Além de ter que dormir no quarto do T-Bo - de hóspedes -, tenho que suportar as loucuras da Sra. Benson na madrugada. Por esse e outros motivos não consegui dormir.

Logo pela manhã ouço o Freddie sussurrar o meu nome, talvez estivesse me procurando pelo quarto.

– O que foi? - Pergunto. Saio de baixo da cama.

– Esse é o momento certo de você ir!

Percebi que ele tentava me "expulsar" da própria casa.

– Que horas são?

– 10 horas! - disse ele. - A minha mãe vai fazer o café da manhã. Ela não gosta de nada industrializado e depois virá expecionar todos os quartos.

Pego um dos lençóis em cima da cama do T-Bo e coloco sobre a minha cabeça. Tento me guiar pelo Freddie, mesmo não sendo uma boa ideia, nem que fosse uma capa da invisibilidade como em Harry Potter.

– Você pisou no meu pé! - Reclamo e empurro-o para frente.

– Foi mal eu não vi! - disse ele, de costas.

– Você vai me ajudar ou não?

Ele suspirou e pediu para que o seguisse até a sala de estar. Eu via tudo embaçado com aquele pano. Não ia fazer muita diferença.

– O café está pronto! - avisa a sua mãe, na cozinha.

– Certo! - grita Freddie. Em seguida abre a porta para que eu saísse.

***

No corredor, encontro uma multidão tentando entrar no apartamento dos Shay's. Foi um pouco difícil tentar conversar com a Carly, mas encontrei uma forma.

– Como você conseguiu entrar!? - perguntou Spencer, chateado e surtado.

– Pelos fundos!

Ele ficou ainda mais furioso.

Carly lia um livro na escada para passar o tempo.

– Por que tem tanta gente querendo entrar aqui?

Carly troca olhares com Spencer, também assustado.

Demorei um pouco para perceber que havia um sofá impedindo a passagem pela porta da frente. Spencer preparava uma armadilha nos fundos.

– Os bombeiros estão obrigando o Spencer a colocar fogo em algumas de suas esculturas malucas ou serão todos demitidos. - Explicou ela.

– Legal! - digo. - Quando vai começar?

Carly muda o tom de voz, talvez fosse importante.

– O Spencer não vai fazer essa loucura! - disse ela. - Existirá outros trabalhos para eles.

– Então vocês vão ficar presos aqui para sempre?

Ambos permaneceram calados. Certo momento, Gibby entra no apartamento de forma inesperada.

– "Gibbeh!"- Exclamou ele ao sair do elevador.

Spencer ficou ainda mais surpreso e desapontado, sua armadilha nem ao menos funcionou.

– Tem um pessoal lá em baixo querendo falar com o Spencer. - Gibby fazia referência aos bombeiros.

– O que você disse! - Perguntou ele, preocupado.

– Nada! - disse Gibby. - Só avisei para eles pegarem o próximo elevador para vim aqui.

Spencer corre assustado para o seu quarto, no mesmo momento, as portas do elevador se abrem.

– Cadê ele!? - perguntou um dos bombeiros segurando um martelo.

Os outros trabalhadores começaram invadiram o apartamento, sem ter nenhum arrependimento pelo que faziam. Eu e a Carly tentamos acalmar a maioria.

– Queremos que o seu irmão - disse o comandante apontando para a Carly. - faça o combinado!

Ela repetia o mesmo discurso, afirmando não ter nenhum combinado. Isso deixou todos enfurecidos a ponto de quebrar parte do apartamento da Carly, a procura do Spencer.

– Acho melhor chamar a polícia... - Sussurrou ela.

Eles quebraram tudo do apartamento - até mesmo o maldito elevador.

Carly pediu minha ajuda para tentar controlar as coisas. Comecei chamando a atenção de todos para mudar o ocorrido.

–Ok! - gritei, pegando a minha meia de mantega (pendurada na calça). - Quem quer ser o primeiro?

Gibby tentou falar alguma coisa quando lancei um olhar para cima dele.

– Podem ficar calmos! - Avisei. - O Spencer vai voltar a cometer aquelas "loucuras" com fogo novamente. Começando agora a tarde!

Percebi rostos felizes e então iniciei minhas ameaças para expulsar todos do apartamento.

**

[A tarde]

Planejei um grande experimento para o Spencer - que dizia não saber como transformar suas esculturas em fogo.

– Você tem que tentar! - digo. - Daqui a pouco os bombeiros virão aqui cobrar.

Carly estava assustada e incentivava o irmão a seguir o meu plano. Ela temia um grande estrago em seu quarto, caso nada fosse feito.

Recebo uma mensagem de texto no meu Pearphone. Eu estava esperando receber algum sinal da Pam. Mas era apenas o Gibby avisando a chegada dos bombeiros:

"Eles chegaram e estão esperando vocês aqui no térreo '-' "

– Vamos, Spencer! - falo puxando Spencer e sua antiga escultura do robô de garrafas.

No corredor, encontramos Freddie olhando para o apartamento da Carly. Ele parecia estar me esperando ou algo do tipo.

– Você esqueceu a sua mochila no quarto do T-Bo! - disse Freddie entregando a minha mochila de volta. - Tivemos muita sorte, já que a minha mãe não verificou o quarto dele.

Carly e Spencer ficaram surpresos pela minha noite no apartamento dos Benson's. Eu não havia percebido a presença dos dois enquanto conversa com o Benson.

– Vocês dois podem ir na frente. - digo para os dois.

Finalmente sós. Freddie se escora na porta do 8D.

– O que vocês estão planejando?

– Por fogo no depósito do Lewbert. - falo. - Fiquei sabendo que ele continua dormindo naquele mesmo local.

– Legal! - diz ele, sorridente.

– Por que você não vem ver? - digo. - Não que eu queria que você vá... Mas não vai fazer nenhuma diferença se você estiver por lá.

– Eu não posso...

Inesperadamente, Freddie cai para trás, assim que a porta do seu apartamento é aberta pelo próprio T-Bo. Eu tentei ajudá-lo a levantar-se, mas no momento recebo mais uma mensagem do Gibby.

*

Desço o mais rápido até o térreo e me surpeendo com a quantidade de pessoas tentando entrar no depósito.

– O que houve? - pergunto ao Gibson, depois da sua última mensagem.

– Parece que o Spencer está com medo. - disse ele.

Isso não era nada bom. O Lewbert poderia chegar a qualquer momento do seu intervalo.

Suspiro fundo antes de entrar na depósito do porteiro, empurrar todos que ficassem a minha frente e incentivar pela última vez o Spencer.

– Vai logo, Spencer! - digo segurando a escultura. - Você consegue!

Ele fecha os olhos e toca lentamente no robo de garrafas. Os bombeiros estavam a postos, prontos para apagar qualquer incêndio. Até que finalmente acontece - fugindo um pouco do controle.

Carly comemora e abraça o irmão, enquanto os outros fazem o seu trabalho.

Não deu tempo para "parabenizar" o Spencer. Em fim, recebo a primeira ligação da Pam.