31 days in New York escrita por Beatriz


Capítulo 17
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

Olha quem voltou, não me matem, amo vocês, cap para vocês, espero que gostem.



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01 de março de 2018

O dia hoje estava agitado, não por causa das provas na faculdade, mas pelo fato de a viagem para New York estava se aproximando.

A última e primeira vez que estive em New York as coisas ocorreram da forma mais inesperada possível e no dia em que voltei parte do meu coração ficou lá, com um lindo homem de olhos apaixonantes, olhos pelos quais eu me apaixonei.

Flashback:

O quarto era totalmente diferente de como imagine, pelo histórico de Cristopher eu pensei que haveriam cortinas pretas nas janelas e um quarto bem desorganizado, mas na verdade era iluminado pela luz do sol que ainda estava com força na cidade, a cama estava muito bem forrada e haviam duas prateleira do chão ao teto repletas de livros.

–É lindo! - disse dando alguns passos para dentro do cômodo, escutei a porta sendo fechada levemente atrás de mim e meu coração disparou mais uma vez.

–Obrigada. - foi o que ele disse, o seu tom de voz estava diferente, parecia nervoso, Cristopher parecia nervoso.

Dei mais alguns passos até as estantes de livros e me deparei com diferentes obras, algumas até da literatura brasileira, outras em línguas que eu não sabia decifrar.

–Não sabia que você gostava tanto de ler. - disse me virando para ele que deu alguns passos até se aproximar de mim.

–De tudo um pouco, quando se é um rico inútil para sociedade, precisa achar passa tempos.

–Você, não é um rico inútil, bem, talvez um pouco. - falei e depois lhe dei um beijo rápido na boca. - Mas pode mudar, só precisa achar algo no qual se encaixe na sociedade, todos tem o seu lugar no mundo.

Ele pegou minhas mãos e me guiou até a cama. Nos sentamos na ponta e eu estava com a cabeça baixa, estava nervosa, eu sabia que ele não faria nada que eu não quisesse, mas eu queria o problema é que eu estava nervosa demais para controlar as minhas mãos que suavam sem parar e meu pé que batia contra o chão de madeira do quarto.

–"Todos tem o seu lugar no mundo". - ele repetiu o que eu havia acabado de falar. - Talvez o seu seja aqui. - ele colocou a mão em meu queixo e ergueu meu rosto. - Você disse que seu sonho sempre foi New York, nós podemos dar um jeito.

Comecei a chorar. Não havia como dar um jeito, para uma pessoa de outra nacionalidade morar definitivamente nos Estados Unidos era atráves do Green Card e para isso era preciso casar, esse era o único meio mais garantido que eu conhecia, e apressar de estar apaixonada por Cristopher não faria isso, eu era jovem, tinha sonhos e não podia prende-ló a esse compromisso.

–Shhh, não chora, por favor. - ele enxugou minhas lágrimas e começou a dar pequenos beijos no meu rosto e foi como se cada um pudesse diminuir um pouco da tristeza que eu havia sentido naquele instante.

–Cristopher, eu... Eu quero que essa última noite seja especial. - minha voz saiu tremula, mas eu estava certa do que havia dito, eu estava pronta.

–Você tem certeza.

–Assim como dois mais dois são quatro ou como a gravidade nos prende na terra.

Ele então ficou em pé e estendeu a mão para que eu levantasse e delicadamente começou a tirar a minha roupa, lá fora devia estar fazendo por volta de 30C°, mas eu sentia uma sensação térmica de -15C°, eu estava nervosa, tremia.

–Fique calma, eu não vou fazer nada que você não queira. - ele disse passando as mãos pelos meus braços e com aquele toque eu me tranqüilizei.

Tomei coragem e ergui minha mão para começar a desabotoar a camisa que ele usava, quando a mesma caiu no chão e o corpo dele ficou ali, a amostra, eu não pude deixar de ficar alguns segundos admirando, era perfeito, tudo estava no devido lugar, parecia uma pintura, mas aquela não estava exposta no museu para todos verem, ela era minha, só minha.

Ele me ergue no colo e me deitou na cama, deitando se sobre mim em seguida. Começou a me beijar na testa, desceu pelo meu nariz, passou pela minha boca e fez caminho no meu abdômen, quando terminou ergueu minhas costas e soltou o sutiã que eu usava. Nesse momento me senti insegura, era a primeira vez que meu corpo ficava tão amostra para alguém que não fosse eu mesma. Segurei o sutiã.

