-O quê? Você bebeu? Mas quem você pensa que é pra me exigir alguma coisa? Não basta fazer sua irmã sofrer a afastando do homem que ama?

-Você não sabe de nada. Cala a boca! – Vozeou virando as costas pra mim. Como é que é? Eu não escutei direito. Ele me mandou calar a boca? Ah, mas isso não fica por aqui mesmo!

-Você não me manda calar a boca! – Bradei irada, segurando o braço dele com força e me pondo em segundos na frente dele.

-Não se meta nessa história. Se afaste de Jasper! – Tornou exigiu em tom autoritário.

-Nunca! Eu gosto do Jasper! – Protelei furiosa. A cara de Edward ficou sem expressão mas demonstrava raiva e tristeza no olhar.

-Como amigo… - Corrigi. Mas que merda. Eu não tinha nada que me justificar. – Você não pode impedir sua irmã de ser feliz, não junto do homem que ama e que a ama! – Continuei. Tinha de falar tudo o que me estava entalado na garganta desde o começo.

-Olha quem fala. Até parece que você faz suas irmãs felizes, que as deixas serem felizes. Logo você, que está sempre impondo as suas "regras" as proibindo de tudo e mais alguma coisa. – Acusou desdenhosamente.

Sim eu superprotegia minhas irmãs. Mas só o fazia por não as querer ver sofrendo. Mas isso acabava condicionando a felicidade delas…mas também elas nunca sofreram! Ah pare de tentar se justificar mesmo em pensamento, sua idiota!

-Então se afaste de Rose e eu me afastarei de vocês. – Exigi como uma troca, mesmo que eu não estivesse disposta a cumpri-la.

-Eu não vou deixar de ser amigo de Rosalie se ela não quiser. – Falou pretensioso.

-Então eu não vou deixar de me intrometer em sua vida. – Aticei e ele me olhou pelo canto do olho mordendo as mandíbulas. Nesse instante fechou os olhos e jogou as mãos para o alto alto me fazendo encolher e pensar, por momentos, que me iria bater. Congelei por completo e imagens fracas de minha infância vieram em minha mente.

Senti medo. Merda! Eu não posso ter medo de um ser desprezível como ele. Se ele ousasse me tocar...eu o desfazeria em bocadinhos e atiraria aos cachorros. Mais uma vez imagens do meu pai se sobrepuseram ao meu ódio por Edward e comecei chorando involuntariamente. O ar começou a faltar nos meus pulmões e comecei tremendo de medo.

-Está tudo bem? – Perguntou preocupado pondo as mãos nos meus ombros como que se fosse me segurar. Dei um passo pra trás me desviando dele em sinal de desaprovação. Respirei fundo e limpei as lágrimas.

-Não…toque…em…mim. – Falei pausadamente entre dentes. Ele enrijeceu e guardou as mãos nos bolsos das calças.

-Desculpe. De novo. – Pediu em um fio de voz com o olhar fitando o chão.

-Se afaste de mim…por favor. – Pedi com a voz embargada e segurando as lágrimas.

-Eu não quero fazer mal a você Bella. – Falou me encarando e vendo minhas lágrimas escorrerem de novo por minha face.

-Você já me faz muito mal desde o 1º segundo em que se cruzou comigo. – Falei arrogante.

-Peço desculpas de novo.

-As suas desculpas não me servem de nada. – Murmurei fria e seca.

-Só peço mais uma vez que se afaste de Jasper. – Pediu me encarando a custo.

-Porquê?! – Perguntei brava. Ele aproximou a mão dele do meu rosto e eu desviei a cara bruscamente.

-Não quero…ver você…sofrendo. – Falou fechando a mão e a recolhendo. Olhei séria pra ele tentando ver ironia no seu olhar mas tudo o que encontrei foi tristeza.

-Porque o meu sofrimento te interessa tanto? – Perguntei com a voz falha. Mas porque eu fraquejava tanto perto dele?!

-Só não quero…ver você…sofrendo. – Falou de novo em um fio de voz e encarando o chão.

-Chega, chega! – Gritei jorrando inúmeras lágrimas. – Eu não aguento mais sua presença. – Gritei olhando ele e tendo recordações de meu pai. – Saia da minha vida. Saia. PAI! – Gritei com todas as minhas forças.

-Pai? – Questionou ele confuso. Num minuto eu paralisei no minuto seguinte desatei correndo e só parei em casa, no meu quarto.

Porque o chamei de pai? Ele não é o meu pai, não era igual a ele. Mas me fazia sofrer tanto quanto ele.

Me tranquei em meu quarto e fiquei ali assim por vários dias. Mal comia e não saia pra lado nenhum. Minhas irmãs tentavam falar comigo mas perdiam a coragem e apenas me pediam pra comer.

Depois de algum tempo eu deixei de chorar. Apenas ficava apática, fitando o nada e pensando na vida e em tudo o que estava acontecendo. Pensando principalmente nas minhas irmãs.

-Está…tudo…bem? – Nessie perguntou temerosa por me fazer essa pergunta de novo.

-Nessie. – A chamei puxando por sua mão e a fazendo se sentar do meu lado. – Você gosta de Jacob? Assim...aquele gostar. – perguntei olhando no olho dela.

Nesses dias enfiada no meu quarto fiquei pensando incessantemente na felicidade de minhas irmãs e no quanto eu condicionava a liberdade delas com medo que elas sentissem a mesma dor que eu sentira antes. Mas era a hora desse condicionamento exagerado chegar ao fim.

Continua….