, e tudo de melhor ainda para o ano que vem!
Boa leitura!
Corro em direção ao som o mais rápido possível, tentando evitar pensar no que isso pode significar. Meu coração está acelerado em meu peito, e o medo do que vou encontrar corre em minhas veias. Realmente espero que alguém tenha encontrado uma barata.
Mas não foi isso que aconteceu. Tive menos de dois segundos para assimilar a cena que estava acontecendo em minha frente dentro da barraca — Zac, agora um infectado, em cima de Skyler, que tenta a todo custo manter a boca fétida do ex-amigo longe de sua pele — antes de Billy atirar.
O corpo do homem cai imóvel em cima de Sky, que está chorando desesperadamente. Corro até ela, acompanhada de Billy, que chegou aqui junto a mim.
— E-eu sinto muito... — murmura Skyler quando nos vê. Solto um som estrangulado ao notar a horrível mordida entre seu pescoço e seu ombro.
— Querida, não diga isso — diz Billy, com a voz afetada. — Você não teve culpa.
— Ele estava bem... Não sei o que aconteceu — ela diz, desnorteada. Billy pede silêncio, fazendo com que ela se acalme. Sinto minhas bochechas molhadas, e seguro a mão de Skyler o mais forte que consigo. — De repente ele estava transformado...
— Você vai ficar bem, Sky. Vai ir para um lugar melhor — prometo, querendo acreditar em minhas palavras.
— Emma, você é uma boa menina —Skyler diz, olhando-me carinhosamente. — Não merecia viver isso. Nem você, Billy — Ela olha para o homem ao seu lado, que tem uma lágrima escorrendo pelo rosto envelhecido.
— Você também não — digo, fungando. Ela lança um leve sorriso para mim e para Billy, que forço para retribuir.
Então sua mão afrouxa do meu aperto, e mesmo eu tentando desesperadamente fazer com que ela volte a apertar, não acontece. Skyler se foi.
— O que está acontecendo? — pergunta Andrew, adentrando na barraca. Então ele vê Skyler e o corpo de Zac, e as lágrimas em nossos rostos. — Oh...
— Zac atacou Skyler — Billy responde, levantando-se.
Permaneço sentada ao lado de Skyler, olhando para seus olhos azuis vidrados. Passo a mão em seu rosto, fechando-os, como se isso fosse dar a ela um pouco de descanso.
Então ouvimos o som alto dos gemidos, que denota grande número deles, e já sabemos o que isso significa. Entreolhamo-nos por alguns segundos antes de sairmos da barraca, vendo a morte literalmente bater em nossa porta.
A primeira coisa que eu penso quando vejo todos aqueles infectados, apenas a alguns passos de distância, é em fugir. Eu nunca, em toda minha curta vida como sobrevivente, pensei que iria chegar a esse impasse. E me sinto tremendamente decepcionada comigo mesma por cogitar essa possibilidade tão egoísta.
Principalmente por saber que é minha culpa. Eu atrai aquela horda para cá graças as minhas atitudes irresponsáveis de adolescente incompreendida. E agora ela está aqui, pronta para acabar com todos nós.
— Pegue as armas! — ordena Andrew, sacando a arma e indo em direção à cerca.
Sinto alguém segurar meu braço, impedindo-me de avançar junto com Andrew e Billy. Olho para o lado e vejo papai, com a mochila e a arma em punho.
— Precisamos sair daqui — avisa, olhando para a cerca. Ele começa a me puxar para o lado contrário, para o lugar que estava antes do grito de Skyler. Noto que ele já estava pronto para ir embora muito antes de ver a horda.
— Não podemos simplesmente fugir! — protesto, mesmo sendo a primeira coisa que eu desejei.
— Nós vamos morrer aqui — Shane fala, sem qualquer sombra de dúvida ou remorso. — É suicídio.
Lembro-me da invasão da fazenda, quando estava com Samantha e ela disse a mesma coisa. Tudo o que aconteceu depois de ter ignorado seu aviso valeu a pena? Separar-me de todos, mamãe, meus primos... Talvez seja melhor ouvir a razão dessa vez.
Shane me puxa novamente, e desta vez não resisto. Sigo-o até a cerca do lado oposto da clareira totalmente confusa. Eu vou mesmo deixar todos eles para trás?
— Não posso fazer isso. — Tomo minha decisão, parando enquanto encaro os arames que separam a floresta de tudo isso. Os tiros continuam a ecoar, e Shane me olha como se eu fosse louca. — Não posso simplesmente fugir, fingir que esse sangue não está em minhas mãos.
Encaro Shane por alguns segundos, seus olhos castanhos tão tempestuosos quanto o dia de hoje. Ele suspira, derrotado.
— Eu vou com você — finalmente diz, e concordo com a cabeça.
Começamos a correr novamente, dessa vez em direção aos nossos amigos. A cerca está quase se rompendo. Vejo Andrew e Billy atirando nos infectados, mas o número deles é tão grande que não sei se surtirá efeito.
Saco minha Glock do coldre, estranhando o objeto em minhas mãos. Porém ignoro isso e começo a atirar.
— Não conseguiremos matar todos! — Billy grita, recarregando sua espingarda.
— Vamos para os carros! — Nesse momento a cerca se rompe, e os infectados começam a avançar para dentro da campina. Olho aterrorizada para os corpos em decomposição antes de correr em direção aos carros. Susan e Molly estão conosco agora, mas não vejo Perseu em lugar algum.