–Aurora. - ele disse suavemente tirando minhas mãos e depois a peça que eu tentei proteger.

E depois que eu a vi caindo eu me dei conta que eu não precisava ficar nervosa e sim me deixar levar pelo momento e pela emoção, se não fizesse isso ficaria a noite toda como uma estátua.

Juntei toda essa emoção junto com um raio de coragem que iluminou dentro de mim e então desabotoei a calça dele. Ele a retirou rapidamente e depois foi a vez da minha calçinha desaparecer. E era isso, eu estava totalmente exposta a ele, nem mais um leve pedaço de tecido cobria o meu corpo e acredite se quiser eu estava começando a ansiar que aquilo acontecesse logo, a demora me deixava mais nervosa.

Comecei a puxar a cueca dele que logo se juntou ao amontoado de roupas. Christopher começou a meu beijar, mas dessa vez os beijos eram mais intensos e eu os correspondia com a mesma intensidade, meu copo não estava mais com sensação térmica de -15C° e sim de 100C°, depois de alguns minutos eu senti algo me invadindo. A invasão começou com investidas leves, mas foi se intensificando.

–Oh God! - gritei. Sentia dor, mas não uma dor insuportável, era uma dor suportável e que no momento não incomodava tanto como eu imaginava que iria incomodar quando isso tudo acabasse.

As investidas foram mais intensas até que meu corpo atingiu o ápice, eu gritei e apertei com força as costas de Cristopher. Ele me deu vários beijos e nós ficamos deitados olhando um para o outro, Yoko tinha razão, o que vale não é o tempo, e sim como você se sente. Ele não falou nada, e eu estava feliz com isso, porque não queria que aquele momento fosse atrapalhado pela conversa "amanhã você vai embora".

Depois de mais ou menos 1 hora nós estávamos conversando sobre coisas aleatórias, nada haver com Brasil, New York ou nossas vidas, mas sim sobre nossos sonhos e mais uma vez nos amamos.

Flashback off...

Aquele havia sido o melhor e pior dia da minha vida e isso era porque eu não sabia o que ainda me aguardava semanas depois.

Flashback ON:

–GRÁVIDA? - não podia ser nós havíamos... NÃO, NÃO HAVIAMOS, NÃO HAVIAMOS NOS PREVINIDO.

Eu não podia estar grávida, eu havia voltado dos EUA a apenas duas semanas e aulas da faculdade haviam começado a uma, minha mãe iria me matar, na verdade não era preciso, eu mesma iria me matar.

–Calma Aurora, não é o fim do mundo. - Thaís tentava me acalmar e Mariana chorava sem parar.

–Não é o fim do mundo? E minha faculdade, meus sonhos? Eu nem tenho dinheiro para sustentar um criança sozinha.

–Mas essa criança tem pai, você tem que contar para o Cristopher... Você vai contar, não vai? - Perguntou Bárbara?

–Eu não posso, se eu contar ele vai querer que eu me mude para lá, na verdade nem sem se ele vai querer esse filho, uma coisa é uma paixão de verão, outra coisa bem diferente é um filho.

–Aurora, presta atenção, mesmo que ele não queira o filho ele precisa pelo menos ajudar a sustentar, porque até onde eu saiba ele tem condições. - Kat falou.

–Ele não tem condições, ele tem MUITAS condições.

–Me desculpe! - só Katarina para me fazer rir nesse momento.

Meu celular começou a tocar em algum lugar do quarto e Mykaella apareceu com ele.

–É ele. - ela me entregou o telefone e eu tremia mais do que tudo. Todas as minhas melhores amigas estavam lá, elas que estavam comigo a anos mais uma vez estavam do meu lado.

–Oi. - foi simplesmente o que falei.

–Oi, como você está, e as aulas? Estou com saudades. - comecei a chorar

–Cristopher...

–Você está chorando? - a voz dele estava com tom de preucupação.

–Eu estou com um problema agora e não posso conversa, okay?

–O que foi me fala, eu posso ajudar?

–Não Cristopher, o que você menos pode fazer é me ajudar.

Desliguei o telefone e pronto, aquela foi a última vez que falei com ele.

Flasback off...

–Oi meu amor.- Pandora, ou Panda como a chamo, estava na sala de casa brincando com suas bonecas.

–Mamãe. - assim que me viu ela levantou-se e veio correndo para o meu braço.

