Capítulo 26-May

Pov(May)

America tinha acabado de me apresentar a Nicholas, ele era encantadoramente lindo. Não disse a ninguém, mas já estava de olho nele antes. Dizer que não o conhecia completamente era uma mentira.

No casamento da America lá estava eu sentada num canto cansada de tanto comer e solitária, todos tinham encontrado seu par, menos eu. America e Maxon dançavam enquanto riam e conversavam, era visível o amor entre eles, quem sabe um dia não encontraria alguém tão especial? Bom, mamãe também dançava, Kenna dançava com James, até mesmo Gerald tinha encontrado uma menina russa da idade dele.

Me afundei mais na cadeira onde estava sentada, seria eu a destinada a viver encalhada? Perguntei tristemente enquanto comia um brigadeiro. Quando ele apareceu, caminhou diretamente á mim.

–A senhorita aceita essa dança? – Perguntou delicadamente.

–Claro! – Me levantei num pulo. – Achei que minha única companhia essa noite ia ser os doces – Falei brincalhona e ele riu.

Dei um sorriso, ele me puxou e começamos a dançar a música lenta. Tenho que confessar que não era muito boa em dança, mais claro não tão ruim quanto Ames, ela odiava quando falava isso, mas ela dança muito mal, coitado do Maxon. Porém naquele momento eu me sentia como uma profissional, Nicholas dançava tão bem, que não era preciso muito para tudo dar certo. Olhei para ele e retomou a conversa.

–E aparentemente muitos deles já te fizeram companhia – Ele comentou se referindo aos doces.

–Te conheço á dois minutos e você já descobriu meu maior defeito – Falei baixo como se fosse segredo – Como você descobriu esteve me observando?

Ele riu.

–Na verdade não é preciso ser muito perspicaz... – Ele disse apontando com a cabeça na direção da mesa onde eu estava, que continham muitos papeis de brigadeiros e docinhos.

Fiz uma careta de quem tinha sido pega.

–Nem sei o seu nome, e você já está me acusando? – Perguntei exagerando um pouco.

Ele abriu um sorriso divertido.

–Perdoe-me, sou Nicholas.- Ele falou enquanto me conduzia na dança.

– May.

–Ah sim, a irmã da rainha de Illéa.

–Sim, a America é minha irmã, mas me sinto em desvantagem, aposto que você sabe mais de mim do que eu de você.

–Você está certa. – Ele afirmou – Mas pode ficar a vontade para perguntar.

Sorri com sua gentileza fácil.

–Humm...Dá onde você veio?

–Itália, sou primo da Nicoletta.

–tá explicado o sotaque- Falei, mas a música tinha acabado.

E para minha surpresa ele se sentou à mesa comigo.

–Você não tem que ficar com os outros? – Apontei com o queixo para onde estava a comitiva da Itália.

–Bom, é tão chato ficar lá, que eu prefiro falar com as paredes...

–Deveria levar isso como uma ofensa? – indaguei

–Não, não, claro que não – Ele se apressou em dizer e eu ri – Sua companhia é muito agradável.

Tentei me segurar para não rir de novo, será que todas as pessoas ali tinha que agir e falar dessa maneira tão formal?

– Por favor, sem formalidades – Falei para ele e me senti copiando a frase que já ouvira America dizer tantas vezes para tantas pessoas, agora entendia ela.

– Tudo bem, feito! – Ele falou.

E dali para frente a conversa fluiu, Nicholas era muito legal, em pouco tempo já sabia muito sobre ele e ele sobre mim.

– Quer andar no jardim ? - ele propôs.

–Claro!

Fomos para fora e observei a paisagem noturna e como tudo ficava mais bonito.

– Sempre gostei do jardim do palácio, não pelos mesmos motivos que minha irmã, mas como já disse era artista e às vezes pintava quadros, acho isso daqui tão bonito que ainda vou

pintá-lo.

–Você pinta? – Ele perguntou duvidosamente.

–Sim, não acredita?

–É difícil te imaginar pintando – Ele falou tentando segurar o riso.

–EI! – Dei Um empurrãozinho nele – Um dia vou pintar um quadro desse jardim e você ficará boquiaberto!

–Estarei esperando ansiosamente por esse dia, já que eu gosto muito de arte. – Ele informou.

–Não queria te dizer, mas você anda contraditório, primeiro me critica e depois fala que está ansioso para ver meu quadro.

Ele sorri, e nos sentamos em um banco.

–É o efeito de você sobre mim... – Ele falou me fazendo corar. Nos aproximamos, mas quando estávamos quase nos beijando...

–Nicholas! – Chamou uma voz e ele se levantou.

–Tenho que ir, desculpe.– Falou se virando.

–Espere! – Falei segurando o seu braço. – Vamos nos ver de novo?

Ele sorriu.

–Claro, em breve May.

Sorri triste.

–Aqui, para você não ficar triste – Falou me entregando uma flor que tirou do jardim e me dando uma picadela antes de ir embora.

Fiquei ali, segurando a flor com cuidado e desde aquele dia, sonhava com quando o reveria.

E agora estava eu lá, olhando seus profundos olhos.

–Tudo bem?

–Sim, quer dar uma volta no palácio ? – Perguntou.

Estranhei a pressa, mas olhei pro lado e vi que basicamente todo mundo esta olhando para a gente, concordei.

