FoxFace escrita por Demiguise


Capítulo 5
Capitulo V - FIM DE JOGO


Notas iniciais do capítulo

Esta aqui o 5° capitulo!!! Espero não ter ficado muito fantasioso, acredite, esta é minha última intenção! Mas acho que está indo na direção que eu planejei. Esse capitulo ficou com umas 400 palavras a mais do que eu costumo escrever, mas me digam se esta de bom tamanho ok?
Tento dividir os capítulos mais ou menos em dias na arena,



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/519563/chapter/5

Quando se esta vagando sozinho pela floresta, muitas coisas lhe vem a cabeça. Quando se esta vagando sozinho pela floresta com umas dez pessoas, caçando vida, que só um vai conseguir, mais coisas lhe vêm a cabeça. Quando se está vagando pela floresta, com a sua segurança em jogo, uns dez adolescentes, que ficarão ricos se cravarem uma faca em suas costas, te caçando como chacais famintos, lutando para não sofrer o mesmo destino que causariam a o outro se tivessem chance, bem, quando isso acontece, é melhor achar um refugio e esperar... adoecer... morrer tentando ao menos ser feliz, embora isso se torne uma impossibilidade numa situação dessas. Esse tipo de perspectiva já entrou na minha mente, mas estou lutando bravamente para mante-la lá, e se eu deixar ela fugir, eu morro. Em todas as ocasiões não calculadas, o Jogo zera para mim, e não tem volta.

A letargia me atinge em cheio no meio do percurso até um refugio, sou obrigada a dar uma descansada. Devem ser umas duas horas da tarde, pelo o que o sol me indica. Eu tenho tentado me proteger dele, mas ele corre atrás de mim como um velho amigo, e quando me abraça, descasca minha pele dolorosamente. Ainda me lembro das palavras de Atala: A desidratação mata tão rapidamente quanto uma faca. Ou algo assim. Aproveito meu momento ao chão para investigar o cilindrozinho de prata/metal que tive a infelicidade de catar no montinho de suprimentos. Ele não serve para nada mesmo, não tem um botão, uma manivela, uma tampa sequer, mas o mais curioso é que ele pesa como se fosse maciço, talvez seja uma bomba, uma bombinha de gás como as que os pacificadores as vezes usam para afastar indesejados. Talvez seja isso mesmo. Só tem um modo de provar: acionando-o. Eu jogo sem esperanças o cilindro para não muito longe, mas ele bate num tronco de arvore e volta, ele emite um bipagudoo que me deixa muito interessada, mas sem fumaça alguma. Eu atiro o dispositivo novamente no tronco e nada se segue, como se nada tivesse ocorrido.

Depois de alguns minutos, sigo meu caminho para o refugio ainda não encontrado. Caminho, caminho e caminho mais, e não chego a lugar algum, nunca chego. Mas não é isso que vai me impedir.

A tarde passa lentamente e eu ainda não achei meu destino. Eu olho para a esquerda e vejo arvores, olho para a direita e vejo arvores, olha para frente e vejo arvores e para trás também há mais arvores, todas iguais. Essa é uma sensação tão sufocante que fecho os olhos consecutivamente à medida que ando. Talvez para não enlouquecer.

O som de um riacho quebra minha quietude insana e insuportável. Eu imediatamente sigo até ele, pois a sede já estava começando a tomar presença.

Quando chego ao suposto local me impressiono com a nitidez da água sobre a rocha. Consigo ver até as pedrinhas em baixo do córrego. Aproveito para mergulhar na água, é claro que tiro os suprimentos da roupa antes de fazê-lo. O sol está de matar, um riacho como esse, certamente é a diferença entre a vida e a morte. Meu banho é assustadoramente interrompido por gritos ao longe. Ao sul. Esses gritos fazem com que eu fique alerta a qualquer ruído que apareça. Até que eles me fazem sair da água fresca e continuar meu caminho infortunado pela floresta infinita da arena.

Então assim, sigo meu caminho pavoroso, enquanto tento procurar desesperadamente por distração. Segui a direção do córrego de pedra, me imaginando aonde ele me levaria, e sei que preciso de um refugio seguro, e perto da água e de abastecimento. Precisa estar bem localizado, em questões geográficas. De preferência um lugar alto.

Já me sinto em um lugar alto, olho para trás e vejo pouca curvatura de um morro, mas sei que ela está ali.

Os gritos vão se dissipando a medida que ando. Não são gritos de dor ou tortura, que na verdade são bem comuns de se ouvirem, quando se esta numa situação dessas, como um todo. Mas são gritos de glória, ou ameaças. Afinal, parece que os idealizadores, deixaram os Carreiristas cuidar de Katarin Não Sei O Que...