–Como foi seu dia, little Panda? - ela me deu um beijinho e logo começou a tagarelar sobre seu dia na escolinha. Preparei o jantar para mim, ela e Ceci que hoje iria vir nos visitar.

–Já estou indo Aurora, sua mãe, irmã e pai disseram que devem chegar por volta das 22h.

–Okay Alva, muito obrigada.

Ceci chegou por volta das 18:30 e a surpresa foi que todas vinheram, não só Ceci, mas Bárbara, Mykaella, Mariana, Thaís, Kat, Karyne, que eu não via a meses desde que havia começado sua residência em pediatria e Nath.

–Não tem comida para tanta gente. - falei rindo. Panda já estava passando de braço em braço e falando que não via a hora de conhecer "Naiu Ork".

–E quem disse que a gente veio de mão fazia? - elas haviam trazido pizza, bolo, doces, refrigerantes e até bolas. , para alegria da minha little Panda que sorria de uma canto a outro.

Comemos, conversamos e por volta das 22h minha mãe, pai e irmã chegaram, as meninas ficaram mais um tempo e por volta das 00:00 todas haviam ido embora.

Depois que coloquei minha filha na cama fui escrever a carta que deixaria para minhas amigas já que não consegui falar.

"Querida família -sim, porque vocês são minha família também-

Estamos juntas a diferentes tempos, algumas primeiro, outras depois, mas o importante é que estamos juntas.

Vocês estiveram comigo quando eu chorei, quando eu sorri, quando eu tentei vencer desafios e estiveram comigo no maior e mais assustador momento da minha vida, o nascimento da nossa Panda. O que seria de mim sem vocês para me acompanharem até os ultra-sons da vida.

Vocês são as melhores tias que eu poderia arranjar e foram as que mais me apoiaram quando essa oportunidade apareceu, voltar para New York, aceitar esse emprego, me arriscar naquela cidade enorme, eu e minha little Panda.

Vocês sabem o medo que tenho de esbarrar com ele, mas todos os dias me dão força para eu não desistir. Obrigada por existirem, eu espero vocês.

Com amor, o primeiro raio de sol do dia (Aurora)"

Fechei a carta, coloquei dentro do envelope e coloquei na caixa de recordações que havia feito para elas e fui dormir.

***************

02 de março de 2018

Depois de 12h de viagem e mais algumas esperando eu e minha baby chegamos ao aeroporto, ela havia dormido a maior parte da viagem e por isso estava bem acordada, peguei as nossas malas e logo corri para conseguir um taxi.

O apartamento onde iríamos morar ficava na Upper West Side e seria pago pela empresa nos primeiros 6 meses, um tempo de adaptação e também forneceu uma pessoa para cuidar da Pandora até eu conseguir uma vaga integral em uma escola para ela.

A empresa era perfeita, uma oportunidade única, mas muitas coisas me fizeram pensar milhões de vezes antes de aceitar o emprego.

Depois de chegar ao apartamento que estava todo montado, Panda começou a pedir para passear. Essa menina tomava red-bull escondido?

–Querida, mamãe está cansada. - disse ficando na altura dela e lhe dando um beijo na testa.

–Mas eu não estou, eu quero conhecer "Naiu Ork". - seus olhos azuis tão penetrantes me convenceram, tomei banho, dei um banho nela e fomos andar nas redondezas.

Depois de alguns minutos de caminha ela disse que estava com fome e então paramos para comer algumas coisa.

Assim que saímos do restaurante ela viu do outro lado da rua uma loja de brinquedos, soltou minha mão e atravessou a rua correndo.

–Panda, não! - gritei desesperada. O carro que vinha parou a pouquíssimos centímetros dela e eu corri para pega-lá, o carro em uma vaga próxima e escutei os passos do motorista se aproximando.

–Ai meu Deus, ela está bem, me desculpe eu não vi, ela apareceu do nada...- e enquanto eu pegava minha filha no colo escutava todas aquelas palavras com o coração na mão, aquela voz era irreconhecível, mesmo que eu estivesse escutando-a a quilômetros de distancia.

Quando fiquei de frente para ele seu rosto estava mais branco do que já era, ele estava ainda mais bonito, se é que era possível, seus olhos passavam de mim para Panda.

–Aurora. - me virei e voltei para calçada.