Meu coração está acelerado, e quando estou quase chegando no carro ouço um grito infantil. Olho para trás em total desespero a tempo de ver um infectado agarrar Molly, que está totalmente indefesa.
— NÃO! — Perseu grita, surgindo da floresta e começando a correr em direção à irmã, mas é tarde demais. O infectado morde a bochecha de Molly antes que Shane acerte sua cabeça, e a pequena garota cai no chão gritando de dor. — Não, não, não!
Novamente estou chorando, revoltada e magoada. Ela era apenas uma criança, e agora está morta, igual a Skyler e a Zac.
Mais infectados avançam em direção a ela, mas Perseu decapita os que estão mais perto. Finalmente descubro sua arma, uma exótica e perigosa espada, e devo admitir que combina com ele. Ele ajoelha ao lado da irmã, tentando encontrar uma forma impossível de salvá-la.
Susan tenta chegar até a filha, totalmente desesperada, porém ela não é como o filho. Grito, pedindo para que ela volte, porém ela não o faz. Os infectados avançam até ela, e em poucos segundos é tarde demais para Susan Gray.
— Percy, saia daí! — Billy grita, atirando nos infectados próximo a ele. Andrew avança até a esposa, mas Shane impede que ele cometa o mesmo erro que ela.
— Solte-me! — Andrew grita, cheio de ódio. Ele tenta soltar-se, mas papai é mais forte. — Por favor! Minha esposa, minha filha...
Observo-o desnorteada, sentindo que nunca mais vou esquecer desse dia. Olho os infectados, com seus gemidos e os gritos de Susan e de Molly ecoando em meus ouvidos, exatamente como a trilha sonora do inferno.
— Emma, vá até a caminhonete e ligue-a! — papai ordena, tirando-me do transe. Ele ainda está controlando Andrew, que tenta a todo custo alcançar Susan, envolta de vários infectados.
Corro até o veículo, olhando a passagem na cerca feita para ele e a estrada de terra além dela. Vou até lá, abrindo-a o mais rápido que posso. Um infectado me alcança e desespero-me ao tentar atingi-lo. Erro o primeiro tiro, que passa de raspão em sua orelha, antes de acercar seu crânio.
Não paro para pensar, apenas entro dentro da caminhonete e sento-me no banco alto demais. Procuro as chaves apressada, e distraio-me ao olhar pelo retrovisor e ver um infectado aproximando-se de Billy por trás, que está ocupado demais tentando salvar Perseu.
— Billy! — grito, novamente saltando do banco de couro. Ele vira em direção ao chamado, mas não a tempo de se defender. O infectado morde seu ombro antes que eu o acerte.
Ele me olha nos olhos por um momento, e vejo o pesar da morte que paira sobre ele agora. Billy dá as costas para mim e volta a atirar nos infectados, que agora estão nos cercando cada vez mais. Como todos hoje, ele não merecia isso.
— Ande logo, Emma! — meu pai grita, vendo que ainda não o obedeci. Tudo isso aconteceu em menos de dois minutos, e constato que o tempo parece estar passando mais devagar.
Finalmente acho a chave, que estava no porta-coisas, e giro-a na entrada. O motor ronca alto, dando vida ao veículo. Seguro o volante, engatando a marcha e dando ré. O carro me obedece, e sinto um alívio imenso por descobrir que ainda recordo dos ensinamentos de vovó. Atropelo alguns infectados no caminho, e paro bem ao lado de Perseu, que está em estado mais crítico.
Ele golpeia cegamente os seres ao seu redor, e demora alguns segundos para notar que o mais inteligente a se fazer é entrar dentro do carro. Seus cabelos negros estão colados em seu rosto devido ao suor e seus olhos possuem aquele mesmo brilho que me assustou no nosso primeiro encontro.
— Ande logo, seu idiota! — grito, impaciente demais para ter compaixão de sua situação. Perseu finalmente desiste de sua missão suicida, e abre a porta do carro enquanto eu atiro em alguns infectados que tentam mordê-lo. Ele não me olha quando senta no banco.
Troco de marcha e vou até papai e os outros, que entram no carro rapidamente. Andrew está totalmente em choque, com lágrimas escorrendo livremente pelo seu rosto amargurado. Desvio o olhar desconfortável, fixando em papai, que está ao seu lado pronto para impedir qualquer atitude idiota do parceiro.
— Para onde vamos? — pergunto para Shane, enquanto afastamo-nos dos infectados e da clareira. Olho pelo retrovisor, tendo a péssima visão de um casaco rosa fluorescente manchado de sangue.
— Qualquer lugar.
Choose your last words
This is the last time
‘Cause you and I, we were born to die
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Tradução:
Escolha suas últimas palavras
Esta é a última vez
Porque você e eu, nascemos para morrer
(Born To Die — Lana Del Rey)
E ai, o que acharam? Muitas mortes, sorry! Nada melhor que passar o Natal em luto pelos personagens.
Pergunta de hoje: Qual série vocês tão vendo nesse período sem TWD? (eu faço muita pergunt sobre isso, mas é porque eu vejo tantas e acho que vocês devem ter mudado da última vez que perguntei!)
Minha resposta: Terminei a primeira temporada de Jessica Jones e The Flash, e agora to vendo Arrow. Viva os heróis!
beijo