FoxFace escrita por Demiguise


Capítulo 4
Capitulo IV - A MELHOR ARMA


Notas iniciais do capítulo

Ufffaa! Consegui terminar!!!! 2 cap. escritos no mesmo dia ein... Enfim, aqui esta. Desfrutem, desgastem, usufruam!!!!!!! Esse cap. não ficou muito longo, já que meu minimo é 1000 palavras, para compensar, mas espero que gostem ;)



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Já é quase de manhã quando vejo o lago como uma mancha negra sob o céu semi-escuro. A sede retorna a tona, mas a fome predomina dessa vez.

Me aproximo lentamente da borda da enorme clareira, e vejo os quatro Carreiristas, carregando suprimentos e armas para um monte, que está na altura dos joelhos. Tento imaginar com que propósito estão fazendo aquilo...

No monte a tudo o que preciso. Comida, suprimentos e uma lamina ou outra poderia ser necessária. Afinal, os tributos não são a única ameaça na arena.

Teve um ano em que largaram uma matilha de hienas sangrentas atrás dos tributos sobreviventes. Eu me lembro daquele ano, foi terrível, mas o vencedor acabou vencendo por ficar em cima de uma arvore, onde as hienas não alcançavam. Isso devia ser um mantra para mim, com certeza me ajudará mais tarde. A natureza é a melhor arma do homem.

Fiquei pensando em um jeito de distrair os Carreiristas enquanto eu pego o que preciso. Tenho de fazer isso antes que amanheça, senão, tudo dificultará. Percebo a presença de outro tributo menor, o tributo do Distrito 3, esse Distrito geralmente não faz parte do grupo Carreirista, talvez por usarem mais o cérebro do que os músculos. O Distrito 1 é rico, escava diamantes nas cavernas, o Distrito 2 é o Distrito de onde nascem os Pacificadores, isso já explica tudo. O 4 é o Distrito da pesca, eles tem habilidade com as mãos desde empunhalar com um tridente até armar redes com perfeição. E o Distrito 3 o que sabe fazer? Operar máquinas pelo visto...

O pequeno tributo deve ter uns treze ou catorze anos, ele está ajoelhado no chão, cavando na terra, e enterrando alguma coisa. Suprimentos extras?

Minas! Minas terrestres!

É Obvio! O garoto sabe armar minas e está cercando a pirâmide com elas. Muito sagaz!

As minas terrestres me deixaram curiosas, então contorno a borda da clareira com passos minúsculos e silenciosos, e quando chego perto do garoto, tento observar onde ele deposita os dispositivos. Minha visão é bloqueada várias vezes, devido a posição em que estou. Decido então, subir na arvore mais próxima e observar com mais precisão. E assim faço.

Direita, direita, esquerda, direita, esquerda.

É esse o mapa para o tesouro. Não demoro para decorá-lo. Mas meu processo mental de decoração foi interrompido com um grito masculino:

–Olhem lá! – quem gritou foi o garoto alto do Distrito 1 e quando seu dedo aponta diretamente para mim, meu coração disparou violentamente.

–Há! Aposto que é ela! Ela não foge dessa vez! – diz o garoto marombado do Distrito 2. – Venha Conquistador.

Deu, chegou meu fim. Tudo o que faço é fechar os olhos e esperar uma lança atravessar meu peito, ou a espada raspar meu pescoço, separando minha cabeça dos ombros. Nem tento descer do alto da arvore, ficar é morrer, descer é morrer. Morta.

Percebo que todos os passos apressados vindo em minha direção. E uma lágrima escapa de meus olhos. Mantenho-me parada, esperando o inevitável.

–Cuidado! Ai não! Quer desarmar tudo, e ir para os ares? – a voz é fina, vem do garoto do Distrito 3, ele está só a alguns metros na minha frente. E não consigo segurar um grito breve.

–An? Você ouviu isso? – a voz é grossa dessa vez. Abafada pela distancia. Sou obrigada a abrir os olhos, e vejo os outros Carreiristas atravessando a arvore na qual eu estou, e abaixo de mim encontrasse o garoto do 1 que me identificou. Ou não...

O silencio paira no ar por uns segundos e ai o garoto Carreirista segue seu caminho para dentro da floresta. A curiosidade faz eu me virar e olhar para trás, vejo a luminosidade do incêndio, e a fumaça causada por ele, no meio da noite. Obrigada Katarin Não Sei O Que. Penso alegre, afinal, ela facilitou tudo para mim.

Desço da arvore com agilidade e contorno toda a clareira, até chegar do outro lado do monte de suprimentos. Ali não tem minas, não há nenhuma saliência na terra, então corro o mais rápido que posso, conto os segundos na minha mente, até chegar ao tesouro. Contei nove segundos, é um bom tempo, isso com certeza será útil mais tarde.

Quando chego, eu me abaixo, e avisto o garoto ainda enterrando uma mina na terra. Respiro fundo e pego rapidamente tudo o que esta na frente, com o Maximo de cuidado e destreza. A única coisa que vi minha mão pegando foi umas duas peras de uma vez. Aperto elas entre os dedos. O resto que coletei está dentro de potes de metal. Quando me viro para voltar, me preparando para os nove segundos seguintes, avisto uma faca de atiramento, reluzindo sob a luz da lua cheia. Não hesito em cravá-la em uma das peras e percorro os nove ou dez segundos novamente.

Atravesso a borda de arbustos de onde vim e mudo minha direção para a direita, para o lago. Quando chego lá, jogo minhas coisas na terra e me deito ao lado, suspirando várias vezes de alivio. Vou ver o que consegui pegar, não é muito, mas vou valorizar: Duas peras gordas e verdes, e uma faca de arremesso; numa caixinha de metal contem dois frascos sem rótulo, eu os destampo e os cheiro, um deles contem álcool, com certeza e o outro eu não consigo decifrar, talvez algum antibiótico qualquer; Outra caixinha contém uma bussola redonda, grande e exata, fico feliz em te-la, aprendi a me locomover com ela no Centro de Treinamento, espero que o esforço valha à pena; e a última e menor caixinha contem um cilindro do tamanho de minha mão, é só um cilindro, sem botões sem laminas, sem nada.

Logo em seguida, eu entro no lago, e me refresco, enquanto o sol nasce.

Depois de ter saciado a minha sede, eu começo a me preparar para ir a qualquer lugar, procurar um refugio seguro, embora essa palavra seja improvável dentro dessa arena. Mas preciso sair, então coloco os frascos bem apertados no bolso da minha calça larga e suja, a faca pode se encaixar no cinto, uma das peras vai ao outro bolso, na jaqueta, a bussola vai na minha mão, o cilindro num bolso interno da jaqueta e um pedaço de pêra, sacia minha fome, mas só temporariamente.

Então encaro novamente a floresta de espelhos que se estende até lugar nenhum.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham aproveitado



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