–O que você tinha na cabeça Pandora? Quantas vezes eu disse que é pirigoso atravessar a rua e você sai correndo assim, quer matar sua mãe?

–Desculpa mamãe. - ela chorava assustada, abracei-a, coloquei ela no braço e sai andando tentando esquecer que Cristopher continuava atrás de mim.

–Aurora, espera, Aurora.

–Cristopher, não, eu preciso ir embora.

–Quantos anos ela tem? - ele segurou meu ombro com força.

–Está me machucando. - falei com a voz mais firme que consegui, nesse momento eu queria correr com a minha filha, voltar para o Brasil e nunca mas saí se quer da nossa casa.

–Você sumiu, simplesmente sumiu, nenhum telefonema de adeus, carat, email, sinal de fumaça, nada. - ele estava com os olhos cheios de lágrimas e Pandora chorava assustada nos meus braços.

–Querida, shhh, não chore, ele é só um colega, não vai nos fazer mal.

–Me desculpe querida, eu não queria assusta-lá. - ele disse passando a mãos pelos cabelos castanhos de Pandora. - Deixe eu levá-las para o hotel, por favor.

–Eu não estou em um hotel, estou morando aqui perto, posso ir andando.

–Morando? A quanto tempo?

–A mais ou menos 2 horas.

–O que aconteceu Aurora? - ele me tocou, passou a mão pelo me rosto, tocou no meu cabelo. Senti saudades daquele toque, mas ao mesmo tempo que me senti segura, me senti amedrontada.

–Mamãe, to cansada, deixa ele levar a gente. - queria costurar a boca dessa meninas as vezes.

–Aurora. - realmente eles eram pai e filha, dois inconvenientes.

–Tá, tudo bem. - fomos em direção ao carro dele, sentei little Panda no banco de trás e me sentei no banco da frente.

Fomos o caminho todo em silencio, quer dizer, eu fui, porque Pandora não parava de fazer perguntas para Cristopher que as vezes não entendia seu jeitinho errado de falar e eu precisava traduzir.

Chegamos em frente ao prédio de 4 apartamentos para o qual eu havia me mudado, tirei Panda do carro e apressei os passos para entrar.

–Não tão rápido. - ele disse a centímetros do meu ouvido.

Ele passou na minha frente e segurou na mão da minha filha perguntado se ela já conhecia o caminho.

Dei um banho em Pandora e ela rapidamente dormiu, e estávamos mais uma vez eu e Cristopher, frente a frente.

–Você ainda não me respondeu, quantos anos ela tem?

–Vai fazer três em alguns dias.

–Ela nasceu de quantos meses.

–Foi uma gravidez difícil, ela acabou nascendo de 7, foi até onde agüentei.

–Ela é minha filha, não é?!

–Assim como dois mais dois são quatro e a gravidade nos prende na terra.

–Porque você escondeu de mim, porque? - ele gritava.

–Ei, ela está dormindo. - e eu contei tudo a ele, desde quando descobri a gravidez até os motivos que me levaram a não contar.

Ele escutou tudo calado e quando terminei passou mais alguns minutos em silencio, levantou-se e caminhou de um lado para o outro.

–O que fez você pensar que eu não assumirei a nossa filha? E você tinha sonhos, mas depois que você tivesse o bebê a gente podia dar um jeito, você fazia uma prova para entrar em alguma universidade daqui, eu pagava o que tivesse que pagar, mas nunca deixaria você sozinha nessa.

Eu chorava, não me arrependo de nada que fiz, pois me tornaram a mulher que eu sou hoje, mas é claro que durante esses anos eu senti falta de uma pessoa para estar comigo quando Pandora acordava de madrugada chorando, ou para estar comigo quando ela fica doente e passávamos horas no hospital.

–Me perdoa Cristopher, você tinha o direito de saber, mas... eu era jovem e imatura, continuo jovem, mas esses últimos três anos me deram mais experiência do que eu iria adquirir em dez e não me arrependo de nada que fiz.

–Eu... É muita coisa, eu preciso ir embora, mas eu vou voltar, eu quero assumir a Pandora, eu quero ser o pai que ela não teve até hoje.

Ele foi embora e mais uma vez eu me senti sozinha, porque tudo de triste na minha vida tinha que acontecer na cidade que eu sempre sonhei ser feliz?


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Notas finais do capítulo

AMANHÃ EPILOGO -> CAP FINAL DO FINAL DO FINAL DA HISTÓRIA!



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