Mirror, O Reflexo da Verdade escrita por Nynna Days


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas. Terminei o capítulo quase agora e já aviso que estamos entrando no clímax da história.

Ah, #SintoQueVouSerAmeaçadaNoFinalDoCapítulo.

Mas, se me matarem, não saberão o que vai acontecer. Por isso, guardem as facas e os pedaços de pau. E aproveitem.



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“O que eles queriam?”

Já que uma distancia estava imposta entre nós dois, fui me sentar na cama. Aliel recostou seu corpo magro na parede ao lado da janela e cruzou os braços. Tentei parecer descontraído, mas o simples movimento de pousar minhas mãos no colchão e reclinar-me pareceu forçado. Ela mantinha os olhos em qualquer ponto do quarto, que não fosse onde eu estivesse.

Encolheu os ombros.

“Não quero falar sobre isso agora.”, ela murmurou e suspirou. Então balançou a cabeça. Seus orbes escuros estavam vazios e perdidos, contrariando seu sorriso forçado. “Como foi a semana com Ariel?”

“Foi divertido.”, admiti. Passei uma das mãos por meu queixo, enquanto inúmeros pensamentos tomavam conta de minha mente. A barba por fazer roçando em minha palma era um deles. “Ela é bastante descontraída. E exótica. Na verdade, todos vocês são exóticos.”, nos trocamos sorriso cúmplices. “Ariel me disse que talvez ficasse por um tempo aqui em Nova Jersey. Por conta de uma missão como Cupido.”, olhei minha namorada com curiosidade. “Você sabe qual é?”

Bufei, feliz por tocarmos em um assunto mais leve. Ou pelo menos eu pensei que era um assunto leve até que vi seu corpo se tencionando. Franzi o cenho, passando a língua por meus lábios, – e fazendo meu piercing roçar em meus dentes – confuso pelas mudanças de comportamento com assuntos tão banais e que antes conversávamos tranquilamente.

Entrelacei minhas mãos, numa esperança falha de afastar aquela vontade incontrolável de ir até onde ela estava e tocá-la, mesmo que minimamente. Aliel, percebendo sua oscilação brusca de humor, soltou um susto e deixou os ombros relaxarem. Abri a boca, liberando o ar que nem tinha percebido que segurava.

“Não.”, respondeu ríspida. Percebendo isso, limpou a garganta e moveu as unhas pelos fios soltos, puxando para longe de seu rosto. A luz da lua iluminava suas feições, como um lembrete fixo de sua beleza incomum. “Não tenho tanto contato com Ariel. Ela era mais próxima de Adriel.”

Assenti, concordando com as suas palavras.

“Ela me disse isso quando perguntei se vocês se conheciam.”

Aliel deu um passo impulsivo na minha direção.

“O que mais ela contou?”, questionou rude. Sobressaltei-me com a intensidade que me encarava. Tive que reprimir a vontade de ir até onde ela estava, segurar em seus ombros com determinação e exigir saber o que estava acontecendo. Ela respirou fundo, reparando sua segunda falha e fechou os olhos com força. “Desculpe.”, sussurrou doce. “Eu só estou com a cabeça cheia.”

Jogando o bom senso para longe, andei até onde ela estava e a envolvi entre os meus braços. Ela se retesou por alguns segundos angustiantes, até que relaxou, deitando sua cabeça em meu peito. Meu rosto enrubesceu com a ideia de que ela escutava meu coração batendo com uma força desestabilizadora, forçando passagem por meu peito para alcançar sua dona.

“Senti sua falta.”, murmurei contra seus cabelos, beijando o topo de sua cabeça em seguida. Suas mãos apertaram meu bíceps, como se estivesse sentindo dor. Estreitei o abraço, com medo. “Não se preocupe. Vai dar tudo certo.”

Ela assentiu em meu peito, suavizando as mãos em minha pele. Fechei os olhos, decidindo se havia falado isso para minha Guardiã ou para mim mesmo.

*********************

Tive que insistir muito para que Aliel me deixasse acompanhá-la até em casa. Um dos motivos era por meus pais estarem dormindo e estranharem minha saída caso acordasse. Eu não liguei para isso no tempo em que trocava de roupa. Sabia que a verdadeira explicação para Aliel negar a oferta de levá-la para casa, era bem mais simples.

Ela queria ficar sozinha.

Só que aquele medo ainda se infiltrava em minha mente, como um parasita. Não importava o que tinham dito á ela. Eu tinha noção, desde o início que, no segundo em que Aliel pisasse no Céu, as coisas entre nós dois não seriam as mesmas. Por isso que, nos momentos que não estava com Ariel e sendo sua diversão, pensava em jeito e maneiras diferentes de reconquistar a confiança e o sentimento de minha Guardiã por mim.