–Prefiro assim tinha muita gente olhando – Ele falou.

Eu sorri.

–É, parecia que metade do mundo estava nos vendo. - Comentei.

–Pois é... – Ele coçou a cabeça.

–Como você está?

–Bem, é bom te ver outra vez May. – Ele falou pegando minha mão.Ele pegou minha mão devia ser um bom sinal, nem sei o que esperar desse nosso encontro, mas sei que de uma maneira ou de outra gostava dele.

Apertei a mão dele.

–Também é bom te ver, para ser sincera fiquei ansiosa para revê-lo, dá ultima vez nem nos despedimos direito. – Falei.

–É verdade, mas dessa vez vamos ter mais tempo juntos.

Sorri.

–Não sabia que você viria hoje, se não teria trazido seu quadro. – Falei.

–Para se sincero nem eu sabia, na verdade tive que implorar para vir mais cedo com minha prima, mas pera um pouco, você realmente fez o quadro?

Assenti sorrindo.

–Irei fazer você engolir suas palavras. – Dei um sorrisinho perverso.

Ele deu risada e parecia não acreditar. Para ser sincera pintei o quadro por que não parava e pensar nele, nem sabia se íamos nos ver novamente, dá ultima vez foi tão estranho chego a nem saber o que esperar.

Nos sentamos em um dos sofás do corredor.

–Mas o que você quis dizer com “implorar para vir mais cedo”?

–Ah bem...é que eu viria, mas só no sábado, porém queria chegar antes junto com minha prima, para...te ver, e bem foi difícil, em fim estou aqui.

Sorri e de novo nos aproximamos, e ele pegou na minha mão, mas fomos interrompidos por uma sirene. Olhei para ele assustada. Guardas passaram correndo por e o caos foi feito ouvia-se pessoas correndo e até alguns tiros e parecia que estávamos no meio disso tudo. Isso tudo em apenas alguns segundos.

–Meu Deus – Choraminguei, já tinha ouvido falar disso, mas não esperava por isso hoje, muito menos agora.

–O que a gente faz? – Perguntei desesperada me agarrando em Nicholas.

–Calma M...

Um guarda se aproximou correndo.

–Altezas, vamos! – Ele não falou mais nada já tínhamos perdido muito tempo parados ali.

Corremos, um pouco até chagar em um abrigo pequeno no compartimento de uma parede. Entrei assustada. Me sentei junto com Nicholas, eu estava muito preocupada, com tudo e principalmente assustada, acabei chorando.

–Ei May? – Falou Nicholas me puxando para ele – Calma vai dar tudo certo.

Abracei ele forte demorei um pouco para me recompor.

–Desculpa, é que não estou acostumada com isso. – Falei enxugando meus olhos com o dorso da mão.

–Tudo bem, você nunca passou por um ataque?

–Não, já ouvi falar de muitos, mas nunca vivenciei, até hoje. E você ? – Perguntei estranhando um pouco a normalidade que lidava com essa situação.

–Sim, na Itália não temos muitos, mas já vivenciei alguns.

Ficamos um tempo em silêncio, estava muito preocupada com tudo e todos, porém não queria pensar nisso então tratei de tentar puxar conversa com ele para ver se me distraia um pouco.

–Nunca te perguntei, mas o que você faz na Itália?

–Eu moro lá. – Ele falou de maneira obvia.

–Ra ra ra – Falei imitando uma risada – Não, mas sério o que você faz?

Ele deu uma risada e falou.

–Eu estou começando mais agora, mas ajudo meu tio com a administração de algumas partes específicas do país. Nada muito interessante, pode acreditar.

–Mas você não estuda, quer dizer você tem 16 anos então... – Falei e ele assentiu abrindo um sorriso.

–É eu estudo, mas não coisas que jovens da minha idade costumam estudar.

–Mas então você mora no castelo?

–Bem não mais, quanto era menor, até uns 11 anos eu morava, mas agora fico ali perto.

Estava explicado como ele vivenciou esses ataques.

–E você, - Falou ele – O que faz?

–Bem a minha vida é extremante normal, e como uma garota normal eu só estudo.

–Às vezes queria só estudar.

–Você tá brincando? Estudar é muito chato. – Falei me lembrando da minha professora de aula particular, que era com certeza a mais chata do mundo.

Ele deu uma risada

–Acredite trabalhar pode ser muito mais chato, principalmente com meu Tio. Mas o que você vai querer fazer?

–Bom, não sei, por que com a extinção das castas, que o Maxon e a Ames vão fazer, eu supostamente posso escolher qualquer coisa, mesmo se as castas realmente não fossem extintas poderia escolher qualquer coisa, em fim realmente não tenho a menor ideia. Sempre gostei da área da arte, mas não sei...

Nicholas sorriu para mim. Olhei para a porta e suspirei.

–Será que isso vai demorar?

–Não sei, mas acho que sim. Se você quiser se deitar um pouco, te acordo quando acabar.

Assenti, andei pelo pequeno espaço, peguei as duas mantas enroladas que tinham ali, uma dei para o Nicholas e outra para mim, me sentei no chão e ele ao meu lado. Puxei a manta e encostei minha cabeça no ombro dele.

Logo peguei no sono. Quando acordei minha cabeça estava deitada no colo dele e uma luz estava batendo na minha cara, era a porta que estava sendo aberta.