O córrego vai se tornando cada vez mais escondido pela vegetação. É uma sensação estranha estar andando no sentido contrário ao córrego, parece que você está fazendo algo de errado. E talvez esteja.

Uma coisa que aprendi nesta arena, é que não se pode ter certeza, ela às vezes, te leva pro mau caminho. Para a morte.

Quando o chão começa a ficar duro como pedra, coberta de vegetação e raízes, é quando os Tordos param de cantar e os pássaros de assoviar.

Aprendi muitos sobre tordos no Centro de Treinamento, onde vivem, o que comem, como vivem. Eles têm uma preferência maior por coisas quentes...

O silencio toma conta do ambiente, tanto que me deixa com medo. Fico me perguntando se estou imaginando coisas. Não sabe o que a exposição pode causar em certas circunstâncias.

O sol já começa a se por, e decido cortar mais um pedaço da minha pêra, mas um bem pequeno. Quando se vive a vida inteira em um orfanato, você aprende a racionar.

Quase como um zumbi, minha andança começa a se tornar cansativa, a única coisa que ouço, são meus passos e o barulho doce e fino da água do córrego, e a única coisa que vejo, são vislumbres de uma enorme clareira.

Uma clareira!

Chego apressadamente até uma suposta clareira, coberta de grama somente. Sem flores, sem vento algum.

Ela parece ter o dobro do tamanho da clareira que está a Cornucópia, a única diferença é que não ela é coberta por uma fina grama verde e bem cuidada, e o córrego corta ela pela direita.

Antes de dar o primeiro passo eu paro, não pode ser tão bom assim, nunca facilitariam tanto. Pode ser um terrível campo minado, esperando para arrancar fora o meu pé com uma arapuca laminada, ou pode conter uma mina terrestre milhões de vezes mais potente do que as do tributo do 3.

Para espantar esta preocupação da minha mente, pego uma pedra do tamanho de minha cabeça e a jogo a uns três metros a frente, espero por algo acontecer, mas, nada aparece. Então salto até a pedra e paro do lado dela.

O chão, apesar da grama, está duro, como se eu pisasse em uma placa de metal. Pego minha bussola e noto algo estranho acontecendo com ela, ela está se movendo feito um cata-vento em dia de tormenta, sei o que isso significa: interferência magnética.

Jogo mais uma vez a pedra e salto, repito esse ritual umas trinta e cinco vezes, até parar no centro, ofegante.

Sei que não posso ficar aqui, se alguém me ver, será um longo caminho até a arvore mais próxima. E como o sol já está quase se extinguindo do céu, deixando um rastro dançante de rosa e laranja vivos, se confirma de que preciso ao menos me acomodar na arvore mais próxima. Que não está tão próxima assim.

Quando se está em um campo aberto o frio parece mais mortal. Solto uns tremeliques de frio involuntários.

Sinto-me uma formiga indefesa aqui no centro. Uma formiga tentando achar o caminho de volta para o formigueiro. Mas com certeza não vou conseguir se ficar aqui parada, esperando que algo aconteça.

Já estou segura o suficiente para que a pedra não me guie mais, além disso, pular três metros seguidamente é muito cansativo.

Lavo meu rosto com as mãos secas, embora o córrego esteja só a uns metros a minha direita. E sigo em frente. Mas no terceiro passo, meu pé trava.

No nada, ele trava. É bloqueado como se houvesse uma parede há minha frente. Essa situação me obriga a checar com minhas próprias mãos o que está havendo, então estico uma delas e a mesma coisa acontece. Ela trava, e fica estendida verticalmente, como se eu estivesse apoiada em uma parede sólida. Nesse momento e que percebo que não existe o resto da enorme clareira, eu estou encostando nela, como uma espécie de espelho.

Bato com o punho fechado no Espelho esperando que algo desencadeie, mas nada se segue. O mais curioso é que o espelho não reflete minha imagem, deve ser um truque muito maligno dos Idealizadores.

Quando olho mais atentamente ao que deveria ser meu reflexo, percebo alguns detalhes que me deixam pensativa. Existe uma pêra e meia, dois frascos, uma faquinha de arremesso, e um cilindro metálico flutuando a minha frente.

O Espelho só reflete as armas, não existem jogadores.

O Jogo é muito mais do que isso.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Obrigado por lerem pessoal!!! Prometo que no próximo capitulo terá mais ação, mas para encaixar tudo o que quero na fic, tem de ter uns capítulos mais....como este :v Comentem o que acharam, dai vou ter uma perspectiva melhor sobre do que gostam de ler! Obrigado a Daniela Arezzo por me dar dicas sobre isso ;)
Até o próximo capitulo pessoal!!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "FoxFace" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.