Usar a roupa de quando passeamos por minha rua, era um bom início. Encarei meu reflexo no espelho e tentei acalmar o desespero de meus olhos azuis. Ajeitei a jaqueta de couro, aninhando-a em cima da camisa branca. Apertei o cinto ao redor da calça jeans e amarrei meu tênis preto da Nike. Movi os dedos por entre meus cabelos escuros e assenti para mim mesmo. Era um bom começo, Read.

“Desculpe demorar.”, disse saindo do banheiro. Mas Aliel não estava prestando a atenção em mim. Seus olhos estavam fixos na bolsa da loja em cima de minha cama. Passo dois: Presentes. “Oh, comprei um vestido para você usar na festa. E uma máscara.”

Peguei a bolsa e estendi em sua direção. Seus olhos brilharam em agradecimento e deu um leve sorriso. Assim que seus dedos se fecharam entorno do vestido e teve a visão do que em breve vestiria seu corpo, soltou uma exclamação. Dei um meio sorriso, orgulhoso por ter escolhido certo e pronto para negar qualquer participação de Sarah.

“Jeremy...”, ela disse daquele jeito intrigante. Como ela conseguia expor todas as suas emoções com apenas uma palavra? E ainda mais meu nome. “Ele é lindo.”, meneou a cabeça e o pôs na bolsa, sua expressão forçadamente contrariada. “Não posso aceitar isso.”

Empurrei a bolsa de volta para suas mãos.

“Pode e irá.”, disse impondo. Ela projetou o lábio inferior para frente, como um bico e ajeitou a gola do suéter ao redor do pescoço, como se a estivesse sufocando. “Acho que isso não é do meu tamanho.”, ironizei.

Deu um riso leve.

“Ainda acho que é uma péssima ideia sair escondido.”, ela murmurou, mantendo os olhos baixos. “Qual é a lógica de eu ser sua Guardiã se voltará sozinho?”

Aproveitei o fluxo de seus pensamentos e me aproximei. Ela arfou, sendo pega de surpresa com a vivacidade com que a encarava. Toquei seu queixo com a ponta dos dedos, sorrindo ao sentir minha pele formigando. Ela engoliu a seco e suas pupilas se dilataram levemente quase ocultando a íris que tingiasse de âmbar. Umedeci os lábios, balanceando meu autocontrole.

“Fique comigo.”, sussurrei, deixando que minha voz transparecesse toda a súplica de meu corpo. Colei nossos corpos e pude sentir seu coração tentando alcançar a velocidade do meu. “Fique comigo hoje, Aliel. Não aguento mais dormi e acordar sem você. Se era esse o castigo que os céus queriam me dar, conseguiram.”, entrando em território ameaçador deixei que nossos lábios ficassem pertos o suficiente para que nossas respirações se misturassem. Ela respirava ruidosamente presa naquele encanto que a mesma havia iniciado. “Só fique.”

Ela abriu a boca, mas nenhuma palavra saiu de lá. Era como um peixe respirando em um aquário. Estava mentalmente aliviado. Aliel ainda era afetada por mim tanto quanto eu era por ela. Estávamos atraídos e tínhamos que enfrentar o perigo do limite físico para nos manter perto. Para mim isso era moldável. Só que não adiantava empurrar o barco sozinho, certo.

“Eu fico.”, grasnou sem ar.

Medindo que aquilo bastava, dei um passo para trás, deixando-a respirar calmamente e passeei pelo quarto. Virei para olhá-la, mostrando que estava confiando e escondendo minha mão trêmula no bolso da calça. Aliel mantinha uma mão no peito, como se ordenasse aos órgãos para voltarem às suas funções cotidianas. Era maldade brincar com as barreiras de um anjo desse jeito, mas tinha que lembrar a Aliel os motivos que a fizeram tão ligada à mim.

Por isso meu passo três foi me despir na sua frente.

Seus olhos se arregalaram ao ver minhas mãos deslizando por minha jaqueta e tirando-a de meus ombros. Lamentava por não ter tido a oportunidade de levá-la para passear como na primeira vez. Meus olhos não se desviaram dos dela no momento em que minhas mãos se fecharam na ponta da camisa branca e a puxaram para cima.

Humildemente, tinha tido inúmeros treinamentos e horas de malhação para conquistar um corpo apresentável. Os ombros largos, o peito aberto, o abdômen definido em contraste com a cintura fina. Tudo parecia fascinar Aliel e por mais que tentasse desviar o olhar, havia um imã que a fazia estudar meu corpo mais uma vez.

Não fui ousado o bastante para tirar as calças na frente dela. Vamos lá. Ela era um anjo. Não iria abusar da sorte. Só que antes de recolher minhas roupas e me trocar – novamente – no banheiro, expus meu piercing e vi um tremor repentino passar por seu corpo. Estava a fazendo se sentir humana. E isso nenhum Céu ou Arcanjo poderia fazer.

Meu objetivo era fazê-la lembrar disso diariamente.

*********************

Acordei com os dedos suaves de Aliel traçando as linhas de minha tatuagem atrás do ombro. Suas unhas roçavam em minha pele, trêmulas, temendo me acordar. Mantive meus olhos fechados, mas foi impossível conter meu sorriso. O sol batendo em minhas costas fez minha pele formigar simultâneo que a mão dela tirava alguns fios escuros do meu rosto. Escutei seu riso melodioso e seus lábios em minha têmpora.

“Está na hora de levantar, Jeremy.”, me alertou. Gemi e afundei meu rosto contra o travesseiro. Pousou as mãos em minhas costas e deu um leve aperto. “Estou falando sério. Sua mãe bateu no quarto, duas vezes, querendo que você ajude com Jane. E eu tenho que ir em casa trocar de roupa.”

Abri um dos olhos e a encarei. Tinha soltado os cabelos, fazendo com que seu rosto fosse coberto por uma confusão cacheada. Seu sorriso era pequeno, sem deixar de ser lindo. Mas seus olhos continuavam distantes, frios e vazios. Forcei a naturalidade, mesmo que tivesse vontade de exigir o que estava acontecendo. Se o Céu não havia nos afastado, por que ela o estava fazendo?

Botei minha mão por cima da sua e acariciei seu dorso.

“Não demore.”, murmurei com a voz rouca.

Ela assentiu e se levantou da cama. Caminhou vagarosa e hesitante até a janela, como se estivesse em uma batalha interna. Suas mãos pousaram no batente da janela e ela se inclinou para frente, descansando a testa contra o vidro frio. Me sentei, estranhando tudo aquilo. Antes que pudesse ir até ela, Aliel fixou os olhos em mim. Havia um brilho diferente neles. Uma chama e uma dor que só tinha visto poucas vezes – e sempre pedia para nunca mais rever.

“Não importa o que aconteça, ok?”, ela me perguntou retórica. Assenti, confuso com as suas palavras. Eu não deixaria nada acontecer conosco. “Nada pode mudar o que sinto. Nem mesmo você pode.”

E antes que eu pudesse tirar qualquer conclusão de sua declaração, ela abriu a janela e saiu. A única coisa que pude ver depois que me reclinei no batente foram suas asas se afastando no horizonte.

***************************

Desse dia em diante, Aliel não foi mais a mesma.

Poderia contar nos dedos as noites em que passei acordado esperando por seus afagos, ou quantas conversas se tornaram um monólogo por culpa de seu silêncio. Nem para a festa ela sabia se iria. Tive que quase implorar para que ela pensasse e levasse o vestido para casa. Se não fosse sua promessa à Sarah, iria desacompanhado.

E nem adiantava perguntar o que havia. Ela desconversava ou arrumava uma desculpa para ir embora. Na frente das pessoas, éramos o casal mais amoroso do mundo. Sozinhos, éramos completos estranhos. O pior de tudo era não poder conversar sobre isso com ninguém. Talvez com Mellany ou Nicolas. Mas a verdade era que eu não queria reclamar. Queria que aquilo se resolvesse.

Depois de cinco dias, percebi que estávamos a beira do precipício. E Aliel estava disposta a ser a primeira a pular. Em minha mente girava inúmeras suposições. Talvez Aliel fosse terminar comigo por causa da força que a Tentação exercia sobre ela. Talvez ela fosse terminar e achar alguém que combinasse mais comigo. Talvez ela fosse terminar e desistir da missão de ser minha Guardiã.

Eu só tinha certeza de uma parte dessas suposições: Meu tempo com Aliel estava contado. E o relógio tinha virado meu pior inimigo. Não. Risque essa frase. O Céu havia se tornado meu pior inimigo. E essa mudança de comportamento surgiu logo quando estávamos nos acertando.

Então esse era o objetivo deles? Deixar que eu fosse feliz para arrancar tudo bruscamente de minhas mãos? Deixar-me lamentar por algo que – na verdade – nunca foi realmente meu? Porque se fosse, eles estavam fazendo um trabalho excepcional.

Todos esses pensamentos me atingiam como balas acompanhando meus passos solitários pela praça do quarteirão. Sentei-me em um banco, olhando para as crianças brincando felizes e suas mães cautelosas. Daqui a algum tempo, talvez fosse eu e Jane rindo e brincando nessa praça. Um sorriso involuntário cresceu os meus lábios.

“Também gosto de vir aqui para pensar.”

Meu coração disparou ao reconhecer sua voz antes mesmo de erguer meus olhos na sua direção. Tentei mostrar indiferença ao encarar Mary, mas tudo isso se dissolveu ao ver seu sorriso. Nossos olhares se encontraram por alguns poucos segundos, e aquele misto de sensações me tomou. Vi suas bochechas corando ao mesmo tempo em que abaixou os olhos e balançou a cabeça, rindo de seus próprios pensamentos.

Seus lábios estavam sem batom, mas não deixavam de ser chamativos. Além da cor de sua íris. O azul e o verde brincavam entre si. Os cabelos loiros estavam presos em um rabo de cavalo simples, me fazendo compará-los com fios de ouro. Parecendo saber que eu a observava, moveu sua mão pelos fios soltos e olhou para a praça.

“Desculpe por te assustar.”, ela sussurrou. Por um segundo, me peguei comparando sua voz com um doce. Chiclete talvez. Ela levantou os olhos para mim. “Como está Aliel?”

Percebi que seu sorriso ficou forçado. Fiquei encarando-a, franzindo o cenho e me perguntando como nunca a havia notado na St. Loise em três anos. Um rápido flash encheu minha mente e uma lembrança falha me atingiu. Já a tinha visto antes. No dia em que Mellany quebrou o carro de Austin. Mary tinha fingido torcer o tornozelo.

“Ela está bem.”, sussurrei desviando meus olhos, imitando seus movimentos anteriores e tirando alguns fios escuros de meus olhos. “Nós estamos bem.”

Se controle, Read. Mesmo que seu relacionamento esteja por um fio, ainda há um relacionamento. Mary assentiu consigo mesma, absorvendo minhas palavras. Era tão estranho ficar perto dela e sentir aquelas coisas. Era errado, mas tão bom. Tão certo. Fechei os olhos e respirei fundo. Fui pego de surpresa quando seu cheiro me envolveu e invadiu minhas narinas. Doce e fresco.

“Fico feliz por isso.”, ela disse sincera. Então soltou o ar e riu consigo mesma. “É claro que vocês estão bem.”, riu de novo, só que mais alto. Algumas das mães nos encararam, porém ao ver que era apenas um bando de adolescente, resolveram ignorar. “Não deveria me sentir chateada por você não se lembrar de mim.”, me deu um olhar de canto. “Mesmo assim me sinto.”

Aquela declaração mexeu comigo mais do que eu gostaria. Meu peito se apertou, dificultando a passagem de ar por meus pulmões. Não deveria me sentir mal por não lembrar de uma pessoa. Mas queria poder me lembrar dela. Algum momento com ela.

Nada.

Era isso o que eu recebi por ser tão egoísta e nunca ter olhado ao meu redor. O silêncio queimou em meus ouvidos e tive uma vontade incomum de pedir desculpas. Por nunca tê-la notado, por nunca ter verdadeiramente olhado em seus olhos tão fascinantes e por ser tão humano.

Virei-me na sua direção e vi que ela tinha feito o mesmo. A tensão tocou meu corpo assim que meu coração tornou a disparar.

Seja fiel. Seja fiel.

Mary pousou a mão na minha e minha pele se aqueceu exatamente naquele ponto. Ela acompanhou com os olhos, desde o lugar em que tocava até pousar em meus orbes. Pressionou os lábios juntos e aproximou seu rosto do meu. Eu tinha que me controlar. Aquele era o antigo Jeremy agindo. Impulsivo, inconsequente e que tinha a péssima mania de magoar as pessoas que amava.

“Jeremy.”, me chamou. Levantei uma sobrancelha, mostrando que estava escutando. Sorriu. “Eu vou te beijar.”

Era minha última chance. Eu deveria ter me afastado e ido embora. Uma parte de meu cérebro suplicava por isso. Só que meu corpo tinha entrado em piloto automático. A ponta de meus dedos roçou em seu braço, sentindo seus pelos se arrepiando. Apertei seu ombro com leveza, segurando seu rabo de cavalo com firmeza e trazendo seu rosto na direção do meu.

Havia esquecido a onipresença de minha Guardiã.

Eu senti sua presença antes de vê-la. E mesmo quando me virei para encará-la, tudo o que consegui avistar foram suas costas enquanto se afastava numa corrida angustiante. Soltei Mary, erguendo minhas mãos em sinal de inocência. Um pouco tarde, entretanto um consolo para minha consciência.

Pensei em segui-la, mas sabia que era perda de tempo. A dor me envolveu com uma velocidade invejável, junto com a culpa. Tudo o que pude fazer foi afundar meu rosto nas mãos pensando o quão filho da puta era por tê-la magoado. E o quão estúpido fui por ter caído na armadilha do Céu.


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Notas finais do capítulo

Estou morta ou ainda tenho uma segunda chance? kkkkkk